O Santos conseguiu uma grande vitória sobre o Corinthians pelas oitavas de final da Copa do Brasil de 2015, na Vila Belmiro. O time pode perder por até 1 a 0 na partida de volta que se classifica para a próxima fase, mas, além do resultado em si, o triunfo dá moral para a equipe no restante da temporada.
Com um início intenso, o Alvinegro mostrou disposição e organização tática para pressionar os visitantes. Foram três finalizações logo nos primeiros quatro minutos e, como em outras ocasiões recentes, o ataque e os meias exerceram uma marcação pressão quase perfeita, não permitindo que os corintianos saíssem para o ataque.
Na etapa inicial, o jogo santista se aproximou da perfeição. Os visitantes fizeram uma finalização – errada – ao gol e o Peixe chegou a ter 70% da posse da redonda nos primeiros dez minutos. Com a marcação e os deslocamentos constantes no ataque, e o apoio dos laterais, em especial de Victor Ferraz pela direita, o Peixe conseguiu a vantagem aos 31, em lançamento de Lucas Lima para Gabriel fazer de cabeça.
A vantagem fez jus ao time que procurava mais o jogo e conseguia pressionar o adversário, uma equipe que tinha vindo para a Vila Belmiro em busca do contra-ataque, jogando de forma bastante recuada. Obviamente que a postura corintiana mudaria na etapa final, mas a expectativa era se o Santos recuaria e se contentaria em buscar o contragolpe como arma.

Gabriel fez o primeiro do Santos e mostrou mais uma vez importante papel tático (Foto: Ivan Storti/Santos FC)
O Corinthians veio para o segundo tempo adiantando a marcação, com Renato Augusto atuando mais à frente e seus meias e atacantes tentando bloquear a saída de bola peixeira. No entanto, como no tempo anterior, não conseguiu barrar as jogadas santistas principalmente pelos lados, o forte do time de Dorival.
Ainda que não tenha atuado de forma tão intensa na marcação no campo rival – o que é quase impossível em vista não só do preparo físico como da qualidade da equipe adversária – o Santos não recuou para sua intermediária, fazendo uma marcação forte no meio de campo. Mesmo abrindo mão da posse de bola, foi mais perigoso nas chegadas ao gol, com Ricardo Oliveira desperdiçando diante de Cássio logo no início do segundo tempo.
E mais uma vez foi dos pés de Lucas Lima que saiu o tento santista. Aos 33, ele recebeu de Marquinhos Gabriel pelo lado direito e devolveu de primeira. O meia-atacante, que havia entrado no lugar de Geuvânio, teve frieza para deslocar Cássio e fazer o segundo. Ali, o jogo praticamente acabava e o Corinthians só buscou ameaçar com cruzamento na área, uma arma típica de equipes brasileiras quando estão no desespero.
Além do excelente jogo coletivo, é preciso destacar no Santos o papel de Lucas Lima. Quase onipresente no campo, ele, além de articular e dar as duas assistências para gol, marcou durante boa parte do tempo Bruno Henrique, dificultando a transição do adversário para o ataque. Foi eficiente no ataque e fundamental no equilíbrio do time.
No esquema de Dorival Júnior, o sistema defensivo começa no ataque, e por conta disso invariavelmente os atacantes que jogam pelos lados e barram a subida dos laterais adversários compondo o meio de campo são substituídos. É admirável, a propósito, a evolução tática de Geuvânio e Gabriel sob o comando do técnico. São jogadores mais completos e conscientes de seu lugar no jogo.
A vaga não está ganha, mas o Alvinegro Praiano fez uma partida para qualquer torcedor se orgulhar. E o segundo turno do Brasileiro pode ser uma história muito diferente do que foi o primeiro.
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