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Nasce um gigante

Não é à toa que esse blogue começa a ser escrito no dia 14 de abril. Hoje, o Santos Futebol Clube completa 96 anos de existência.

O ano era 1912 e a cidade praiana começava a se tornar cada vez mais importante em termos econômicos, por conta do seu porto, um dos maiores do mundo já naquela época. A principal commoditie responsável pelo movimento portuário era o café, em franca expansão, que representou em 1909, 95,8% do movimento do porto santista, proporção que se seguiu por mais uma década. No mesmo ano, eram 4.720 metros de cais, com uma saída de 13.130.933 sacas.

Em termos esportivos, o forte da cidade, como em outros locais litorâneos, era o remo. No estado de São Paulo, os primeiros clubes voltados para a modalidade surgiram ali: em 1893, foi fundado o Regatas Santista e, em 1898, o Club Internacional de Regatas, ambos na Ponta da Praia. Foi então que três amigos, Mário Ferraz, Argemiro de Souza e Raymundo Marques, esportistas da cidade e fãs do futebol, resolveram convocar uma assembléia, realizada na sede do Concórdia, para fundar um clube de futebol. O início estava marcado para as 20 horas.

Na reunião, 39 pessoas deliberaram para escolher como se chamaria essa nova agremiação dedicada ao esporte bretão. Vários nomes foram sugeridos. Concórdia, para homenagear o clube que emprestava a sede para a fundação, Euterpe, Brasil, África… Até que Edmundo Jorge de Araújo interveio: “Se é para ser um clube para representar a cidade, que se chame Santos Futebol Clube”. E Raimundo Marques, às 22 horas e 33 minutos declarou: “Meus senhores, acaba de ser fundado o Santos Futebol Clube.” Estava escolhido o nome do Alvinegro que seria o mais famoso do mundo.

Aliás, alvinegro não! Como forma de prestar homenagem ao Concórdia, as cores do uniforme eram azul, branco e dourado. A camisa tinha listras verticais brancas e azuis e os frisos eram dourados. Mas, por conta dos altos custos der se produzir uma camisa tão colorida e cheia de detalhes, complicado e caro fabricar uma roupa com tantos detalhes.

Como forma de solucionar esse problema, o sócio Paulo Pelúccio propôs, no dia 13 de março de 1913, por ocasião da terceira reunião da diretoria, adotar como cores oficiais o branco e o preto. A justificativa apresentada para tal sugestão foi que “o branco representa a paz, e o preto, a nobreza”. O primeiro uniforme era similar ao que hoje o Santos usa como segundo, com listras negras verticais, calções brancos e meias pretas.

Chama a atenção uma outra coincidência da data de fundação do Santos. No mesmo dia, 17 anos antes, em 1895, disputava-se a primeira partida oficial de futebol em terras tupiniquins. Aconteceu no campo da Várzea do Carmo, entre o São Paulo Railway, time de Charles Miller, o introdutor do esporte no país; e a Companhia de Gás. Talvez não seja só mera coincidência…

Sobre a fundação – http://www.novomilenio.inf.br/porto/portoh06.htm

Livros-referência:

Time dos Sonhos – Odir Cunha (Editora Códex)

Dicionário Santista – José Roberto Torero (DBA)

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