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Por que Sampaoli incomodou tanto Levir Culpi?

Declarações de ex-técnico do Atlético-MG sobre treinador argentino mostram como o futebol brasileiro se acomodou

A participação de Levir Culpi no programa Bem Amigos!, da Sportv, repercutiu e segue repercutindo nas redes sociais e em programas esportivos. “Tenho uma convicção sobre seleção, sei quem vai ser o próximo técnico. Eu tenho certeza, vai ser o Sampaoli. Porque ele foi treinar de bicicleta, tem tatuagens e o mais importante: é argentino. Escuta o que eu estou falando. Este é o Brasil”, disse, questionando, de forma irônica na sequência, se o Brasil teria algo a aprender com técnicos estrangeiros.

Não é a primeira vez que um treinador brasileiro reage mal a colegas de profissão vindos de fora. Em outras ocasiões houve a mesma reação, mas parece que dessa vez o incômodo é um pouco maior. Não basta, não apenas para técnicos mas também para alguns jornalistas, que o time de Jorge Sampaoli, o Santos, perca. É preciso que jogue mal. Trata-se não só da figura do argentino, mas de sua ideia de jogo.

Um pouco desses sintomas puderam ser vistos no decorrer da partida entre Grêmio e Fluminense. Quando os gaúchos venciam por 3 a 0, choveram ironias a respeito da forma de jogar proposta por Fernando Diniz, comandante do Tricolor do Rio (ainda que a proposta de Renato Portaluppi não seja também defensiva, como a maioria das equipes da Série A e abaixo). E “especialistas” que pouco ou quase nada acompanharam da carreira de Diniz mas se fartam de critica-lo, tiveram que engolir a seco a virada da equipe carioca.

Aliás, sobre Diniz: poucas vezes vi uma equipe se impor contra o Santos na Vila Belmiro como o Audax na segunda partida da final do campeonato paulista de 2016. À época, o time goleou por 4 a 1 o São Paulo nas quartas de final e eliminou o Corinthians nas semis. Isso com uma equipe que tinha poucos valores individuais e jogadores que não conseguiram grandes êxitos em outros clubes, o que só enaltece mais o trabalho do treinador. Mas nada disso vale na hora de analisar sua performance.

Voltando a Sampaoli. Alguns motivos pelos quais o que faz à frente do Santos chama a atenção.

Expectativa duvidosa – é só verificar o que saiu na imprensa e nas redes sociais à época da contratação de Sampaoli para ver que muitos apostavam no fracasso do treinador. A referência era o desempenho da Argentina na Copa, mais uma vez ignorando-se toda a trajetória de fracasso no mesmo cargo de seus antecessores e de sucesso do argentino em outros lugares.

Resultados rápidos – dado o estilo de jogo adotado por Sampaoli, nem mesmo o torcedor otimista do Santos esperava que a equipe fosse fazer boas apresentações tão rápido. Mesmo reveses como as partidas contra o Ituano e o Botafogo não foram suficientes para incomodar a torcida santista. Basicamente por dois motivos: primeiro, porque o torcedor gosta do “DNA ofensivo” do clube e reconhece quem tenta jogar para frente; segundo, porque há tempos o time não atuava bem e quase sem contratações a esperança peixeira era pequena.

Variações de jogo e de formações – Sampaoli traz não apenas o rodízio de atletas como também muda a forma de atuar conforme o adversário, embora, na maioria das vezes, privilegie a posse de bola.

Estilo pessoal – o treinador argentino parece sofrer como o torcedor que está na arquibancada, o que cria empatia com quem vibra pelo time. Fora isso, adota, como lembrou Levir, uma vida quase de uma “pessoa comum”, andando de bicicleta pela cidade de Santos, passeando na praia com cachorros, sendo simpático com torcedores e mesmo trazendo garotos que assistiam um treino da equipe em cima da árvore para ver de perto os ídolos.

O conjunto da obra incomoda Levir e diversos técnicos e jornalistas, que não cansam de “passar recibo” esperando (e torcendo) pelo ocaso de Smapaoli. O fato é que se trata de uma atitude quase suicida. O futebol brasileiro, antes admirado lá fora, hoje está em uma escalão inferior internacionalmente. As equipes brasileiras, cada vez mais desidratadas em termos de talentos, adotam quase sempre um esquema defensivo baseado em contra-ataques para obter resultados.

Pode ser bom eventualmente para um o outro torcedor quando ganha, mas para o espetáculo de forma geral é ruim. Cada vez mais as pessoas se maravilham com jogos de campeonatos de fora, como a Liga dos Campeões, e se decepcionam com as partidas daqui. Torcedores veem, no máximo, jogos de seus times, ignorando outras pelejas porque sabem que dificilmente vão ver bons jogos.

Técnicos brasileiros não conseguem espaço no futebol de primeira linha lá fora, ao contrário dos atletas daqui. Se isso não é um sinal de alerta, não sei o que é. Há jogadores que dizem, de forma aberta, que um dos motivos para jogar no exterior, além da questão financeira, é aprender a “jogar taticamente”. Mesmo quando treinam clubes e seleções de países periféricos no futebol, como China, Catar, Emirados Árabes, Japão etc, muitas vezes também se deparam com o fracasso. Já os argentinos tem trajetória distinta.

Ao invés de adotar posturas xenófobas, talvez técnicos brasileiros devessem ter humildade em reconhecer as limitações daqui (algo que não é culpa apenas deles, mas também de dirigentes, torcedores e mesmo da mídia esportiva) e se inspirar não só na forma de jogar, mas também de se relacionar com o futebol, que deveria ser mais prazeroso do que se tornou. Do contrário, vamos nos acostumar cada vez mais a um papel secundário no futebol mundial. Uma pena para quem tem uma seleção pentacampeã. Mas natural para quem age com tanta empáfia.

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Santos na Libertadores 2017 – a estreia contra o Sporting Cristal, o “Audax peruano”

Peixe entra em campo nesta quinta (9), às 21h45, em seu retorno à competição depois de cinco anos

Se o Santos enfrentou grandes dificuldades para obter o título paulista contra o Audax, na final da competição estadual em 2016, o torcedor que prepare seu coração — e a sua paciência) —  para a partida de estreia do time contra o Sporting Cristal, em Lima, às 21h45 desta quinta-feira (9).

A equipe já foi apelidada de “Audax peruano” por conta das observações do auxiliar-técnico de Dorival Júnior, Lucas Silvestre. “Eles saem jogando desde o tiro de meta, goleiro e zagueiros arriscam. Até um certo ponto de loucura. Analisamos bem seis, sete, oito jogos deles. Vimos pontos fortes e fracos e vamos explorar as dificuldades dele”, disse Silvestre à Rádio Santos.

As características são semelhantes às da equipe paulista vice-campeã do ano passado. O goleiro muitas vezes joga como líbero, a troca de passes curtos é a tônica e os sistemas de jogo variam entre o 4-2-3-1 e o 4-3-2-1. Em determinados períodos do jogo, o time atua com marcação alta, o que pode abrir espaços no setor defensivo. Pelo menos é o que espera o comando técnico alvinegro.

Ao contrário do que fez na segunda partida da decisão do Paulista, quando “entregou” a posse de bola para o clube de Osasco, Dorival esboçou o Santos pressionando o adversário em seu campo defensivo, buscando aproveitar, por exemplo, alguma falha na troca de passes entre goleiro e defensores. Assim como o Santos, o atual campeão peruano não vive boa fase, vindo de derrota de 4 a 1 para o Academia Cantolao, em casa, fazendo uma sequência de duas derrotas e um empate fora de casa. Nas últimas cinco partidas pelo Paulista, o Peixe conseguiu somente uma vitória.

estreia do Santos na Libertadores 2017

Santos vai ter que mostrar disposição para passar pelo Sporting Cristal (Ivan Storti/ Santos FC)

Quem é o Sporting Cristal

Fundado em 1955, em Lima, capital do país, o Sporting Cristal tem uma origem curiosa. A equipe nasceu da iniciativa dos principais acionistas da cervejaria Backus y Johnston,  Ricardo Bentín e Esther Grande, em 1955. Desde 2005, a companhia passou a fazer parte do grupo multinacional cervejeiro SABMiller, sendo responsável pela marca mais vendida no país, a Cristal, principal patrocinadora da seleção do Peru.

Com a força financeira da cervejaria o Sporting Cristal galgou espaço entre os grandes na década de 1990, quando conseguiu um tricampeonato nacional, tornando-se o segundo clube a realizar tal proeza no Peru, e o primeiro na era profissional. Hoje, tem a terceira maior torcida do país e seu maior feito internacional foi o vice-campeonato da Libertadores, conquistado em 1997, quando foi derrotado pelo Cruzeiro na final. Até hoje, nenhum clube peruano conseguiu levantar a taça da competição.

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Cinco números e dados sobre o 22º título paulista do Santos

Passado o calor do triunfo do Peixe no estadual mais importante do país em 2016, vamos a algumas considerações e estatísticas sobre a conquista alvinegra

1 – Sufoco, mas nem tanto

Sim, o Santos não jogou da sua forma habitual. Que tem sido, aliás, muito similar à forma do Audax atuar. No entanto, foi uma escolha, em sua maior parte, consciente. Dorival Júnior viu o modo com que São Paulo e Corinthians foram eliminados no Paulista pela equipe de Osasco e sabia que os comandados de Fernando Diniz, o conjunto mais entrosado do torneio e talvez do Brasil hoje, gosta de ser acuado em seu próprio campo para encontrar espaços na transição para o ataque.

A opção de Dorival foi alternar a marcação, ora subindo, ora marcando atrás da linha da bola. O Santos ocupou bem os espaços defensivos, mas entregou a posse de bola para o Audax. Apostou na força de seu contra-ataque, que não funcionou durante boa parte do primeiro tempo, situação que se tornou pior com a contusão de Lucas Lima. Mas, quando foi encaixado, resultou no gol santista.

No segundo tempo, os visitantes continuaram com a posse de bola, mas o Peixe passou a levar mais perigo ao gol rival. Se eles acertaram a trave duas vezes, foi o Peixe que teve um gol injustamente anulado, além da maior chance da partida com Ronaldo Mendes. Nos 90 minutos, Vanderlei fez uma defesa mais complicada, de resto, quase não foi solicitado. Não estamos acostumados a ver o Santos atuar assim, e é lógico que isso traz nervosismo. Mas não foi o amplo domínio que a mídia quis vender.

2 – Decide quem está acostumado a decidir

O Audax tem conjunto, o Santos tem menos, hoje, mas tem jogadores decisivos. Quando se olham os número do Footstats, por exemplo, vê-se o tamanho do prejuízo para o ataque do Santos com a saída de Lucas Lima. Ele foi o que mais deu assistências para finalizações no Paulista, 46, simplesmente 13 à frente do segundo colocado, Tche Tche.

Mas os donos da casa tinham Ricardo Oliveira. Na chance que teve, o artilheiro, acostumado a marcar em clássicos e jogos importantes, guardou.

Ricardo Oliveira comemora gol na final do Paulista 2016

Ah, é Oliveira! (Foto: Ivan Storti/ Santos FC)

3 – Caiu na Vila…

O Santos mostrou mais uma vez a força da sua casa. São 28 partidas de invencibilidade na Vila Belmiro, onde não perde, no campeonato paulista, desde 2011. No total, 24 vitórias e 4 empates. A Vila será, mais uma vez, essencial para a equipe no campeonato brasileiro. É preciso aprimorar a forma de jogar fora de casa.

4 – O time que fez mais gols

Se desta vez o Alvinegro não teve o artilheiro da competição, terminou como melhor ataque da competição. Foram 34 gols, contra 32 de Corinthians e Audax.

5 – Campeão do século 21

No início do século, o Peixe tinha 15 campeonatos paulistas e era o quarto entre os grandes no ranking de conquistas do estadual. Agora, tem 22, tendo superado o São Paulo e empatado com o Palmeiras. Em 2016, alcançou a oitava final consecutiva, igualando marca da Era Pelé.

Nestes 15 anos do século 21, o Alvinegro conseguiu uma Libertadores, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, sete Paulistas e uma Recopa. Não é pouca coisa.

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Previsões para o campeonato brasileiro de 2015: o Santos pode ser campeão?

Respondendo objetivamente à pergunta acima: difícil, mas não impossível. Em relação aos dois anos anteriores, esta é a melhor chance do Peixe ao menos disputar de fato o G4, algo que ele só ameaçou fazer nas duas últimas edições do campeonato brasileiro. Claro, há fatores que estão além das vontades dos muros que cercam a Vila Belmiro que podem facilitar ou dificultar a missão. Vejamos alguns deles.

O que pode ajudar o Santos a ir longe no Brasileirão?

Começando pelos fatores externos. Há cinco equipes brasileiras disputando a Libertadores, embora no máximo três continuarão após o meio da semana. Isso significa que dois clubes no mínimo estarão de “ressaca” na segunda rodada do Brasileiro e ao menos dois estarão priorizando a competição continental até a quarta rodada caso percam nas quartas de final.

Times que chegam à final da Libertadores não ganham título do Brasileirão, nada indica que isso vá mudar. Mas os que são desclassificados cedo demais também podem não sentir o baque, a exemplo do que aconteceu no ano passado com o Cruzeiro. Quem for longe, pode não ter fôlego pra ir bem no Brasileiro. Portanto, se os rivais dos quais não gostamos acabarem classificados na semana que vem, há razão para não ficar tão chateado.

Também existe a perspectiva de reforços. Quando fechou a contratação do meia Rafael Longuine, ex-Audax, o presidente do Santos, Modesto Roma, reconheceu a necessidade de chegarem mais jogadores. “Sabemos que o Santos precisa de contratações, e vamos trabalhar para isso. Temos um elenco de 28 atletas para o Campeonato Paulista, e pensamos em ter até 33”, disse na ocasião, o que abre espaço para pelo menos mais quatro nomes.

A partida do meio de semana entre os reservas do Santos e o Maringá também trouxe uma boa nova. A equipe, ao contrário dos últimos anos, tem reservas interessantes em boa parte das posições e os garotos, em que pese o empate sofrido em cinco minutos justamente pela falta de alguém mais experiente em campo, podem e devem evoluir. Algumas peças poderiam fortalecer a equipe como um jogador como opção de velocidade no ataque, um volante ou atleta que possa fazer o papel de terceiro homem no meio de campo e um zagueiro, por exemplo.

Robinho é peça-chave do Santos no campeonato brasileiro (Ricardo Saibun / Santos)

Robinho é peça-chave do Santos no campeonato brasileiro (Ricardo Saibun/Santos)

O que pode atrapalhar o Santos no Brasileirão?

O primeiro fator que pode perturbar a evolução alvinegra é a seleção. Robinho é peça chave desse time não somente pela técnica e inteligência tática, mas também pelo papel de liderança que exerce em campo, algo muito mais notado hoje do que em sua última passagem pelo time. Com a Copa América, ele pode desfalcar a equipe em sete jogos se a seleção for à final e a diferença de aproveitamento entre o time com e sem Robinho é evidente. Com o Rei das Pedaladas, o Peixe não perdeu em 2015, já que nas derrotas diante de Ponte e Palmeiras ele não atuou. Pela ordem, Robinho deixaria de jogar contra São Paulo (F), Ponte Preta (C), Atlético-MG (F), Corinthians (C), Internacional (F), Fluminense (F) e Grêmio (C). E, claro, manter o craque na Vila é fundamental para as pretensões santistas.

Marcelo Fernandes afirmou que ter um bom início de Brasileiro é fundamental para o decorrer da competição. “Estou aqui há cinco anos, e o Santos tem se destacado do meio para o fim do campeonato. O que tem impossibilitado a gente de chegar entre os primeiros é o começo do campeonato”, afirmou. Não é bem verdade, mas a análise até faz sentido.

O Alvinegro terminou o primeiro turno do Brasileiro de 2014 em 9º lugar, com 26 pontos ganhos, 17 atrás do líder Cruzeiro. Em um segundo turno mais equilibrado, ficou em 10º, com 27, mas bem mais próximo dos líderes Cruzeiro e Corinthians, que fizeram 37 pontos. Já em 2013, o Santos terminou em 7º lugar o primeiro turno com 29 pontos obtidos e no returno foi o oitavo, com 28.

A impressão de Fernandes de que o Peixe foi melhor no segundo turno se deve ao fato de que tanto em 2013 quanto em 2014 a equipe ensaiou uma briga pelo G4 que, na prática, não existiu. Em ambos os campeonatos, o time trocou de técnico no meio do caminho: no ano retrasado Muricy Ramalho caiu e o interino Claudinei Oliveira se tornou efetivo e no ano passado Oswaldo de Oliveira deu lugar a Enderson Moreira.

Em 2013, o Santos ainda vivia a perda de Neymar para o Barcelona, mas o fato é que, em algumas partidas decisivas, Claudinei preferiu não arriscar. Sem o risco, perdeu o posto não naquele ano, mas na temporada seguinte. Marcelo Fernandes não pode repetir o erro, já que na segunda peleja da final do campeonato paulista de 2015 quase pôs tudo a perder por conta da falta de ousadia quanto tinha um jogador a mais que o rival. Mire o exemplo de Claudinei, Marcelo…

Já em 2014, Enderson Moreira passou a utilizar com mais frequência Lucas Lima, que teve menos chances do que merecia com Oswaldo de Oliveira, e recuperou o futebol de Geuvânio, encostado pelo técnico anterior. Deu resultado até a contusão do garoto, que trouxe nova queda de rendimento na equipe. Outro alerta para a comissão técnica e para a diretoria: sem reforços e elenco, não se vai longe no Brasileiro, e é preciso treinar atletas para desempenhar as funções dos titulares. Em campeonatos de longa duração, contusões são comuns e o Peixe não pode ser surpreendido.

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Campeonato Paulista 2015: os ex-jogadores do Santos que estão no interior

Olhando para os times do interior que vão disputar a primeira divisão do campeonato paulista, é possível montar um time inteiro com ex-jogadores do Santos. Alguns campeões, outros com passagens rápidas, além daqueles que tiveram papéis, para ser bondoso, controversos. Antes de listá-los, é preciso lembrar do clube que conta com o maior número de ex-atletas peixeiros, e que não está no interior. O Palmeiras contratou Arouca e tem ainda no elenco Maikon Leite, Alan Patrick, Robinho (que na Vila Belmiro se chamava só Robson) e pode ter ainda Aranha. O Corinthians tem Fábio Santos (sim, jogou na Baixada) e o recém-contratado Edu Dracena, enquanto o São Paulo conta com Ganso, Alan Kardek e Carlinhos.

Mas vamos a alguns dos jogadores que o torcedor santista vai se recordar (ou não) quando vir da arquibancada ou do sofá.

Mauro, campeão pelo Santos em 2004

Mauro, campeão pelo Santos em 2004

Mauro (Mogi Mirim) – o arqueiro Mauro José Mestriner que tem hoje 37 anos, foi goleiro campeão brasileiro pelo Peixe em 2004. Nunca foi uma unanimidade, mas acabou se tornando titular por circunstâncias.

Fábio Costa havia saído em 2003 e Vanderlei Luxemburgo havia pedido a contratação do chileno Nelson Tapia, arqueiro da seleção local. Apelidado de “Horácio”, personagem de Maurício de Souza, pelos seus supostos braços curtos, perdeu a vaga para Júlio Sérgio que, depois, foi sacado para dar lugar a Mauro, que terminou como dono do gol. No ano seguinte, disputou vaga com Henao, ex-goleiro do Once Caldas, campeão da Libertadores de 2004, mas acabou como suplente de Saulo no Brasileiro. Saiu na temporada seguinte, transferido para o Noroeste.

Wagner Diniz (Marília) – o lateral-direito chegou a fazer sucesso no Vasco da Gama, clube no qual jogou entre os anos de 2005 e 2008. No início de 2009, após a queda do time carioca para a Série B, chegou ao São Paulo, onde teve um desempenho pra lá de modesto. Como o Santos vivia uma crise financeira severa, acabou acertando o empréstimo do atleta em junho, para a disputa do campeonato brasileiro.

Em agosto, o então presidente do Santos Marcelo Teixeira anunciou que devolveria o jogador ao Tricolor. Diniz era a terceira opção da posição, que contava com George Lucas (!) e Pará (!!).

André Luís mostra cartão amarelo para o árbitro

André Luís mostra cartão amarelo para o árbitro

André Luís (Mogi Mirim) – contratado junto ao Guarany de Bagé para as divisões de base do Peixe, o zagueiro, que foi para as Olimpíadas de Sidney, em 2000, se notabilizou em 2001, por ter escorregado no lance em que Gil cruzou para Ricardinho marcar um fatídico gol do Corinthians nas semifinais do Paulista. Emprestado ao Fluminense, voltou em 2002 para formar a dupla de zaga conhecida como as “Torres Gêmeas”, junto com o zagueiro Alex.

Ficou no Santos até 2005, quando foi negociado com Portugal. Passou ainda por Botafogo, onde mostrou um cartão amarelo para um árbitro em partida da Sul-Americana, São Paulo, Fluminense de novo, Portuguesa e mais alguns clubes. Aos 35, volta ao futebol paulista.

Leonardo (Ituano) – zagueiro que, com 18 anos foi titular do time campeão brasileiro de 2004. Tido como outra grande promessa das divisões de base do Peixe, foi negociado para o Shakhtar Donetsk no ano seguinte, voltando por empréstimo em 2007, sendo pouco aproveitado pelo mesmo treinador de três anos antes, Vanderlei Luxemburgo. Atuou na Ponte Preta em 2014.

Fabiano Eller (Red Bull) – o zagueiro campeão mundial pelo Internacional em 2006 não estava sendo aproveitado pelo Atlético de Madrid em 2008, quando foi contratado pelo Santos, dirigido então por Cuca. Ele vinha substituir Betão, que havia sido transferido para o Dynamo de Kiev, e viveu aquele turbulento Brasileiro em que o clube lutou contra o rebaixamento, com um time medíocre dirigido ao final por Márcio Fernandes.

Com a equipe e o clube em crise no final da gestão de Marcelo Teixeira, o defensor ganhou as manchetes ao brigar com goleiro Fábio Costa após partida contra o Marília no Paulista de 2009 e em agosto do mesmo ano saiu do Peixe para retornar ao Internacional. Saiu atirando contra a diretoria, acusando o clube de oferecê-lo a São Paulo e Grêmio e de ter sido injustiçado.

Eli Sabiá (Botafogo-SP) – vindo do Criciúma para Ribeirão Preto neste ano, Eli Sabiá foi outro que chegou ao Santos em um time pouco talentoso, em 2009. Contratado por empréstimo junto ao Paulista a Jundiaí em maio daquele ano, o jogador não permaneceu em 2010, sendo devolvido ao clube do interior e indo para o Atlético-PR, no segundo semestre.

O zagueiro marcou seu primeiro tento como profissional com a camisa do Santos, na partida contra o Corinthians válida pelo Brasileiro. Mas o Alvinegro Praiano foi derrotado por 2 a 1. Naquele dia o time entrou em campo com Felipe; George Lucas, Fabão, Eli Sabiá e Léo; Emerson (Pará), Rodrigo Mancha, Róbson (Germano) e Paulo Henrique Lima; Madson (Neymar) e Kléber Pereira.

Paulo Henrique (Portuguesa) – o lateral-esquerdo, que foi da base do Alvinegro, é daqueles jogadores que o santista tem que fazer esforço pra lembrar. Fez somente seis partidas pela equipe como profissional, tendo ido para o rio Ave, de Portugal, em 2013, com somente 20 anos. Depois, foi negociado para o Palmeiras em 2014 e hoje está na Lusa. Precisa mostrar a que veio.

Jorge Eduardo (Osasco-Audax) – vindo do Audax por empréstimo para ser campeão da Copinha pelo Santos em 2014, o meia-atacante foi utilizado algumas vezes na equipe principal no ano passado, mas a negociação para a sua permanência emperrou. O clube de Osasco exigia R$ 300 mil por 60% dos seus direitos econômicos, sem dinheiro em caixa, o Peixe devolveu a promessa, que vai disputar o Paulistão pelo seu time de origem.

Rychely, que recebeu apelido de "Kléber Pereira" por parecer com ex-jogador do Peixe

Rychely, que recebeu apelido de “Kléber Pereira” por parecer com ex-jogador do Peixe

Rychely (Red Bull) – você pode até não se lembrar, mas Rychely foi campeão da Libertadores de 2011 pelo Santos. Atacante veloz vindo do Santo André, chegou em maio e ganhou vaga no elenco da competição sul-americana por conta da lesão de Diogo. Foi emprestado para o Vitória no segundo semestre e depois passou por Paulista, Goiás, Ceará e Chapecoense.

Dimba (Penapolense) – primo do artilheiro do Goiás de mesmo nome, foi destaque nas divisões de base e jogou as Copinhas de 2010 e 2011. Foi inscrito na Libertadores de 2012, jogou algumas partidas do Paulista daquele ano, mas não teve muitas chances com Muricy Ramalho, tendo sido rejeitado por jogadores do quilate de Rentería. Passou por Náutico, Botafogo-SP, Boa Esporte, Penapolense e Vila Nova-GO.

Renan Mota (São Bento) – vice-campeão da Copa São Paulo de Juniores em 2010, foi ele quem marcou o gol do empate em 1 a 1 na final contra o São Paulo, que venceu o Alvinegro nos pênaltis. Foi promovido para a equipe profissional no mesmo ano, sendo campeão da Copa do Brasil. Sem se firmar, foi emprestado, reemprestado e agora tem nova chance de mostrar seu futebol na equipe de Sorocaba.

Rildo (Ponte Preta) – esse dispensa apresentação. Em que pese ter feito uma ou outra boa partida pelo Santos em 2014, caiu em desgraça pelos gols perdidos e por correr demais e pensar de menos nos lances, em especial os decisivos. Voltou de empréstimo ao time que o revelou.

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Santos consegue empate imerecido e Oswaldo é trollado por turma do amendoim

Quem se arriscou a ir ao Pacaembu na noite de terça-feira, em um jogo com o ingrato horário de 19h30, mal divulgado pela Federação e tomando chuva, merecia um prêmio da diretoria do Santos. O mando de jogo era do Audax, que pensou faturar com os torcedores rivais cobrando R$ 60 o preço da arquibancada para uma partida da segunda rodada do Paulista, mas deu com os burros n’água. Não só pelo mau tempo, mas também pela inteligência (só que não) da Federação Paulista de Futebol, organizadora do campeonato estadual e da Copa São Paulo de Juniores, que marcou praticamente para o mesmo horário dois jogos do Peixe, o outro, válido pelas semifinais do torneio da base. Resultado: Arena Barueri com ótimo público para ver os meninos da Vila despacharem o Atlético-MG, e o Pacaembu com pouco mais de 2 mil testemunhas. Parabéns aos envolvidos.

Sim, sim, foi um jogo medonho. Boa parte dos jogadores alvinegros mostrou uma evidente falta de condição física, com alguns tendo atuações pavorosas. Era difícil escolher o pior em uma equipe remendada, com desfalques em todos os setores e o meio de campo totalmente reserva. Oswaldo de Oliveira tentou colocar Cicinho na meia, com Bruno Peres, persona non grata da torcida, na lateral direita. Não deu certo. No decorrer da partida inverteu as posições, mas o ex-pontepretano teve um dos seus piores desempenhos com a camisa peixeira.

Trabalhador tira soneca no intervalo da partida. Acordou aos 7 do 2º tempo, mas poderia ter continuado a dormir que não perderia muita coisa...

Trabalhador tira soneca no intervalo da partida. Acordou aos 7 do 2º tempo, mas poderia ter continuado a dormir que não perderia muita coisa…

Não só ele, ou eles, ficaram abaixo do esperado. Além das atuações individuais, saltou aos olhos a falta de um reserva para Montillo, algo mais do que necessário tendo em vista sua iminente ida para o chinês Shandong Luneng. Sem criatividade e articulação, viam-se os atacantes isolados, pedindo uma bola que nunca chegava.

Garoto com camisa do algoz Barcelona torcendo pelo Santos. sinal dos tempos...

Garoto com camisa do algoz Barcelona torcendo pelo Santos. sinal dos tempos…

O Audax fez seu gol no tempo inicial, boa jogada de Rafinha na direita da intermediária santista e passe preciso para Caion fazer de cabeça. Aliás, em nenhum momento a equipe de Fernando Diniz se intimidou com a marcação-pressão alvinegra, tocando sempre a bola para sair jogando de trás, com um bom entrosamento e saídas rápidas. Conseguiu assim diversos contra-ataques durante toda a partida e, se tivesse mais capricho, poderia ter assegurado a vitória já no primeiro tempo.

O castigo para o Audax e o alívio para o torcedor do Santos veio com uma cobrança de falta na cabeça do zagueiro Jubal, que marcou aos 42 do segundo tempo. Empate mais que imerecido do time de Oswaldo, que deu uma banana para parte da turma do amendoim que o azucrinava atrás do banco de reservas. Aliás, xingar o técnico de “burro” sendo que ele não pode contar com mais de meio time, além de não ter nenhuma contratação em campo e nem atletas da base que disputam a Copa São Paulo mostra quem deve ser o burro de verdade…

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janeiro 22, 2014 · 12:20 pm