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Santos não dá chances ao Corinthians e vai às quartas de final da Copa do Brasil

Ampliando sua série invicta para nove partidas (seis no Brasileirão e três na Copa do Brasil) e obtendo a terceira vitória sobre o Corinthians em três jogos disputados em 2015, o Santos não deu sopa para o azar e definiu rápido o segundo duelo válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Tendo uma vantagem de 2 a 0 na primeira peleja, o Alvinegro Praiano não se intimidou com o campo e a torcida adversárias, indo para o jogo exercendo sua marcação pressão, com muita mobilidade dos homens da frente e dificultando ao máximo a saída de bola dos donos da casa. Foi só com tiros a longa distância que o Corinthians tentou ameaçar o Peixe, que, além do gol de Gabriel, aos 14 minutos, obrigou Cássio a fazer outras três defesas na etapa inicial, enquanto Vanderlei não foi exigido.

No segundo tempo, com a vantagem ampliada, o Santos seguiu com sua compactação e marcação forte no campo adversário. Tite colocou Cristian no lugar de Bruno Henrique, que tinha cartão amarelo, mas a mudança não alterou o jogo no setor em que o Alvinegro dominou: o meio de campo. Mesmo que Renato não tenha feito uma partida brilhante – foi em um erro seu que saiu o único tento corintiano na partida –, errando passes acima da sua média, seu papel tático ao encurtar a marcação do principal atleta adversário na armação, Renato Augusto, foi fundamental. E Thiago Maia, mais uma vez, mostrou que é uma das mais importantes peças no time.

Só quando Dorival Júnior promoveu a entrada de Chiquinho, totalmente sem ritmo de jogo, e de Leandrinho, nos lugares de Geuvânio e Thiago Maia, o time começou a perder terreno para o rival. Mas àquela altura a fatura estava liquidada, com o segundo tento do time feito por Ricardo Oliveira, aos 19.

Lucas Lima mais uma vez foi quem deu o ritmo para a equipe, prendendo a bola quando necessário e dando o belo passe para Geuvânio servir Gabriel no primeiro gol. Mas é necessário destacar o papel de Dorival Júnior, não só no confronto de hoje como desde sua chegada à vila Belmiro. No intervalo, o camisa 11 do Peixe, quando questionado por um repórter sobre o espaço oferecido pelo Corinthians que ele aproveitou, respondeu que a equipe sabia que espaços seriam dados e a situação de jogo foi treinada no decorrer da semana. E uma equipe bem montada, com o talento que alguns jogadores do Santos têm, é a receita da alegria do torcedor santista.

Na Copa do Brasil, o Santos agora aguarda o seu adversário que virá no sorteio realizado na próxima segunda-feira (31).

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Copa do Brasil 2015 – Santos bate Corinthians por 2 a 0 em grande apresentação tática

O Santos conseguiu uma grande vitória sobre o Corinthians pelas oitavas de final da Copa do Brasil de 2015, na Vila Belmiro. O time pode perder por até 1 a 0 na partida de volta que se classifica para a próxima fase, mas, além do resultado em si, o triunfo dá moral para a equipe no restante da temporada.

Com um início intenso, o Alvinegro mostrou disposição e organização tática para pressionar os visitantes. Foram três finalizações logo nos primeiros quatro minutos e, como em outras ocasiões recentes, o ataque e os meias exerceram uma marcação pressão quase perfeita, não permitindo que os corintianos saíssem para o ataque.

Na etapa inicial, o jogo santista se aproximou da perfeição. Os visitantes fizeram uma finalização – errada – ao gol e o Peixe chegou a ter 70% da posse da redonda nos primeiros dez minutos. Com a marcação e os deslocamentos constantes no ataque, e o apoio dos laterais, em especial de Victor Ferraz pela direita, o Peixe conseguiu a vantagem aos 31, em lançamento de Lucas Lima para Gabriel fazer de cabeça.

A vantagem fez jus ao time que procurava mais o jogo e conseguia pressionar o adversário, uma equipe que tinha vindo para a Vila Belmiro em busca do contra-ataque, jogando de forma bastante recuada. Obviamente que a postura corintiana mudaria na etapa final, mas a expectativa era se o Santos recuaria e se contentaria em buscar o contragolpe como arma.

Gabriel fez o primeiro do Santos e mostrou mais uma vez importante papel tático (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Gabriel fez o primeiro do Santos e mostrou mais uma vez importante papel tático (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

O Corinthians veio para o segundo tempo adiantando a marcação, com Renato Augusto atuando mais à frente e seus meias e atacantes tentando bloquear a saída de bola peixeira. No entanto, como no tempo anterior, não conseguiu barrar as jogadas santistas principalmente pelos lados, o forte do time de Dorival.

Ainda que não tenha atuado de forma tão intensa na marcação no campo rival – o que é quase impossível em vista não só do preparo físico como da qualidade da equipe adversária – o Santos não recuou para sua intermediária, fazendo uma marcação forte no meio de campo. Mesmo abrindo mão da posse de bola, foi mais perigoso nas chegadas ao gol, com Ricardo Oliveira desperdiçando diante de Cássio logo no início do segundo tempo.

E mais uma vez foi dos pés de Lucas Lima que saiu o tento santista. Aos 33, ele recebeu de Marquinhos Gabriel pelo lado direito e devolveu de primeira. O meia-atacante, que havia entrado no lugar de Geuvânio, teve frieza para deslocar Cássio e fazer o segundo. Ali, o jogo praticamente acabava e o Corinthians só buscou ameaçar com cruzamento na área, uma arma típica de equipes brasileiras quando estão no desespero.

Além do excelente jogo coletivo, é preciso destacar no Santos o papel de Lucas Lima. Quase onipresente no campo, ele, além de articular e dar as duas assistências para gol, marcou durante boa parte do tempo Bruno Henrique, dificultando a transição do adversário para o ataque. Foi eficiente no ataque e fundamental no equilíbrio do time.

No esquema de Dorival Júnior, o sistema defensivo começa no ataque, e por conta disso invariavelmente os atacantes que jogam pelos lados e barram a subida dos laterais adversários compondo o meio de campo são substituídos. É admirável, a propósito, a evolução tática de Geuvânio e Gabriel sob o comando do técnico. São jogadores mais completos e conscientes de seu lugar no jogo.

A vaga não está ganha, mas o Alvinegro Praiano fez uma partida para qualquer torcedor se orgulhar. E o segundo turno do Brasileiro pode ser uma história muito diferente do que foi o primeiro.

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Depois de apanhar, Santos mostra que continua de pé

Em um dos grandes momentos da história do cinema (só que não), Sylvester Stallone, investido no papel de Rocky Balboa pela sexta vez nas telas do cinema, vira para seu filho, que não quer que o ‘Garanhão Italiano” suba ao ringue com 60 anos de idade, e despeja sua sabedoria em uma frase. “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto consegue apanhar e continuar seguindo em frente.”

E o time do Santos que entrou em campo ontem apanhou na semana passada. Até mais do que as incríveis surras que o personagem de Stallone tomou de diferentes lutadores durante a série cinematográfica. O que estava em questão hoje não era apenas o clássico contra o Corinthians, mas se os moleques e os veteranos, espezinhados com razão por Deus e pelo mundo, iriam suportar a pressão e jogar de forma digna contra um dos times mais consistentes do Brasil.

O início da peleja, com um gol de Paulo André aos 3 minutos, dizia que não. Hoje, não. Ou… hoje, sim? Lembrei daquele time de meninos de 2002, cuja fórmula cantada por comentaristas para que ele caísse na segunda partida das quartas de final do Brasileiro contra o São Paulo era tomar um gol no começo do jogo. E o Santos tomou. Mas não caiu. Também não tombou na noite de ontem.

Chegou a ter 68% de posse de bola no primeiro tempo. Mas pouco ameaçou o gol de Cássio. Essa vem sendo a tática do Corinthians de Tite, pressionar e marcar logo no começo, e depois esperar pelo contra-ataque. Nas duas partidas contra o Corinthians na Libertadores de 2012, na maior parte do tempo o Timão, com a vantagem, marcou atrás da linha da bola contra o Peixe. E se deu melhor.

Mas aquele Corinthians tinha mais qualidade técnica com Paulinho no meio. O Santos também era melhor tecnicamente que o time de Claudinei Oliveira, mas menos coeso taticamente. E menos aguerrido. Porque os donos da casa hoje entraram querendo curar a ressaca, provando que podiam aguentar qualquer trago e qualquer tranco, mesmo com o revés do início.

Na segunda etapa, a superioridade se traduziu em gol. Em um, de William José, mas poderia ter sido dois, poderia ter sido uma vitória de virada. O Santos tomou conta do meio de campo corintiano, Tite tentou corrigir a desvantagem colocando Ibson no lugar de Romarinho. Não bastou. Arouca, Leandrinho, Cícero e, principalmente, um onipresente Montillo, em sua melhor atuação pelo Santos, fizeram do meio de campo seu castelo. Sem contar Léo atrás, que roubou a bola do contra-ataque que resultou no tento peixeiro e Edu Dracena, que calou a boca do crítico futepoquense que o cobrou em relação às declarações infelizes de alguns dias atrás. E Neílton, menos vistoso que eficiente, também mostrou que o passeio de Barcelona foi isso. Um passeio que ficou pra trás, como aqueles que fazemos nas férias.

Assim como no jogo contra o Coritiba, o time não conseguiu traduzir a superioridade nos três pontos. Numa competição de pontos corridos, isso é grave. A equipe precisa do algo a mais, de um ou dois jogadores com poder de decisão, que possam mudar uma partida ou fazer o inesperado quando o contexto exigir. O novo gerente de futebol, Zinho, chegou com a ingrata missão de buscar esse (ou esses) “a mais”. Os santistas aguardam com ansiedade.

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