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Lembra dele no Santos? Basílio, o “Basigol”, foi um dos heróis do Brasileiro de 2004

Ponta rápido e habilidoso chegou à Vila Belmiro com 32 anos e ganhou a torcida com o bom futebol

No último dia 19 de dezembro foram completados 15 anos do título santista do Campeonato Brasileiro de 2004. Um título importante não só por ter sido uma virada emocionante na reta final de uma competição por pontos corridos, com o Peixe superando o Atlético Paranense (hoje “Athlético”), mas também pelo time ter tido contra si diversos outros obstáculos.

Houve a polêmica dos gols mal anulados. Só do atacante Deivid foram oito. Além disso, jogadores foram punidos de forma desproporcional pela comissão de arbitragem, o time perdeu mandos de campo e ainda teve uma baixa importante justamente no momento crucial do Brasileiro.

Basílio jogando no Santos

Basílio fez 42 gols com a camisa santista e é o 8º maior artilheiro do clube no século 21

A mãe do atacante Robinho, maior estrela da equipe, foi sequestrada e permaneceu 41 dias em cativeiro. Ele não atuou em seis partidas voltando somente no último jogo contra o Vasco, quanto o Santos precisava de uma vitória simples para ser campeão.

Na ausência do camisa Sete, um jogador assumiu a responsabilidade e conquistou o respeito da torcida. Basílio, o “Basigol”.

Chegou ao clube em dezembro de 2003, pedido pelo então técnico Emerson Leão. O atleta, de 32 anos, vinha do Marília depois de ter passado pelo Palmeiras, em 2000-2001, e pelo Grêmio. Foi apresentado junto com Robson, outro que levava o gol no apelido (Robgol), artilheiro vindo do Paysandu e que não foi bem na Vila, e o goleiro Mauro, que seria titular da equipe campeã brasileira.

Logo de cara, Basílio não escondeu a satisfação de vestir a camisa alvinegra. “Já usei muitas vezes a camisa do Santos como torcedor e agora terei a oportunidade de vesti-la dentro de campo”, disse, em entrevista à imprensa em sua chegada.

Estreou no Santos em janeiro, pelo Campeonato Paulista, quando o Santos foi a Itápolis enfrentar o Oeste, vitória peixeira por 1 a 0. Seu primeiro gol viria na partida seguinte, empate em 1 a 1 contra o São Caetano, na Vila Belmiro.

Tornou-se o reserva imediato de Robinho, por ter como características a velocidade, o drible e também a boa finalização. Na reta final em que foi titular por seis partidas no lugar do Rei das Pedaladas, foi às redes em metade dos jogos, quatro vitórias e dois empates. No penúltimo jogo, vitória contra o São Caetano por 3 a 0 no Anacleto Campanella, o Peixe assumiu a liderança do Brasileiro. Nesta partida, Basílio fez o terceiro.

No último jogo, com Robinho voltando à equipe após sua mãe ser libertada, Basílio “escalou” o atleta. Em entrevista ao portal Uol, ele contou como foi: “Chegou a hora do treinamento final, o Robinho todo feliz. Na hora de escolher a equipe titular, o Vanderlei (Luxemburgo) foi dando os coletes e ficou com um na mão. Aí ele chamou eu e o Robinho e falou para mim: ‘Tó, Basílio, resolve’. Aí eu peguei o colete e falei para o Robinho: ‘Tó, neguinho, o colete é seu’.”

Robinho jogou como titular, teve um gol mal anulado, e Basílio entrou em seu lugar no decorrer do jogo. A vitória por 2 a 1 no estádio Teixeirão, em São José do Rio Preto, garantiu o octacampeonato santista.

Com o retorno de Vanderlei Luxemburgo em 2006, Basílio foi emprestado para o Verdy Tokyo, do Japão, ostentando 116 partidas e 42 gols pelo Alvinegro, sendo o 8º maior artilheiro do clube no século 21. Encerrou a carreira no Sertãozinho, em 2011 e, em 2019, retornou ao Santos, agora no Departamento de Avaliação, Captação e Transição de Atletas.

 

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