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Santos X Corinthians – a chance de Jair Ventura virar o jogo

Diz um dos jargões utilizados por jogadores de futebol que eles costumam ficar ansiosos pela próxima partida após uma derrota para se livrar da sensação ruim que fica após um revés. Se isso se aplicar aos atletas do Santos, não é possível reclamar da sorte. Após a pior partida da equipe comandada por Jair Ventura no ano, justamente na estreia da equipe na Libertadores contra o adversário teoricamente mais fraco do grupo, a chance da recuperação vem logo em seguida, e contra um de seus maiores rivais.

Não que seja uma tarefa fácil. Além do desfalque de Gabriel Barbosa, jogadores e comissão técnica chegaram apenas na sexta da viagem de volta de Cuzco e o Corinthians tem um dia a mais de descanso para o clássico que será disputado no Pacaembu, às 17h do domingo. Mas também por isso, e diante de uma casa cheia de santistas (até sexta, 34 mil ingressos tinham sido vendidos), que um triunfo peixeiro pode dar mais confiança aos jogadores, selar a paz já abalada com a torcida e dar mais tranquilidade ao treinador para seguir com eventuais experiências nesta fase do Paulista e centrar a recuperação na Libertadores.

É sabido que Jair Ventura gosta de atuar esperando o erro do adversário e fechando espaços para fazer a transição rápida ao ataque. No Santos, em algumas partidas buscou variar adiantando a linha de marcação, mas em nenhuma ocasião conseguiu uma formação compacta que ou sufocasse o rival ou bloqueasse os espaços na defesa para criar chances de contra-ataque.

No Peru, isso ficou mais evidente, inclusive pela própria escalação, com Renato e Vecchio no meio de campo. Ambos tinham que fazer a função de municiar o ataque e voltar para fechar os espaços na intermediária, mas o condicionamento físico não permitiu que fossem bem sucedidos nem na frente, nem atrás. E outro problema fica evidente: a falta de opções.

Um jogador que poderia atuar na meia, por exemplo, seria Jean Mota, aliás, sua posição de origem. Mas vejam o primeiro gol do Real Garcilaso contra o Santos. Quem vacila na marcação é justamente o lateral improvisado. Não é a primeira vez. No ano passado, também na Libertadores, contra o Atlético-PR, ele falhou em jogada semelhante, que resultou no gol rubro-negro.

Jair Ventura no Santos Futebol Clube

Jair tem no clássico alvinegro a oportunidade de se recuperar da má estreia na Libertadores 2018 (Ivan Storti/Santos FC)

Isso mostra duas coisas: primeiro que, de fato, Jair tem hoje poucas opções no elenco, o que pode melhorar com o aproveitamento de alguns jovens, a estreia de Dodô e o retorno de Bruno Henrique. Isso não o exime de erros na escalação e nas substituições no jogo contra o Garcilaso, como a entrada tardia de Rodrygo e a saída de Eduardo Sasha, um dos melhores em campo.

O segundo ponto é algo que vem desde os tempos de Dorival Júnior, em seus últimos meses como treinador na Vila Belmiro, manteve-se na passagem de Levir Culpi e aparece em jogadas como a do gol da equipe peruana. Jogadores do Santos simplesmente “desligam” durante períodos da partida, se perdendo no posicionamento tático e cometendo o que no tênis seria chamado de “erros não forçados”. Não é à toa que a equipe tomou gols no Campeonato Paulista durante o início de vários jogos, evidenciando esse comportamento.

É algo que precisa ser trabalhado, caso contrário, torna-se impossível emplacar qualquer tipo de novo esquema tático. Fábio Carille soube dar sequência no trabalho iniciado por Tite no Corinthians, fazendo com que jogadores, alguns bem limitados, cumprissem o plano de jogo determinado e trouxessem resultados positivos para a equipe, como o surpreendente troféu de campeão brasileiro em 2017.

Jair Ventura tem capacidade técnica para fazer algo semelhante no Santos e para isso foi contratado. Mas é preciso mostrar mais variações de jogo, principalmente quando a equipe tem o domínio da bola, e principalmente um pouco mais de ousadia, elemento que faltou no Peru. Que o treinador aproveite a chance que tem no domingo.

Santos X Corinthians no Pacaembu

Domingo (5) – 17h

Histórico do Santos como mandante no Pacaembu – em 17 partidas como mandante no clássico alvinegro, atuando no estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, foram nove empates, cinco vitórias do Santos e três vitórias corintianas. A última partida entre ambos com o Peixe como dono da casa aconteceu em 1994, com derrota santista por 2 a 1. Na ocasião, o gol peixeiro foi marcado por Neto, ídolo do rival.

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Atlético-PR 2 x 3 Santos – com “herança” de Dorival, Peixe vence fora de casa na Libertadores

Confira alguns pontos que levaram o Alvinegro à vitória e o que ainda precisa ser corrigido por Levir Culpi

Um triunfo de virada, na casa do adversário, e com três gols marcados em uma competição que dá peso distinto ao tento marcado no domínio rival. O Santos voltou da sua primeira partida pelas oitavas de final da Libertadores de 2017 com uma vantagem significativa, ainda que não seja o suficiente para já crava o Peixe nas quartas de final. Até a segunda partida do confronto, em 10 de agosto, uma quinta-feira, na Vila Belmiro.

É preciso ressaltar que um dos fatores que levou o time à vitória na Vila Capanema foi uma das variações táticas utilizadas por Dorival Júnior no campo ofensivo. Quando o time ataca, muitas vezes o lateral se desloca para o meio servindo como opção até mesmo para a finalização. Foi assim que surgiu o segundo gol do Santos, com Victor Ferraz finalizando livre de fora da área e contando com a falha de Weverton. É bom lembrar que o mesmo expediente deu a vitória à equipe no campeonato brasileiro, na partida contra o Botafogo, sob comando de Elano.

No entanto, é na parte defensiva, também pelos lados, que o Peixe encontra dificuldades, também desde a época em que Dorival Júnior era treinador do time. Como os ataques principais dos adversários em geral acontecem por ali, os torcedores costumam culpar diretamente os laterais pela debilidade defensiva, e nem sempre a culpa é deles. Victor Ferraz, nas redes sociais, foi acusado de não saber se posicionar taticamente. Pode-se falar (muitas vezes de forma equivocada) que ele não joga com vontade, que não sabe cruzar, que erra mais do que deveria etc e tal, mas seu jogo tático não é o problema.

Vejam abaixo onde está Ferraz nos dois gols sofridos pelo Santos ontem que, sim, foram pelo lado dele. Na disposição da equipe alvinegra, quando o time é atacado por um lateral adversário, quem tem a obrigação de fazer a marcação é o atacante que está atuando naquele lado no momento da partida.

Marcação do Santos contra o Atlético-PR

Atacantes chegam atrasados enquanto Victor Ferraz está na cobertura

Reparem que Sidcley, nos dois lances, avança sendo perseguido, primeiro por Bruno Henrique; depois por Copete. Ambos estão atrás do lateral e não conseguem impedir o cruzamento. Ferraz está na cobertura, fechando o espaço para o eventual avanço de um atacante por aquele lado ou mesmo para marcar o lateral caso passe e avance em direção à área.

Quando o adversário tem um lateral com características mais ofensivas e sabe avançar ou é rápido, esse tipo de marcação feita pelo Santos pode facilitar para o rival. O ideal seria deslocar um dos volantes para fazer a cobertura por ali. Mas esse é um problema do técnico, e não do jogador. E é o comandante que tem que ser cobrado.

Já no segundo gol do Atlético-PR é possível perceber que há, sim, uma falha do lateral. No caso, o esquerdo, Jean Mota. Enquanto os dois zagueiros guardam a pequena área, Rossetto, aberto pelo lado esquerdo da defesa santista, dentro da área, recebe sozinho. Era ali que deveria estar Mota, mas o ala peixeiro está à frente, observando o lance junto com Thiago Maia, que também poderia fazer tal marcação. No mano a mano, a tendência é os zagueiros sempre levarem a pior.

Marcação do Santos contra o Altético-PR

Jean Mota e Thiago Maia observam enquanto Matheus Rossetto domina e cruza

Barrando a principal arma ofensiva do Atlético, as jogadas combinadas com Sidcley, o Santos pode levar menos sufoco do que levou no jogo de volta. É bom lembrar também que tais avanços possibilitam explorar aquele lado, e o time de Levir soube explorar bem aquele lado no segundo tempo. Questão de sintonia fina.

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Santos 6 X 2 Linense – goleada na estreia do Paulistão 2017

Peixe demonstra força ofensiva em partida com muita movimentação. Lucas Lima volta a ser o maestro da Vila

Em sua estreia no campeonato paulista de 2017, o Santos goleou o Linense na Vila Belmiro por 6 a 2 na noite desta sexta-feira (3). Rodrigão marcou 2, com Lucas Lima, Arthur Gomes, Vitor Bueno e Thiago Ribeiro fazendo pelo Peixe.

No primeiro tempo, algumas das variações táticas que Dorival já tinha ensaiado contra o Kenitra. Em especial, a marcação alta com os dois laterais entrando pelo meio, facilitando a jogada de infiltração e abrindo espaço para os atacantes nas pontas. Atrás, próximos da linha central, os zagueiros junto com um ou os dois volantes, facilitando a transição e dando mais qualidade de passe, também abrindo a chance de um lance mais longo.

Além do óbvio destaque para Rodrigão, mais uma vez Lucas Lima se destacou pela intensa movimentação, dando a pinta de que o problema dele em parte de 2016 de fato era sua condição física. Ele voltou para buscar a bola e atuou bastante pelo lado direito do ataque, com Vitor Bueno ocupando o que seria o posicionamento do dez pela meia. Iniciou os lances dos dois gols do centroavante peixeiro.

No retorno do segundo tempo, o Peixe sofreu um gol aos 8 minutos, justamente em uma falha que não se pode ter quando é aplicada a marcação alta. Thiago Santos recebeu entre os zagueiros, com Zeca dando condição de jogo para o atacante do Linense, que avançou e acertou um belo gol de fora da área.

A partir dali, foram quatro minutos de instabilidade, com alguns jogadores perdendo um pouco a concentração. Caso de Zeca, que entregou uma bola para Caíque, que finalizou para defesa de Vanderlei (um escanteio não anotado pelo árbitro).

Lucas Lima comemora o terceiro da goleada santista contra o Linense

Lucas Lima comemora o terceiro gol do Santos com os companheiros de time. Destaque da estreia alvinegra

Mas o medo durou pouco para o torcedor peixeiro. Aos 13, Copete roubou uma bola no meio de campo, que chegou a Thiago Maia. O volante serviu Lucas Lima, que entrou na área e não perdoou, aliviando os santistas mais cautelosos.

O herói do jogo saiu aos 26, dando lugar a Arthur Gomes. Rodrigão caiu de produção na etapa final, tentou um ou outro lance de efeito, mas deixou sua marca pelos dois gols e também por passes que deixaram seus companheiros em situação de fazer. Além disso, é o típico atacante “brigador”, daqueles que conseguem em todo jogo um desarme perigoso. Falta técnica e velocidade, o que não casa muito com o esquema de jogo alvinegro. Mas é um jogador que pode ser útil em muitas situações.

Aos 27, saiu Thiago Maia e entrou Léo Cittadini, um “coringa” nas mãos de Dorival. Que tem correspondido, aliás. Mas foi o outro suplente quem marcou. Arthur Gomes aproveitou excelente lançamento de Lucas Lima e fez o quarto do Peixe em falha do goleiro Edson Kolln.

Contudo, o Santos tomou o segundo aos 34. Outra vez em uma falha na linha de impedimento, com Gabrielzinho fazendo sozinho. Ainda falta concentração e comunicação entre os jogadores que fazem a linha defensiva. Nesse caso, mais uma vez, Zeca dormiu. Contar em provocar impedimento próximo à linha da área é um perigo enorme, já que não há chance de recuperação dos defensores.

O Santos ainda tomou uma bola no travessão, em lance de cobrança de falta, aos 42, mas marcou o quinto aos 45, com Vitor Bueno. E Thiago Ribeiro ampliou aos 47, em jogada combinada com Victor Ferraz. No lance, mostrou uma de suas características principais, a finalização. Outro que pode ser útil para Dorival, em que pese o estranhamento que a torcida tem com o atleta.

A força ofensiva e os momentos de intensidade que o Santos conseguiu imprimir na partida são dados animadores. Mas a fragilidade defensiva demonstrada em determinados períodos preocupa, ainda que se desconte o pouco tempo de treinamento e o fato de ser início de ano. De qualquer forma, uma goleada que anima o torcedor e honra as tradições alvinegras.

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Santos X Linense – Peixe definido e Dorival pode estrear novo esquema

Treinador santista treinou nessa quarta-feira (1) uma linha de cinco, com um apenas um zagueiro de ofício

O Santos está com o time praticamente definido para a estreia no campeonato paulista de 2016, contra o Linense, nesta sexta-feira (3) na Vila Belmiro. Sem poder contar com quatro reforços, por problemas de documentação, Dorival Júnior vai ter à disposição apenas dois novos contratados: o lateral-direito Matheus Ribeiro e o volante Leandro Donizete. Ambos vão começar o jogo no banco de reservas.

O técnico também não vai contar com Ricardo Oliveira, que se recupera de um caxumba, e David Braz, que volta de contusão. Assim, o time que deve iniciar o duelo contra a equipe do interior terá Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Yuri e Zeca; Renato, Thiago Maia e Lucas Lima; Vitor Bueno, Copete e Rodrigão. No papel, a mesma escalação inicial do onze que enfrentou o time marroquino do Kenitra.

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Dorival pode testar linha de 5 contra o Linense (Foto: Ivan Storti/ Santos FC)

Embora, pela escalação, a equipe possa atuar no já tradicional 4-3-3, variando para o 4-2-3-1, Dorival treinou nesta quarta-feira um esquema já usado no final de 2016, com uma linha de cinco atrás: Renato centralizado, entre Lucas Veríssimo e Yuri. Nessa formação, os laterais ficam liberados para ir à frente ou compor o meio de campo quando o Alvinegro tem a posse de bola. Pode ser uma estratégia útil, por exemplo, para quando o time sofrer com uma marcação mais alta, situação em que a equipe sofreu dificuldades na temporada passada.

Ingressos para Santos X Linense

Os ingressos para a partida entre Santos e Linense começaram a ser vendidos nesta segunda-feira (30). Os preços variam entre R$ 20 (meia) e R$ 80. Confira abaixo as opções e os postos de venda:

Arquibancadas Superiores (Portões 7/8 e 24): R$ 40 (a inteira) e R$ 20 (a meia)
Arquibancada Visitante (Portão 21): R$ 40,00 (a inteira e R$ 20,00 (a meia)
Cadeira Térrea Lateral (Portão 26): R$ 50 (a inteira) e R$ 25 (a meia)
Cadeira Coberta de Fundo (Portão 22): R$ 60 (a inteira) e R$ 30 (a meia)
Cadeira Coberta Lateral (Portão 25): R$ 80 (a inteira) / R$ 40 (a meia)

 

Postos de venda

Vila Belmiro (Santos) – Rua Princesa Isabel, s/ nº – Vila Belmiro – Bilheteria principal (próxima ao Portão 6).

Quiosque Compre Ingressos/Redegol (Santos) – Shopping Miramar – 2º Piso – Gonzaga – Segunda à sábado das 10 às 22hs – Domingo das 15h às 21hs

Santos Store Museu Pelé (Santos) – Largo Marquês de Monte Alegre s/n – Valongo – Centro Histórico – Tel.: (13) 9 8115-1544 / (13) 9 9142-5909 – Terça a Domingo das 10 às 17hs –

Loja Claro (Cubatão) – Avenida 09 de Abril 2.204 Loja 05 – Centro – Tel.: (13) 3357-1254 – De segunda à sábado, das 09 às 18h00; Exceto Domingo e Feriado

Loja Claro (Praia Grande) – Avenida Costa e Silva 154 – Boqueirão – Tel.: ( 13)3352-5077 – De segunda à sábado, das 09 às 18h00

Loja Restrito (São Vicente) – Rua João Ramalho 630 – Centro – Tel.: 13 3466- 9097 – De segunda à sábado, das 09 às 19h00
Postos de venda, em São Paulo, em Guarulhos e no ABC

Subsede do Santos FC/SP – Av. Indianópolis, 1.772 – Planalto Paulista – São Paulo – Tel.: (13) 3257-4000 / Ramal 5000 – Horário: das 11 às 17h00

Santos Store (São Paulo) – Rua Augusta, 1931 – Cerqueira Cesar – São Paulo/SP – Tel.: (11) 3064-1574 / (11) 3064-1576 – De segunda a sábado, das 10 às 19h00; domingo e feriado não abre

Santos Store (São Bernardo do Campo/SP) – Shopping Metrópole – Praça Samuel, 200 – Loja LN 25 – Centro/SP – Tel.: (11) 4336-5757 – De 2ª a sábado, das 10 às 22h00; domingos e feriados, das 14 às 20h00

Santos Store (Guarulhos) – Internacional Shopping – Guarulhos/SP – Piso Térreo – Loja D28 – Rodovia Presidente Dutra, saída 225. tel.: (11) 2114-3098 / (11) 9 4484-7331 – De 2ª a sábado, das 10 às 22h00; domingos e feriados, das 14 às 20h00

Santos Store (São Paulo) – Shopping Pátio Paulista – Rua Treze de Maio 1.947 – Bela Vista – Tel.: (11) 253.8524 / (11) 9 8742-4925 – De segunda à sábado, das 10 às 22h00; Domingo e Feriado das 14 às 20h00

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Santos passeia sobre o São Paulo com banho tático de Dorival

O Santos superou (ou goleou, conforme o conceito de “goleada”) o São Paulo na noite desta quarta-feira (9), na Vila Belmiro, por 3 a 0, ficando a um ponto de entrar no G-4 do Brasileirão 2015. Mais uma vez, foi uma vitória convincente do time, que acumula uma série invicta de treze partidas entre as duas competições que disputa. Mais que isso, um triunfo com a marca de Dorival Júnior.

O São Paulo de Juan Carlos Osorio entrou em campo buscando refrear o ânimo santista, elevado em seus domínios. Para isso, buscou exercer uma marcação-pressão no campo dos donos da casa que chegou a ter efeito nos primeiros minutos, forçando erros da defesa alvinegra. Mesmo assim, os visitantes não conseguiram chegar com perigo à meta de Vanderlei, e acabaram dando a senha para a construção da vitória peixeira.

O Tricolor marcava quase de forma individual os atacantes santistas e, com a pressão feita sobre a defesa alvinegra, acabava dando espaços no meio de campo. Foi aí que apareceram Thiago Maia e, principalmente, Renato atuando cada um junto a um lateral, sobrando em cima da marcação rival que era precária pelos lados. Com triangulações e trocas rápidas de passes nas beiradas do campo (no time de Dorival quem corre é a bola), os donos da casa se impuseram e, por meio de uma falta cometida no lado esquerdo do ataque santista, saiu o primeiro gol em cobrança de falta de Zeca, bem finalizada no cabeceio de David Braz.

A movimentação santista era intensa não somente entre os homens de frente, mas também no meio. Aliás, sem um esforço extra dos jogadores, que mantêm a intensidade do jogo em alta durante a maior parte do tempo, nenhum esquema tático daria certo. Marquinhos Gabriel fazia as vezes de Lucas Lima, mas também caía pela ponta, exercendo o papel de Geuvânio no esquema ideal de Dorival. A entrega do meia impressionou.

Ricardo Oliveira marcou o 3º do Peixe, seu 50º com a camisa santista (Foto: Foto: Ricardo Saibun/Santos FC)

Ricardo Oliveira marcou o 3º do Peixe, seu 50º com a camisa santista (Foto: Foto: Ricardo Saibun/Santos FC)

Longuine, que foi o substituto do atacante lesionado, mostrou que foi a opção correta do técnico (ainda mais que os reservas em tese seriam Neto Berola e Leandro, que não conseguem desempenhar a função tática de Geuvânio). O meia vindo do Audax mostrou versatilidade ao apoiar o ataque mas também cobrir o avanço dos volantes, compondo o meio de campo e não deixando a defesa exposta. Foi dele o segundo gol peixeiro, uma combinação com Gabriel em um momento em que o Santos apertou a zaga são-paulina e o volante-meia Renato roubou a bola.

Na etapa final, mesmo com as mudanças feitas por Osorio, o Santos tratou de definir a partida aos 7. Um cruzamento perfeito de Victor Ferraz, que mais uma vez teve bela atuação tanto na defesa quanto no apoio, encontrando Ricardo Oliveira, o artilheiro do Brasileirão 2015, na cara de Renan Ribeiro. Foi seu 16º gol na competição, o 50º com a camisa alvinegra em 79 pelejas.

Dorival e os jogadores mostraram mais uma vez que sabem sair de determinadas situações que a partida impõe e as variações táticas da equipe funcionam. Com 37 pontos, a equipe vai a Campinas no próximo domingo encarar a Ponte Preta em busca do lugar no G-4. E o treinador santista tem razão: é prazeroso ver o Santos jogar…

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Com desempenho e público de Série B, Santos é derrotado na Vila Belmiro pelo Grêmio

Antes de tudo, é preciso deixar claro. O árbitro da partida entre Santos e Grêmio, o paranaense Felipe Gomes da Silva, faz um sinal permitindo a entrada de Geuvânio, que estava fora de campo, no gramado. Depois, por dizer que não havia autorizado, deu o segundo amarelo para o jogador e o expulsou aos 27 do primeiro tempo.

O prejuízo foi grande, mas é preciso dizer. Até aquele momento, o Alvinegro não conseguia chegar ao gol do Grêmio, que marcou com Pedro Rocha logo aos 4 minutos. Mais uma vez pelo lado esquerdo da defesa, e cabe repetir o que já disse. Pode ser o Caju ou o Victor Ferraz ou o lateral que for naquele setor. O problema está na cobertura do meio de campo que não existe e também no atacante que fica por ali, já que em um 4-3-3 ou 4-2-3-1 o homem mais à frente tem que atrapalhar o início da armação do rival.

Ou seja, é mais um problema técnico – ou “de técnico” – que individual. Quando uma equipe tem esquema de jogo definido, é bem treinada e cada um conhece as funções que tem que desempenhar no decorrer de uma partida, jogadores medianos se tornam bons, e bons se tornam ótimos. Mas quando o time é mal treinado, atletas ficam no mano a mano, os erros se multiplicam e mesmo os bons se tornam medianos, e os craques se tornam na maior parte do tempo somente comuns.

Um time bem treinado faz o que os tricolores fizeram no segundo gol do Grêmio, marcado pelo ex-santista Galhardo. “Ah, mas eles estavam com um jogador a mais”. Verdade. O Peixe, quando esteve em situação similar na segunda partida da final do campeonato paulista, não aproveitou. E quando ficou com dez contra dez, na peleja contra o Corinthians, quase viu sua vantagem no placar desaparecer.

santos gremio

Galhardo, ex-Santos, comemora o segundo gol do Grêmio (Reprodução)

Ricardo Oliveira até deu alguma esperança para o Santos, que melhorou com a entrada de Longuine no lugar de Lucas Otávio. Mas quando colocou Neto Berola no lugar de Thiago Maia, contundido, o “tudo ou nada” de Marcelo Fernandes virou “nada” muito rapidamente, com gol de Yuri Mamute que recebeu sem nenhuma marcação, livre para fazer o terceiro e não deixar dúvidas sobre o triunfo gremista na Vila, o segundo na era dos pontos corridos (os gaúchos já havia vencido em 2011, um a zero com gol de Escudeiro). Fim de uma invencibilidade de 14 jogos na Vila Belmiro e mais um jogo de triste memória para o santista.

A saída de Marcelo Fernandes é questão de tempo. Pode acontecer ainda hoje ou daqui a alguns dias, mas vai acontecer. De forma tardia. Porque se nem sempre os resultados conseguem mostrar justiça, uma série de partidas e as falhas apresentadas mostram o estágio de uma equipe. E o Santos tem falhado repetidas vezes do mesmo jeito, com falhas recorrentes no setor esquerdo da sua intermediária, independentemente de quem esteja atuando. A equipe tem dificuldades na saída de bola, não consegue acertar contra-ataques e até mesmo a noção de “jogar bem” se desvirtuou. Como dizer que um time que cria duas ou três situações de gol em uma partida “jogou bem”, como já se disse em partidas disputadas nesse Brasileiro? Rebaixamos nosso nível de avaliação?

E a diretoria do Santos?

Que a diretoria atual do clube pegou uma situação complicada financeiramente, é fato. A gestão Odílio foi catastrófica nesse aspecto. No entanto, seis meses de gestão depois, não se vê qualquer ação promovida para tirar o Santos desse buraco financeiro. A “promoção” feita para atrair torcedores na peleja de hoje, por exemplo, foi um fiasco: 4.942 pessoas no estádio. E nem é preciso ser da área pra saber que beira o amadorismo. O setor de comunicação também não ajuda. Sem isso, o clube não vai obter receitas.

“Nós vamos ter de jogar muito em Brasília, Cuiabá, Natal. Vamos, sim. Mas com planejamento. Não é avisando uma semana antes. Você tem que programar, marketing é isso, não é só vender patrocínio master, que nem isso venderam, mas não é só isso. Não é só licenciar produto. É criar produto, vender produto, planejar as ações do clube. Estão fazendo as coisas sem planejamento”, disse Modesto quando era candidato, nesta entrevista publicada em 9 de novembro de 2014. Parece, de verdade,q ue algo mudou?

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São Paulo 3 X 2 Santos – um longo calvário sem Robinho?

Clássico San-São foi o primeiro da equipe alvinegra sem o Rei das Pedaladas e evidenciou que o time ainda não tem uma forma de jogar definida para suprir a ausência do atacante

O clássico entre Santos e São Paulo disputado ontem à noite no Morumbi foi a primeira das prováveis sete partidas que o Alvinegro jogará sem Robinho. E a confusão tática mostrada no decorrer da partida evidenciou o quanto o Santos sente falta do Rei das Pedaladas, que pelo jeito encaminha bem sua renovação.

Isso decorre não somente da qualidade do atacante, mas por não haver nenhum reserva com suas características. No primeiro tempo de ontem, Marcelo Fernandes optou por Rafael Longuine como substituto de Robinho, o que, na prática, significou a mudança do 4-2-3-1 para um 4-4-2, com o meia não atuando do lado esquerdo do ataque, mas compondo a marcação na meia e vez por outra buscando a aproximação com Ricardo Oliveira.

Também por isso, mas não só, a atuação da equipe na etapa inicial foi algo próximo do patético. Com uma postura covarde, jogando excessivamente atrás, o time não soube sair da marcação-pressão que os donos da casa exerceram em boa parte da partida, já que, ao que parece, não existe treinamento na Vila Belmiro para esse tipo de situação de jogo. Dominado no meio de campo, o Santos viu o São Paulo arriscar tiros de fora da área, já que os tricolores também não apresentaram força ofensiva ou criatividade para furar o bloqueio santista na entrada da área.

Diante desse panorama, quem tentou mais, marcou, e o gol são-paulino surgiu em cobrança de falta pelo lado esquerdo da defesa alvinegra, aos 33. Tiro forte, mas no canto de Vladimir, que mais uma vez tomou um gol de falta com uma bola vindo próxima a ele, como aconteceu contra o Avaí. Substituído por Vanderlei no intervalo, o arqueiro deve voltar a frequentar o banco.

Mas se o gol do São Paulo veio em uma falha de Vladimir, foi um pênalti infantil que trouxe de volta o Santos ao jogo. Denílson abriu o braço direito em direção à bola e o árbitro Thiago Duarte Peixoto marcou. Ricardo Oliveira fez aos 46. Um empate imerecido para o Peixe, mas que também fazia jus à fragilidade ofensiva dos donos da casa, que dominaram, mas pouco criaram.

Lucas Lima, perdido no primeiro tempo, não foi suficiente para a vitória santista (Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Lucas Lima, perdido no primeiro tempo, não foi suficiente para a vitória santista (Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Marcelo Fernandes muda, e erros individuais enterram o time

No segundo tempo, além da troca no gol, Marcelo Fernandes sacou Rafael Longuine e voltou à formação tática original, com Marquinhos Gabriel sendo o “dublê” de Robinho. O Alvinegro virou o marcador em falha de Rogério Ceni após finalização de Ricardo Oliveira, a um minuto da etapa final.

Contudo, mais uma vez a torcida do Santos nem teve tempo de comemorar, pois o empate veio aos 5, cabeçada de Paulo Miranda depois de escanteio cobrado pela esquerda da defesa santista (é sempre por ali). Um zagueiro cabecear sem qualquer marcação em um lance originado de bola parada é de desanimar qualquer torcedor. Werley, que seria o marcador no lance, vacilou, tendo feito uma partida hesitante também, em especial no segundo tempo.

Curiosamente, para quem se preocupou tanto com a armação defensiva, foi uma substituição na frente que resultou no lance do pênalti da virada são-paulina. Geuvânio jogou boa parte do tempo preocupado em bloquear as descidas do lateral-esquerdo Carlinhos, ex-Santos. Ele cedeu lugar ao meia Marquinhos, ex-Audax, que até chegou bem no ataque com alguma velocidade, mas desempenhou com timidez a função de marcação. E foi em um avanço do lateral tricolor que Daniel Guedes cometeu a penalidade convertida por Ceni.

De positivo, ficaram as atuações de Lucas Otávio e o ímpeto ofensivo de Daniel Guedes pela direita, que buscou jogadas mais agudas e foi bem na frente. Ambos estão mais confiantes com a sequência que têm tido e podem ser importantes no decorrer da competição, em que pesem eventuais erros.

O fato de Marcelo Fernandes buscar variações táticas também é algo a se comemorar, embora o resultado não anime. É preciso treinar situações de saída de bola com marcação-pressão e também lances de contra-ataque, alguns desperdiçados de forma tola quando o jogo estava 2 a 2. E o técnico também deve perceber que, às vezes, no contexto do jogo é melhor abrir mão do centroavante para abrir mais espaços na defesa rival e tornar o ataque mais rápido.

5ª rodada do Brasileirão 2015

São Paulo 3 X 2 Santos

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)

Data: 3 de junho de 2015, quarta-feira

Horário: 21 horas (de Brasília)

Árbitro: Thiago Duarte Peixoto (SP)

Assistentes: Carlos Augusto Nogueira Junior e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (ambos de SP)

São Paulo – Rogério Ceni; Bruno (Hudson), Paulo Miranda, Dória e Carlinhos; Denílson, Souza, Thiago Mendes (Centurión), Michel Bastos e Ganso; Alexandre Pato (Luis Fabiano)

Técnico: Milton Cruz

Santos – Vladimir (Vanderlei); Daniel Guedes, Werley, David Braz e Victor Ferraz; Lucas Otávio, Renato e Lucas Lima; Rafael Longuine (Marquinhos Gabriel), Geuvânio (Marquinhos) e Ricardo Oliveira

Técnico: Marcelo Fernandes

Cartões amarelos: Michel Bastos, Rogério Ceni, Paulo Miranda, Renan Ribeiro (São Paulo). Ricardo Oliveira, Lucas Otávio, Werley (Santos)

Cartão vermelho: Marquinhos Gabriel

Gols: Michel Bastos, aos 33 minutos do primeiro tempo, Ricardo Oliveira, aos 46 e a 1 minuto do segundo tempo; Paulo Miranda, aos 5, e Rogério Ceni, aos 39 minutos do segundo tempo.

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Robinho brilha de novo, mas Santos expõe defeitos contra o Linense

Com outra apresentação brilhante de Robinho, o Santos superou o Linense por 4 a 2 no Pacaembu, na noite deste domingo. E, mais uma vez, a atuação do atacante, que marcou dois gols e realizou uma assistência, acabaram ofuscando algumas falhas reincidentes do time de Enderson Moreira. O problema crônico da falta de compactação da equipe segue, mas algumas situações de jogo podem, na prática, ajudar a identificar onde estão as lacunas de um elenco que ainda precisa se reforçar para a sequência do ano.

Antes de qualquer coisa, não concordo com boa parte dos torcedores que crucifica o atual técnico do Santos, que não é perfeito, mas também não é pior do que a média de “professores” dos clubes grandes do Brasil. Ele conseguiu montar uma equipe com três atacantes, havendo uma mobilidade interessantes entre eles, embora um, Geuvânio, tenha a função de marcar até certo ponto um lado do campo, enquanto Lucas Lima faz a mesma coisa do lado contrário.

O esquema conta ainda com laterais que, em boa parte do tempo, são menos alas e mais zagueiros, o que garante solidez à defesa santista e libera quem sabe atacar para fazer o que sabe. Um volante mais de um lado e um segundo do outro, ainda que Renato tenha prioridade para avançar um pouco mais que seu companheiro, seja ele Alison, Valencia ou Lucas Otávio.

É nas variações do esquema, em função do elenco desigual que tem, que Enderson se perde. Algo recorrente, por exemplo, é a troca do primeiro volante por Elano a certa altura do segundo tempo. Em tese, a troca melhoraria o passe no meio de campo em momentos no qual o time pode contra-atacar, mas o fato é que o sistema não tem funcionado. Contra o Linense, por exemplo, mesmo que o colombiano Valencia não seja uma Brastemp, sendo lento e muitas vezes pouco produtivo no desarme, Elano marca ainda menos, e se o Linense já tinha certa vantagem no enfrentamento com o meio de campo peixeiro antes de sua entrada, a situação piorou. E o time do interior conseguiu diminuir a vantagem de 3 a 0 dos donos da casa para 3 a 2.

O panorama piorou tanto que o treinador santista teve que corrigir sua equivocada modificação, colocando um volante de ofício, Lucas Otávio, no lugar de Geuvânio. Recompôs a marcação, controlando melhor a partida, e afastou qualquer possibilidade de empate do Linense quando colocou Gabriel em campo, que deu a assistência para Robinho fechar o placar. O meio é o carma de Enderson e é nesse setor que novas alternativas deveriam ser pensadas.

Fora isso, é preciso falar sobre Robinho. Podem dizer que o atacante tem jogado bem porque tem atuado contra times menos qualificados. É um fato, mas poucos questionam isso quando o autor da proeza é, por exemplo, Alexandre Pato ou outro similar. O que poucos podem negar é que o Sete do Peixe é um dos poucos atacantes atuando no país que pode matar uma bola longa com qualidade, articular o jogo quando recua para a meia, partir em velocidade sem deixar de pensar como alguns velocistas de outrora ou de hoje, e ainda dar toques de primeira para companheiros. Faz a diferença. E, em um time mais entrosado e com um meio de campo de mais qualidade, pode liderar o Santos rumo a títulos.

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