Arquivo da tag: Lucas Otávio

Santos pega Figueirense na Vila com estreia de Dorival Júnior

O Alvinegro Praiano disputa neste sábado (11), às 18h30, uma partida-chave para iniciar sua fuga da zona do rebaixamento. O Santos pega o Figueirense, na Vila Belmiro, tendo Dorival Júnior à frente do time. E ele de cara vai fazer duas mudanças.

Na lateral esquerda, entra Zeca, com Victor Ferraz indo para a lateral direita e Daniel Guedes voltando ao banco de reservas. O canhoto Caju, que entrou mal nas duas últimas partidas da equipe, nem no banco fica. A avaliação é que o atleta, que retornou direto da seleção sub-20 para compor o elenco, não está em condições físicas ideais.

Outra mudança acontece no meio de campo. Lucas Otávio dá lugar ao zagueiro Paulo Ricardo, que atuará na frente da zaga. “Puxa, mas o Dorival mal chegou e já está inventando moda?”, deve pensar o torcedor alvinegro. Bom, não é bem assim…

O zagueiro Paulo Ricardo, 20 anos, já atuou como volante nas divisões de base. Catarinense, iniciou sua carreira no mundo da bola no Ilhota, aos 13 anos, seguindo depois para o Brusque e, mais adiante, para o Figueirense, adversário de hoje. Nestes dois últimos clubes, atuou como volante, tendo também frequentado a defesa no Figueira.

Paulo Ricardo tem chance como titular contra o Figueirense, no lugar de Lucas Otávio (Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Divulgação Santos)

Paulo Ricardo tem chance como titular contra o Figueirense, no lugar de Lucas Otávio (Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Divulgação Santos)

Chegou ao Santos em agosto de 2012, constatou uma fratura séria em duas vértebras da região lombar e, recuperado, teve sua grande chance na Copa São Paulo de Juniores de 2013. Coincidentemente, entrou no lugar de Lucas Otávio na semifinal da competição, contra o Palmeiras e, no ano seguinte, foi titular da equipe bicampeão do torneio. Tem vínculo até dezembro de 2017 com o Alvinegro.

Com isso, a provável escalação do Santos contra o Figueirense hoje é: Vanderlei; Victor Ferraz, Werley, David Braz e Zeca; Paulo Ricardo, Thiago Maia e Lucas Lima; Gabriel, Geuvânio e Ricardo Oliveira.

Deixe um comentário

Arquivado em futebol, História, Santos, Século 21

Vergonha alvinegra – Santos é goleado pelo Goiás no Serra Dourada

Parecia piada pronta. No dia do aniversário de um ano do vergonhoso 7 a 1 da seleção brasileira, o Alvinegro Praiano resolveu ser “solidário” e protagonizou um vexame no Serra Dourada.

Assim como aconteceu com o Brasil contra a Alemanha em 2014, o Peixe tomou quatro gols em um espaço curtíssimo de tempo. Começou com o pênalti desnecessário cometido por Lucas Otávio, que resultou no gol de Felipe Menezes. Eram dois minutos do segundo tempo. Aos 16, a vantagem dos donos da casa já era de quatro a zero.

Foi um show de falhas individuais. A zaga rebateu mal uma falta, Thiago Maia escorregou e o segundo gol veio com Fred. O terceiro veio com um erro do mesmo Thiago, passando mal a bola no meio de campo e deixando o ataque esmeraldino livre para avançar. Por fim, Daniel Guedes inverteu de forma equivocada a bola e deu o gol para o Goiás, feito por Carlos Eduardo. Ricardo Oliveira, de pênalti, descontou para o Santos.

goias santos

Carlos Eduardo comemora o quarto gol goiano no Serra Dourada (Reprodução)

Mas não se pode atribuir somente a erros individuais o resultado. Obviamente os garotos sentiram, também por não terem a retaguarda psicológica necessária por parte do então treinador. Marcelo Fernandes gosta de citar os meninos como forma de se desculpar, sempre aparentemente benevolente com eles, mas indiretamente jogando a responsabilidade sobre os jovens e sua inexperiência. Ao invés de empoderá-los, mina sua confiança.

Além disso, como já dito aqui, uma equipe, quando mal treinada, acaba revelando o que cada jogador tem de pior. Os medianos se tornam ruins e os bons não resolvem. Isso vai mudar com Dorival Júnior? Difícil acreditar em um técnico que teve uma passagem tão ruim tanto no Palmeiras como no Vasco, seus dois últimos trabalhos, clubes que estavam em situação similar à do Peixe.

Resta ao torcedor a fé. a sorte costuma sorrir para o Santos quando menos se espera, a história recente já mostrou isso. Mas está difícil de acreditar.

Deixe um comentário

Arquivado em Sem Categoria

As reflexões que ficam da vitória do Santos sobre o Corinthians

Time “engoliu” o meio de campo do adversário na maior parte do jogo. Isso não foi à toa

O Santos teve dez dias para se preparar antes do clássico contra o Corinthians, disputado em uma Vila Belmiro com pouco mais de sete mil torcedores no sábado à tarde. E, de fato, parecia uma equipe treinada e consciente taticamente, fazendo o torcedor quase esquecer a ausência dos dois principais jogadores do time, Robinho, que está com a seleção brasileira na Copa América, e Lucas Lima, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

Decisivo, Ricardo Oliveira, mais uma vez marcando em clássicos (Ivan Storti/SantosFC)

Decisivo, Ricardo Oliveira, mais uma vez marcando em clássicos (Ivan Storti/SantosFC)

Com Marquinhos Gabriel fazendo as vezes de armador e Gabriel substituindo Robinho e atacando pelas beiradas do campo, o time encontrou o equilíbrio e dominou o meio de campo, suplantando o rival durante pelo menos dois terços do jogo, muito em função de outra alteração. Rafael Longuine substituiu Renato, contundido, e reforçou a saída de bola peixeira e também a marcação pelo lado esquerdo da defesa, um problema quase crônico da equipe.

Longuine se movimentou mais que Renato usualmente faz, e chegou também à frente, tendo feito a assistência para Ricardo Oliveira marcar o gol peixeiro aos 10. Com uma primeira etapa na qual foi muito superior, o Alvinegro, mesmo recuando um pouco mais no início da etapa final, continuou mandando no jogo contra um Corinthians que teve uma proposta super-defensiva, apostando em bolas longas para Wagner Love na primeira etapa. Tendo que sair para o jogo, a equipe da capital deu espaço para o Peixe armar contra-ataques, até a expulsão de Longuine, aos 24 minutos.

A partir daí, o Peixe passou a ser acossado pelo rival, que até aquele momento não havia ameaçado o gol de Vladimir. Nem a expulsão de Fagner, aos 28, arrefeceu o ímpeto corintiano. Isso porque Tite mexeu bem na equipe. Já havia colocado Luciano no lugar de Petros, uma substituição que não havia surtido efeito, mas, após a saída de Longuine, colocou Danilo no lugar de Edu Dracena. Ali, ganhou o meio de campo que perdeu durante o resto da partida.

A essa altura, Serginho Chulapa já havia colocado Neto Berola no lugar de Gabriel, e após a expulsão colocou Thiago Maia no lugar de Marquinhos Gabriel, recompondo a dupla de volantes, Falando nessa posição, mais uma vez Lucas Otávio fez uma grande partida, assim como outro garoto da base, Daniel Guedes, que vem se firmando na lateral-direita.

Aos 34, Tite colocou Edilson no lugar do inoperante Mendoza, e passou a jogar no campo santista, chegando duas vezes à trave de Vladimir. Um minuto após a alteração do treinador corintiano, Leandrinho entrou no lugar de Geuvânio e, com três volantes, nenhum deles com capacidade de armação, o time passou a sofrer um sufoco que por pouco não resultou em gol e em um empate que seria injusto pelo que os donos da casa jogaram em pelo menos dois terços da peleja.

A vitória dá moral para a equipe e confiança para os jogadores, que mostraram um jogo coletivo mais consistente sem seus dois principais nomes. No entanto, o time mais uma vez teve chances de matar a partida quando dominava as ações, e não o fez. Por pouco, não sofre mais um empate como em outras ocasiões. Os contra-ataques têm que ser mais treinados e mais gente no setor ofensivo tem que ter a precisão que não tem faltado a Ricardo Oliveira. De qualquer forma, deixar o Z-4 pra trás é ótimo.

1 comentário

Arquivado em futebol, Santos, Século 21

São Paulo 3 X 2 Santos – um longo calvário sem Robinho?

Clássico San-São foi o primeiro da equipe alvinegra sem o Rei das Pedaladas e evidenciou que o time ainda não tem uma forma de jogar definida para suprir a ausência do atacante

O clássico entre Santos e São Paulo disputado ontem à noite no Morumbi foi a primeira das prováveis sete partidas que o Alvinegro jogará sem Robinho. E a confusão tática mostrada no decorrer da partida evidenciou o quanto o Santos sente falta do Rei das Pedaladas, que pelo jeito encaminha bem sua renovação.

Isso decorre não somente da qualidade do atacante, mas por não haver nenhum reserva com suas características. No primeiro tempo de ontem, Marcelo Fernandes optou por Rafael Longuine como substituto de Robinho, o que, na prática, significou a mudança do 4-2-3-1 para um 4-4-2, com o meia não atuando do lado esquerdo do ataque, mas compondo a marcação na meia e vez por outra buscando a aproximação com Ricardo Oliveira.

Também por isso, mas não só, a atuação da equipe na etapa inicial foi algo próximo do patético. Com uma postura covarde, jogando excessivamente atrás, o time não soube sair da marcação-pressão que os donos da casa exerceram em boa parte da partida, já que, ao que parece, não existe treinamento na Vila Belmiro para esse tipo de situação de jogo. Dominado no meio de campo, o Santos viu o São Paulo arriscar tiros de fora da área, já que os tricolores também não apresentaram força ofensiva ou criatividade para furar o bloqueio santista na entrada da área.

Diante desse panorama, quem tentou mais, marcou, e o gol são-paulino surgiu em cobrança de falta pelo lado esquerdo da defesa alvinegra, aos 33. Tiro forte, mas no canto de Vladimir, que mais uma vez tomou um gol de falta com uma bola vindo próxima a ele, como aconteceu contra o Avaí. Substituído por Vanderlei no intervalo, o arqueiro deve voltar a frequentar o banco.

Mas se o gol do São Paulo veio em uma falha de Vladimir, foi um pênalti infantil que trouxe de volta o Santos ao jogo. Denílson abriu o braço direito em direção à bola e o árbitro Thiago Duarte Peixoto marcou. Ricardo Oliveira fez aos 46. Um empate imerecido para o Peixe, mas que também fazia jus à fragilidade ofensiva dos donos da casa, que dominaram, mas pouco criaram.

Lucas Lima, perdido no primeiro tempo, não foi suficiente para a vitória santista (Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Lucas Lima, perdido no primeiro tempo, não foi suficiente para a vitória santista (Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Marcelo Fernandes muda, e erros individuais enterram o time

No segundo tempo, além da troca no gol, Marcelo Fernandes sacou Rafael Longuine e voltou à formação tática original, com Marquinhos Gabriel sendo o “dublê” de Robinho. O Alvinegro virou o marcador em falha de Rogério Ceni após finalização de Ricardo Oliveira, a um minuto da etapa final.

Contudo, mais uma vez a torcida do Santos nem teve tempo de comemorar, pois o empate veio aos 5, cabeçada de Paulo Miranda depois de escanteio cobrado pela esquerda da defesa santista (é sempre por ali). Um zagueiro cabecear sem qualquer marcação em um lance originado de bola parada é de desanimar qualquer torcedor. Werley, que seria o marcador no lance, vacilou, tendo feito uma partida hesitante também, em especial no segundo tempo.

Curiosamente, para quem se preocupou tanto com a armação defensiva, foi uma substituição na frente que resultou no lance do pênalti da virada são-paulina. Geuvânio jogou boa parte do tempo preocupado em bloquear as descidas do lateral-esquerdo Carlinhos, ex-Santos. Ele cedeu lugar ao meia Marquinhos, ex-Audax, que até chegou bem no ataque com alguma velocidade, mas desempenhou com timidez a função de marcação. E foi em um avanço do lateral tricolor que Daniel Guedes cometeu a penalidade convertida por Ceni.

De positivo, ficaram as atuações de Lucas Otávio e o ímpeto ofensivo de Daniel Guedes pela direita, que buscou jogadas mais agudas e foi bem na frente. Ambos estão mais confiantes com a sequência que têm tido e podem ser importantes no decorrer da competição, em que pesem eventuais erros.

O fato de Marcelo Fernandes buscar variações táticas também é algo a se comemorar, embora o resultado não anime. É preciso treinar situações de saída de bola com marcação-pressão e também lances de contra-ataque, alguns desperdiçados de forma tola quando o jogo estava 2 a 2. E o técnico também deve perceber que, às vezes, no contexto do jogo é melhor abrir mão do centroavante para abrir mais espaços na defesa rival e tornar o ataque mais rápido.

5ª rodada do Brasileirão 2015

São Paulo 3 X 2 Santos

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)

Data: 3 de junho de 2015, quarta-feira

Horário: 21 horas (de Brasília)

Árbitro: Thiago Duarte Peixoto (SP)

Assistentes: Carlos Augusto Nogueira Junior e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (ambos de SP)

São Paulo – Rogério Ceni; Bruno (Hudson), Paulo Miranda, Dória e Carlinhos; Denílson, Souza, Thiago Mendes (Centurión), Michel Bastos e Ganso; Alexandre Pato (Luis Fabiano)

Técnico: Milton Cruz

Santos – Vladimir (Vanderlei); Daniel Guedes, Werley, David Braz e Victor Ferraz; Lucas Otávio, Renato e Lucas Lima; Rafael Longuine (Marquinhos Gabriel), Geuvânio (Marquinhos) e Ricardo Oliveira

Técnico: Marcelo Fernandes

Cartões amarelos: Michel Bastos, Rogério Ceni, Paulo Miranda, Renan Ribeiro (São Paulo). Ricardo Oliveira, Lucas Otávio, Werley (Santos)

Cartão vermelho: Marquinhos Gabriel

Gols: Michel Bastos, aos 33 minutos do primeiro tempo, Ricardo Oliveira, aos 46 e a 1 minuto do segundo tempo; Paulo Miranda, aos 5, e Rogério Ceni, aos 39 minutos do segundo tempo.

1 comentário

Arquivado em futebol, Santos, Século 21

Santos X Cruzeiro – hora de arrancar no Brasileiro

Após a final do campeonato paulista, quando bateu o Palmeiras por 2 a 1, o Santos disputou três partidas, duas contra o Maringá e uma contra o Avaí. Em nenhuma delas a equipe empolgou mas agora, passadas duas semanas da conquista do estadual, é hora de acordar para o Brasileiro.

Para a partida deste domingo, às 16h, na Vila Belmiro, o Peixe não contará com Valencia, que viajou à Colômbia para conhecer sua filha. Lucas Otávio deve ser seu substituto e Renato e Chiquinho retornam à equipe.

A surpresa entre os relacionados de Marcelo Fernandes para a peleja foi a ausência de Gustavo Henrique, que perdeu a vaga no banco para Paulo Ricardo. O meia Rafael Longuine aparece mais uma vez entre os reservas e existe a expectativa de que possa estrear hoje.

Marcelo Fernandes tem um teste difícil contra o Cruzeiro (Ricardo Saibun/Santos FC)

Marcelo Fernandes tem um teste difícil contra o Cruzeiro (Ricardo Saibun/Santos FC)

O Cruzeiro, obviamente, está focado na Libertadores e agora sabe que seu adversário de quarta-feira será o River Plate, após a eliminação do Boca pela Conmebol. Mesmo assim, não fará o que fez na estreia na Arena Pantanal, quando escalou os reservas e foi derrotado pelo Corinthians. O time deve entrar quase com a força máxima para encarar o Alvinegro.

Leandro Damião, em função de um acordo de cavalheiros, não enfrentará o Santos. O lateral direito Mayke, com dores musculares, deve ser poupado, e Marcelo Oliveira pode tanto deslocar o volante Henrique, ex-Santos, para a posição, ou escalar Eurico ou Ceará, também ex-Peixe. Outro atleta que atuou na Vila Belmiro, Eugenio Mena, pode ser poupado.

Confira abaixo as prováveis escalações de Santos e Cruzeiro:

Santos X Cruzeiro – 16h do domingo (17) na Vila Belmiro

Santos – Vladimir, Victor Ferraz, Werley, David Braz e Chiquinho; Lucas Otávio, Renato e Lucas Lima; Geuvânio, Robinho e Ricardo Oliveira. Técnico: Marcelo Fernandes.

Cruzeiro – Fábio, Henrique, Manoel, Bruno Rodrigo e Fabrício; Willians Farias, Willians e Arrascaeta; Marquinhos, Willian e Henrique. Técnico: Marcelo Oliveira.

Leia também:

O histórico de Santos e Cruzeiro – relembre cinco goleadas do Peixe sobre o rival

1 comentário

Arquivado em futebol, Santos, Século 21

Santos joga mal de novo, empata com São Bento, e deixa torcida ressabiada

Depois da derrota para a Ponte Preta no meio da semana, o Santos fez outra atuação ruim e ficou somente no empate com o São Bento, na Vila Belmiro. Como de hábito, a torcida não compareceu ao estádio, foram 5.149 pagantes e, sem quatro titulares, o desempenho do time frente ao retrancado time de Sorocaba foi sofrível.

Marcelo Fernandes deslocou Victor Ferraz para sua função original, a lateral direita, no lugar do suspenso Cicinho, e promoveu a entrada de Zeca na lateral esquerda. Lucas Otávio entrou no lugar de Valencia, Gabriel seguiu substituindo Robinho e Wladimir também prosseguiu no lugar de Vanderlei.

Os dois gols sofridos pelo Alvinegro são sintomáticos do que foi a equipe. O primeiro, resultado de um escanteio, foi de autoria do volante Renan Teixeira, que cabeceou sem marcação no meio da área santista. Quando se toma um gol assim, sempre a culpa vai recair na zaga, mas o lance mostra outra realidade. Victor Ferraz é quem marca inicialmente o jogador rival, que se desvencilha sem ser acompanhado antes da cobrança e fica sozinho. Os zagueiros peixeiros estão marcando o beque João Paulo e o atacante Nilson.

Essa é a questão: em um escanteio ou em uma bola parada, não é só zagueiro que marca, mas o time inteiro. E a equipe tem que estar preparada para as jogadas que o adversário costuma usar. A comissão técnica alvinegra estudou ou desprezou esse aspecto do rival? Além disso, saiu Valencia, com seus 1,82, e entrou Lucas Otávio, com 1,64. Isso muda toda a marcação em bolas paradas, assim como o fato de Victor Ferraz marcar do lado oposto. O time se preparou para marcar com essa formação?

Já no segundo tento do time do interior, foram quatro santistas (um atrasado) contra três atletas do São Bento. Os dois atacantes estavam no mano a mano com a zaga. Sim, David Braz escorregou, mas não foi ultrapassado pelo rival, que tocou a bola para quem chegava de trás. Nesse tipo de situação, a chance do adversário levar a melhor é enorme. Defesa no mano a mano é convite para o que aconteceu.

Gabriel Santos São Bento

Gabriel correu mais, mesmo assim foi vaiado (Ricardo Saibun/SantosFC)

Ou seja, o Santos foi mal montado. Sem Robinho, do qual se mostrou muito dependente, o Peixe não conseguiu articular seu meio de campo – setor que o Sete costuma frequentar conforme o andamento do jogo –, não pressionou com qualidade a saída de bola, e não conseguiu atuar de forma compacta. Lucas Lima ficou sobrecarregado na armação e Geuvânio foi mal tática e tecnicamente. Gabriel se esforçou, criou chances e fez um gol, fazendo talvez sua melhor partida no ano, embora distante do que se espera dele e de seu potencial. Fez gestos para a torcida após o gol, o que mostra um certo desequilíbrio que precisa ser corrigido, mas pode até tomar o lugar de Geuvânio após o retorno de Robinho.

Wladimir, quando foi exigido, não correspondeu, e em nenhum momento passou segurança. Já passou da hora de o clube dar a ele novos ares, até porque, quando teve sequência de jogo, não aproveitou. Zeca também teve outra atuação ruim, ainda que tenha mostrado qualidade em outros momentos. Mas não foram os únicos culpados. O que chamou a atenção foi a falta de coordenação do Alvinegro, uma atuação coletiva muito ruim, como na peleja anterior, e sem mudar substancialmente a forma de jogar em momento algum.

A pior notícia destes dois últimos jogos é esta. Além de reforços no campo, talvez o Santos precise de um no banco. Ou o Brasileiro vai seguir a toada dos últimos anos.

Deixe um comentário

Arquivado em futebol, Santos, Século 21

Robinho brilha de novo, mas Santos expõe defeitos contra o Linense

Com outra apresentação brilhante de Robinho, o Santos superou o Linense por 4 a 2 no Pacaembu, na noite deste domingo. E, mais uma vez, a atuação do atacante, que marcou dois gols e realizou uma assistência, acabaram ofuscando algumas falhas reincidentes do time de Enderson Moreira. O problema crônico da falta de compactação da equipe segue, mas algumas situações de jogo podem, na prática, ajudar a identificar onde estão as lacunas de um elenco que ainda precisa se reforçar para a sequência do ano.

Antes de qualquer coisa, não concordo com boa parte dos torcedores que crucifica o atual técnico do Santos, que não é perfeito, mas também não é pior do que a média de “professores” dos clubes grandes do Brasil. Ele conseguiu montar uma equipe com três atacantes, havendo uma mobilidade interessantes entre eles, embora um, Geuvânio, tenha a função de marcar até certo ponto um lado do campo, enquanto Lucas Lima faz a mesma coisa do lado contrário.

O esquema conta ainda com laterais que, em boa parte do tempo, são menos alas e mais zagueiros, o que garante solidez à defesa santista e libera quem sabe atacar para fazer o que sabe. Um volante mais de um lado e um segundo do outro, ainda que Renato tenha prioridade para avançar um pouco mais que seu companheiro, seja ele Alison, Valencia ou Lucas Otávio.

É nas variações do esquema, em função do elenco desigual que tem, que Enderson se perde. Algo recorrente, por exemplo, é a troca do primeiro volante por Elano a certa altura do segundo tempo. Em tese, a troca melhoraria o passe no meio de campo em momentos no qual o time pode contra-atacar, mas o fato é que o sistema não tem funcionado. Contra o Linense, por exemplo, mesmo que o colombiano Valencia não seja uma Brastemp, sendo lento e muitas vezes pouco produtivo no desarme, Elano marca ainda menos, e se o Linense já tinha certa vantagem no enfrentamento com o meio de campo peixeiro antes de sua entrada, a situação piorou. E o time do interior conseguiu diminuir a vantagem de 3 a 0 dos donos da casa para 3 a 2.

O panorama piorou tanto que o treinador santista teve que corrigir sua equivocada modificação, colocando um volante de ofício, Lucas Otávio, no lugar de Geuvânio. Recompôs a marcação, controlando melhor a partida, e afastou qualquer possibilidade de empate do Linense quando colocou Gabriel em campo, que deu a assistência para Robinho fechar o placar. O meio é o carma de Enderson e é nesse setor que novas alternativas deveriam ser pensadas.

Fora isso, é preciso falar sobre Robinho. Podem dizer que o atacante tem jogado bem porque tem atuado contra times menos qualificados. É um fato, mas poucos questionam isso quando o autor da proeza é, por exemplo, Alexandre Pato ou outro similar. O que poucos podem negar é que o Sete do Peixe é um dos poucos atacantes atuando no país que pode matar uma bola longa com qualidade, articular o jogo quando recua para a meia, partir em velocidade sem deixar de pensar como alguns velocistas de outrora ou de hoje, e ainda dar toques de primeira para companheiros. Faz a diferença. E, em um time mais entrosado e com um meio de campo de mais qualidade, pode liderar o Santos rumo a títulos.

1 comentário

Arquivado em futebol, História, Santos, Século 21

Santos dá outra goleada e Gabriel marca o gol 12 mil do clube

Se o Botafogo-SP já fazia parte da história do Santos por conta de uma derrota por 11 a 0, ocorrida no campeonato paulista de 1964, com oito tentos de Pelé, novamente fará parte da memória alvinegra de uma forma que não gostaria. O time sofreu o gol 12 mil do Santos, clube de futebol profissional que mais foi às redes no mundo, e levou uma goleada atuando em uma Vila Belmiro com sensação térmica de 34 graus.

As duas equipes fizeram um dos jogos mais intensos do Paulista na metade inicial do primeiro tempo. Com espaços nas duas defesas, os times criaram oportunidades, mas a qualidade técnica dos donos da casa fez a diferença e assegurou a vantagem alvinegra logo aos 4 minutos. Leandrinho, que entrou no lugar do contundido Alan Santos, deu uma bela enfiada de bola para Geuvânio. O moleque foi rápido, driblou o goleiro Gilvan, e marcou.

Moleque comemoram na partida dos 12 mil gols

Moleque comemoram na partida dos 12 mil gols

Ainda assim, a partida seguiu equilibrada, mas sempre pendendo para o Alvinegro que, aos 11, teve chance de ampliar. Geuvânio pedalou chegando à área e sofreu pênalti, desperdiçado por Cícero. Até o intervalo, Aranha teve que fazer ao menos três defesas importantes, e o Botafogo chegou com perigo à área santista. Isso por conta dos méritos do esquema montado por Wagner Lopes, que adiantou a marcação na maior parte do tempo e dificultou a saída de bola peixeira. Mas também em função de uma deficiência defensiva pelos lados do campo. Emerson Palmieri, que ocupou o lugar do contundido Mena, não foi bem mais uma vez e também não teve uma cobertura eficiente dos meias pelo lado esquerdo, que foi por onde o time do interior chegou mais.

Mesmo com a peleja perdendo intensidade na metade final da primeira etapa, os visitantes quase marcaram um golaço com uma bela chegada de Hudson. Contudo, foram castigados em um contra-ataque perfeito do Peixe, com uma assistência de Geuvânio para Cícero, que não perdeu.

No segundo tempo, o Botafogo começou assustando, com uma falha – rara, diga-se – do goleiro Aranha, que saiu mal em cobrança de escanteio pelo lado canhoto da defesa. A bola bateu no volante Hudson, que fez meio sem intenção. A partir daí, os visitantes recuaram e aguardaram os contra-ataques. Não foi uma boa opção…

Eram 21 minutos quando Geuvânio, jogador que mais se apresentava pelo lado alvinegro (e bem), deu um toque sutil e contou com a falha do defensor Lima, que furou e deixou a bola limpa para Gabriel. O moleque, sumido até então, não costuma tremer na frente do goleiro, e não foi diferente desta vez.

Faltava um gol para o 12 mil, e ele só poderia vir de um menino da Vila. Gabriel recebeu após um chutão de Aranha que passou por todo o campo. Novamente, o Nove peixeiro não desperdiçou, entrando para a história do clube. Leandro Damião deve estar coçando a cabeça vendo seu provável adversário pela vaga no ataque fazendo o quarto gol no Paulista, tornando-se artilheiro do time no torneio.

Com a partida ganha, Oswaldo de Oliveira (expulso por reclamação) promoveu a estreia de Rildo, a entrada de Lucas Otávio, que participou da campanha vitoriosa na Copa SP de Juniores, e, antes de sair do campo, orientou a entrada de Bruno Peres. Rildo, aliás, fez uma bela jogada pela esquerda do ataque, dando assistência para o quinto gol peixeiro, marcado por Emerson Palmieri.

Mais uma goleada por 5 a 1, e o torcedor vai ganhando confiança, assim como os jovens que mostram personalidade em campo. E uma partida histórica. Definitivamente, pode dar caldo.

Deixe um comentário

Arquivado em futebol, História, Santos, Século 21

Santos 11 X 0 Botafogo-SP. Lembranças do adversário de sábado à noite

“Vocês vão se f… aqui hoje.” Era assim que um mais que motivado Pelé respondia aos adversários, a cada gol que marcava naquele 21 de novembro de 1964, pelas provocações de jogadores e da torcida pela derrota na partida entre Santos e Botafogo-SP meses antes. É o que conta o atacante tricolor Antoninho, nesta matéria. “Não tinha jeito, ele estava ‘endiabrado’. A cada gol que ele fazia, pegava a bola no fundo da rede e voltava pro meio-campo correndo, porque queria bater o recorde de gols”, relembra. “Ele queria vingança por causa do jogo no primeiro turno. Nós ganhamos deles por 2 a 0, a torcida provocou muito e um jogador nosso até sentou na bola”, diz.

ImagemAquela noite foi o recorde de gols de Pelé em uma só partida: oito tentos. E também a terceira maior goleada do Alvinegro na história, perdendo só para os 12 X 1 aplicados no Ypiranga e na Ponte Preta. Naquela noite, como também menciona a reportagem da ESPN, Pepe marcou o quarto do triunfo peixeiro, um gol olímpico. Foi 11 a 0, o Pelé fez oito e eu fiz um. Mas o meu gol foi olímpico! O duro é que ninguém lembra, porque o Pelé fez oito (risos)…”, conta.

Este post lembra que foram 9.437 torcedores os que pagaram ingresso para acompanhar a partida na Vila Belmiro. A equipe de Lula entrou no gramado da Vila famosa com Gilmar; Ismael, Modesto, Haroldo e Geraldino; Lima e Mengálvio; Toninho Guerreiro, Coutinho, Pelé e Pepe. O Botafogo entrou com Machado; Ditinho, Carlucci, Tiri e Maciel; Hélio Vieira e Adalberto; Zuíno, Alex, Antoninho e Gaze.

Duas outras curiosidades. O goleiro do Botafogo, Machado, foi eleito o segundo melhor da peleja, perdendo somente para o Dez santista. Naquela ocasião, o técnico botafoguense era Oswaldo Brandão, demitido em função da derrota. No dia 6 de dezembro, duas semanas depois da goleada, ele voltou a encontrar o Peixe, desta vez comandando o Corinthians, no Pacaembu. Mais um saco de gols: 7 a 4 para o Santos. Brandão tomou 18 gols do Alvinegro em dois jogos, sendo 12 de Pelé.

Histórico de jogos entre Santos e Botafogo-SP

Santos e Botafogo se encontraram 89 vezes e é grande a vantagem alvinegra. O Peixe obteve 54 vitórias, empatou 20 vezes e perde 15, com 201 gols pró e 93 contra.

Santos X Botafogo-SP, hoje à noite, Vila Belmiro

Para o jogo de hoje contra o Botafogo, Oswaldo de Oliveira deve poupar alguns jogadores. Rildo, atacante contratado junto à Ponte Preta, foi relacionado e pode fazer sua estreia. O ala esquerdo Mena e o volante Alan Santos são desfalques certos. No total, 21 jogadores foram relacionados, mas três serão cortados antes da partida. Alguns dos campeões da Copa São Paulo de Juniores estão entre os convocados pelo técnico como o lateral esquerdo Zé Carlos, o volante Lucas Otávio, e os atacantes Diego Cardoso, Jorge Eduardo e Stefano Yuri.

O Botafogo-SP lidera o grupo B, que tem o Corinthians, com nove pontos. Já o Peixe é o primeiro do grupo C, com dez pontos, um à frente do São Bernardo, que derrotou justamente a equipe de Ribeirão Preto na rodada de estreia da competição. A provável escalação do Santos misto hoje é Aranha, Bruno Peres, Jubal, Gustavo Henrique (David Braz) e Emerson; Leandrinho, Lucas Otávio, Jorge Eduardo e Cícero; Victor Andrade (Thiago Ribeiro) e Stéfano Yuri.

Lembrando ainda que o Santos está a quatro tentos do gol 12 mil, sendo o clube profissional que mais fez gols no mundo.

1 comentário

Arquivado em Ídolos, Década de 60, futebol, História, Santos, Século 21, Sem Categoria

Santos supera Corinthians e arbitrariedade da FPF na Copinha. E agora?

Lembro que em uma entrevista da qual participei, Mano Brown comentou que o Corinthians era “aquele negócio de gol no último minuto, o Santos não, é gol de bicicleta, golaço”. Ele tentava explicar a diferença de espírito (ou marca) das duas equipes. E também o que as torcidas esperavam de cada qual.

A final da Copa São Paulo de Juniores mostrou um pouco disso. Não que o Peixe tenha sido um primor de técnica ou que o clube paulistano tenha tido uma raça acima da média de um time que se lança ao ataque quando está perdendo. Mas o fato é que os meninos da Vila chegaram a seus dois tentos com lances de técnica, em especial de Stephano Yuri, que deu as duas assistências. E o Corinthians conseguiu fazer pressão a partir da segunda metade do segundo tempo na base do abafa, alcançando seu gol em uma falha de um defensor peixeiro, e desperdiçando a chance do empate em um lance de falta de tranquilidade (ou um pouco de técnica) de um de seus avantes.

Mas outro fator ajudou na pressão corintiana: a torcida. E aí entre a responsabilidade da Federação Paulista de Futebol, organizadora da competição, que não previu que duas equipes grandes de São Paulo pudesse chegar à final. Ou não quis prever…

Quando soube que o Corinthians havia passado pelo Fluminense e faria a final com o Santos, já imaginava que não seria um jogo com carga de ingressos dividida igualmente. E entra no episódio outro fator, o da falência do poder público paulista que não consegue organizar um clássico de times grandes com estádio dividido de forma igual, o que acontece em alguns outros lugares do país e acontecia até pouco tempo nas bandas de cá. E ainda tem parlamentar eleito por colaborar com esse estado de coisas.

Então, dado que não se pode dividir de forma igual os ingressos, a Federação escolhe como mandante o Corinthians. Por que? O Corinthians fez a melhor campanha da competição? Não. É o campeão de 2013? Não, é o Santos. Tem a melhor média de público? Não, essa é do Alvinegro Praiano também, que, a propósito, levou 25 mil pagantes para a final praticamente de uma torcida só da competição de 2013, três mil a menos que o clássico de agora. Então, como o Corinthians virou mandante na final?

Não há explicação, a não ser a arbitrariedade de sempre de uma federação moribunda, cujo dirigente máximo sonha em comandar também o futebol brasileiro, já que é o principal parceiro de José Maria Marin. Sua postura feudal chega ao ponto de usar as placas de publicidade reservadas para a FPF na final e em outras partidas para divulgar um programa televisivo da entidade que tem como apresentadora a jovem namorada do presidente da entidade, Carolina Galan. O futebol não merece isso.

Acabou a Copa São Paulo de Juniores 2014. E agora?

Mesmo com as adversidades, o Santos venceu. E, olhando para a equipe de 2013, é possível ver que o time titular inteiro sentiu pelo menos o gostinho de treinar com os profissionais. Observando a equipe de profissionais hoje, pode-se perceber que, pela ausência em determinadas posições, alguns atletas de 2014 podem ter chance de fazer parte ao menos do grupo principal.

Claro que a dupla de ataque chama a atenção. Stephano Yuri e Diego Cardoso fizeram cada um nove gols na Copinha, e podem receber oportunidades até porque os de cima, até agora, não mostraram um serviço decente no campeonato paulista. Mas talvez sejam os laterais os mais próximos de serem aproveitados, até porque o Galhardo, pela direita, foi emprestado, e Bruno Peres é comprovadamente temerário. Pelo lado canhoto, Emerson Palmieri não convenceu ainda, e Mena também não é o lateral ou ala que a torcida espera (talvez possa ser). Daniel Guedes e Zé Carlos podem esperar serem acionados.

Entre os volantes/meias, nem Leandrinho muito menos Alan Santos mostraram até agora condição de se firmarem como titulares. Lucas Otávio já provou que sabe se posicionar, tem técnica e sabe sair pro jogo, mas sua altura (1,64) parece ser um impeditivo para que fique no profissional. Se não for o caso, o Peixe poderia liberar o atleta, mas, pelo que já fez, deveria ter algumas chances que atletas com muito menos potencial, e vindos de fora, tiveram no Alvinegro.

Deixe um comentário

Arquivado em futebol, História, Santos, Século 21