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Edu Dracena e os maiores zagueiros artilheiros da história do Santos

Dracena comemora seu 15º tento pelo Santos, na semifinal do Paulistão 2013

Com o gol que levou a partida contra o Mogi Mirim para a disputa de pênaltis, Edu Dracena não só assegurou a ida do Santos à final do Paulista de 2013 como também garantiu a vice-liderança entre os maiores zagueiros-artilheiros do clube.

Desde 2009, quando chegou ao Alvinegro, Dracena marcou 15 gols, mesmo número de três outros ex-peixeiros. Além do lance do empate contra o Mogi, o capitão santista também fez outros tentos importantes, como os anotados contra o Atlético-MG, nas quartas, e contra o Vitória, na final da Copa do Brasil de 2010. Também fez o seu contra o Cerro Porteño, nas semifinais da Libertadores de 2011. Confira abaixo quem são os outros quatro zagueiros que fazem parte da lista dos maiores artilheiros santistas na posição.

Alex (2002 a 2004) – 20 gols

O maior zagueiro artilheiro da história peixeira treinava entre os juniores do Jabaquara, de acordo com essa matéria, quando o técnico Emerson Leão precisou de gente para completar dois times em um coletivo. Alex entrou e conquistou a confiança do treinador, que resolveu apostar no talento do então garoto de 20 anos para formar dupla com André Luiz, as “torres gêmeas” da Baixada.

Apelidado de “novo canhão da Vila” por conta do seu chute forte, fez gols em cobranças de falta e também de cabeça em sua passagem pelo Santos. Campeão brasileiro em 2002, foi vice-artilheiro da equipe no Brasileiro de 2003, ao lado de Diego, Robinho, Renato e Willian, com nove gols, ficando atrás somente de Fabiano, com dez. Em 2004, foi para o PSV e, mais tarde, chegou ao Chelsea. Hoje, está no Paris Saint-Germain e faz dupla ao lado de Thiago Silva.

Joãozinho (1977 a 1983) – 15 gols

O quarto-zagueiro Joãozinho, apelido de João Rosa de Souza Filho, veio do Vitória para o Santos em junho de 1977, aos 21 anos, e já tinha fama de artilheiro, pois havia marcado nove gols no campeonato baiano de 1976. Logo que chegou, reza a lenda que um dirigente santista chegou no vestiário e tratou de estabelecer a “nova ordem”. “Joãozinho aqui no Santos só tem um e é esse que chegou do Vitória. De agora em diante, o ponta-esquerda que veio do São Cristovão deixa de ser Joãozinho e passa a ser João Paulo, que é o nome dele.” O ponteiro era “só” aquele que viria a ser o segundo maior artilheiro da Era Pós-Pelé, o Papinha.

Joãozinho, entre o goleiro Vítor e o parceiro de zaga Neto

Joãozinho, entre o goleiro Vítor e o parceiro de zaga Neto

O zagueiro fez parte da primeira edição dos Meninos da Vila, campeão paulista em 1978, e foi vice-campeão brasileiro em 1983. Mais tarde, ele era o auxiliar de Serginho Chulapa e assumiu o comando do Santos após a saída do ex-artilheiro, em 1994. Treinou o Santos até meados de 1995, quando foi substituído pro Cabralzinho, que comandaria a bela equipe vice-campeão brasileira daquele ano. Hoje, Joãozinho é supervisor das divisões de base do Alvinegro.

Márcio Rossini (1981 a 1985 e 1990) – 15 gols

Vindo do Marília, Márcio Rossini era o tipo de zagueiro central que não “aliviava”. Com 1,82 e 78 quilos nos bons tempos, foi um líder em campo na sua passagem pelo Peixe e chegou à seleção brasileira em 1983, disputando 13 partidas pela seleção treinada por Carlos Alberto Parreira.

Com Toninho Carlos, defensor que era mais técnico, formou uma dupla daquelas que muitos consideram a ideal para uma zaga, com um “zagueiro zagueiro” e outro clássico. Juntos, jogaram pelo Santos, pela seleção brasileira e, mais tarde, pelo Bangu. Além dos tentos marcados pelo Alvinegro, Márcio Rossini também fez um belo gol pela seleção brasileira, em 1983, um empate em 3 a 3 contra a Suécia. Veja abaixo o gol.

André Luis (2000 a 2004) – 15 gols

Cria da base santista, o gaúcho André Luis estreou no time no ano 2000, em uma vitória por 7 a 2 contra o Araçatuba. Disputou os Jogos Olímpicos de Sidney pela seleção, mas não chegou a se firmar no clube no período, sendo emprestado para o Fluminense entre o segundo semestre de 2001 e o primeiro de 2002. Um dos principais motivos da sua saída momentânea foi o escorregão diante do atacante Gil, do Corinthians, que resultou no gol de Ricardinho e na desclassificação alvinegra nas semifinais do campeonato paulista.

No seu retorno, fez bela dupla de zaga com Alex e foi peça importante na campanha que levou o Peixe ao título do Brasileirão de 2002, obtido contra o Corinthians. Ficou na equipe até 2004, transferindo-se na temporada de 2005 para o Benfica, após desentendimento com Vanderlei Luxemburgo.

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Serginho Chulapa e o pacto para vencer o Paulistão de 1984

Serginho Chulapa foi um dos meus primeiros ídolos no Peixe. Após ficar marcado como maior atilheiro da história do São Paulo, o atacante chegou ao Santos em 1983, sendo o artilheiro do Brasileiro daquele ano, com 22 gols. Junto como ponta-esquerda João Paulo, é quem mais marcou gols com a camisa peixeira depois da Era Pelé, com 104 tentos.

Chulapa ficou até o fim de 1984 no Alvinegro, mas teve outras três passagens pela Vila: em 1986, 1988 e 1990. Ídolo, fez o gol do título do campeonato paulista de 1984, e os bastidores dessa partida e desse campeonato estão no livro Artilheiro Indomável – As Incríveis Histórias de Serginho Chulapa (Editora Publisher Brasil), do jornalista Wladimir Miranda.

A gente sabia que não ia perder. O Castilho (ex-goleiro Carlos Castilho, já falecido, que era técnico do Santos em 84) deu a preleção dele na chácara Nicolau Moran Vilar. Eu pedi para falar com o grupo. Disse: ‘Não vamos perder este título, gente. Se eles estiverem ganhando, vamos arrumar uma confusão. Eles, durante a semana, fizeram foto de campeões. Nós vamos ser campeões. Se tiver perdendo o jogo, arrumo a confusão e todo mundo vai ter de entrar na briga’. Nosso time tinha o Márcio Rossini, Rodolfo Rodriguez, o Dema. Nosso time era problema. No braço, era problema. Saímos com essa determinação. Qualquer eventualidade, a gente ia arrumar um rolo. Foi uma voz de incentivo. O importante é que tiramos o tricampeonato do Corinthians. O título teve um sabor especial para mim. Assim que cheguei ao vestiário, tomei mais da metade de uma garrafa de uísque. Passei até mal de tanto que bebi”.

Outro ex-atleta daquele elenco, Dema, confirma na obra de Miranda o pacto proposto por Chulapa. “Ele disse que se o Corinthians estivesse ganhando, a gente ia bagunçar o jogo. Disse que ia bater em todo mundo. O Serginho era encrenqueiro. Era meio louco. Era engraçado. Ele apavorava os zagueiros. Eu via o que ele fazia e dava muita risada lá atrás. Disse para ele assim: ‘Você é o Serginho, eu estou começando a minha carreira. O que você mandar, eu faço’”.

O ex-volante lembra que não foi necessário tumultuar o jogo para o Peixe derrotar o Corinthians po 1 a 0. “Dei uma chegada no Arthurzinho e no João Paulo, e eles foram armar no meio de campo. O João Paulo, a gente já conhecia. Ele tinha jogado no Santos e nós sabíamos que colocava a bola onde queria. Então, dei uma chegada nele e pronto”.

No livro, Dema conta também que, ao contrário do que seria o normal do futebol, com os zagueiros colocando medo nos atacantes, era Chulapa quem amedrontava os defensores. E não só os defensores, como mostra uma passagem contada pelo volante santista. “Ele estava treinando cobranças de faltas. Sempre que errava o chute e a bola ia muito longe do gol, alguns torcedores que estavam vendo o treino perto do alambrado davam risada, mexiam com o Serginho. O Serginho ficou nervoso e pulou o alambrado atrás dos torcedores. Os caras, uns dez torcedores, saíram correndo. Os caras na frente e o Serginho atrás. E os outros jogadores ficavam lá, morrendo de rir.”

O lançamento do livro  Artilheiro Indomável – As Incríveis Histórias de Serginho Chulapa, será no Artilheiros Bar, rua Mourato Coelho, 1194, na segunda-feira, 12, 19h.

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