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Santos supera o Guarani no sufoco, em outra apresentação ruim

Mesmo com um jogador a mais em quase todo o segundo tempo, Alvinegro precisou marcar nos acréscimos para assegurar a vitória

Mais uma vez o Santos jogou mal e precisou contar com um gol contra aos 48 minutos do segundo tempo para vencer o Guarani, no Brinco de Ouro, nesta segunda-feira, por 2 a 1.

Se no jogo contra o Red Bull Bragantino as triangulações entre meia/lateral/atacante chegaram a aparecer vez ou outra, em especial no primeiro tempo, contra o Guarani elas rarearam um pouco mais, praticamente desaparecendo no lado esquerdo.

O time buscou a movimentação sempre para deixar o corredor aberto para o cruzamento pelos lados do campo. Algo a que o torcedor estava pouco acostumado, ver a bola quase toda hora pelo alto à procura de algum atacante na área.

Em que pese essa falta de criatividade, foi assim que saiu o gol do Santos na primeira etapa. Aos 21, Felipe Jonathan cruzou pela esquerda e Arthur Gomes se posicionou bem, saindo da marcação do miolo da zaga e acertando uma bela cabeçada.

Jogando no 4-1-4-1, com Alison à frente da linha de laterais e zagueiros na defesa e os atacantes fechando o meio de campo para ocupar os espaços quando atacados, o Alvinegro pouco foi ameaçado na etapa inicial.

A expulsão a 1 minuto do segundo tempo de Lucas Ribeiro parecia acenar para um jogo mais tranquilo para o Santos. Mas isso não aconteceu. O Guarani tornou mais aguda sua proposta de subir a marcação e atrapalhar a saída de bola do Peixe, mesmo expediente usado pelo Red Bull na estreia santista, e levou perigo ao gol de Everson até o empate. Um escanteio após uma bola recuperada na defesa alvinegra. Na jogada ensaiada bugrina, Everson falhou e Rafael Costa anotou de cabeça.

O gol castigou o Santos que foi pouco incisivo mesmo com um atleta a mais. A equipe cadenciava a bola quase sem pretensão ofensiva e, depois de tomar o gol, passou a sentir ainda mais dificuldade para atacar já que o Guarani se postou mais atrás.

O Bugre quase chegou a virar aos 40, mas Everson salvou o time em uma defesa providencial. Já nos acréscimos, aos 48, a sorte sorriu para o Santos, embora a equipe não merecesse pelo futebol jogado. Jean Mota cobrou falta para a defesa do goleiro e Pablo acabou chutando contra o próprio gol no reflexo.

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Santos teve muitas dificuldades na partida, mas conseguiu vitória no sufoco (Ivan Storti/Santos FC)

É cedo para falar, mas…

A parte física pesou, é fato, mas a proposta de jogo de Jesualdo Ferreira ainda não se tornou visível. Há um esboço com triangulações, jogadas pelas laterais com cruzamentos na área, mas até aqui um repertório ofensivo muito fraco e previsível.

Falta velocidade na transição da defesa para o ataque, e também mais jogadores participando das ações à frente. Pituca não se adaptou ainda para participar das jogadas ofensivas do lado esquerdo e as trocas pelo meio quase inexistem.

De positivo, pode-se destacar a melhora de Raniel quando atuou pelo lado direito, sendo o atacante mais perigoso do Santos na etapa final. Uribe, por outro lado, quando entrou, mostrou mais uma vez pouca mobilidade, não conseguindo finalizações mesmo com as bolas alçadas na área.

O Santos não vai ter o futebol vistoso do ano passado. Mas precisa ser efetivo.

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Arquivado em futebol, Santos, Século 21

Santos de Jesualdo estreia com empate na Vila Belmiro. Poderia ter sido pior…

Com desfalques, o Alvinegro chegou a tomar sufoco do Red Bull Bragantino. Na estreia, foi possível ver as mudanças táticas em relação a 2019

O Santos não passou de um empate em 0 a 0 com o Red Bull Bragantino nesta quinta à noite, na Vila Belmiro. Um confronto de dois times da Série A, mas, justiça seja feita, se alguém deveria sair com a vitória seriam os visitantes.

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Pouco inspirado, ataque do Santos quase não produziu durante a partida contra o Red Bull Bragantino (Ivan Storti/Santos FC)

Logo na primeira etapa foi possível perceber algumas mudanças no jeito do Santos jogar em relação à equipe de Sampaoli. Jesualdo gosta das triangulação pelos lados do campo, com atacantes muitas vezes fechando pelo meio abrindo espaço para a descida dos laterais ou para os meias atacarem pelos lados. No primeiro tempo, o time tentou jogadas ofensivas usando o expediente, com Pituca pela esquerda e Carlos Sánchez na direita, mas pouco produziu.

O Santos de Jesualdo também não exerceu marcação-pressão como fazia o onze de Sampaoli em especial no início das partidas. Muitas vezes defende em seu próprio campo apenas com Sasha na frente, posicionando os atacantes e meias para a saída rápida no contra-ataque, condição que o Bragantino não permitiu na etapa inicial.

Atrás, o Santos não passou sufoco. Em poucos momentos o Bragantino buscou subir a marcação, com Alison dando um ou dois sustos quando apertado, já que foi em muitas ocasiões o responsável pela saída de bola, jogando à frente da zaga. Mas Everson foi exigido somente em um chute de fora da área de Claudinho.

Sem a mesma intensidade do ano passado (é preciso levar em conta as condições físicas de início de temporada), o Santos só chegou de fato ao gol de Júlio César com duas finalizações de Sánchez. Uma delas pelo lado direito do ataque, quando ficou sem marcação e chutou de três dedos, e em uma falta cobrada pelo lado esquerdo.

No segundo tempo, Jesualdo tirou Kaio Jorge e colocou o Raniel em seu lugar. O estreante, ex-São Paulo e Cruzeiro, entrou para atuar no lado direito, trocando com Marinho. O Bragantino voltou melhor, ocupando mais o campo de ataque e se aproveitando de passes errados e alguma displicência em jogadas no meio de campo alvinegro. O Peixe pareceu voltar a campo só na finalização de fora da área de Pará, aos 16.

Mostrando a insatisfação com a movimentação no ataque, Jesualdo mexeu novamente aos 18, colocando Arthur Gomes no lugar de Eduardo Sasha. Logo na sequência, Vinicius Munhoz também mexeu, tirando Bruno Tubarão para colocar Tonny Anderson, que pôs Ytalo duas vezes na cara do gol logo depois de entrar. Na primeira oportunidade Everson salvou e na segunda o Santos contou com o travessão para não sair atrás no placar.

Com o Alvinegro inoperante no ataque, o Santos mexeu pela terceira vez. Derlis Gonzales entrou para a saída de Marinho. Aos 30, o time teve todo o trio de atacantes trocado. Mesmo com algumas chances de contra-ataques, três delas desperdiçadas nos pés de Arthur Gomes, os visitantes continuaram levando mais perigo.

É preciso paciência, mas…

O Santos jogou sem Soteldo, talvez o principal jogador da equipe, que está na seleção pré-olímpica da Venezuela, e sem Lucas Veríssimo. E é verdade que o Bragantino é o time mais forte da competição fora os quatro grandes, e está melhor fisicamente já que fez jogos-treino e adiantou sua preparação. Mas alguns sinais merecem atenção.

Alison continua preciso nos desarmes, mas muitas vezes se posiciona mal e erra passes infantis.  Sendo responsável pela saída de bola, pode virar presa fácil para os adversários. Os laterais se portaram mais como laterais defensivos do que como alas, e quando foram à frente não produziram. Se essa for a ideia de jogo, é preciso um meio de campo mais participativo ofensivamente, para compensar um tipo de jogada que foi forte para o time no ano passado.

Se o Santos sofreu para vencer a Ferroviária na estreia do Paulista do ano passado, mostrou uma disposição muito maior na partida, com um primeiro tempo à la Sampaoli, uma marcação avançada que quase não deixava o rival respirar. Hoje, foi possível ver as mudanças no jeito de jogar, mas para o torcedor a falta de intensidade foi algo evidente. É preciso ver a evolução da equipe nas próximas partidas, mas a ofensividade de 2019, se existir, será em outro patamar.

 

 

 

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