Mesmo sem jogar bem, Alvinegro Praiano consegue vitória crucial para continuar lutando na parte de cima da tabela do Brasileirão 2016
Quem viu o primeiro tempo da peleja entre Santos e Corinthians neste domingo (11), na Vila mais famosa, teve a impressão de que o Peixe continuaria em má fase. Afinal, desde malfadada mudança de mando de jogo contra o Flamengo, a equipe venceu o Atlético-MG, mas perdeu para o América-MG, Figueirense e Internacional. E na etapa inicial do clássico, nada indicava uma mudança. Sem Victor Ferraz, Lucas Lima e Ricardo Oliveira, o time sucumbia à marcação corintiana, dando um espaço incrível no meio de campo. A distância entre a linha ofensiva e os meias deixava um buraco onde os visitantes conseguiam desarmar e articular à vontade, castigando a defesa santista.
Foi assim que surgiu o gol da equipe paulistana. Pelo lado esquerdo, onde Zeca estava mal, mas em um lance que contou também com falhas de Renato e Gustavo Henrique. Com pouca movimentação no ataque, com Jean Mota mal e somente Vitor Bueno buscando o jogo, muitas vezes de forma improdutiva, o Peixe conseguia ter mais posse de bola, sem criar chances agudas. Enquanto isso, o Corinthians chegou a criar ao menos mais três chances de gol, exigindo grandes defesas de Vanderlei.
No segundo tempo, o panorama começou a mudar aos poucos. Dorival Júnior não mexeu de cara, mas alterou o posicionamento da equipe em campo. O Alvinegro voltou a marcar mais no campo adversário e os visitantes recuaram, dando espaço para o Peixe pressionar. Thiago Maia passou a atuar mais à frente e mesmo sem atuar bem, a mudança surtiu efeito, com os donos da casa mais atuantes na parte ofensiva. Acabou saindo para dar lugar ao argentino Vecchio, enquanto Cristovão Borges tirou o atacante Gustavo para promover a entrada do meia Marquinhos Gabriel. As duas propostas estavam clara: um iria tentar segurar o resultado e o outro buscar a virada.
O empate veio aos 24, com Wilson derrubando Luiz Felipe na área. Pênalti bem cobrado por Vitor Bueno, jovem que, mesmo quando joga mal, não tem como costume fugir da raia. Dorival, insatisfeito, jogou com as cartas que tinha, colocando Caju no lugar de Daniel Guedes e deslocando Zeca para a lateral esquerda. Embora contestado em geral pela torcida, o canhoto deu mais profundidade ao time, sendo que o substituto de Victor Ferraz também não conseguia grande eficiência no ataque.
A virada veio em cobrança de escanteio de Jean Mota, que subiu de produção na etapa final, e uma bela cabeçada de Renato, outro que não foi tão bem na partida. Ao final, o Santos conseguiu bater um rival direto pelo G4, elevando o moral da equipe, que precisava do triunfo. Vencer em jogar bem é algo necessário em um campeonato de pontos corridos. Ainda mais para quem almeja lutar na parte de cima.