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Vitória X Santos – relembre quatro triunfos do Alvinegro contra o rival do jogo deste domingo

Os dois times que se enfrentam pela 16ª rodada do Brasileiro já fizeram final de Copa do Brasil em 2010. Em 2014, os palmeirenses comemoraram o gol de Thiago Ribeiro no triunfo santista no Barradão

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Vitória e Santos jogam no fim da tarde deste domingo (24), às 18h30, no Barradão, em partida válida pela 16ª rodada do Brasileirão de 2016. O Alvinegro busca consolidar sua posição no G4 e a equipe baiana defende uma invencibilidade de seis partidas na competição.

No Brasileiro, o histórico dos confrontos entre os dois mostra vantagem do Peixe: são 15 vitórias, 9 derrotas e 7 empates. Contudo, quando se considera o estádio em que vai ser disputado o jogo, os baianos têm 7 triunfos, com 3 revezes e 1 empate.

O Santos, aliás, foi o adversário do Vitória na inauguração do Barradão, em 1986, amistoso disputado em 11 de novembro. O resultado foi um empate em 1 a 1, com Dino Furacão marcando o primeiro gol do estádio. Hêider, de pênalti, marcou o tento de igualdade dos donos da casa.

Relembre abaixo quatro triunfos do Peixe sobre o rival deste domingo:

1 – Santos 3 X 0 Vitória – Campeonato Brasileiro de 2002

A partida era válida pela 8ª rodada da primeira fase da competição e ambas as equipes tinham 10 pontos. O Alvinegro tinha sofrido uma derrota por 3 a 0 para o Internacional no Beira-Rio e a reformulação comandada pelo técnico Emerson Leão, que promoveu garotos da base e rejeitou medalhões oferecidos pela diretoria, era posta em dúvida. Mas naquela quinta-feira, na Vila Belmiro, os donos da casa não deram chance pro azar.

O centroavante Alberto fez dois e Robinho completou o placar contra os visitantes, à época comandados por Joel Santana. Naquele Vitória atuavam jogadores como o volante Dudu Cearense, o meia Allan Dellon e o já veterano Aristizábal.

2 – Santos 4 X 1 Vitória – Campeonato Brasileiro de 2004

Na campanha do título de 2004, o Peixe goleou o Vitória em duelo válido pela 32ª rodada da competição. O triunfo foi importante para que os alvinegros não deixassem o Atlético-PR escapar, já que ambos tinham 58 pontos e estavam empatados na liderança do campeonato.

Elano, Ricardinho e Robinho, duas vezes, fizeram pelo Alvinegro. Obina descontou para os rubro-negros. A partida também foi marcante pelo fato do técnico Hélio dos Anjos ter sido atingido por dois copos d’água, o que determinaria, mais à frente, a interdição da Vila Belmiro até o fim do Brasileiro.

3 – Santos 2 X 0 Vitória – Copa do Brasil 2010

Após tirar Atlético-MG e Grêmio da Copa do Brasil, o Alvinegro enfrentou pela final da competição o Vitória. A primeira partida foi na Vila Belmiro, tendo sido decisiva para o título, já que assegurou uma vantagem de dois gols.

Contudo, o Peixe poderia ter vencido por muito mais, tal seu volume de jogo. Paulo Henrique Ganso e André perderam duas grandes oportunidades cada um e Neymar perdeu um pênalti fazendo uma cavadinha. O próprio Neymar e o meia Marquinhos, de falta, fizeram os gols da peleja.

4 – Vitória 0 X 1 Santos – Campeonato Brasileiro de 2014

O Peixe já não tinha mais nada a fazer no Brasileiro e o time rubro-negro precisava vencer para se livrar do rebaixamento. Quem também estava na disputa para não cair era o Palmeiras, adversário direto dos baianos e que não saiu do empate contra o Atlético-PR no Allianz Parque.

Com o jogo terminando antes em São Paulo, os palmeirenses viam com apreensão o 0 a 0 no Barradão, já que um gol baiano rebaixava o Alviverde. Mas o Peixe, ao contrário do que a história já mostrou de várias partidas duvidosas do Trio de Ferro, não entregou para prejudicar o rival.

Nos minutos finais, Thiago Ribeiro marcou, fazendo a festa no estádio palestrino, com cenas de alegria, no mínimo, constrangedoras.

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Previsões para o campeonato brasileiro de 2015: o Santos pode ser campeão?

Respondendo objetivamente à pergunta acima: difícil, mas não impossível. Em relação aos dois anos anteriores, esta é a melhor chance do Peixe ao menos disputar de fato o G4, algo que ele só ameaçou fazer nas duas últimas edições do campeonato brasileiro. Claro, há fatores que estão além das vontades dos muros que cercam a Vila Belmiro que podem facilitar ou dificultar a missão. Vejamos alguns deles.

O que pode ajudar o Santos a ir longe no Brasileirão?

Começando pelos fatores externos. Há cinco equipes brasileiras disputando a Libertadores, embora no máximo três continuarão após o meio da semana. Isso significa que dois clubes no mínimo estarão de “ressaca” na segunda rodada do Brasileiro e ao menos dois estarão priorizando a competição continental até a quarta rodada caso percam nas quartas de final.

Times que chegam à final da Libertadores não ganham título do Brasileirão, nada indica que isso vá mudar. Mas os que são desclassificados cedo demais também podem não sentir o baque, a exemplo do que aconteceu no ano passado com o Cruzeiro. Quem for longe, pode não ter fôlego pra ir bem no Brasileiro. Portanto, se os rivais dos quais não gostamos acabarem classificados na semana que vem, há razão para não ficar tão chateado.

Também existe a perspectiva de reforços. Quando fechou a contratação do meia Rafael Longuine, ex-Audax, o presidente do Santos, Modesto Roma, reconheceu a necessidade de chegarem mais jogadores. “Sabemos que o Santos precisa de contratações, e vamos trabalhar para isso. Temos um elenco de 28 atletas para o Campeonato Paulista, e pensamos em ter até 33”, disse na ocasião, o que abre espaço para pelo menos mais quatro nomes.

A partida do meio de semana entre os reservas do Santos e o Maringá também trouxe uma boa nova. A equipe, ao contrário dos últimos anos, tem reservas interessantes em boa parte das posições e os garotos, em que pese o empate sofrido em cinco minutos justamente pela falta de alguém mais experiente em campo, podem e devem evoluir. Algumas peças poderiam fortalecer a equipe como um jogador como opção de velocidade no ataque, um volante ou atleta que possa fazer o papel de terceiro homem no meio de campo e um zagueiro, por exemplo.

Robinho é peça-chave do Santos no campeonato brasileiro (Ricardo Saibun / Santos)

Robinho é peça-chave do Santos no campeonato brasileiro (Ricardo Saibun/Santos)

O que pode atrapalhar o Santos no Brasileirão?

O primeiro fator que pode perturbar a evolução alvinegra é a seleção. Robinho é peça chave desse time não somente pela técnica e inteligência tática, mas também pelo papel de liderança que exerce em campo, algo muito mais notado hoje do que em sua última passagem pelo time. Com a Copa América, ele pode desfalcar a equipe em sete jogos se a seleção for à final e a diferença de aproveitamento entre o time com e sem Robinho é evidente. Com o Rei das Pedaladas, o Peixe não perdeu em 2015, já que nas derrotas diante de Ponte e Palmeiras ele não atuou. Pela ordem, Robinho deixaria de jogar contra São Paulo (F), Ponte Preta (C), Atlético-MG (F), Corinthians (C), Internacional (F), Fluminense (F) e Grêmio (C). E, claro, manter o craque na Vila é fundamental para as pretensões santistas.

Marcelo Fernandes afirmou que ter um bom início de Brasileiro é fundamental para o decorrer da competição. “Estou aqui há cinco anos, e o Santos tem se destacado do meio para o fim do campeonato. O que tem impossibilitado a gente de chegar entre os primeiros é o começo do campeonato”, afirmou. Não é bem verdade, mas a análise até faz sentido.

O Alvinegro terminou o primeiro turno do Brasileiro de 2014 em 9º lugar, com 26 pontos ganhos, 17 atrás do líder Cruzeiro. Em um segundo turno mais equilibrado, ficou em 10º, com 27, mas bem mais próximo dos líderes Cruzeiro e Corinthians, que fizeram 37 pontos. Já em 2013, o Santos terminou em 7º lugar o primeiro turno com 29 pontos obtidos e no returno foi o oitavo, com 28.

A impressão de Fernandes de que o Peixe foi melhor no segundo turno se deve ao fato de que tanto em 2013 quanto em 2014 a equipe ensaiou uma briga pelo G4 que, na prática, não existiu. Em ambos os campeonatos, o time trocou de técnico no meio do caminho: no ano retrasado Muricy Ramalho caiu e o interino Claudinei Oliveira se tornou efetivo e no ano passado Oswaldo de Oliveira deu lugar a Enderson Moreira.

Em 2013, o Santos ainda vivia a perda de Neymar para o Barcelona, mas o fato é que, em algumas partidas decisivas, Claudinei preferiu não arriscar. Sem o risco, perdeu o posto não naquele ano, mas na temporada seguinte. Marcelo Fernandes não pode repetir o erro, já que na segunda peleja da final do campeonato paulista de 2015 quase pôs tudo a perder por conta da falta de ousadia quanto tinha um jogador a mais que o rival. Mire o exemplo de Claudinei, Marcelo…

Já em 2014, Enderson Moreira passou a utilizar com mais frequência Lucas Lima, que teve menos chances do que merecia com Oswaldo de Oliveira, e recuperou o futebol de Geuvânio, encostado pelo técnico anterior. Deu resultado até a contusão do garoto, que trouxe nova queda de rendimento na equipe. Outro alerta para a comissão técnica e para a diretoria: sem reforços e elenco, não se vai longe no Brasileiro, e é preciso treinar atletas para desempenhar as funções dos titulares. Em campeonatos de longa duração, contusões são comuns e o Peixe não pode ser surpreendido.

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O empate do Santos com o Coritiba e o que esperar da equipe no Brasileiro 2014

Em seu segundo jogo no Campeonato Brasileiro, o Santos mais uma vez fez uma atuação ruim, algo que vem acontecendo desde a semifinal do Paulista, quando a equipe suou sangue para derrotar o Penapolense. Mas, naquela ocasião, ainda conseguiu fazer três gols, desempenho que não se repetiu nas quatro pelejas seguintes, quando fez apenas dois tentos em duas partidas, ficando no zero em outras duas.

O que aconteceu com aquele time que marcava gols, era ofensivo e ensaiava promover candidatos a estrelas no cada vez mais pobre tecnicamente futebol brasileiro? Pode-se arriscar algumas explicações, mas a diretoria do clube deve estar atenta para conseguir corrigir o rumo da equipe antes que a vaca afunde de forma célere no brejo dos arredores da Vila famosa.

Gabriel: paciência que ele vai render (Ricardo Saibun/Santos FC)

Gabriel: paciência que ele vai render (Ricardo Saibun/Santos FC)

Os jovens sentiram?

Uma explicação bastante recorrente para explicar a queda de rendimento do Santos é o fato de parte dos atletas ser jovem, os ditos novos Meninos da Vila. Geuvânio, Gabriel e outros que costumam frequentar o gramado como Alan Santos, Emerson e Alison. Os homens da frente não têm rendido, em especial Geuvânio, que experimentou o banco de reservas ontem e só entrou no segundo tempo.

É possível que tenham sentido a pressão e/ou se deslumbrado um pouco com o oba-oba da reta final do Paulista. Mas seria injusto colocar a culpa somente nos garotos. Jogadores mais velhos também não corresponderam e têm mostrado dificuldades para liderar ou comandar uma reação. Não é à toa: jogadores experientes que são titulares não estão acostumados a decidir.

Cícero, 29 anos, tem três títulos na carreira: uma Copa do Brasil pelo Fluminense em 2007 e dois triunfos menos expressivos, um estadual de Santa Catarina em 2006 e o título da Sul-americana em 2012, sendo reserva no São Paulo. Thiago Ribeiro era reserva no título mundial tricolor de 2005, e foi escanteado por Muricy Ramalho quando a equipe foi campeã brasileira em 2006. Fora isso, tem os títulos mineiros de 2009 e 2011. Vejam o currículo de outros titulares da equipe e verão que, exceção feita a Arouca, louros importantes são raros.

Não se trata de desmerecer os jogadores mais velhos, mas tentar entender que eles também podem sentir a pressão, como os garotos parecem ter sentido. Ainda que haja diferenças. Thiago Ribeiro tem sempre buscado o jogo, ainda que de forma improdutiva em boa parte dos lances, já Cícero tem sido menos vistoso. Sobre ele, falamos a seguir.

Cícero não pode conduzir a equipe  (Ricardo Saibun/Santos FC)

Cícero não pode conduzir a equipe (Ricardo Saibun/Santos FC)

Cícero não pode ser protagonista

Pelo fato de ser um meia e fazer gols, Cícero por vezes é tido pela torcida, e até mesmo por Oswaldo de Oliveira, como solução para decidir pelejas. Mudanças recorrentes do treinador levam sempre o atleta à frente para que possa ser aproveitado seu poder de definição, já que sua finalização de longa distância é muito boa, assim como o cabeceio. Mas quando isso acontece, em geral acaba o fator surpresa daquele volante/meia que vem de trás e pega o sistema defensivo com o calção na mão.

Ontem, faria mais sentido Cícero vir buscar a bola para fazer a transição para o ataque, já que o Santos perdeu o meio de campo para o Coxa e não conseguia levar a redonda à frente. Ao invés disso, ele foi empurrado para jogar junto aos atacantes na segunda etapa. Mudança manjada e que não tem funcionado. E, assim, Cícero vive a paradoxal condição que em geral é vivida por aqueles “centroavantes-centroavantes”: se faz o gol, jogou bem; se não fez, não jogou. Na prática, seus tentos e a bola parada disfarçam o mau desempenho que tem ao exercer algumas funções na meia. Em alguns contextos, também teria que merecer um banco. Como aconteceu com Damião ontem.

Leandro Damião não engatou. Mas não pode ser bode expiatório (Ricardo Saibun/Santos FC)

Leandro Damião não engatou. Mas não pode ser bode expiatório (Ricardo Saibun/Santos FC)

O fator Damião

Leandro Damião é a contratação mais cara dentro da história do futebol brasileiro. É mais que natural que seja cobrado e que se espere dele algo diferente. Não tem acontecido. Damião também parece sentir a pressão, ainda mais pelo fato de torcida não ter com ele a paciência que reserva a outros jogadores, até pela expectativa que gerou a sua vinda.

Ter um jogador que atua abaixo do esperado atrapalha, mas atribuir a sua escalação todas as desgraças da equipe é exagero. “Ah, mas o Gabriel jogava melhor quando estava como homem de área.” Pode até ser, mas a média de gols da equipe não caiu com a entrada de Damião, em que pese seus gols perdidos irritarem qualquer um. Aliás, Gabriel também tem desperdiçado, como aconteceu com o Sport e ontem. A questão é que, em muitos aspectos, o ex-centroavante do Internacional tem sido prejudicado com o jeito que o Santos joga. Nos 180 minutos da final do Paulista, recorde-se quantas vezes ele recebeu a bola de costas para a área, com um marcador no cangote, e sem ninguém aproximando para receber. Resultado de uma maldita ligação direta que o Santos tem se habituado a fazer. Aí entra o problema do meio de campo…

Montillo, mesmo sem ter sido brilhante, ainda faz falta (Ricardo Saibun/Santos FC)

Montillo, mesmo sem ter sido brilhante, ainda faz falta (Ricardo Saibun/Santos FC)

Cadê o substituto do Montillo?

Impossível dizer que o meia argentino teve uma passagem gloriosa pelo Santos, mas o jogador vinha crescendo de produção e foi o responsável pelas mais belas jogadas do Alvinegro no segundo semestre de 2013. Foi negociado para o futebol chinês e não houve reposição. Parecia que a providência divina tinha ajudado, com Geuvânio por vezes fazendo a função, compartilhada em algumas ocasiões com Thiago Ribeiro e mesmo Gabriel.

Ou seja, nenhum especialista na função que era do atleta portenho. E, no banco, Oswaldo ainda não achou por bem utilizar o promissor meia Serginho. Se não confia nele, o clube tem que contratar. É no meio de campo que a equipe tem penado. Não há substituto com as características de Arouca, por exemplo. Alison é o volante-volante, mais pegada do que técnica, e Alan Santos é, por enquanto, um volante que acha que pode jogar como meia. Mas não pode.

Sem reforços no meio ou alguma solução caseira de Oswaldo, o time vai continuar dependente de atacantes atuando como meias, o que poderia ser uma alternativa de jogo, e não quase uma obrigação. Com zagueiros que têm uma saída de bola ruim, e laterais/alas que também não costumam fazer essa transição. O Peixe vai continuar rifando a bola e sofrendo com desfalques.

Já era o Brasileiro?

Claro que não. Além do intervalo da Copa do Mundo, que costuma mudar o andar da competição, existe ainda a possibilidade, mencionada acima, de se arrumar a equipe com o que há na base. Algum lateral disputando posição ou mesmo um meia que veio de baixo se tornando titular é uma possibilidade. Mas Oswaldo armou uma equipe que apostava em dar uma condição confortável para que os homens da frente resolvessem, muitas vezes individualmente. Eles não têm resolvido e, ao que parece, um e/ou outro deve ir para a reserva.

Teste de criatividade para Oswaldo. E de paciência para o torcedor.

Oswaldo de Oliveira terá que quebrar a cabeça (Ricardo Saibun/Santos FC)

Oswaldo de Oliveira terá que quebrar a cabeça (Ricardo Saibun/Santos FC)

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