Finalmente o Santos conseguiu sua primeira vitória longe da Vila Belmiro no Brasileiro de 2015. Não foi um jogo brilhante, mas a equipe conseguiu manter o Cruzeiro sob controle a maior parte do tempo e se aproveitou do desespero e da falta de padrão tático do time de Vanderlei Luxemburgo. Agora, o Alvinegro está em 9º na competição, a quatro pontos do G4.
Sem poder contar com Gabriel, que sofreu um edema na coxa direita no jogo contra o Corinthians no meio da semana, e também Geuvânio, suspenso por ter levado o terceiro cartão amarelo na partida contra o Avaí, Dorival Júnior promoveu as entradas de Neto Berola e Marquinhos Gabriel, e o time tentou não mudar a característica de apertar a marcação desde o ataque. No entanto, o Cruzeiro usou do mesmo expediente, o que, aliás, era de se esperar, dada a necessidade dos donos da casa.
Mas os dois substitutos do ataque não só não têm o mesmo potencial técnico dos titulares como também não tem a mesma facilidade de marcar a saída de bola. Assim, no duelo das marcações no campo rival, a equipe mineira levou vantagem no início, pressionando a defesa peixeira principalmente pelo lado direito da intermediária alvinegra, com Alisson. Por ali, o time celeste chegou a um gol anulado de forma correta, aos 16. Mas, fora esse lance e uma finalização de Marinho pelo lado esquerdo da defesa peixeira, o Cruzeiro não conseguiu traduzir a maior posse de bola em oportunidades.
O Santos, ao contrário, brilhou pela precisão. Foi na primeira bola recebida em boas condições por Ricardo Oliveira que o centroavante limpou e finalizou. Um belo petardo que chegou a 90 km/h e foi parar no ângulo esquerdo do goleiro Fábio. Eram 42, e depois disso o Alvinegro ainda chegou em outra oportunidade com Marquinhos Gabriel, tentando nocautear os abalados donos da casa já na etapa inicial.
Luxemburgo fez duas alterações no intervalo, substituindo Vinícius Araújo e Marcus Vinícius por Allano e Gabriel Xavier. E Dorival Júnior também não teve muita paciência com Neto Berola, sacado aos 9 minutos e dando lugar a Leandro. Já no início era possível ver os espaços dados pelos donos da casa, que passaram a tentar o ataque, mas sem compactação. Assim, o Alvinegro começou a tocar mais a bola e criar mais oportunidades do que no tempo inicial. A melhor delas em lance de Ricardo Oliveira em uma virada de bola dentro da área, aos 11.
Logo em seguida, foi o Cruzeiro quem chegou com perigo, em finalização de Allison, que exigiu uma grande defesa de Vanderlei. No rebote, Allano chutou para fora. Mesmo sem muita intensidade, o time mineiro tentou, da forma como podia, ir ao ataque e o Alvinegro se acomodou demais durante parte do jogo. Lucas Lima não teve o mesmo desempenho de outras partidas, prendendo às vezes excessivamente a bola, mas também por não ter tantas opções de passe.
Luxemburgo substituiu Henrique por De Arrascaeta aos 25 e Dorival, aos 30, colocou Lucas Otávio e sacou Thiago Maia. A essa altura do jogo, a torcida mineira tentou empurrar a equipe celeste e Vanderlei entrou em ação em bolas aéreas e também nas parcas finalizações dos donos da casa. Mais uma vez, o arqueiro mostrou segurança, o que nem sempre se sentia em Vladimir.
Até os 40 minutos os cruzeirenses ensaiaram uma pressão com o apoio dos torcedores que estavam no Mineirão, mas o lateral Fabrício acabou sendo expulso ao tomar dois cartões amarelos em menos de um minuto. O Cruzeiro, valente, ainda tentou se aproveitar de um certo comodismo dos visitantes, mas ao final, o Santos conseguiu sua primeira vitória no Brasileiro.
A se destacar o golaço de Ricardo Oliveira, artilheiro do Brasileiro com 12 tentos. Com a camisa santista, ele tem 46 em 76 partidas. No ano, são 25. Que continue desta forma porque, sem Lucas Lima nas próximas três pelejas por conta da seleção, o Alvinegro vai precisar do seu mais preciso atacante.