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O histórico de Santos e Cruzeiro – relembre cinco goleadas do Peixe sobre o rival

O histórico de confrontos entre Santos e Cruzeiro em campeonatos brasileiros é bastante equilibrado. São 70 jogos, com 25 vitórias de cada lado e 20 empates. Em Brasileiros, são 56 encontros, com 19 triunfos alvinegros, 21 derrotas e 15 empates. Na Vila, os donos da casa venceram dez vezes, perderam sete e empataram cinco.

Com todo esse equilíbrio, algo que não falta no confronto entre os dois é gol. No geral, são 117 gols alvinegros e 106 cruzeirenses, média de 3,23 por peleja. Dirceu Lopes é o artilheiro do duelo com oito gols, vindo em seguida Tostão e Pelé, com seis, e os santistas Toninho Guerreiro e Neymar, com cinco cada.

Em goleadas, a maior aplicada pelo Peixe foi em 1929, na primeira peleja entre ambos, 7 a 3, e o maior triunfo mineiro foi em um dos jogos da final da Taça Brasil de 1966, 6 a 2. Mas como este é um espaço santista, confira abaixo cinco goleadas alvinegras contra o rival:

Campeonato Brasileiro de 1983 – Santos 5 X 0 Cruzeiro

As duas equipes se enfrentaram pela segunda fase do Brasileirão daquele ano. Para entender a fórmula: eram 40 times na fase inicial, divididos em oito grupos, sendo que os três primeiros de cada um, mais quatro vindos da repescagem e outros quatro da Taça de Prata iam para a segunda fase. Formavam-se oito grupos de quatro clubes, classificando-se os dois primeiros de cada um. Fácil não?

Mas fácil mesmo foi a vitória peixeira sobre os rivais, um 5 a o no Morumbi, com direito a triplete (ou hat trick) de Serginho Chulapa, com Serginho Dourado (também chamado de Serginho Segundo) e Paulo Isidoro completando a goleada. No segundo tempo, mesmo com os mineiros atuando com apenas oito jogadores – Joãozinho, Palhinha e Osires foram expulsos – o Peixe tirou o pé evitando uma humilhação maior.

Naquela competição, o Alvinegro, comandado por Chico Formiga, chegou à final, sendo vice-campeão, e Serginho Chulapa foi o goleador máximo com 22 gols.

Campeonato Brasileiro de 1991 – Santos 4 X 0 Cruzeiro

O Santos não fez um grande campeonato no Brasileiro de 1991, terminando em 8º lugar, com sete vitórias, cinco empates e sete derrotas. Apenas os quatro primeiros se classificavam para a fase final. O Cruzeiro, porém, foi ainda pior, e ficou em 16º, a quatro pontos da zona de rebaixamento em uma época em que a vitória valia dois pontos e que só dois clubes caíam. O Brasil veria depois do fim do campeonato mais uma virada de mesa para salvar o Grêmio, penúltimo colocado à ocasião com meros doze pontos em 19 partidas.

Na competição de turno único, o Peixe enfrentou o Cruzeiro na Vila Belmiro e os mineiros se deram mal. Um 4 a 0 com gols de quatro jogadores que deixaram boas lembranças para o torcedor, embora nenhum deles tenha ganho título pelo clube. Sergio Manoel, Almir, Paulinho McLaren e Edu Marangon, comandados por Cabralzinho, técnico vice-campeão de 1995, anotaram naquele 8 de abril.

Paulinho McLaren foi o artilheiro daquele campeonato, com 15 gols.

Campeonato Brasileiro de 1994

Mais um regulamento diferente naquela competição. Eram 24 clubes divididos em quatro grupos de seis e os quatro primeiros de cada um se classificavam para formar, na segunda fase, dois grupos de oito clubes cada. Os campeões de cada um desses grupos no turno e no returno iam para as semifinais, além dos dois melhores na classificação geral dessa fase e outra dupla vinda da repescagem.

Na primeira fase, o Peixe ficou em segundo no grupo C e foi na penúltima rodada que pegou o Cruzeiro na Vila. Os donos da casa venceram por 4 a 1, com dois tentos de Macedo, artilheiro da equipe na competição com oito gols, um de Ranielli e outro de Guga. Cleison marcou para o time mineiro, eliminado na primeira fase e quase rebaixado na repescagem, quando terminou com o mesmo número de pontos que o Remo, mas com dois gols a mais de saldo.

O Alvinegro, que tinha naquela partida contra o Cruzeiro tinha Serginho Chulapa como treinador, foi para a segunda fase e por pouco não alcançou as quartas de final. No returno, ficou a um ponto do campeão de seu grupo, o Botafogo, e também a um ponto do Bahia, que passou de fase em função da classificação geral.

Campeonato Brasileiro de 2002 – Cruzeiro 1 X 4 Santos

Os dois times se enfrentaram na primeira fase do campeonato que tirou o Santos do jejum de quase 18 anos sem títulos importantes. A partida foi no Mineirão, e os visitantes viraram o primeiro tempo batendo os mineiros por 2 a 0, tentos anotados por Elano e Andre Luis. Elano marcou de novo na última etapa e Robinho fechou a goleada. Joãozinho descontou aos 41, fazendo o gol de honra dos donos da casa.

Aquele inesquecível Brasileirão foi o último disputado antes da era dos pontos corridos. O Peixe terminou a primeira fase, disputada entre os 24 participantes em turno único, na oitava colocação, tendo o direito de enfrentar o primeiro colocado, o São Paulo. Curiosamente, o Cruzeiro ficou empatado com o Peixe em número de pontos, mas com oito gols a menos de saldo. Aí fica importância que teve essa partida, no fim das contas, decisiva para o caminho do triunfo peixeiro.

Alberto foi o artilheiro do Peixe, dirigido por Emerson Leão, no Brasileiro daquele ano, com 12 gols, vindo em seguida Diego e Robinho, dez cada, e Elano, nove.

Campeonato Brasileiro de 2012 – Cruzeiro 0 X 4 Santos

Com o Mineirão sendo reformado para a Copa do Mundo de 2014, o Cruzeiro mandou sua partida contra o Santos no Independência, estádio do América que virou casa do Atlético na Libertadores de 2013. Com uma atuação que refletiu a campanha celeste naquele ano, que por pouco não terminou com o rebaixamento do clube, os donos da casa apanharam feio.

A peleja foi para o segundo tempo com o Alvinegro vencendo por 2 a 0, gols de Neymar. Felipe Anderson, fazendo aos 7 da segunda etapa, matou qualquer possibilidade de reação dos mineiros e Neymar, aos 36, completou seu hat trick, tendo ainda dado a assistência no terceiro tento. Vitória da equipe de Muricy Ramalho.

Nessa partida, um fato curioso. Após o quarto gol, feito com uma bela jogada do argentino Miralles, a torcida do Cruzeiro passou a gritar o nome de Neymar, em um misto de reconhecimento e protesto contra a própria equipe. Confira no vídeo abaixo.

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Santos X Cruzeiro – hora de arrancar no Brasileiro

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Avaí X Santos, conheça um pouco mais o adversário do Alvinegro na estreia do Brasileirão 2015

O Avaí volta à Série A após três anos de sua queda e, embora tenha feito uma campanha decepcionante do campeonato catarinense, tendo que disputar um quadrangular para escapar da segunda divisão do estadual, o momento do clube agora é outro.

Desde que Gilson Kleina assumiu o time, o Avaí ainda não conheceu derrota. São seis partidas, com quatro vitórias em dois empates. Entre elas, uma vitória sobre o rival Figueirense em partida disputada pela Copa do Brasil, 1 a 0, na última quarta-feira. Além disso, o clube apresentou cinco reforços na última semana, todos já com condições de jogo: Nino Paraíba, Everton Silva, Romário, Juninho e Rudnei.

Mas, sejamos francos, já que esse é um site santista. Se o Peixe quiser fazer uma campanha melhor do que as dos últimos anos no campeonato brasileiro, tem que quebrar a escrita de não vencer na estreia do Brasileiro desde 2005 e começar a competição com vitória, ainda que o jogo seja na Ressacada.

Aliás, mesmo em partidas disputadas na casa do adversário, o Alvinegro leva vantagem no confronto direto. São quatro pelejas com duas vitórias peixeiras, um empate e uma derrota. No geral, o Santos tem cinco vitórias sobre a equipe catarinense, três empates e duas derrotas em dez jogos.

Marquinhos, ex-Santos, é o líder do Avaí no Brasileiro 2015
Marquinhos, ex-Santos, é o líder do Avaí no Brasileiro 2015

Um velho conhecido no Avaí: Marquinhos

O Avaí conta com uma figura bem conhecida o torcedor santista. Marquinho, ou, para o torcedor avaiano, M10, é o líder da equipe em sua quarta passagem pelo clube que o revelou como profissional em 1999.

Hoje com 30 anos, Marquinhos vestiu a camisa do Santos em 2010, tendo boas atuações no belo time de Dorival Júnior naquele primeiro semestre. No final do Brasileiro daquele ano, no entanto, um episódio polêmico. Na peleja entre Santos e Avaí, na última rodada da competição, o Peixe já não tinha qualquer pretensão no campeonato, enquanto os catarinenses lutavam para escapar do rebaixamento. Após abrir 2 a 0, o Alvinegro tomou a virada, com três gols do meia Caio, e Marquinhos, então no Peixe, foi filmado em um camarote chorando pelo time do seu coração ter se salvado na Ressacada. Em seguida, foi emprestado para o Avaí.

Em sua última partida, contra o rival Figueirense pela Copa do Brasil, foi pego dando uma joelhada em um meio a um “bolo” de jogadores (confira o vídeo aqui).

Prováveis escalações de Avaí e Santos

Avaí X Santos

Avaí

Vagner; Pablo, Antonio Carlos, Jéci e Eltinho; Uelliton e Adriano, Renan Oliveira e Marquinhos; Anderson Lopes e André Lima. Técnico: Gilson Kleina

Santos

Vladimir; Victor Ferraz, David Braz, Werley, Chiquinho; Valencia, Renato, Lucas Lima; Geuvânio, Ricardo Oliveira, Robinho. Técnico: Marcelo Fernandes

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Santos 11 X 0 Botafogo-SP. Lembranças do adversário de sábado à noite

“Vocês vão se f… aqui hoje.” Era assim que um mais que motivado Pelé respondia aos adversários, a cada gol que marcava naquele 21 de novembro de 1964, pelas provocações de jogadores e da torcida pela derrota na partida entre Santos e Botafogo-SP meses antes. É o que conta o atacante tricolor Antoninho, nesta matéria. “Não tinha jeito, ele estava ‘endiabrado’. A cada gol que ele fazia, pegava a bola no fundo da rede e voltava pro meio-campo correndo, porque queria bater o recorde de gols”, relembra. “Ele queria vingança por causa do jogo no primeiro turno. Nós ganhamos deles por 2 a 0, a torcida provocou muito e um jogador nosso até sentou na bola”, diz.

ImagemAquela noite foi o recorde de gols de Pelé em uma só partida: oito tentos. E também a terceira maior goleada do Alvinegro na história, perdendo só para os 12 X 1 aplicados no Ypiranga e na Ponte Preta. Naquela noite, como também menciona a reportagem da ESPN, Pepe marcou o quarto do triunfo peixeiro, um gol olímpico. Foi 11 a 0, o Pelé fez oito e eu fiz um. Mas o meu gol foi olímpico! O duro é que ninguém lembra, porque o Pelé fez oito (risos)…”, conta.

Este post lembra que foram 9.437 torcedores os que pagaram ingresso para acompanhar a partida na Vila Belmiro. A equipe de Lula entrou no gramado da Vila famosa com Gilmar; Ismael, Modesto, Haroldo e Geraldino; Lima e Mengálvio; Toninho Guerreiro, Coutinho, Pelé e Pepe. O Botafogo entrou com Machado; Ditinho, Carlucci, Tiri e Maciel; Hélio Vieira e Adalberto; Zuíno, Alex, Antoninho e Gaze.

Duas outras curiosidades. O goleiro do Botafogo, Machado, foi eleito o segundo melhor da peleja, perdendo somente para o Dez santista. Naquela ocasião, o técnico botafoguense era Oswaldo Brandão, demitido em função da derrota. No dia 6 de dezembro, duas semanas depois da goleada, ele voltou a encontrar o Peixe, desta vez comandando o Corinthians, no Pacaembu. Mais um saco de gols: 7 a 4 para o Santos. Brandão tomou 18 gols do Alvinegro em dois jogos, sendo 12 de Pelé.

Histórico de jogos entre Santos e Botafogo-SP

Santos e Botafogo se encontraram 89 vezes e é grande a vantagem alvinegra. O Peixe obteve 54 vitórias, empatou 20 vezes e perde 15, com 201 gols pró e 93 contra.

Santos X Botafogo-SP, hoje à noite, Vila Belmiro

Para o jogo de hoje contra o Botafogo, Oswaldo de Oliveira deve poupar alguns jogadores. Rildo, atacante contratado junto à Ponte Preta, foi relacionado e pode fazer sua estreia. O ala esquerdo Mena e o volante Alan Santos são desfalques certos. No total, 21 jogadores foram relacionados, mas três serão cortados antes da partida. Alguns dos campeões da Copa São Paulo de Juniores estão entre os convocados pelo técnico como o lateral esquerdo Zé Carlos, o volante Lucas Otávio, e os atacantes Diego Cardoso, Jorge Eduardo e Stefano Yuri.

O Botafogo-SP lidera o grupo B, que tem o Corinthians, com nove pontos. Já o Peixe é o primeiro do grupo C, com dez pontos, um à frente do São Bernardo, que derrotou justamente a equipe de Ribeirão Preto na rodada de estreia da competição. A provável escalação do Santos misto hoje é Aranha, Bruno Peres, Jubal, Gustavo Henrique (David Braz) e Emerson; Leandrinho, Lucas Otávio, Jorge Eduardo e Cícero; Victor Andrade (Thiago Ribeiro) e Stéfano Yuri.

Lembrando ainda que o Santos está a quatro tentos do gol 12 mil, sendo o clube profissional que mais fez gols no mundo.

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Arouca comanda, moleques brilham, e Santos atropela Corinthians na Vila

Era 15 de maio de 2011, segunda final do Paulista de 2011, quando Arouca fez seu primeiro gol pelo Santos. O adversário era o Corinthians de Tite, e o Peixe, na Vila Belmiro, se sagraria bicampeão estadual vencendo por 2 a 1. O volante ainda acertaria a trave na peleja.

O camisa 5 (5) do Alvinegro, demoraria a marcar outra vez. Antes, fez uma grande partida no segundo jogo da final da Libertadores, contra o Peñarol, em 2011. Foi dele que veio a assistência para Neymar fazer o primeiro da partida. Marcou seu segundo contra o Guarani, na primeira fase do estadual de 2011. E o terceiro na noite de ontem, (29), na goleada contra o Corinthians, aos 12 minutos da primeira etapa.

Foi o tento que abriu a vitória peixeira. Mas Arouca não fez só o gol. Deu assistência, após um belo lance, para o segundo, de Gabriel, aos 22. E, aos 2 do segundo tempo, desarmou uma bola na lateral esquerda, conduziu a redonda para o campo rival e articulou o ataque que resultou no gol de Thiago Ribeiro, “veterano” aos 27 anos em meio aos meninos da Vila. Moleques como Gustavo Henrique, Alan Santos, Geuvânio e Gabriel. Na etapa final, ainda entraram Leandrinho e o estreante, Stephano Yuri, artilheiro da Copa São Paulo de Juniores.

A sensação térmica de 35 graus não abalou o Santos, que começou a toda nos dois tempos. Mas foi o terceiro gol, feito logo após o intervalo, que acabou com o Corinthians. Os donos da casa, mais condicionados fisicamente e, principalmente, mais tranquilos, botaram os rivais na roda em diversos momentos, enervando-os ainda mais e levando perigo ao gol corintiano ao realizar a transição rápida para o campo de ataque.

Professor bate palmas, e aluno aplicado vibra (Ivan Storti/SantosFC)

 

Oswaldo de Oliveira, que falou a respeito da partida dizendo que este seria o verdadeiro teste do estadual até então, já que ambos estariam no mesmo grau de preparação física – enquanto alguns times do interior estariam acima – não deu banana pra torcedor e nem fez gestos obscenos. Conseguiu sua terceira vitória em quatro jogos e segue invicto à frente do Santos. Um terço dos triunfos conquistados em sua primeira passagem pelo Alvinegro, em 2005, quando obteve nove vitórias, quatro empates e três derrotas em 16 jogos.

O Santos adotou quase na maior parte do tempo um 4-2-3-1 da moda, mas diferente, já que os jogadores se alternavam nas posições e confundiam a marcação corintiana. Gabriel, 17 anos, mostrou personalidade, assim como Geuvânio, que deu um drible da vaca desagradável para Ralf no quarto gol, de Bruno Peres, que acertou de primeira, e de esquerda… Thiago Ribeiro fez dois gols, e foi crucial. Mas o dono do jogo foi Arouca, que pode não ter a regularidade que o torcedor gostaria, até por conta de contusões, mas que não foge do embate e sempre aparece nas partidas importantes, diferentemente de medalhões incensados pela mídia.

Quanto ao Corinthians, quase equilibrou o jogo na segunda metade do primeiro tempo, mas não mostrou o padrão técnico-tático preciso para igualar o ímpeto santista. Em suma, foi bipolar: quando quis ser aguerrido, foi nervoso; quando buscou ser calmo, foi apático. E Mano tinha mesmo que tirar Guerrero, que seria expulso, mas colocar Pato com 4 a 1 contra cheirou a provocação contra o moço.

Agora, faltam quatro gols para o maior time profissional artilheiro do planeta chegar aos 12 mil. E o Santos bateu o Corinthians pela segunda vez em cinco (5) dias, contando a final da Copinha. Quando as coisas ensaiam ficar difíceis, os moleques costumam salvar.

Século 21: Santos X Corinthians

No século 21, Santos e Corinthians já se enfrentaram 47 vezes (sem contar a vitória santista anulada em 2005). Agor,a o Peixe tem 21 triunfos, 12 empates e 14 derrotas.

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Santos supera Corinthians e arbitrariedade da FPF na Copinha. E agora?

Lembro que em uma entrevista da qual participei, Mano Brown comentou que o Corinthians era “aquele negócio de gol no último minuto, o Santos não, é gol de bicicleta, golaço”. Ele tentava explicar a diferença de espírito (ou marca) das duas equipes. E também o que as torcidas esperavam de cada qual.

A final da Copa São Paulo de Juniores mostrou um pouco disso. Não que o Peixe tenha sido um primor de técnica ou que o clube paulistano tenha tido uma raça acima da média de um time que se lança ao ataque quando está perdendo. Mas o fato é que os meninos da Vila chegaram a seus dois tentos com lances de técnica, em especial de Stephano Yuri, que deu as duas assistências. E o Corinthians conseguiu fazer pressão a partir da segunda metade do segundo tempo na base do abafa, alcançando seu gol em uma falha de um defensor peixeiro, e desperdiçando a chance do empate em um lance de falta de tranquilidade (ou um pouco de técnica) de um de seus avantes.

Mas outro fator ajudou na pressão corintiana: a torcida. E aí entre a responsabilidade da Federação Paulista de Futebol, organizadora da competição, que não previu que duas equipes grandes de São Paulo pudesse chegar à final. Ou não quis prever…

Quando soube que o Corinthians havia passado pelo Fluminense e faria a final com o Santos, já imaginava que não seria um jogo com carga de ingressos dividida igualmente. E entra no episódio outro fator, o da falência do poder público paulista que não consegue organizar um clássico de times grandes com estádio dividido de forma igual, o que acontece em alguns outros lugares do país e acontecia até pouco tempo nas bandas de cá. E ainda tem parlamentar eleito por colaborar com esse estado de coisas.

Então, dado que não se pode dividir de forma igual os ingressos, a Federação escolhe como mandante o Corinthians. Por que? O Corinthians fez a melhor campanha da competição? Não. É o campeão de 2013? Não, é o Santos. Tem a melhor média de público? Não, essa é do Alvinegro Praiano também, que, a propósito, levou 25 mil pagantes para a final praticamente de uma torcida só da competição de 2013, três mil a menos que o clássico de agora. Então, como o Corinthians virou mandante na final?

Não há explicação, a não ser a arbitrariedade de sempre de uma federação moribunda, cujo dirigente máximo sonha em comandar também o futebol brasileiro, já que é o principal parceiro de José Maria Marin. Sua postura feudal chega ao ponto de usar as placas de publicidade reservadas para a FPF na final e em outras partidas para divulgar um programa televisivo da entidade que tem como apresentadora a jovem namorada do presidente da entidade, Carolina Galan. O futebol não merece isso.

Acabou a Copa São Paulo de Juniores 2014. E agora?

Mesmo com as adversidades, o Santos venceu. E, olhando para a equipe de 2013, é possível ver que o time titular inteiro sentiu pelo menos o gostinho de treinar com os profissionais. Observando a equipe de profissionais hoje, pode-se perceber que, pela ausência em determinadas posições, alguns atletas de 2014 podem ter chance de fazer parte ao menos do grupo principal.

Claro que a dupla de ataque chama a atenção. Stephano Yuri e Diego Cardoso fizeram cada um nove gols na Copinha, e podem receber oportunidades até porque os de cima, até agora, não mostraram um serviço decente no campeonato paulista. Mas talvez sejam os laterais os mais próximos de serem aproveitados, até porque o Galhardo, pela direita, foi emprestado, e Bruno Peres é comprovadamente temerário. Pelo lado canhoto, Emerson Palmieri não convenceu ainda, e Mena também não é o lateral ou ala que a torcida espera (talvez possa ser). Daniel Guedes e Zé Carlos podem esperar serem acionados.

Entre os volantes/meias, nem Leandrinho muito menos Alan Santos mostraram até agora condição de se firmarem como titulares. Lucas Otávio já provou que sabe se posicionar, tem técnica e sabe sair pro jogo, mas sua altura (1,64) parece ser um impeditivo para que fique no profissional. Se não for o caso, o Peixe poderia liberar o atleta, mas, pelo que já fez, deveria ter algumas chances que atletas com muito menos potencial, e vindos de fora, tiveram no Alvinegro.

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Santos deixa vitória escapar. Mas Vasco mereceu

“Sem a torcida poderia ter sido até goleada para o adversário, sem fazer média.” Era assim que Juninho Pernambucano, após a partida, resumia o jogo entre Vasco e Santos, no Maracanã. Nessa entrevista à Sportv ele também deu uma notícia temerária aos vascaínos: não deve jogar até o final do ano, após sair no primeiro tempo contundido do gramado.

Diante do maior público do ano em um jogo entre times do Brasil, 50.421 pagantes e 57.576 presentes, o Vasco foi em alguns momentos o desespero em forma de time. Mas também foi coração na ponta da chuteira, pra usar o clichê que os cruzmaltinos encarnaram na noite do domingo. Porque só isso, e a força de uma torcida que apoiou de forma incrível seus atletas, justifica a reação de sair de um 2 a 0 para um 2 a 2 que por pouco não se tornou vitória ao fim da peleja. eram 12 contra 11.

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Bruno Peres marcou o primeiro

Bom, na verdade, não foi só isso. O Santos, na segunda etapa, quando o placar marcava 2 a 1, ajudou o Vasco. Desperdiçou contra-ataques porque, incrivelmente, não tinha jogadas organizadas para essa situação de jogo e alguns atletas, que tiveram chances de ouro, não foram solidários na hora H. Gustavo Henrique, zagueiro que fez o segundo gol, foi infeliz no primeiro gol, mais pelo azar do que pela técnica, mas foi imprevidente ao avançar na marcação de um adversário já marcado no segundo tento vascaíno, deixando André (meu Deus, André!) livre para marcar o gol de empate.

E foi uma igualdade merecida. Porque os donos da casa, mesmo evidentemente inferiores tecnicamente, “igualaram na pegada”, como diria Dunga, e tiveram mais ímpeto para atacar, até por sua condição de desespero. Claudinei, mais uma vez, não soube aproveitar todo o campo aberto que os vascaínos deixaram quando estavam em desvantagem, tirando William José e colocando um volante, Alan Santos. O time perdeu em velocidade e não ganhou grandes coisas em marcação. Victor Andrade e Gabriel estavam no banco. O treinador terminou a partida tendo feito só uma alteração, com um atacante de ofício apenas em campo. E ele tinha que marcar o lateral na sala, na copa, na cozinha e no toalete. Significa.

Após o fim da contenda, a torcida vascaína ainda foi presenteada com o gol de pênalti de Pato em Araraquara, que jogou o Fluminense na zona do rebaixamento. Os tricolores estão em 18º lugar, com a mesma pontuação do Criciúma, mas com uma vitória a menos. E estão apenas dois pontos acima da Ponte Preta, penúltima. Ave, Luxemburgo!

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Gabriel é o nome do jogo de novo e Santos supera o Vitória

Gabriel, 16, 17 só daqui a seis dias. Entrou contra o Grêmio na etapa final e fez o gol que garantiu uma estreita vantagem para o Santos na Copa do Brasil. Hoje, contra o Vitória, começou como titular e mais uma vez mostrou frieza incomum para alguém da sua idade. Seu segundo gol como profissional facilitou e muito a vida do Alvinegro contra o Vitória.

Gabriel, de novo, foi o nome do jogoO tento do jovem, aos 8 minutos, decorreu de uma boa troca de passes que envolveu meias e atacantes santistas, contando também com a falha do goleiro Wilson. Tranquilo, o Peixe não foi ameaçado em todo o primeiro tempo, e armou uma estratégia para deixar o Vitória com a posse de bola, roubando bolas no meio e armando contra-ataques rápidos. Poderia ter saído com uma vantagem maior para o intervalo, mas faltou precisão.

No segundo tempo, mais uma vez não houve tempo para o Vitória tentar pressionar os donos da casa. Aos 10, Cícero trocou passes com Montillo e serviu Gabriel. O atacante peixeiro sofreu pênalti, mas o árbitro deixou a jogada seguir e Cícero fez. A partir daí, os santistas trataram de tocar mais a bola, irritando em alguns momentos a torcida, que queria mais agressividade. O Vitória teve duas oportunidades com Dinei, mas continuou com um nível de jogo abaixo do rival. Impressionou mais uma vez a vontade dos jogadores alvinegros, com uma aplicação tática e na marcação que acabam compensando a afobação dos mais novos e mesmo a falta de qualidade de um ou outro.

Com Montillo mantendo um bom jogo, Thiago Ribeiro se adaptando e Gabriel despontando bem, o Santos pode resolver um problema já tratado aqui, no qual o excesso de preocupação com a defesa acabava minando o ímpeto ofensivo da equipe. E o garoto que joga com a onze mostrou, com mais tempo em campo, que tem bola, sabe virar o jogo, tocar rápido, e finalizar. Caso Alisson, que hoje foi titular, e Alan Santos, seu suplente, treinem mais para aprimorar o passe, o torcedor pode ter mais esperanças de termos uma equipe competitiva em breve.

Com 19 pontos, mas tendo ainda dois jogos a menos que a maioria dos concorrentes, o Santos tem 45% de aproveitamento, o que o posiciona mais próximo de uma eventual briga pelo G-4 – o quarto colocado, Corinthians, tem 56% – do que da zona da degola – o Criciúma, time mais próximo de sair do grupo, tem 31%. Mas é preciso engatar uma sequência para dar mais tranquilidade aos garotos e também ao treinador Claudinei Oliveira, que também é um iniciante, poder ousar um pouco mais.

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