Arquivo da tag: Cicinho (Santos)

Santos consegue empate imerecido e Oswaldo é trollado por turma do amendoim

Quem se arriscou a ir ao Pacaembu na noite de terça-feira, em um jogo com o ingrato horário de 19h30, mal divulgado pela Federação e tomando chuva, merecia um prêmio da diretoria do Santos. O mando de jogo era do Audax, que pensou faturar com os torcedores rivais cobrando R$ 60 o preço da arquibancada para uma partida da segunda rodada do Paulista, mas deu com os burros n’água. Não só pelo mau tempo, mas também pela inteligência (só que não) da Federação Paulista de Futebol, organizadora do campeonato estadual e da Copa São Paulo de Juniores, que marcou praticamente para o mesmo horário dois jogos do Peixe, o outro, válido pelas semifinais do torneio da base. Resultado: Arena Barueri com ótimo público para ver os meninos da Vila despacharem o Atlético-MG, e o Pacaembu com pouco mais de 2 mil testemunhas. Parabéns aos envolvidos.

Sim, sim, foi um jogo medonho. Boa parte dos jogadores alvinegros mostrou uma evidente falta de condição física, com alguns tendo atuações pavorosas. Era difícil escolher o pior em uma equipe remendada, com desfalques em todos os setores e o meio de campo totalmente reserva. Oswaldo de Oliveira tentou colocar Cicinho na meia, com Bruno Peres, persona non grata da torcida, na lateral direita. Não deu certo. No decorrer da partida inverteu as posições, mas o ex-pontepretano teve um dos seus piores desempenhos com a camisa peixeira.

Trabalhador tira soneca no intervalo da partida. Acordou aos 7 do 2º tempo, mas poderia ter continuado a dormir que não perderia muita coisa...

Trabalhador tira soneca no intervalo da partida. Acordou aos 7 do 2º tempo, mas poderia ter continuado a dormir que não perderia muita coisa…

Não só ele, ou eles, ficaram abaixo do esperado. Além das atuações individuais, saltou aos olhos a falta de um reserva para Montillo, algo mais do que necessário tendo em vista sua iminente ida para o chinês Shandong Luneng. Sem criatividade e articulação, viam-se os atacantes isolados, pedindo uma bola que nunca chegava.

Garoto com camisa do algoz Barcelona torcendo pelo Santos. sinal dos tempos...

Garoto com camisa do algoz Barcelona torcendo pelo Santos. sinal dos tempos…

O Audax fez seu gol no tempo inicial, boa jogada de Rafinha na direita da intermediária santista e passe preciso para Caion fazer de cabeça. Aliás, em nenhum momento a equipe de Fernando Diniz se intimidou com a marcação-pressão alvinegra, tocando sempre a bola para sair jogando de trás, com um bom entrosamento e saídas rápidas. Conseguiu assim diversos contra-ataques durante toda a partida e, se tivesse mais capricho, poderia ter assegurado a vitória já no primeiro tempo.

O castigo para o Audax e o alívio para o torcedor do Santos veio com uma cobrança de falta na cabeça do zagueiro Jubal, que marcou aos 42 do segundo tempo. Empate mais que imerecido do time de Oswaldo, que deu uma banana para parte da turma do amendoim que o azucrinava atrás do banco de reservas. Aliás, xingar o técnico de “burro” sendo que ele não pode contar com mais de meio time, além de não ter nenhuma contratação em campo e nem atletas da base que disputam a Copa São Paulo mostra quem deve ser o burro de verdade…

Deixe um comentário

janeiro 22, 2014 · 12:20 pm

Sobre Vladimir, Claudinei e Dalai-Lama

Existem múltiplas e diferentes formas de emoções e de dores negativas, como a vaidade, a arrogância, a inveja, a ambição, a cobiça, a pusilanimidade etc.

Mas, entre todas, o ódio e a cólera são considerados os mais funestos, porque representam os maiores obstáculos ao desenvolvimento da compaixão e do altruísmo e porque destroem a virtude e a tranquilidade do espírito.

Claudinei não gostou. Nem eu (Ivan Storti/Santos FC)

Era esse ensinamento que o Dalai-Lama vertia em seu livro Todos os dias – 365 meditações diárias era o recomendado para o leitor no dia 6 de setembro. E foi com sua lembrança em mente que olhei para o rosto do arqueiro reserva Vladimir, desolado após mais uma finalização lusa quando o jogo estava três a zero contra o Santos. Tinha atribuído ao atleta alcunhas pouco generosas, adjetivos algo chulos, palavras que não se pronunciam nas homilias. Afinal, ele falhou nos três gols tomados e passava uma sensação de morte iminente no torcedor toda vez que a bola chegava perto da área.

Tudo bem, não jogava desde 2011, pensei, o desculpando com toda postura zen que consegui manter. Mas tem goleiro que passa tempos sem atuar e faz papel melhor. Mas ele não teve uma proteção decente, foi prejudicado por uma péssima atuação defensiva do lateral Cicinho e do capitão Edu Dracena que, não satisfeito com sua bela performance, entregou os pontos ao dizer que o Santos tinha que pensar em 2014. Sinceridade demais no momento errado.

E era preciso ser meditabundo, quase sorumbático, para compreender Claudinei Oliveira. O treinador é jovem, tem um belo futuro pela frente, mas oscila demais junto com seu time. Não possui em mãos um elenco brilhante ou mesmo numeroso, mas inventa em excesso quando não é necessário e altera a equipe com substituições que vão da superlotação de volantes à abundância de atacantes em menos de 90 minutos. Em geral, sempre sem ligação no meio de campo, fazendo a equipe piorar quando já não está bem. Difícil obter padrão assim.

É necessário ter paciência com o time em transição. Mas nem sempre vai ser fácil segurar a língua. O fato é que os dois últimos resultados mostraram o cenário atual do Brasileirão: o Santos é mais arrumado que o São Paulo, e menos que a Portuguesa, bem armado por Guto Ferreira, treinador que fez trabalhos interessantes também na Ponte em 2013 e no Mogi em 2012. Durante a peleja, deu um “prestenção” (verbal) em Claudinei, que reclamava da arbitragem. O santista, ao que parece, resmungou se calou. Eu também. E desisti ali.

Deixe um comentário

Arquivado em futebol, Santos, Século 21