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Santos perde invencibilidade contra o Internacional. O que esperar do time no Brasileiro 2016?

Alvinegro perde a primeira na Vila Belmiro após 29 partidas e sinal amarelo já acende. Desfalques mostram a limitação do elenco peixeiro

O Santos perdeu na noite deste domingo (29) a primeira partida dentro da Vila Belmiro após uma série invicta de 29 jogos sem derrota, aproximadamente onze meses. A queda diante do Internacional foi a segunda no Brasileiro e hoje ficaram evidentes as limitações do elenco alvinegro.

A primeira etapa foi desastrosa. O Internacional fez a tão propalada “marcação alta”, pressionando e dificultando a saída de bola dos donos da casa. Com uma marcação eficiente nas laterais, faltou uma aproximação maior dos homens de meio, e o time abusou dos passes de longa distância.

Nesse aspecto, já fica patente a dificuldade que o Peixe tem em repor suas peças, no caso, Ricardo Oliveira, Gabriel e Lucas Lima. O Pastor, por exemplo, já fez gols recebendo passes longos de Lucas Lima, Thiago Maia, Victor Ferraz… Por um motivo muito simples: os jogadores sabem como e pra onde ele corre. Isso é entrosamento, mas também qualidade técnica do Nove peixeiro. Quando entra Joel, não há entrosamento e a distância técnica é grande.

Vitor-Bueno-Inter

Vitor Bueno tentou e se movimentou, mas não foi suficiente para superar a retaguarda colorada (Foto: Santos FC)

 

Se houvesse ainda algum meia que pudesse fazer algo surpreendente, talvez fosse possível o time sentir menos a ausência do centroavante. O problema, mais uma vez, é elenco. Temos Longuine, que está longe de fazer sombra a Lucas Lima. Pode até ser que, com o correr dos jogos, melhore o nível de suas atuações, que têm sido abaixo do potencial que ele já apresentou, principalmente no Audax. Ainda assim, é um abismo em relação ao meia que está na seleção brasileira.

No segundo tempo, o time melhorou. Ronaldo Mendes entrou após o intervalo no lugar de Longuine, mas, sinceramente, não é possível esperar que ele vá decidir sempre. Até porque não tem essa bola toda. Paulinho e Joel, os dois suplentes que se tornaram titulares, foram pro banco e cederam lugar a Lucas Crispim e Matheus Nolasco, que deram mais vida ao Peixe quando o Inter já recuava sua marcação. Curiosamente, quando estava melhor, o Santos sofreu o gol.

É preocupante que o clube tenha contratado reforços que só estrearão em julho por conta da janela de transferência. O time até lá vai penar com desfalques. A não ser que haja uma reviravolta inclusive na confiança dos atletas que entram, nós, torcedores, vamos sofrer. O clássico contra o Corinthians, de torcida única na quarta, é uma oportunidade do Santos se mostrar time de fato, sem se fiar nas individualidades, até porque, hoje não existem.

Fora isso, é preciso ter paciência. Culpar Dorival, que erra como erram jogadores e até torcedores, que não vão à Vila apoiar a equipe, é a solução mais simples. Mas não a melhor.

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Santos 2 X 1 Coritiba – Renato, de terno e na raça, salva o Peixe

Meia, mesmo com câimbras e praticamente sem condições de jogo, virou a partida para o Alvinegro Praiano. Mesmo com a má atuação, os três pontos são fundamentais para o time da Vila

Mais uma vez o Santos atuou no domingo pela manhã. E, como aconteceu em 2015, teve um desempenho pra lá de discreto, desta vez contra o Coritiba, na Vila Belmiro. Mesmo assim, saiu com a vitória arrancada quase a fórceps.

A primeira etapa santista foi daquelas de dar vergonha. O time parecia administrar os efeitos do calor do horário e mantinha por maior tempo a posse de bola, porém, sem efetividade. Abria o jogo pelas laterais, bem marcadas pelo Coxa, e não conseguia jogar em profundidade. Mesmo quando os volantes avançavam, opção quase obrigatório quando o adversário se posta atrás com duas linhas bem montadas de quatro jogadores na defesa, o jogo não fluía.

Isso sem contar na insistência em escalar Lucas Lima, justificável em parte pelo valor do craque, mas que, dadas as condições físicas do atleta, não poderia ter acontecido. O time jogou praticamente com um a menos na etapa inicial, algo corrigido com a entrada de Paulinho após o intervalo.

Sem criatividade ofensiva e com uma marcação deficiente pelos lados do campo, o Peixe foi presa fácil para os contra-ataques do Coritiba. em especial no lado esquerdo da defesa, já que Zeca fez uma partida muito abaixo da média, talvez a sua pior pelo Alvinegro, e o meio de campo não realizou a cobertura por ali. Foi daquele setor que saiu a jogada de gol dos visitantes, e os donos da casa poderiam ter sofrido mais um ou dois caso o adversário tivesse mais qualidade.

renato santos

Renato: a técnica de sempre, com uma raça fora do comum

 

Na segunda etapa, o Santos veio com um ímpeto maior, procurando as jogadas de aproximação e também buscando mais profundidade. Ao mesmo tempo, o Coxa recuou mais, dando espaço e não conseguindo emplacar contra-ataques, se acomodando no anti-jogo. Assim, tomou um gol de falta de Vitor Bueno, em falha do arqueiro Wilson aos 17 minutos. A partir daí, pressão peixeira, mas sem organização tática.

Ficaram evidentes as poucas opções de Dorival no banco. Não há reservas, hoje, que ameacem os titulares. Joel só jogou porque Ricardo Oliveira não tem condições, mas a diferença entre ambos é enorme. Ele acabou saindo para a entrada de Ronaldo Mendes, que buscou quase o tempo todo o mesmo tipo de lance: costurar na frente da área para tentar o chute. Precisava fazer mais que isso. Matheus Nolasco entrou no lugar de Vitor Bueno e, apesar de poder mostrar pouco, pode vir a ser uma opção de velocidade melhor que Neto Berola era como “jogador de segundo tempo”.

Mas o destaque da partida usava terno. E não hesitou em sujar o traje de gala. Renato, o capitão que foi homenageado antes da partida recebendo uma placa pelos 300 jogos com o manto alvinegro (apesar de ser sua 307ª peleja), passou a sentir câimbras quando o Santos já não podia mais fazer substituições. Participou do jeito que seu físico permitia na marcação até que foi deslocado para a função de centroavante, já que não podia mais se movimentar. E deu certo

Foi em um lance lindo do até então participativo, mas pouco efetivo Victor Ferraz, que Renato marcou de cabeça, a 30 segundos do apito final. Se a torcida esperava muito mais do Santos, não se pode dizer que o resultado foi injusto. O time teve mais posse de bola, teve dez finalizações, metade delas certas, contra quatro do rival, e foi quem procurou o resultado. E ganhar, mesmo quando se joga mal ou abaixo das expectativas, é algo crucial para se almejar algo no Brasileiro, é só olhar os últimos campeonatos.

E já são 30 jogos de invencibilidade na Vila Belmiro.

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