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Um triplete (hat trick) de Neymar e o histórico de Santos X Goiás

Até a partida que acontece hoje (28) no Pacaembu, Santos e Goiás já se enfrentaram em 48 ocasiões e o histórico do duelo é equilibrado. O Santos tem 16 vitórias, 17 empates e 15 derrotas para o clube esmeraldino.

As duas maiores goleadas goianas contra o Peixe aconteceram no mesmo ano. Foi no nada memorável 2008, penúltimo ano da Era Marcelo Teixeira, quando o Alvinegro lutou contra o rebaixamento até a última rodada, terminando a competição em uma nada honrosa 15ª posição, sem garantir vaga sequer na Copa Sul-Americana.

Na Vila Belmiro, a equipe de Cuca tomou um surpreendente 4 a 0 dos visitantes, gols de Romerito, Iarley (2) e Alex Terra. Era a sétima rodada do Brasileiro e aquele era o primeiro triunfo goiano no campeonato, resultado que manteve o Santos na zona do rebaixamento, então em 18º, junto com o próprio time do Centro-Oeste, 17º.

Vendo a escalação peixeira na ocasião dá pra entender a derrota. Fábio Costa no gol, o volante Hudson na lateral-direita, Fabão, Marcelo e Kléber. No meio, Marcinho Guerreiro (e depois ele, Michael Jackson Quiñonez), Rodrigo Souto, Molina (Lima) e Rodrigo Tabata (Patrick). No ataque, Wesley (originalmente atacante, hoje meia no Palmeiras) e Kléber Pereira. No jogo de volta, no Serra Dourada, nova goleada: 4 a 1 para os donos da casa.

O maior triunfo alvinegro no duelo foi também um 4 a 0, em pleno Serra Dourada. Aconteceu no Torneio Adjair Lima de 1980, dois tentos de Aluísio, um de Nílton Batata e outro de Pita. O Peixe comandado por Pepe jogou aquela peleja com Vítor, Nélson, Joãozinho, Neto (Amaral) e Paulinho; Gilberto Costa, Rubens Feijão (Carlos Silva) e Pita; Nilton Batata, Aluísio e Márcio (Claudinho).

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Neymar celebra seu hat trick contra o Goiás em 2010 (Foto: Leoiran/Fotoshow)

Depois disso, a interessante equipe montada por Emerson Leão em sua primeira passagem pelo Santos, em 1998, bateu os goianos outra vez no Serra Dourada por 5 a 2,em partida válida pela Copa do Brasil, competição da qual o Alvinegro saiu invicto nas semifinais após dois empates com o Palmeiras. Os gols santistas foram marcados por Caio (hoje também Ribeiro), Muller (2) e Anderson Lima (2).

Mas uma goleada marcante aconteceu no Campeonato Brasileiro de 2010. O duelo disputado no Serra Dourada começou com gol de Ernando para os donos da casa, aos 11 da etapa inicial, mas a equipe do treinador Marcelo Martelotte virou e goleou por 4 a 1, colocando o Goiás matematicamente na Série B. O Santos entrou em campo com Rafael; Danilo (Maranhão), Edu Dracena, Durval e Pará; Adriano, Arouca (Roberto Brum), Rodriguinho e Marquinhos (Felipe Anderson); Neymar e Zé Love. Danilo marcou uma vez e Neymar fez um triplete ou hat-trick. Confira abaixo os gols.

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O Tri da Libertadores, dois anos depois

Hoje, 22 de junho de 2013, faz dois anos que o Santos foi campeão da Libertadores pela terceira vez, sendo, junto com o São Paulo, o maior vencedor brasileiro do torneio. Abaixo, vai o texto publicado no Futepoca sobre aquela dia, um dos mais felizes dos santistas nos últimos tempos:

Poderia ter ido ao Pacaembu, ver junto de amigos queridos e de outros tantos desconhecidos que se tornam amigos num momento mágico como o de noite de ontem a final da Libertadores. Mas, por questões logísticas, teria que abrir mão de assistir à decisão com a pessoa que despertou meu interesse pela história do glorioso Alvinegro Praiano, assim como não poderia contar com outros familiares que sofreram e se alegraram comigo durante anos em estádios, diante da TV ou mesmo do lado de um rádio, em tempos idos.
Gostem ou não, ele é fora de série
Não é todo dia que se tem a oportunidade de saber, de antemão, que em determinado dia e horário a história será escrita. E, por conta disso, a minha opção não poderia ser outra. Estava ali, a menos de quatro quilômetros do Paulo Machado de Carvalho, sofrendo a ansiedade que já vinha de dias anteriores, que me fez acordar antes das quatro da manhã de ontem, que dominava o pensamento em cada minuto da quarta-feira.
E a ansiedade se somava ao nervosismo após ao apito inicial. O dito renascido futebol uruguaio mostrava toda sua ênfase na defesa, com um time que não conseguia sequer finalizar ao gol rival. O lance solitário (que não levou perigo) do Peñarol na primeira etapa surgiu de sua estrela, Martinuccio. O meia, aliás, foi dominado pela marcação de um jogador limitado tecnicamente, mas que parecia ter sido preparado para um jogo de paciência de 180 minutos, onde não lhe era dado o direito de se desconcentrar por um segundo sequer. Mas, além da concentração absoluta, Adriano partilhava com seus companheiros aquele algo mais, a obstinação que passa confiança ao torcedor, o toque de raça que é típico de campeões.
Danilo, quatro gols na Libertadores: o menino cresceu
As chances alvinegras apareciam. Com Durval, de cabeça; nos pés de Elano, em duas bolas rebatidas por Sosa; e com Léo, que com o pé direito mandou pra fora a melhor oportunidade peixeira na etapa inicial. Mas o gol só viria no segundo tempo, em lance lapidar. Ganso deu o toque de letra para Arouca, quase que indicando para o volante, o melhor do Brasil, “vai por ali”. Ele escapou de uma falta, escapou de duas,e deu o passe para Neymar. O atacante não dominou para driblar, finalizou de primeira, e a bola fez talvez a única trajetória possível para morrer nas redes: passou rente ao pé do defensor uruguaio, entre a trave o goleiro. Chute forte, com efeito, rasteiro. De goleador, de um fora de série.
Curioso que muitos “desculpem” Mano Menezes pela seleção não poder contar com Ganso, mas não tem a mesma parcimônia com Muricy Ramalho. Com o Dez de volta, e mais Léo, o treinador pôde armar um esquema que tinha uma saída de bola com mais qualidade, com uma fluência melhor na transição da defesa para o ataque, permitindo que o talento de quem tem talento pudesse aparecer. E apareceu.
Coube a Neymar iniciar de novo a jogada do segundo tento. Ele recebeu pela esquerda, soube segurar a bola e inverter o jogo, fazendo a redonda chegar a Elano, que acionou a Danilo. O lateral limpou e finalizou com a perna que “não é a boa”, a canhota. E marcou seu quarto gol na Libertadores. Outros gols poderiam ter surgido, mas Zé Love, o inacreditável, perdeu oportunidades mais que douradas.
O craque e o líder
No fim, um gol uruguaio quase obra do acaso, um tento contra de Durval, um dos pontos de apoio do time no torneio. Mas o Peñarol, que abdicou de jogar futebol durante quase toda a partida (por vocação e opção), não tinha forças para ser o Once Caldas de 2004 redivivo. E, diga-se, o sofrimento para o torcedor veio por ser uma decisão, não por qualquer “opção defensivista do comandante. Aqui tem trabalho, mas ontem o que teve mesmo foi futebol, meu filho!
– Esperei 48 anos por isso, você esperou menos – disse meu pai, depois dos 90 minutos.

É verdade, não esperei tanto. Mas esperei 18 anos pra ver meu time campeão em 2002 e, desde então, poucos times daqui chegaram a tantos títulos: quatro Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e uma Libertadores. O improvável grande que nasceu do município de 500 mil habitantes consolida o seu retorno ao topo, agora como rei da América. O que me fez lembrar o poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa:

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
No futebol, no dia de ontem e sempre, o Tejo foi e será o rio que corre pela minha aldeia.

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Tricampeão – o Santos continua fazendo história

Poderia ter ido ao Pacaembu, ver junto de amigos queridos e de outros tantos desconhecidos que se tornam amigos num momento mágico como o de noite de ontem, a final da Libertadores. Mas, por questões logísticas teria que abrir mão de assistir à decisão com a pessoa que despertou meu interesse pela história do glorioso Alvinegro Praiano, assim como não poderia contar com outros familiares que sofreram e se alegraram comigo durante anos em estádios, diante da TV ou mesmo do lado de um rádio, em tempos idos.
Gostem ou não, ele é fora de série
Não é todo dia que se tem a oportunidade de saber, de antemão, que em determinado dia e horário a história será escrita. E, por conta disso, a minha opção não poderia ser outra. Estava ali, a menos de quatro quilômetros do Paulo Machado de Carvalho, sofrendo a ansiedade que já vinha de dias anteriores, que me fez acordar antes das quatro da manhã de ontem, que dominava o pensamento em cada minuto da quarta-feira.
 E a ansiedade se somava ao nervosismo após ao apito inicial. O dito renascido futebol uruguaio mostrava toda sua ênfase na defesa, com um time que não conseguia sequer finalizar ao gol rival. O lance solitário (que não levou perigo) do Peñarol na primeira etapa surgiu de sua estrela, Martinuccio. O emia, aliás, foi dominado pela marcação de um jogador limitado tecnicamente, mas que parecia ter sido preparado para um jogo de paciência de 180 minutos, onde não lhe era dado o direito de se desconcentrar por um segundo sequer. Mas, além da concentração absoluta, Adriano partilhava com seus companheiros aquele algo mais, a obstinação que passa confiança ao torcedor, o toque de raça que é típico de campeões.
Danilo, quatro gols na Libertadores: o menino cresceu
As chances alvinegras apareciam. Com Durval, de cabeça; nos pés de Elano, em duas bolas rebatidas por Sosa; e com Léo, que com o pé direito mandou pra fora a melhor oportunidade peixeira na etapa inicial. Mas o gol só viria no segundo tempo, em lance lapidar. Ganso deu o toque de letra para Arouca, quase que indicando para o volante santista “vai por ali”. Ele escapou de uma falta, escapou de duas,e deu o passe para Neymar. O atacante não dominou para driblar, finalizou de primeira, e a bola fez talvez a única trajetória possível para morrer nas redes: passou rente ao pé do defensor uruguaio, entre a trave o goleiro. Chute forte, com efeito, rasteiro. De goleador, de um fora de série.
Curioso que muitos “desculpem” Mano Menezes pela seleção não poder contar com Ganso, mas não tem a mesma parcimônia com Muricy Ramalho. Com o Dez de volta, e mais Léo, o treinador pôde armar um esquema que tinha uma saída de bola com mais qualidade, com uma fluência melhor na transição da defesa para o ataque, permitindo que o talento de quem tem talento pudesse aparecer. E apareceu.
Coube a Neymar iniciar de novo a jogada do segundo tento. Ele recebeu pela esquerda, soube segurar a bola e inverter o jogo, fazendo a redonda chegar a Elano, que acionou a Danilo. O lateral limpou e finalizou com a perna que “não é a boa”, a canhota. E marcou seu quarto gol na Libertadores. Outros gols poderiam ter surgido, mas Zé Love, o inacreditável, perdeu oportunidades mais que douradas.
O craque e o líder
No fim, um gol uruguaio quase obra do acaso, um tento contra de Durval, um dos pontos de apoio do time no torneio. Mas o Peñarol, que abdicou de jogar futebol durante quase toda a partida (por vocação e opção), não tinha forças para ser o Once Caldas de 2004 redivivo. E, diga-se, o sofrimento para o torcedor veio por ser uma decisão, não por qualquer “opção defensivista do comandante. Aqui tem trabalho, mas ontem o que teve mesmo foi futebol, meu filho!
– Esperei 48 anos por isso, você esperou menos – disse meu pai, depois dos 90 minutos.

É verdade, não esperei tanto. Mas esperei 18 anos pra ver meu time campeão em 2002 e, desde então, poucos times daqui chegaram a tantos títulos: quatro Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e uma Libertadores. O improvável grande que nasceu do município de 500 mil habitantes consolida o seu retorno ao topo, agora como rei da América. O que me fez lembrar o poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa:

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
No futebol, no dia de ontem e sempre, o Tejo foi e será o rio que corre pela minha aldeia.

Fotos do http://www.flickr.com/photos/santosfc/.

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