Opa, tinha jogo no Brasil. Quase esquecendo da gloriosa peleja, consegui ligar a TV pouco antes do juiz apitar. Ainda a tempo de ver o início de uma “discussão” sobre se Neymar deveria ou não jogar na Europa, conversa inédita que teria voltado à tona, segundo os oradores, por conta do comentário do global Ronaldo, que já exprimiu a mesma opinião um sem-número de vezes. Visto que não é parte desinteressada no assunto, o ex-atleta não devia pautar nada nem ninguém, mas o peso (opa) de um comentarista da Globo parece que é outro. Aliás, a trupe televisiva que concordou com o Ronaldo achou um belo jeito de promover a seleção brasileira do B, aquela que só tem jogadores que atuam… no Brasil!
Mas a partida está pra começar. Pelo jeito, o confronto, que seria para ajudar a família do garoto Kevin, não era bem pra isso, segundo essa matéria do Uol. De acordo com o texto, não é nem certo que a renda vá toda para os familiares, já que parte dela seria destinada aos ex-jogadores da seleção boliviana que venceu a única Copa América do parco currículo boliviano de conquistas, em 1963.
Bola rolando, nota-se toda a fragilidade da seleção que está em penúltimo lugar nas eliminatórias da Copa do Mundo, o que traz uma dúvida atroz sobre como o Paraguai consegue estar atrás dos bolivianos. Em um primeiro tempo dominado pela seleção, Damião fez o seu e Neymar fez dois, um deles com uma vistosa matada/ajeitada e um toque bonito sobre o goleiro. Já no segundo tempo…
Os autores dos gols brasileiros saíram no intervalo para dar lugar a Pato e Osvaldo. Ainda que enfrentando uma Bolívia com mais reservas, a equipe caiu de produção, também por conta da postura dos adversários de fazerem uma marcação mais adiantada, algo perfeitamente aceito pelo time verde e amarelo. E o sono pós-feijoada começa a proporcionar efeitos mais severos na torcida, ainda mais sem as lições de Educação Moral e Cívica dadas a Neymar por Galvão Bueno e caterva. Ficou sem graça.
Mas, para dar um saborzinho ao murcho tempo final, o palmeirense Leandro mostrou que sim, se pode. É possível sair da reserva de um time para um outro, envolvido numa baciada de atletas, ser convocado para a seleção, estrear e marcar um gol.
“Ah, mas contra a Bolívia até eu!”, dirão os céticos em relação ao tento do palmeirense ou quando comentarem os dois gols de Neymar. Seguindo essa lógica, o que dizer então de quem não consegue se destacar nem contra a Bolívia? Que o diga o já “evoluído” (visto que vem há pouco da Europa Maravilha) André Santos. Mas não só ele.