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Freguesia continua: Santos nunca perdeu para o São Paulo em mata-matas no século 21

O Santos, com a vitória de hoje sobre o São Paulo e a eliminação do rival nas semifinais da Copa do Brasil, segue invicto em partidas eliminatórias contra o adversário no século 21. São nove triunfos e dois empates em sete confrontos.

No total, desde 2002, o Peixe se saiu melhor em uma Copa Sul-Americana, cinco Paulistas e uma Copa do Brasil. Nenhuma criança que participa do MasterChef Júnior, por exemplo, sabe o que é ver o Alvinegro ser superado pelo Tricolor em uma disputa eliminatória. Confira embaixo como foi cada duelo, com base neste post, que continua muito atual (ainda bem):

Brasileirão de 2002

O São Paulo terminou a fase inicial do campeonato no primeiro lugar e enfrentou o Santos, oitavo colocado. A equipe que tinha Ricardinho, Kaká, Reinaldo e Luís Fabiano, sob o comando de Oswaldo de Oliveira, já havia sido apelidada de “Real Madrid” do Morumbi por conta desse quarteto. Do outro lado, o Peixe tinha Diego e Robinho, em ascensão, um até então desconhecido Alberto na frente e Elano, que fazia as vezes de falso ponta no esquadrão de Emerson Leão.

Na primeira partida, na Vila Belmiro, 3 a 1 para o Alvinegro. Durante a semana que antecedeu o segundo jogo, nem a imprensa esportiva, tampouco algumas das principais figuras do clube paulistano, como Rogério Ceni e Ricardinho, acreditavam que o Santos mantivesse a vantagem. A receita era clara para os “especialistas”: se o Tricolor fizesse um gol logo no início do jogo, os meninos se enervariam e a vitória por dois gols de diferença, que classificaria os sãopaulinos, viria naturalmente.

Luís Fabiano marcou logo nos primeiros minutos, mas o Peixe não esmoreceu. Léo empatou a peleja e no final Diego deixou Ceni de joelhos e marcou o gol da vitória. Estava aberto o caminho do Santos para sair da fila e conquistar o Brasileiro de 2002.

Copa Sul-americana de 2004

O técnico campeão brasileiro de 2002, Emerson Leão, estava à frente da equipe do Morumbi no segundo semestre de 2004. Vanderlei Luxemburgo treinava o Santos e priorizava o campeonato brasileiro, onde a disputa com o Atlético-PR era cabeça a cabeça. Por conta disso, na primeira partida, na Vila Belmiro, o time da casa entrou com os reservas. Mesmo enfrentando os titulares tricolores, o Santos venceu por 1 a 0 com gol de Elano, que entrou aos 25 minutos do segundo tempo. Na ocasião, o Peixe atuou com Mauro, Leonardo, André Luís e Ávalos (Ricardinho); Paulo César, Fabinho, Bóvio, Preto Casagrande e Márcio (Léo 29 do 2.º); Marcinho e William (Elano). O São Paulo veio com Rogério Ceni, Alex Bruno, Lugano e Rodrigo; Cicinho, Alê (Gabriel), Renan, Danilo e Júnior (Souza); Nildo (Diego Tardelli) e Grafite.

Na partida a volta, no Morumbi, o empate em 1 a 1 assegurou a vaga para o Peixe. Rodrigo marcou para o São Paulo e Preto Casagrande fez o tento santista.

Campeonato Paulista de 2010

O Santos era o time-sensação do primeiro semestre mas, mais uma vez, parte da mídia esportiva e dos torcedores adversários colocavam em dúvida o desempenho do clube alvinegro, que poderia amarelar em uma semifinal. Como em 2002, os garotos não tremeram. O Santos venceu o São Paulo, no jogo de ida, no Morumbi, por 3 a 2, gol contra de Júnior César, André e Durval.

Na volta, na Vila Belmiro, um passeio: o Alvinegro venceu por 3 a 0, Neymar, por duas vezes, e Madson marcaram para o time da Vila. Ao final da disputa, o zagueiro Alex Silva desabafou: “O Santos engoliu a gente. Não jogamos nada, não merecemos a vitória. Deixamos eles criarem, principalmente pelas laterais.” Em 2010, os dois times jogaram cinco vezes, e o Santos venceu quatro e perdeu uma.

Campeonato Paulista 2011

Mais um capítulo da “freguesia” sãopaulina diante do Santos em partidas eliminatórias foi escrita no sábado. Leia mais aqui e veja o vídeo abaixo.

Campeonato Paulista 2015 – golaço de Geuvânio abre caminho da final
Bom, essa partida ainda está fresca na memória do torcedor peixeiro, e o gol de Geuvânio com certeza será lembrado por muito tempo, exemplo de velocidade e técnica. Também vale destacar o oportunismo de Ricardo Oliveira, artilheiro da equipe com dez gols no Paulista. A boa notícia para o Santos, além da vitória e da sétima decisão seguida, é que, desde 2008, quem bateu o São Paulo em uma semifinal de Paulista foi campeão, exceção feita a 2014, quando o Tricolor foi eliminado nas quartas de final.

Copa do Brasil 2015

Com um triunfo fora de casa no primeiro jogo por 3 a 1, a tarefa na Vila Belmiro foi facilitada. Duas vitórias por 3 a 1 marcaram a classificação peixeira, com Ricardo Oliveira fazendo três, Marquinhos Gabriel anotando dois e Gabriel fazendo o primeiro e decisivo tento no Morumbi. Veja os melhores momentos dos dois duelos.

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Geuvânio, de promessa à realidade no Santos

O torcedor desavisado (de outros times, claro), vendo o camisa 11 do Santos Geuvânio fazer o golaço que abriu caminho para a vitória do Peixe sobre o São Paulo no último domingo, deve se perguntar: mas que é esse jogador?

Claro que esse boleiro também pode ter memória curta, já que o garoto foi revelação do Campeonato Paulista de 2014. Mas o fato de ter “sumido” depois contribui para que a pergunta seja feita. A inconstância tem atrapalhado um pouco a carreira do meia-atacante, dono de um indiscutível talento.

Geuvânio foi revelado pelo Litoral FC, time cujo dono era Pelé e que tinha como objetivo justamente a revelação de atletas. Foi profissionalizado pelo Monte Alegre em 2010, sendo repassado ao Santos. Jogando pela base peixeira, parte dos seus direitos econômicos foi repassada ao Jabaquara e, com o técnico Narciso, então treinador dos juniores, chegou a atuar como lateral-esquerdo.

Geuvânio comemora gol pelo Santos: que a cena se repita muitas vezes (Ricardo Saibun/SantosFC)

Geuvânio comemora gol pelo Santos: que a cena se repita muitas vezes (Ricardo Saibun/SantosFC)

Foi promovido ao time profissional quando Adilson Batista estava à frente da equipe em 2011, tendo suas primeiras chances com o técnico Muricy Ramalho. Contudo, foi Muricy, cuja relação com os meninos da base foi definitiva para sua saída da Vila Belmiro, quem deu o aval para que Geuvânio fosse negociado. A história está aqui.

Em função disso, em 2012, o jogador esteve muito próximo de sair do clube. Porém, quando a proposta de rescisão chegou à mesa do então presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, o dirigente chamou o empresário Cristiano Santana para conversar e definiu a permanência do atleta. O atleta ganhava R$ 3 mil no Peixe e passaria a ganhar R$ 20 mil no Acadêmica de Coimbra, de Portugal.

A ascensão e a queda de Geuvânio em 2014

Em 2013, foi emprestado à Penapolense, onde disputou dez partidas e fez um gol. Voltando ao Santos, foi no ano seguinte que seu futebol explodiu. No Campeonato Paulista de 2014, ganhou o prêmio de revelação, com sete gols e onze assistências. No entanto, teve uma crise de choro após a partida contra a Penapolense na semifinal da competição, após uma atuação apagada. Também não atuou bem nas duas pelejas da final contra o Ituano, e a partir daí passaram a pairar dúvidas sobre seu futebol.

No decorrer do Brasileiro, Oswaldo de Oliveira o colocou no banco e, depois, nem entre os reservas o jogador figurou. Se a má relação com outros jovens já derrubou técnicos do comando do Santos, são poucos os que lembram que o hoje comandante palmeirense não fez um bom trabalho para recuperar tecnicamente o atleta que havia sido destaque no Campeonato Paulista.

Somente após a saída de Oswaldo e a chegada de Enderson Moreira que Geuvânio voltou a ter oportunidades, decidindo partidas e sendo o principal responsável pela arrancada ensaiada pelo Peixe no Brasileiro de 2014, o que incluiu uma série de quatro vitórias seguidas. Contudo, uma lesão na coxa esquerda o tirou da equipe antes da primeira partida da semifinal da Copa do Brasil com o Cruzeiro, no Mineirão. Depois de perder oito partidas, sofreu nova lesão no final de novembro e passou suas férias em tratamento e trabalho de condicionamento físico. Deu certo.

Em 17 partidas jogadas em 2015, Geuvânio tem três gols e uma assistência. Se o desempenho ofensivo é inferior ao apresentado em 2014, é certo que o atleta está mais maduro taticamente, atuando melhor na marcação do meio de campo e no avanço do lateral adversário, além de inverter o posicionamento com outros jogadores de frente, como Robinho.

Ainda com atuações irregulares, o golaço contra o São Paulo mostra a faceta daquele cara “que decide”, o que pode dar mais confiança para o ainda garoto, de 23 anos, mostrar seu potencial em um futebol brasileiro tão carente de lances imprevisíveis e de arte. Isso, Geuvânio tem.

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Tabu permanece: no século XXI, Santos não sabe o que é perder para o São Paulo em eliminatórias

Com a vitória de ontem (19) sobre o São Paulo na semifinal do Campeonato Paulista de 2015, o Santos segue sem perder para o rival em jogos eliminatórios neste século. Foram seis encontros, um válido pelo Campeonato Brasileiro, outro pela Sul-americana e quatro duelos pelo Paulistão. No total, são sete triunfos alvinegros e dois empates.

Confira abaixo como foram as partidas eliminatórias entre Santos e São Paulo neste século, com informações deste post anterior que, ainda bem, continua atual…

Brasileirão de 2002 – batendo o “Real Madrid do Morumbi”

O São Paulo terminou a fase inicial do campeonato no primeiro lugar e enfrentou o Santos, oitavo colocado. A equipe que tinha Ricardinho, Kaká, Reinaldo e Luís Fabiano, sob o comando de Oswaldo de Oliveira, já havia sido apelidada de “Real Madrid” do Morumbi por conta desse quarteto. Do outro lado, o Peixe tinha Diego e Robinho, em ascensão, um até então desconhecido Alberto na frente e Elano, que fazia as vezes de falso ponta no esquadrão de Emerson Leão.

Na primeira partida, na Vila Belmiro, 3 a 1 para o Alvinegro. Durante a semana que antecedeu o segundo jogo, nem a imprensa esportiva, tampouco algumas das principais figuras do clube paulistano, como Rogério Ceni e Ricardinho, acreditavam que o Santos mantivesse a vantagem. A receita era clara para os “especialistas”: se o Tricolor fizesse um gol logo no início do jogo, os meninos se enervariam e a vitória por dois gols de diferença, que classificaria os sãopaulinos, viria naturalmente.

Luís Fabiano marcou logo nos primeiros minutos, mas o Peixe não esmoreceu. Léo empatou a peleja e no final Diego deixou Ceni de joelhos e marcou o gol da vitória. Estava aberto o caminho do Santos para sair da fila e conquistar o Brasileiro de 2002.

Copa Sul-americana de 2004 – os reservas do Peixe triunfaram

O técnico campeão brasileiro de 2002, Emerson Leão, estava à frente da equipe do Morumbi no segundo semestre de 2004. Vanderlei Luxemburgo treinava o Santos e priorizava o campeonato brasileiro, onde a disputa com o Atlético-PR era cabeça a cabeça. Por conta disso, na primeira partida, na Vila Belmiro, o time da casa entrou com os reservas. Mesmo enfrentando os titulares tricolores, o Santos venceu por 1 a 0 com gol de Elano, que entrou aos 25 minutos do segundo tempo. Na ocasião, o Peixe atuou com Mauro, Leonardo, André Luís e Ávalos (Ricardinho); Paulo César, Fabinho, Bóvio, Preto Casagrande e Márcio (Léo 29 do 2.º); Marcinho e William (Elano). O São Paulo veio com Rogério Ceni, Alex Bruno, Lugano e Rodrigo; Cicinho, Alê (Gabriel), Renan, Danilo e Júnior (Souza); Nildo (Diego Tardelli) e Grafite.

Na partida a volta, no Morumbi, o empate em 1 a 1 assegurou a vaga para o Peixe. Rodrigo marcou para o São Paulo e Preto Casagrande fez o tento santista.

Campeonato Paulista de 2010 – os meninos da Vila que não tremem

O Santos era o time-sensação do primeiro semestre mas, mais uma vez, parte da mídia esportiva e dos torcedores adversários colocavam em dúvida o desempenho do clube alvinegro, que poderia amarelar em uma semifinal. Como em 2002, os garotos não tremeram. O Santos venceu o São Paulo, no jogo de ida, no Morumbi, por 3 a 2, gol contra de Júnior César, André e Durval.

Na volta, na Vila Belmiro, um passeio: o Alvinegro venceu por 3 a 0, Neymar, por duas vezes, e Madson marcaram para o time da Vila. Ao final da disputa, o zagueiro Alex Silva desabafou: “O Santos engoliu a gente. Não jogamos nada, não merecemos a vitória. Deixamos eles criarem, principalmente pelas laterais.” Em 2010, os dois times jogaram cinco vezes, e o Santos venceu quatro e perdeu uma.

Campeonato Paulista 2011 – Muricy desclassificou seu ex-time

Mais um capítulo da “freguesia” sãopaulina diante do Santos em partidas eliminatórias foi escrita no sábado. Leia mais aqui e veja o vídeo abaixo.

Campeonato Paulista 2012 – um hat-trick de Neymar

Na partida única que definiu uma das semifinais do campeonato paulista de 2012, disputada no Morumbi, Neymar não tomou conhecimento do Tricolor. Mais uma vez, tirou o lateral-direito Piris para dançar e marcou logo aos três minutos de partida, fazendo de novo aos 31 do primeiro tempo. Mesmo quando o São Paulo diminuiu com gol de Willian José na etapa final, o moleque maravilhoso fez questão de não dar esperanças ao rival, marcando o terceiro dele e do Peixe, carimbando o que era àquela altura a quarta final consecutiva do clube na competição. O time seria campeão sobre o Guarani na final.

Campeonato Paulista 2015 – golaço de Geuvânio abre caminho da final

Bom, essa partida ainda está fresca na memória do torcedor peixeiro, e o gol de Geuvânio com certeza será lembrado por muito tempo, exemplo de velocidade e técnica. Também vale destacar o oportunismo de Ricardo Oliveira, artilheiro da equipe com dez gols no Paulista. A boa notícia para o Santos, além da vitória e da sétima decisão seguida, é que, desde 2008, quem bateu o São Paulo em uma semifinal de Paulista foi campeão, exceção feita a 2014, quando o Tricolor foi eliminado nas quartas de final.

Confira a lista de jogos entre os dois desde 2001 aqui. No total, em partidas entre Santos e São Paulo jogadas na Vila Belmiro, foram 92 pelejas com 44 vitórias santistas, 21 empates e 27 derrotas, 155 gols a favor e 123 contra. Em jogos válidos pelo Paulista na Vila são agora 52 jogos, com 25 vitórias alvinegras, 14 empates e três derrotas, 95 gols a favor e 75 contra.

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