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Santos não dá chances ao Corinthians e vai às quartas de final da Copa do Brasil

Ampliando sua série invicta para nove partidas (seis no Brasileirão e três na Copa do Brasil) e obtendo a terceira vitória sobre o Corinthians em três jogos disputados em 2015, o Santos não deu sopa para o azar e definiu rápido o segundo duelo válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Tendo uma vantagem de 2 a 0 na primeira peleja, o Alvinegro Praiano não se intimidou com o campo e a torcida adversárias, indo para o jogo exercendo sua marcação pressão, com muita mobilidade dos homens da frente e dificultando ao máximo a saída de bola dos donos da casa. Foi só com tiros a longa distância que o Corinthians tentou ameaçar o Peixe, que, além do gol de Gabriel, aos 14 minutos, obrigou Cássio a fazer outras três defesas na etapa inicial, enquanto Vanderlei não foi exigido.

No segundo tempo, com a vantagem ampliada, o Santos seguiu com sua compactação e marcação forte no campo adversário. Tite colocou Cristian no lugar de Bruno Henrique, que tinha cartão amarelo, mas a mudança não alterou o jogo no setor em que o Alvinegro dominou: o meio de campo. Mesmo que Renato não tenha feito uma partida brilhante – foi em um erro seu que saiu o único tento corintiano na partida –, errando passes acima da sua média, seu papel tático ao encurtar a marcação do principal atleta adversário na armação, Renato Augusto, foi fundamental. E Thiago Maia, mais uma vez, mostrou que é uma das mais importantes peças no time.

Só quando Dorival Júnior promoveu a entrada de Chiquinho, totalmente sem ritmo de jogo, e de Leandrinho, nos lugares de Geuvânio e Thiago Maia, o time começou a perder terreno para o rival. Mas àquela altura a fatura estava liquidada, com o segundo tento do time feito por Ricardo Oliveira, aos 19.

Lucas Lima mais uma vez foi quem deu o ritmo para a equipe, prendendo a bola quando necessário e dando o belo passe para Geuvânio servir Gabriel no primeiro gol. Mas é necessário destacar o papel de Dorival Júnior, não só no confronto de hoje como desde sua chegada à vila Belmiro. No intervalo, o camisa 11 do Peixe, quando questionado por um repórter sobre o espaço oferecido pelo Corinthians que ele aproveitou, respondeu que a equipe sabia que espaços seriam dados e a situação de jogo foi treinada no decorrer da semana. E uma equipe bem montada, com o talento que alguns jogadores do Santos têm, é a receita da alegria do torcedor santista.

Na Copa do Brasil, o Santos agora aguarda o seu adversário que virá no sorteio realizado na próxima segunda-feira (31).

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As reflexões que ficam da vitória do Santos sobre o Corinthians

Time “engoliu” o meio de campo do adversário na maior parte do jogo. Isso não foi à toa

O Santos teve dez dias para se preparar antes do clássico contra o Corinthians, disputado em uma Vila Belmiro com pouco mais de sete mil torcedores no sábado à tarde. E, de fato, parecia uma equipe treinada e consciente taticamente, fazendo o torcedor quase esquecer a ausência dos dois principais jogadores do time, Robinho, que está com a seleção brasileira na Copa América, e Lucas Lima, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

Decisivo, Ricardo Oliveira, mais uma vez marcando em clássicos (Ivan Storti/SantosFC)

Decisivo, Ricardo Oliveira, mais uma vez marcando em clássicos (Ivan Storti/SantosFC)

Com Marquinhos Gabriel fazendo as vezes de armador e Gabriel substituindo Robinho e atacando pelas beiradas do campo, o time encontrou o equilíbrio e dominou o meio de campo, suplantando o rival durante pelo menos dois terços do jogo, muito em função de outra alteração. Rafael Longuine substituiu Renato, contundido, e reforçou a saída de bola peixeira e também a marcação pelo lado esquerdo da defesa, um problema quase crônico da equipe.

Longuine se movimentou mais que Renato usualmente faz, e chegou também à frente, tendo feito a assistência para Ricardo Oliveira marcar o gol peixeiro aos 10. Com uma primeira etapa na qual foi muito superior, o Alvinegro, mesmo recuando um pouco mais no início da etapa final, continuou mandando no jogo contra um Corinthians que teve uma proposta super-defensiva, apostando em bolas longas para Wagner Love na primeira etapa. Tendo que sair para o jogo, a equipe da capital deu espaço para o Peixe armar contra-ataques, até a expulsão de Longuine, aos 24 minutos.

A partir daí, o Peixe passou a ser acossado pelo rival, que até aquele momento não havia ameaçado o gol de Vladimir. Nem a expulsão de Fagner, aos 28, arrefeceu o ímpeto corintiano. Isso porque Tite mexeu bem na equipe. Já havia colocado Luciano no lugar de Petros, uma substituição que não havia surtido efeito, mas, após a saída de Longuine, colocou Danilo no lugar de Edu Dracena. Ali, ganhou o meio de campo que perdeu durante o resto da partida.

A essa altura, Serginho Chulapa já havia colocado Neto Berola no lugar de Gabriel, e após a expulsão colocou Thiago Maia no lugar de Marquinhos Gabriel, recompondo a dupla de volantes, Falando nessa posição, mais uma vez Lucas Otávio fez uma grande partida, assim como outro garoto da base, Daniel Guedes, que vem se firmando na lateral-direita.

Aos 34, Tite colocou Edilson no lugar do inoperante Mendoza, e passou a jogar no campo santista, chegando duas vezes à trave de Vladimir. Um minuto após a alteração do treinador corintiano, Leandrinho entrou no lugar de Geuvânio e, com três volantes, nenhum deles com capacidade de armação, o time passou a sofrer um sufoco que por pouco não resultou em gol e em um empate que seria injusto pelo que os donos da casa jogaram em pelo menos dois terços da peleja.

A vitória dá moral para a equipe e confiança para os jogadores, que mostraram um jogo coletivo mais consistente sem seus dois principais nomes. No entanto, o time mais uma vez teve chances de matar a partida quando dominava as ações, e não o fez. Por pouco, não sofre mais um empate como em outras ocasiões. Os contra-ataques têm que ser mais treinados e mais gente no setor ofensivo tem que ter a precisão que não tem faltado a Ricardo Oliveira. De qualquer forma, deixar o Z-4 pra trás é ótimo.

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Santos joga contra a Chapecoense e o cansaço no Brasileirão

O Santos enfrente a Chapecoense às 16h deste domingo, na Arena Condá, tentando driblar um alegado cansaço por parte do time. Pelo menos é o que diz o treinador Marcelo Fernandes, o que justificaria o desempenho ruim da equipe no segundo tempo contra o Sport.

“É normal ter altos e baixos. As dificuldades surgem por causa da qualidade dos nossos adversários”, disse o técnico. Bom então há que se achar formas de contornar isso, porque na Série A e nas outras competições que o Peixe disputar até o fim do ano – Copa do Brasil ou Copa Sul-Americana – só tem rival qualificado. Se o problema é cansaço, tem que ter elenco, mas não basta ter elenco sem colocar os reservas para jogar durante as partidas pra adquirirem ritmo de jogo. E isso Fernandes só tem feito quando obrigado.

Hoje Leandrinho entra como titular, já que Renato fez uma pulsão por conta de dores que sentia no músculo posterior da coxa esquerda. De resto, a equipe é a mesma que foi derrotada pelo Sport em uma atuação estranha do Alvinegro. Thiago Maia, que entrou no jogo contra os pernambucanos, está novamente entre os relacionados.

Histórico da Chapecoense contra o Santos

Trata-se de um confronto com curta história. A Chapecoense esteve na primeira divisão do campeonato brasileiro em 1978 e 1979, voltando em 2014, quando conseguiu sua melhor colocação, 15º lugar. E foi só nesta edição que as equipes que se enfrentam hoje se confrontaram.

O Peixe venceu no primeiro turno de 2014, em peleja disputada na Vila Belmiro. Um 3 a 0 com gols de Rildo, Gabriel e Diego Cardoso, com Oswaldo de Oliveira à frente da equipe. Já no segundo turno o técnico era Enderson Moreira e o Santos empatou na Arena Condá com gol de Bruno Uvni. Leandro Pereira, que está no Palmeiras, fez o tento de empate dos catarinenses.

Quem joga na Chapecoense?

Talvez o jogador mais conhecido do elenco da equipe de Chapecó seja o centroavante Roger, de 30 anos. Revelado na Ponte Preta, foi campeão da Libertadores com o São Paulo em 2005 e tem passagens por inúmeros clubes como Palmeiras, Fluminense, Vitória, Sport, futebol japonês… Foi vice-artilheiro do Catarinense com dez gols.

O lateral Apodi, em jogo contra o Corinthians (Chapecoense/Flickr)

O lateral Apodi, em jogo contra o Corinthians (Chapecoense/Flickr)

Outro rosto conhecido é do lateral Apodi, 28 anos, que atuou no Santos em parte da triste campanha da equipe no Brasileiro de 2008, a pior do Peixe na Era dos pontos corridos. O meia Camilo é o destaque na coordenação do meio de campo, e já está no segundo ano de clube.

A Chapecoense também tem Edmilson, ex-Vasco, no banco de reservas, além da revelação do estadual. O meia Hyoran, cujo nome é uma homenagem a… Johan Cruyff, o cérebro da seleção holandesa de 1974.

Confira abaixo as prováveis escalações de Chapecoense e Santos:

Chapecoense X Santos

16h, na Arena Condá – Chapecó

Chapecoense – Danilo; Apodi, Rafael Lima, Vilson e Dener Assunção; Bruno Silva, Elicarlos, Gil e Camilo; Ananias e Roger. Técnico: Vinícius Eutrópio.

Santos – Vladimir; Victor Ferraz, Werley, David Braz e Chiquinho; Valencia, Leandrinho e Lucas Lima; Geuvânio, Robinho e Ricardo Oliveira. Técnico: Marcelo Fernandes.

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Vencer para convencer – Santos pega o Maringá às 19h30 pela Copa do Brasil

O Santos entra em campo hoje, às 19h30, na Vila Belmiro, classificado para a próxima fase da Copa do Brasil. O 0 X 0 e o 1 X 1 são favoráveis ao Peixe, que na partida de ida, com os reservas, empatou em 2 a 2 com o Maringá.

Mas hoje não basta ao Alvinegro a classificação, que parece bem encaminhada embora não seja possível relaxar. O time deve uma boa apresentação à torcida, já que a estreia no Brasileirão, contra o Avaí, deixou o santista com uma pulga atrás da orelha. Com um péssimo segundo tempo disputado na Ressacada, o desempenho expôs as falhas da equipe no início de um campeonato longo e que costuma castigar os elencos.

Robinho é sempre esperança de um belo futebol (Ivan Storti/Santos FC )

Robinho é sempre esperança de um belo futebol (Ivan Storti/Santos FC )

Para a partida de hoje, o Santos não deve contar com o lateral Chiquinho, que levou uma pancada nas costas na peleja contra o Avaí, e com Renato, que sofre de um incômodo no posterior da coxa esquerda. Seus substitutos devem ser Cicinho, com Victor Ferraz indo para a lateral esquerda, e Leandrinho.

O único reforço do clube até o momento para a competição, Rafael Longuine, pode estrear nesta quarta-feira, já que está relacionado pela primeira vez. A provável escalação do Santos contra o Maringá deve ter Vladimir, Cicinho, David Braz, Werley e Victor Ferraz; Valencia, Leandrinho e Lucas Lima; Geuvânio, Robinho e Ricardo Oliveira. Além deles, estão também na relação de atletas peixeiros Gabriel Gasparotto, Gustavo Henrique, Zeca, Lucas Otávio, Elano, Marquinhos Gabriel, Rafael Longuine, Lucas Crispim e Gabriel.

Ivan Storti/Santos FC

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Sem confete e serpentina, Santos supera São Bernardo e segue líder do Grupo D

O Santos superou ontem (14) o São Bernardo fora de casa, no estádio 1º de Maio, por 1 a 0. Integrante do grupo A, o Bernô, que havia até então enfrentado o Alvinegro em duas ocasiões (um empate e uma derrota), disputa uma vaga para as quartas de final e talvez seja um dos times mais equilibrados fora dos quatro grandes. Bem armado, sabe marcar e sair para o contra-ataque, mas tem um evidente problema de qualidade técnica.

Já o Peixe mostrou, na partida, defeitos que já tinham aparecido em jogos anteriores. No início, buscou muito o passe longo para o pessoal da frente, errando passes em demasia. No segundo tempo, já com a vantagem conquistada com um gol de David Braz em cruzamento de Chiquinho, aos 9 minutos, os visitantes passaram a tocar muito a bola, invariavelmente sem objetividade, mantendo os donos da casa longe da área.

Foi sem brilho, aquele triunfo “pro gasto”, e que permitiu, mesmo assim, algumas observações. Como disse Robinho após a partida, o Santos continua pecando nas finalizações. Das 15 realizadas ontem, somente quatro foram para o gol e houve oportunidades incríveis, como uma de Ricardo Oliveira. O nove santista, aliás, continua nitidamente sem ritmo de jogo, e deve perder a vaga de titular para Gabriel assim que o avante concluir seu trabalho de recuperação física pós-seleção sub-20. Em forma, Oliveira pode ser útil.

David Braz comemora gol solitário do jogo com Robinho (Foto: Ivan Storti)

David Braz comemora gol solitário do jogo com Robinho (Foto: Ivan Storti)

Quando saca o centroavante, fato que aconteceu em todas as partidas no Paulistão, Enderson costuma colocar Robinho como o tal “falso 9”. Ontem, mesmo antes de ser deslocado para essa função, o atacante jogou próximo à área, pelo meio, o que acaba prejudicando seu desempenho. Sendo um jogador móvel e que desarma melhor que a grande maioria dos homens de frente, faria mais sentido Robinho atuar mais pelo meio quando o time precisa – ou quer – tocar mais a bola do que isolado na frente brigando com os zagueiros no corpo a corpo.

Outra experiência do técnico alvinegro foi colocar Elano no lugar de Leandrinho para fazer a marcação pelo meio e cobertura do lado direito, atuando mais como volante ao lado de Renato. Sem poder contar com Alison, essa opção foi testada em parte do segundo tempo, quando o meia entrou em campo. Contudo, nem a marcação melhorou e, o que talvez fosse o principal objetivo, melhorar a transição para o campo ofensivo aproveitando contra-ataques, também não foi alcancaçado. Nesse caso, influencia também a posição de Robinho e a má atuação de Marquinhos Gabriel, que entrou no lugar de Ricardo Oliveira.

No mais, com uma assistência e um gol em cinco jogos, Chiquinho já se firma como titular, acenando para Caju que o jovem vai ter dificuldades para voltar à equipe. Victor Ferraz, no lugar de Cicinho, não é brilhante mas é mais efetivo defensivamente do que o ex-pontepretano. Aliás, no atual esquema de Enderson, os laterais são mais “laterais” mesmo, e não alas como em boa parte das equipes. O posicionamento defensivo de ambos é em parte responsável pelo time ter sofrido somente um gol em cinco partidas.

Líder do grupo D com 11 pontos, oito a mais que o segundo colocado, o Bragantino,  o Santos tem uma semana para trabalhar até a próxima partida, contra a Portuguesa, domingo, às 17h, no Pacaembu. Oportunidade para alguns jogadores aprimorarem o condicionamento físico até lá. Quem sabe a pontaria também não melhora.

Ingressos para Portuguesa X Santos no Pacaembu

A torcida do Santos terá a maior parte da carga de ingressos na partida contra a Portuguesa, domingo (22), no Pacaembu. Mesmo tendo o mando da partida, o clube rubro-verde vai ficar com a parte do Tobogã, para buscar mais renda com o jogo.

Os ingressos podem ser comprados no site do Ingresso Fácil e também nos seguintes pontos de venda:

• Pacaembu (das 11 às 18 horas)
• Canindé (das 11 às 18 horas)
• Vila Belmiro (das 11 às 18 horas)
• Anacleto Campanela, em São Caetano do Sul, (das 11 às 18 horas)

Campeonato Paulista 2015

Ficha técnica – São Bernardo 0 X 1 Santos

São Bernardo

Daniel; Rafael Cruz, Luciano Castán, Diego Jussani e Vicente; Daniel Pereira (Vanger), Carlinhos (Jean Carlos), Marino, Magal e Cañete (Maikon); Lucio Flavio

Técnico: Edson Boaro

Santos

Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Werley e Chiquinho; Renato, Leandrinho (Elano), Lucas Lima e Geuvânio (Lucas Otávio); Robinho e Ricardo Oliveira (Marquinhos Gabriel)

Técnico: Enderson Moreira

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Arouca comanda, moleques brilham, e Santos atropela Corinthians na Vila

Era 15 de maio de 2011, segunda final do Paulista de 2011, quando Arouca fez seu primeiro gol pelo Santos. O adversário era o Corinthians de Tite, e o Peixe, na Vila Belmiro, se sagraria bicampeão estadual vencendo por 2 a 1. O volante ainda acertaria a trave na peleja.

O camisa 5 (5) do Alvinegro, demoraria a marcar outra vez. Antes, fez uma grande partida no segundo jogo da final da Libertadores, contra o Peñarol, em 2011. Foi dele que veio a assistência para Neymar fazer o primeiro da partida. Marcou seu segundo contra o Guarani, na primeira fase do estadual de 2011. E o terceiro na noite de ontem, (29), na goleada contra o Corinthians, aos 12 minutos da primeira etapa.

Foi o tento que abriu a vitória peixeira. Mas Arouca não fez só o gol. Deu assistência, após um belo lance, para o segundo, de Gabriel, aos 22. E, aos 2 do segundo tempo, desarmou uma bola na lateral esquerda, conduziu a redonda para o campo rival e articulou o ataque que resultou no gol de Thiago Ribeiro, “veterano” aos 27 anos em meio aos meninos da Vila. Moleques como Gustavo Henrique, Alan Santos, Geuvânio e Gabriel. Na etapa final, ainda entraram Leandrinho e o estreante, Stephano Yuri, artilheiro da Copa São Paulo de Juniores.

A sensação térmica de 35 graus não abalou o Santos, que começou a toda nos dois tempos. Mas foi o terceiro gol, feito logo após o intervalo, que acabou com o Corinthians. Os donos da casa, mais condicionados fisicamente e, principalmente, mais tranquilos, botaram os rivais na roda em diversos momentos, enervando-os ainda mais e levando perigo ao gol corintiano ao realizar a transição rápida para o campo de ataque.

Professor bate palmas, e aluno aplicado vibra (Ivan Storti/SantosFC)

 

Oswaldo de Oliveira, que falou a respeito da partida dizendo que este seria o verdadeiro teste do estadual até então, já que ambos estariam no mesmo grau de preparação física – enquanto alguns times do interior estariam acima – não deu banana pra torcedor e nem fez gestos obscenos. Conseguiu sua terceira vitória em quatro jogos e segue invicto à frente do Santos. Um terço dos triunfos conquistados em sua primeira passagem pelo Alvinegro, em 2005, quando obteve nove vitórias, quatro empates e três derrotas em 16 jogos.

O Santos adotou quase na maior parte do tempo um 4-2-3-1 da moda, mas diferente, já que os jogadores se alternavam nas posições e confundiam a marcação corintiana. Gabriel, 17 anos, mostrou personalidade, assim como Geuvânio, que deu um drible da vaca desagradável para Ralf no quarto gol, de Bruno Peres, que acertou de primeira, e de esquerda… Thiago Ribeiro fez dois gols, e foi crucial. Mas o dono do jogo foi Arouca, que pode não ter a regularidade que o torcedor gostaria, até por conta de contusões, mas que não foge do embate e sempre aparece nas partidas importantes, diferentemente de medalhões incensados pela mídia.

Quanto ao Corinthians, quase equilibrou o jogo na segunda metade do primeiro tempo, mas não mostrou o padrão técnico-tático preciso para igualar o ímpeto santista. Em suma, foi bipolar: quando quis ser aguerrido, foi nervoso; quando buscou ser calmo, foi apático. E Mano tinha mesmo que tirar Guerrero, que seria expulso, mas colocar Pato com 4 a 1 contra cheirou a provocação contra o moço.

Agora, faltam quatro gols para o maior time profissional artilheiro do planeta chegar aos 12 mil. E o Santos bateu o Corinthians pela segunda vez em cinco (5) dias, contando a final da Copinha. Quando as coisas ensaiam ficar difíceis, os moleques costumam salvar.

Século 21: Santos X Corinthians

No século 21, Santos e Corinthians já se enfrentaram 47 vezes (sem contar a vitória santista anulada em 2005). Agor,a o Peixe tem 21 triunfos, 12 empates e 14 derrotas.

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Santos supera Corinthians e arbitrariedade da FPF na Copinha. E agora?

Lembro que em uma entrevista da qual participei, Mano Brown comentou que o Corinthians era “aquele negócio de gol no último minuto, o Santos não, é gol de bicicleta, golaço”. Ele tentava explicar a diferença de espírito (ou marca) das duas equipes. E também o que as torcidas esperavam de cada qual.

A final da Copa São Paulo de Juniores mostrou um pouco disso. Não que o Peixe tenha sido um primor de técnica ou que o clube paulistano tenha tido uma raça acima da média de um time que se lança ao ataque quando está perdendo. Mas o fato é que os meninos da Vila chegaram a seus dois tentos com lances de técnica, em especial de Stephano Yuri, que deu as duas assistências. E o Corinthians conseguiu fazer pressão a partir da segunda metade do segundo tempo na base do abafa, alcançando seu gol em uma falha de um defensor peixeiro, e desperdiçando a chance do empate em um lance de falta de tranquilidade (ou um pouco de técnica) de um de seus avantes.

Mas outro fator ajudou na pressão corintiana: a torcida. E aí entre a responsabilidade da Federação Paulista de Futebol, organizadora da competição, que não previu que duas equipes grandes de São Paulo pudesse chegar à final. Ou não quis prever…

Quando soube que o Corinthians havia passado pelo Fluminense e faria a final com o Santos, já imaginava que não seria um jogo com carga de ingressos dividida igualmente. E entra no episódio outro fator, o da falência do poder público paulista que não consegue organizar um clássico de times grandes com estádio dividido de forma igual, o que acontece em alguns outros lugares do país e acontecia até pouco tempo nas bandas de cá. E ainda tem parlamentar eleito por colaborar com esse estado de coisas.

Então, dado que não se pode dividir de forma igual os ingressos, a Federação escolhe como mandante o Corinthians. Por que? O Corinthians fez a melhor campanha da competição? Não. É o campeão de 2013? Não, é o Santos. Tem a melhor média de público? Não, essa é do Alvinegro Praiano também, que, a propósito, levou 25 mil pagantes para a final praticamente de uma torcida só da competição de 2013, três mil a menos que o clássico de agora. Então, como o Corinthians virou mandante na final?

Não há explicação, a não ser a arbitrariedade de sempre de uma federação moribunda, cujo dirigente máximo sonha em comandar também o futebol brasileiro, já que é o principal parceiro de José Maria Marin. Sua postura feudal chega ao ponto de usar as placas de publicidade reservadas para a FPF na final e em outras partidas para divulgar um programa televisivo da entidade que tem como apresentadora a jovem namorada do presidente da entidade, Carolina Galan. O futebol não merece isso.

Acabou a Copa São Paulo de Juniores 2014. E agora?

Mesmo com as adversidades, o Santos venceu. E, olhando para a equipe de 2013, é possível ver que o time titular inteiro sentiu pelo menos o gostinho de treinar com os profissionais. Observando a equipe de profissionais hoje, pode-se perceber que, pela ausência em determinadas posições, alguns atletas de 2014 podem ter chance de fazer parte ao menos do grupo principal.

Claro que a dupla de ataque chama a atenção. Stephano Yuri e Diego Cardoso fizeram cada um nove gols na Copinha, e podem receber oportunidades até porque os de cima, até agora, não mostraram um serviço decente no campeonato paulista. Mas talvez sejam os laterais os mais próximos de serem aproveitados, até porque o Galhardo, pela direita, foi emprestado, e Bruno Peres é comprovadamente temerário. Pelo lado canhoto, Emerson Palmieri não convenceu ainda, e Mena também não é o lateral ou ala que a torcida espera (talvez possa ser). Daniel Guedes e Zé Carlos podem esperar serem acionados.

Entre os volantes/meias, nem Leandrinho muito menos Alan Santos mostraram até agora condição de se firmarem como titulares. Lucas Otávio já provou que sabe se posicionar, tem técnica e sabe sair pro jogo, mas sua altura (1,64) parece ser um impeditivo para que fique no profissional. Se não for o caso, o Peixe poderia liberar o atleta, mas, pelo que já fez, deveria ter algumas chances que atletas com muito menos potencial, e vindos de fora, tiveram no Alvinegro.

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Depois de apanhar, Santos mostra que continua de pé

Em um dos grandes momentos da história do cinema (só que não), Sylvester Stallone, investido no papel de Rocky Balboa pela sexta vez nas telas do cinema, vira para seu filho, que não quer que o ‘Garanhão Italiano” suba ao ringue com 60 anos de idade, e despeja sua sabedoria em uma frase. “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto consegue apanhar e continuar seguindo em frente.”

E o time do Santos que entrou em campo ontem apanhou na semana passada. Até mais do que as incríveis surras que o personagem de Stallone tomou de diferentes lutadores durante a série cinematográfica. O que estava em questão hoje não era apenas o clássico contra o Corinthians, mas se os moleques e os veteranos, espezinhados com razão por Deus e pelo mundo, iriam suportar a pressão e jogar de forma digna contra um dos times mais consistentes do Brasil.

O início da peleja, com um gol de Paulo André aos 3 minutos, dizia que não. Hoje, não. Ou… hoje, sim? Lembrei daquele time de meninos de 2002, cuja fórmula cantada por comentaristas para que ele caísse na segunda partida das quartas de final do Brasileiro contra o São Paulo era tomar um gol no começo do jogo. E o Santos tomou. Mas não caiu. Também não tombou na noite de ontem.

Chegou a ter 68% de posse de bola no primeiro tempo. Mas pouco ameaçou o gol de Cássio. Essa vem sendo a tática do Corinthians de Tite, pressionar e marcar logo no começo, e depois esperar pelo contra-ataque. Nas duas partidas contra o Corinthians na Libertadores de 2012, na maior parte do tempo o Timão, com a vantagem, marcou atrás da linha da bola contra o Peixe. E se deu melhor.

Mas aquele Corinthians tinha mais qualidade técnica com Paulinho no meio. O Santos também era melhor tecnicamente que o time de Claudinei Oliveira, mas menos coeso taticamente. E menos aguerrido. Porque os donos da casa hoje entraram querendo curar a ressaca, provando que podiam aguentar qualquer trago e qualquer tranco, mesmo com o revés do início.

Na segunda etapa, a superioridade se traduziu em gol. Em um, de William José, mas poderia ter sido dois, poderia ter sido uma vitória de virada. O Santos tomou conta do meio de campo corintiano, Tite tentou corrigir a desvantagem colocando Ibson no lugar de Romarinho. Não bastou. Arouca, Leandrinho, Cícero e, principalmente, um onipresente Montillo, em sua melhor atuação pelo Santos, fizeram do meio de campo seu castelo. Sem contar Léo atrás, que roubou a bola do contra-ataque que resultou no tento peixeiro e Edu Dracena, que calou a boca do crítico futepoquense que o cobrou em relação às declarações infelizes de alguns dias atrás. E Neílton, menos vistoso que eficiente, também mostrou que o passeio de Barcelona foi isso. Um passeio que ficou pra trás, como aqueles que fazemos nas férias.

Assim como no jogo contra o Coritiba, o time não conseguiu traduzir a superioridade nos três pontos. Numa competição de pontos corridos, isso é grave. A equipe precisa do algo a mais, de um ou dois jogadores com poder de decisão, que possam mudar uma partida ou fazer o inesperado quando o contexto exigir. O novo gerente de futebol, Zinho, chegou com a ingrata missão de buscar esse (ou esses) “a mais”. Os santistas aguardam com ansiedade.

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Contra o Atlético-MG, Santos vence a primeira sem Neymar

Um time formado do jeito que muito torcedor santista gosta. Da equipe campeã da Copa São Paulo de Juniores neste ano, entraram como titulares o zagueiro Gustavo Henrique, no lugar do contundido Edu Dracena; Leandrinho, que tomou o lugar de Renê Júnior; Pedro Castro, que substituiu Montillo, na seleção argentina, e Neílton. Mas, talvez mais importante que a entrada dos garotos, que deram ritmo e velocidade à equipe ainda que desentrosados, foi o posicionamento de alguns jogadores que se sentiam claramente desconfortáveis na equipe comandada por Muricy.
Um deles foi Arouca, que voltou a jogar como primeiro volante, posicionamento no qual se destacou na Vila. Ultimamente, fazia as vezes de um meia direita, deixando de ser um elemento surpresa, no ataque e marcando em uma área que não era a dele. Cícero também veio mais de trás e confessou se sentir mais à vontade atuando dessa forma. Pelo jeito, muitos boleiros alvinegros não sentem saudades do ex-técnico…
Se falta entrosamento, sobrou vontade e movimentação, principalmente na primeira etapa. O gol veio cedo, aos 3 minutos, um chute de Cícero com efeito que contou com certa colaboração do arqueiro Vítor. O Atlético-MG, desfalcado dos jogadores da seleção, chegou a achar alguns espaços na defesa santista, mas os donos da casa conseguiram várias vezes fazer uma transição rápida da defesa para o ataque, levando (pouco) mais de perigo ao gol adversário que os visitantes.
Não somente essa velocidade foi novidade no time, como também os passes trocados no ataque, como os que resultaram no gol peixeiro. O Santos nem parecia o time de pebolim de algumas semanas anteriores.
Na etapa final, Cuca colocou Neto Berola, que conseguiu trazer o Galo mais perto do gol nos dez primeiros minutos, quando Claudinei Oliveira acertou a marcação pelo lado esquerdo com Cícero, que fez uma grande partida do ponto de vista tático. A partir daí, o jogo ficou amarrado, com o Atlético não conseguindo criar e o Santos não conseguindo contra-atacar. Nem mesmo a expulsão de Marco Rocha, que fez falta em outro menino da Vila, Léo Citadini (sim, parente do ex-diretor corintiano Roque Citadini) que substituiu Pedro Castro, mudou o cenário.
De resto, Galhardo, outro que parece se sentir mais à vontade hoje em dia, foi aplaudido quando saiu machucado, um momento raro do atleta na Vila Belmiro. Renê Júnior entrou em seu lugar, mostrou certa afobação e errou passes demais, justificando o banco que esquentava. Neílton foi efetivo quando pegou na bola e Ronaldinho Gaúcho foi muito apagado, entregue à marcação da defesa santista. Talvez ele também tenha sentido a falta de Neymar…
Ao que parece, Marcelo Bielsa vem a Santos no final de semana para conhecer a estrutura do Peixe e decidir se vem treinar pela primeira vez um time brasileiro. Caso não tope, consta que não existe um plano B, já que a diretoria só conversa com o argentino. Mas tudo indica que a segunda opção pode ser o próprio Claudinei. Não seria má ideia.

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