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Novorizontino 3 X 3 Santos – sem motivo pra desespero

O empate conquistado pelo Peixe fora de casa na noite deste sábado virou motivo de preocupação para muito torcedor. A defesa teve um desempenho horrível e o ataque desperdiçou chances preciosas, principalmente no primeiro tempo, que poderiam ter dado uma vantagem mais confortável ao Peixe. Mas começo de temporada sempre é assim e a diferença de condicionamento físico entre equipes que fizeram uma extensa pré-temporada e os grandes que jogaram até meados de dezembro pesa bastante nesse período. Não há por que desesperar.

O que chamou a atenção ontem foi a variação tática feita por Dorival Júnior. Na primeira etapa, um 4-3-3 no qual os atacantes que jogavam pelos lados do campo – Patito Rodríguez, no lugar de Paulinho, resfriado, e Gabriel – várias vezes conseguiam ficar no mano a mano com os laterais adversários. Isso porque o Novorizontino, do técnico Guilherme (aquele que viu Fábio Costa defender sua cabeçada no segundo jogo da final entre Corinthians e Santos, em 2002) tentava encurtar o campo marcando o Santos mais à frente, o que dava espaço para a armação de contra-ataques do Peixe. Além disso, com Lucas Lima marcado, o Alvinegro jogava pelo meio com as subidas de Thiago Maia e Renato, que várias vezes concentraram as atenções dos marcadores do time do interior. Os laterais do Peixe pouco avançaram e a defesa ficou resguardada das investidas dos donos da casa.

Nesse contexto, na etapa inicial só deu Peixe e o 1 a 0 marcado no final do primeiro tempo por Gabriel ficou pequeno diante da superioridade dos visitantes. Já na etapa final o Novorizontino buscou com mais força o ataque, utilizando principalmente os lados do campo. Chegou ao empate logo, aos 7 minutos, com Pereira, em bola que sobrou na área santista mostrando uma incrível lentidão da defesa (que, lembrem-se, não é só a zaga). Nem o golaço de Lucas Lima cinco minutos depois, com direito a um passeio em meio a quatro marcadores rivais, tirou o ímpeto da equipe do interior, que ainda não venceu em sua volta à primeira divisão.

golaco de Lucas Lima

Lucas Lima marcou um golaço contra o Novorizontino (Ricardo Saibun – Santos FC)

Logo depois de estar novamente à frente do placar, Dorival colocou Vitor Bueno no lugar de Patito, colocando o Santos em um 4-4-2. A lógica era reforçar o meio de campo para buscar o contra-ataque contra um time que ia precisar sair mais ainda para o campo ofensivo. No entanto, Guilherme também mexeu, colocando Fagner no lugar do marcador Deda e Wesley no lugar de Lima. O time passou a jogar com três atacantes, forçando ainda mais as jogadas pelas pontas, com os visitantes preocupando menos com seus avanços do lado esquerdo, já que Vitor Bueno passou a fazer mais a meia do que fazia Patito. Isso liberou o lateral Paulinho, por exemplo, para ir à frente, preocupando a defesa santista.

Jogando melhor, o Novorizontinho chegou ao empate aos 22 e à virada aos 26. Sem muitas opções, Dorival colocou Neto Berola no lugar de Gabriel e Serginho substituindo Thiago Maia. E foi aos 39, em cobrança de falta de Ferraz, que o time escapou da primeira derrota do ano. O tento coroou o esforço da equipe, ainda que o resultado e as oscilações tenham deixado o torcedor com a pulga atrás da orelha. Mas antes de entrar da onda do “Fora Dorival” ou o “manda todo mundo embora”, é preciso considerar alguns fatores.

Primeiro, e talvez o principal a essa altura, seja o já citado condicionamento físico. É normal nas seis primeiras rodadas, pelo menos, os grandes oscilarem por ainda estarem adquirindo a melhor forma, penando contra equipes piores tecnicamente. É o que acontece todos os anos e com quase todos. Foi assim, por exemplo, com aquele outro Santos de Dorival, de 2010, que só engatou após completado o terço inicial da primeira fase.

Ontem, o técnico acabou vacilando ao mudar o esquema de jogo e atrair o Novorizontino, perdendo os lados do campo e expondo a defesa, quando a intenção era justamente protegê-la. Mas, no que diz respeito às sempre criticadas alterações do treinador, é preciso lembrar que, além da falta de opções (alô, diretoria), alguns jogadores parecem estar ainda mais abaixo da sua condição física ideal. Gabriel, por exemplo, sumiu no segundo tempo, e, mesmo sendo obviamente muito melhor que Berola, é compreensível que tenha saído até para que não “estoure” em um jogo menos importante.

É preciso mais paciência. Se o time estivesse estagnado, seria uma coisa, mas tem apresentado variações de jogo interessantes mesmo tendo perdido jogadores que fazem falta no elenco, como Marquinhos Gabriel e Geuvânio, além do contundido David Braz. Dá pra confiar na evolução desse time.

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Santos não sai do empate com o Figueirense em SC e vê posição no G4 ameaçada

No Orlando Scarpelli, o Santos não saiu de um 0 a 0 com Figueirense, o primeiro empate entre ambos na história do Brasileiro. O resultado ameaça a posição do Alvinegro Praiano no G4, já que o Palmeiras pode ultrapassá-lo caso vença o Sport. São Paulo e Ponte Preta também podem alcançá-lo em pontos, mas perdem nos critérios de desempate.

Ricardo Oliveira Santos

Ricardo Oliveira entrou no segundo tempo, mas jogo permaneceu 0 a 0 (Reprodução)

O Peixe entrou em campo com um time modificado, já que alguns jogadores foram poupados para o duelo de quarta-feira contra o São Paulo, na Vila Belmiro, pelas semifinais da Copa do Brasil. David Braz, Thiago Maia, Gabriel (suspenso) e Ricardo Oliveira deram lugar a Werley, Ledesma, Geuvânio e Nilson. Mais descansado e precisando da vitória, o Figueirense atuou durante toda a etapa inicial com muito mais ímpeto que os visitantes, criando mais oportunidades. Victor Ferraz segue em recuperação.

O sistema de marcação peixeiro começa no ataque, e ali se sentiu mais a diferença em relação às ausências. Nilson é o típico centroavante pesado, que se esforça mas tem dificuldades para executar a marcação. Geuvânio ainda está sem ritmo de jogo, assim como Ledesma no meio, e Marquinhos Gabriel foi bastante apagado, deixando de aproveitar os espaços deixados pela forte marcação concentrada em Lucas Lima.

Mais uma vez o camisa 20 santista foi vigiado de perto, e com uma certa aspereza da parte dos adversários. Faltas em cima dele renderam três cartões amarelos a atletas do Figueira no primeiro tempo, e João Vitor poderia ter sido expulso ao fazer sua segunda falta sem bola no meia, já tendo um cartão amarelo na conta.

Na segunda metade do jogo, o Santos voltou mais aceso e logo a 20 segundo criou uma grande chance com bela jogada de Marquinhos Gabriel pela ponta e uma finalização de Geuvânio defendida por Alex Muralha. O lance mostrava o que seria a tônica do time no segundo tempo, com uma movimentação maior no ataque e Marquinhos Gabriel e Geuvânio buscando atuar mais abertos pelas pontas, dando chance para os passes enfiados em velocidade, muito usados pelo time em geral.

Aos 26, Dorival Júnior colocou Ricardo Oliveira no lugar de Nilson, que pouco produziu na peleja, até porque parece perdido em meio ao sistema móvel alvinegro no campo ofensivo. Cinco minutos depois, Geuvânio deu lugar a Neto Berola e, aos 39, Léo Cittadini entrou no lugar de Ledesma. Mesmo assim, era o Figueirense quem propunha mais o jogo, com o Peixe menos concentrado que o rival e com inúmeros erros de passes, ainda que as alterações tenham melhorado um pouco a intensidade da equipe.

Com seis partidas para o final do campeonato, o Santos vai ter três confrontos fora de casa contra três times que lutam para não cair: Joinville, Coritiba e Vasco. Precisa aproveitar e contrariar seu histórico fora de casa na competição para assegurar seu lugar no G4.

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Santos joga pro gasto, supera Figueirense e enfrenta São Paulo nas semis da Copa do Brasil 2015

O Santos bateu o Figueirense no Pacaembu, em partida válida pelas quartas de final da Copa do Brasil. A equipe não fez uma grande apresentação, algo compreensível dada a maratona enfrentada pelos comandados de Dorival Júnior. Um 3 a 2 justo, com um adversário que valorizou a vitória.

Se o Figueirense veio para o Pacaembu com o chamado “time alternativo”, o Santos teve desfalques importantes na partida. Lucas Lima E Victor Ferraz não foram a campo, lesionados, e Geuvânio segue em recuperação. Mas o Alvinegro contou com um 12º jogador fundamental. A torcida desde cedo fez a festa no estádio paulistano, ainda que a desorganização tenha ocasionada filas imensas do lado de fora, atrasando a entrada dos torcedores.

Gabigol celebra

Gabriel, o cara do jogo. E só precisou atuar um tempo…

Como esperado, o Figueira veio retrancado, mas buscando também apertar a saída de bola santista com três atacantes. O problema é que esse tipo de esquema, sem compactação, dá espaço entre os atacantes e a intermediária, e alguns jogadores santistas pegavam a bola com liberdade, como Renato, que buscou enfiadas de bola à frente, em especial para Gabriel.

O menino, inspirado, era quem mais dava trabalho à defesa catarinense, assim como Marquinhos Gabriel. O meia, com Rafael Longuine entre os titulares, fez a função de Lucas Lima, se movimentando por todo o campo. Nada mais natural que os gols saíssem da dupla. Primeiro com um lançamento de Marquinhos para Gabigol, que colocou por baixo das pernas de Felipe para marcar aos 20. Depois, um incrível passe de trivela do garoto, que devolveu o presente para Marquinhos fazer de cabeça aos 28 Com o tento, Gabigol se tornou o maior artilheiro do Santos na Copa do Brasil junto com Neymar, com 13 gols, e fez o seu sexto na edição de 2015, chegando também ao topo dos artilheiros.

O Peixe ainda sofreu um gol aos 37 do primeiro tempo, em cobrança de escanteio pelo lado direito. Bruno Alves anotou em uma falha de marcação e um pouco também do goleiro Vanderlei, já que foi uma bola no canto em que estava. Com a vantagem, a missão dos visitantes ficava bem mais difícil…

E ficou ainda pior com o gol aos 2 minutos de Neto Berola, que entrou após o intervalo no lugar de um apagado Longuine. Com 3 a 1 logo no início da etapa final, os jogadores naturalmente relaxaram e o Figueirense chegou a criar oportunidades, todas desperdiçadas por uma cominação de nervosismo e falta de técnica mesmo. Dorival ainda colocou Serginho no lugar de Gabriel e Marquinhos substituindo Marquinhos Gabriel.

O Figueira ainda chegou ao segundo gol com Carlos Alberto (aquele), aos 41, e até deu até algum medo ao torcedor mais cauteloso do Peixe. Mas a classificação era nossa e agora é enfrentar o São Paulo nas semis da Copa do Brasil.

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Santos passeia sobre o São Paulo com banho tático de Dorival

O Santos superou (ou goleou, conforme o conceito de “goleada”) o São Paulo na noite desta quarta-feira (9), na Vila Belmiro, por 3 a 0, ficando a um ponto de entrar no G-4 do Brasileirão 2015. Mais uma vez, foi uma vitória convincente do time, que acumula uma série invicta de treze partidas entre as duas competições que disputa. Mais que isso, um triunfo com a marca de Dorival Júnior.

O São Paulo de Juan Carlos Osorio entrou em campo buscando refrear o ânimo santista, elevado em seus domínios. Para isso, buscou exercer uma marcação-pressão no campo dos donos da casa que chegou a ter efeito nos primeiros minutos, forçando erros da defesa alvinegra. Mesmo assim, os visitantes não conseguiram chegar com perigo à meta de Vanderlei, e acabaram dando a senha para a construção da vitória peixeira.

O Tricolor marcava quase de forma individual os atacantes santistas e, com a pressão feita sobre a defesa alvinegra, acabava dando espaços no meio de campo. Foi aí que apareceram Thiago Maia e, principalmente, Renato atuando cada um junto a um lateral, sobrando em cima da marcação rival que era precária pelos lados. Com triangulações e trocas rápidas de passes nas beiradas do campo (no time de Dorival quem corre é a bola), os donos da casa se impuseram e, por meio de uma falta cometida no lado esquerdo do ataque santista, saiu o primeiro gol em cobrança de falta de Zeca, bem finalizada no cabeceio de David Braz.

A movimentação santista era intensa não somente entre os homens de frente, mas também no meio. Aliás, sem um esforço extra dos jogadores, que mantêm a intensidade do jogo em alta durante a maior parte do tempo, nenhum esquema tático daria certo. Marquinhos Gabriel fazia as vezes de Lucas Lima, mas também caía pela ponta, exercendo o papel de Geuvânio no esquema ideal de Dorival. A entrega do meia impressionou.

Ricardo Oliveira marcou o 3º do Peixe, seu 50º com a camisa santista (Foto: Foto: Ricardo Saibun/Santos FC)

Ricardo Oliveira marcou o 3º do Peixe, seu 50º com a camisa santista (Foto: Foto: Ricardo Saibun/Santos FC)

Longuine, que foi o substituto do atacante lesionado, mostrou que foi a opção correta do técnico (ainda mais que os reservas em tese seriam Neto Berola e Leandro, que não conseguem desempenhar a função tática de Geuvânio). O meia vindo do Audax mostrou versatilidade ao apoiar o ataque mas também cobrir o avanço dos volantes, compondo o meio de campo e não deixando a defesa exposta. Foi dele o segundo gol peixeiro, uma combinação com Gabriel em um momento em que o Santos apertou a zaga são-paulina e o volante-meia Renato roubou a bola.

Na etapa final, mesmo com as mudanças feitas por Osorio, o Santos tratou de definir a partida aos 7. Um cruzamento perfeito de Victor Ferraz, que mais uma vez teve bela atuação tanto na defesa quanto no apoio, encontrando Ricardo Oliveira, o artilheiro do Brasileirão 2015, na cara de Renan Ribeiro. Foi seu 16º gol na competição, o 50º com a camisa alvinegra em 79 pelejas.

Dorival e os jogadores mostraram mais uma vez que sabem sair de determinadas situações que a partida impõe e as variações táticas da equipe funcionam. Com 37 pontos, a equipe vai a Campinas no próximo domingo encarar a Ponte Preta em busca do lugar no G-4. E o treinador santista tem razão: é prazeroso ver o Santos jogar…

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Santos supera Chapecoense na Vila e se aproxima do G4 do Brasileirão 2015

O Santos conseguiu na noite desta quinta-feira uma vitória convincente sobre a Chapecoense, na Vila Belmiro, por 3 a 1, chegando a onze partidas sem perder entre Brasileiro e Copa do Brasil. Agora, a equipe está a três pontos do G4.

Com o Peixe ainda sem Gabriel, contundido, e Lucas Lima, na seleção brasileira, a proposta de sufocar o rival ficou evidente logo no início do jogo. Os visitantes, sem o lateral Apodi, um dos principais jogadores da equipe, também mostrou a que veio de cara: a proposta era segurar a marcação atrás da linha da bola.

Como em outros jogos, o Alvinegro usou bastante os lados, atacando tanto pela direita quanto pela esquerda. A Chape praticamente abriu mão de tentar qualquer lance mais ofensivo, permanecendo durante a maior parte do tempo na sua intermediária. Em parte culpa também do Santos, que ocupou os espaços na intermediária dos visitantes.

O gol não demorou muito a sair, logo aos 15 minutos. Marquinhos Gabriel deu uma bela assistência pelo lado direito para Ricardo Oliveira, no lado canhoto da área, bater de sem pulo e fazer um golaço.

Pouco depois, um lance polêmico. Ricardo Oliveira disputou bola na área com o zagueiro Neto e caiu. Não foi pênalti, mas o árbitro Bruno Arleu de Araújo anotou. O atacante alvinegro bateu no lado direito, mais uma vez, desta vez à meia altura. E, pela quarta vez na temporada, perdeu.

A superioridade santista no primeiro tempo foi evidente, e os números comprovam. Enquanto a Chapecoense fez uma finalização somente ao gol, facilmnete defendida por Vanderlei, o Peixe, além do gol, chegou com perigo em finalização de Marquinhos Gabriel, em belo lance, pra fora, mantendo 61,2% da posse de bola.

Para o segundo tempo, o treinador Vinicius Eutrópio tirou Ananias e João Afonso para a entrada de Camilo e Cléber Santana. A equipe visitante passou a ter mais posse de bola e chegou com perigo à meta alvinegra aos 11 minutos, em finalização de fora da área. Mas, dois minutos depois, Geuvânio fez um lance que já está se tornando típico. Limpou pelo lado direito da área da Chapecoense e finalizou no ângulo direito de Danilo. Um tiraço indefensável e que não foi comemorado pelo atacante, bastante xingado pela torcida santista (parte dela na Vila tem esse péssimo hábito de não apoiar os próprios jogadores) por ter errado uma jogada segundos antes.

Àquela altura, Léo Cittadini já havia substituído Neto Berola, outra vez com desempenho decepcionante. Depois de tomar o segundo gol, a equipe gaúcha veio pra cima novamente, mas Vanderlei conseguiu segurar tanto os cruzamentos na área como finalizações mais perigosas do rival. A fatura, porém, estava para ser liquidada. Em jogada ensaiada no lado direito após batida de escanteio (é ótimo ver que a equipe hoje treina…), a bola foi parar na cabeça de Ricardo Oliveira, que fez seu 14º gol no Brasileiro. Na temporada, já são 27 gols em 45 partidas e, com a camisa alvinegra, são 48 tentos em 77 jogos. é o 6º maior artilheiro peixeiro no século 21.

O centroavante saiu para a entrada de Nilson e Narquinhos Gabriel, logo depois, cedeu lugar a Rafael Longuine. Ainda que tivesse o controle da partida, o Santos fez valer a lei de tomar gol de ex-jogador quando o zaguerio Neto, depois de escanteio cobrado do lado direito da defesa peixeira, marcou. Aliás, depois disso a equipe ainda tomou algum sufoco em bolas aéreas, tipo de situação que não acontecia há tempos na defesa alvinegra.

A se destacar ainda a grande partida feita por Victor Ferraz, que exerceu grande papel na marcação, com desarmes providenciais, e também no apoio ao ataque. O preocupante foi a provável contusão de Geuvânio no final da partida, uma peça fundamental técnica e taticamente no esquema de Dorival Júnior. Agora o Santos chega a 33 pontos na tábua de classificação. O que parecia pouco provável há dois meses, começa a ser uma realidade. O Peixe chega na disputa de uma vaga da Libertadores no Brasileirão.

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Santos bate Cruzeiro e consegue primeira vitória fora de casa No Brasileirão 2015

Finalmente o Santos conseguiu sua primeira vitória longe da Vila Belmiro no Brasileiro de 2015. Não foi um jogo brilhante, mas a equipe conseguiu manter o Cruzeiro sob controle a maior parte do tempo e se aproveitou do desespero e da falta de padrão tático do time de Vanderlei Luxemburgo. Agora, o Alvinegro está em 9º na competição, a quatro pontos do G4.

Sem poder contar com Gabriel, que sofreu um edema na coxa direita no jogo contra o Corinthians no meio da semana, e também Geuvânio, suspenso por ter levado o terceiro cartão amarelo na partida contra o Avaí, Dorival Júnior promoveu as entradas de Neto Berola e Marquinhos Gabriel, e o time tentou não mudar a característica de apertar a marcação desde o ataque. No entanto, o Cruzeiro usou do mesmo expediente, o que, aliás, era de se esperar, dada a necessidade dos donos da casa.

Mas os dois substitutos do ataque não só não têm o mesmo potencial técnico dos titulares como também não tem a mesma facilidade de marcar a saída de bola. Assim, no duelo das marcações no campo rival, a equipe mineira levou vantagem no início, pressionando a defesa peixeira principalmente pelo lado direito da intermediária alvinegra, com Alisson. Por ali, o time celeste chegou a um gol anulado de forma correta, aos 16. Mas, fora esse lance e uma finalização de Marinho pelo lado esquerdo da defesa peixeira, o Cruzeiro não conseguiu traduzir a maior posse de bola em oportunidades.

O Santos, ao contrário, brilhou pela precisão. Foi na primeira bola recebida em boas condições por Ricardo Oliveira que o centroavante limpou e finalizou. Um belo petardo que chegou a 90 km/h e foi parar no ângulo esquerdo do goleiro Fábio. Eram 42, e depois disso o Alvinegro ainda chegou em outra oportunidade com Marquinhos Gabriel, tentando nocautear os abalados donos da casa já na etapa inicial.

Ricardo Oliveira, mais um na lista do artilheiro (Reprodução)

Ricardo Oliveira, mais um na lista do artilheiro (Reprodução)

Luxemburgo fez duas alterações no intervalo, substituindo Vinícius Araújo e Marcus Vinícius por Allano e Gabriel Xavier. E Dorival Júnior também não teve muita paciência com Neto Berola, sacado aos 9 minutos e dando lugar a Leandro. Já no início era possível ver os espaços dados pelos donos da casa, que passaram a tentar o ataque, mas sem compactação. Assim, o Alvinegro começou a tocar mais a bola e criar mais oportunidades do que no tempo inicial. A melhor delas em lance de Ricardo Oliveira em uma virada de bola dentro da área, aos 11.

Logo em seguida, foi o Cruzeiro quem chegou com perigo, em finalização de Allison, que exigiu uma grande defesa de Vanderlei. No rebote, Allano chutou para fora. Mesmo sem muita intensidade, o time mineiro tentou, da forma como podia, ir ao ataque e o Alvinegro se acomodou demais durante parte do jogo. Lucas Lima não teve o mesmo desempenho de outras partidas, prendendo às vezes excessivamente a bola, mas também por não ter tantas opções de passe.

Luxemburgo substituiu Henrique por De Arrascaeta aos 25 e Dorival, aos 30, colocou Lucas Otávio e sacou Thiago Maia. A essa altura do jogo, a torcida mineira tentou empurrar a equipe celeste e Vanderlei entrou em ação em bolas aéreas e também nas parcas finalizações dos donos da casa. Mais uma vez, o arqueiro mostrou segurança, o que nem sempre se sentia em Vladimir.

Até os 40 minutos os cruzeirenses ensaiaram uma pressão com o apoio dos torcedores que estavam no Mineirão, mas o lateral Fabrício acabou sendo expulso ao tomar dois cartões amarelos em menos de um minuto. O Cruzeiro, valente, ainda tentou se aproveitar de um certo comodismo dos visitantes, mas ao final, o Santos conseguiu sua primeira vitória no Brasileiro.

A se destacar o golaço de Ricardo Oliveira, artilheiro do Brasileiro com 12 tentos. Com a camisa santista, ele tem 46 em 76 partidas. No ano, são 25. Que continue desta forma porque, sem Lucas Lima nas próximas três pelejas por conta da seleção, o Alvinegro vai precisar do seu mais preciso atacante.

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Santos pega Cruzeiro em busca da primeira vitória fora de casa no Brasileirão

Após eliminar o Corinthians na Copa do Brasil 2015, o Santos enfrenta o Cruzeiro neste domingo, às 18h30, no Mineirão, em busca de sua primeira vitória fora de casa no Brasileirão. Pela primeira vez na era dos pontos corridos, o Alvinegro terminou um turno sem conquistar os três pontos longe de seus domínios. Dorival Júnior sabe que essa história precisa ser mudada.

No turno inicial, foram seis derrotas e quatro empates jogando como visitante. Mas a postura apresentada no triunfo contra o Corinthians, na quarta-feira, dá esperanças que a história pode mudar nesta segunda metade do campeonato. Foi uma das raras vezes em 2015 que o Peixe atuou da mesma forma como faz na Vila Belmiro, sem se intimidar com a pressão da torcida rival. Antes do triunfo do meio da semana, a última vitória fora de casa santista havia sido contra o Londrina, no dia 15 de abril, em uma peleja foi disputada em São José dos Campos, já que a equipe paranaense vendeu o mando de jogo.

Dorival Júnior conversa com Neto Berola, que pode ocupar a vaga de Gabigol contra o Cruzeiro (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Dorival Júnior conversa com Neto Berola, que pode ocupar a vaga de Gabigol contra o Cruzeiro (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Para o duelo contra o Cruzeiro, Dorival Júnior não vai poder contar com Gabriel, lesionado na partida contra o Corinthians, e Geuvânio, que cumpre suspensão pelo terceiro cartão amarelo. O substituto do segundo deve ser Marquinhos Gabriel, mas a dúvida paira sobre quem vai entrar no lugar de Gabigol. Leandro, reforço vindo do Palmeiras, e Neto Berola disputam a vaga em um jogo onde o contra-ataque deve ser fundamental já que o Cruzeiro, vindo de eliminação da Copa do Brasil e a um ponto da zona do rebaixamento, deve tentar partir pra cima do Peixe.

Histórico de Cruzeiro e Santos

Santos e Cruzeiro já se enfrentaram 71 vezes, e é um confronto historicamente equilibrado. São 26 triunfos santistas, 25 derrotas e 20 empates. Em campeonatos brasileiros, são 57 encontros, com 20 triunfos alvinegros, 21 derrotas e 15 empates. No total, são 118 gols alvinegros e 106 cruzeirenses, média de 3,15 por peleja.

Com tantos gols, sobram goleada. Confira cinco grandes triunfos do Alvinegro Praiano sobre a Raposa e relembre como foi a vitória do Santos sobre o Cruzeiro no primeiro turno.

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Com desempenho e público de Série B, Santos é derrotado na Vila Belmiro pelo Grêmio

Antes de tudo, é preciso deixar claro. O árbitro da partida entre Santos e Grêmio, o paranaense Felipe Gomes da Silva, faz um sinal permitindo a entrada de Geuvânio, que estava fora de campo, no gramado. Depois, por dizer que não havia autorizado, deu o segundo amarelo para o jogador e o expulsou aos 27 do primeiro tempo.

O prejuízo foi grande, mas é preciso dizer. Até aquele momento, o Alvinegro não conseguia chegar ao gol do Grêmio, que marcou com Pedro Rocha logo aos 4 minutos. Mais uma vez pelo lado esquerdo da defesa, e cabe repetir o que já disse. Pode ser o Caju ou o Victor Ferraz ou o lateral que for naquele setor. O problema está na cobertura do meio de campo que não existe e também no atacante que fica por ali, já que em um 4-3-3 ou 4-2-3-1 o homem mais à frente tem que atrapalhar o início da armação do rival.

Ou seja, é mais um problema técnico – ou “de técnico” – que individual. Quando uma equipe tem esquema de jogo definido, é bem treinada e cada um conhece as funções que tem que desempenhar no decorrer de uma partida, jogadores medianos se tornam bons, e bons se tornam ótimos. Mas quando o time é mal treinado, atletas ficam no mano a mano, os erros se multiplicam e mesmo os bons se tornam medianos, e os craques se tornam na maior parte do tempo somente comuns.

Um time bem treinado faz o que os tricolores fizeram no segundo gol do Grêmio, marcado pelo ex-santista Galhardo. “Ah, mas eles estavam com um jogador a mais”. Verdade. O Peixe, quando esteve em situação similar na segunda partida da final do campeonato paulista, não aproveitou. E quando ficou com dez contra dez, na peleja contra o Corinthians, quase viu sua vantagem no placar desaparecer.

santos gremio

Galhardo, ex-Santos, comemora o segundo gol do Grêmio (Reprodução)

Ricardo Oliveira até deu alguma esperança para o Santos, que melhorou com a entrada de Longuine no lugar de Lucas Otávio. Mas quando colocou Neto Berola no lugar de Thiago Maia, contundido, o “tudo ou nada” de Marcelo Fernandes virou “nada” muito rapidamente, com gol de Yuri Mamute que recebeu sem nenhuma marcação, livre para fazer o terceiro e não deixar dúvidas sobre o triunfo gremista na Vila, o segundo na era dos pontos corridos (os gaúchos já havia vencido em 2011, um a zero com gol de Escudeiro). Fim de uma invencibilidade de 14 jogos na Vila Belmiro e mais um jogo de triste memória para o santista.

A saída de Marcelo Fernandes é questão de tempo. Pode acontecer ainda hoje ou daqui a alguns dias, mas vai acontecer. De forma tardia. Porque se nem sempre os resultados conseguem mostrar justiça, uma série de partidas e as falhas apresentadas mostram o estágio de uma equipe. E o Santos tem falhado repetidas vezes do mesmo jeito, com falhas recorrentes no setor esquerdo da sua intermediária, independentemente de quem esteja atuando. A equipe tem dificuldades na saída de bola, não consegue acertar contra-ataques e até mesmo a noção de “jogar bem” se desvirtuou. Como dizer que um time que cria duas ou três situações de gol em uma partida “jogou bem”, como já se disse em partidas disputadas nesse Brasileiro? Rebaixamos nosso nível de avaliação?

E a diretoria do Santos?

Que a diretoria atual do clube pegou uma situação complicada financeiramente, é fato. A gestão Odílio foi catastrófica nesse aspecto. No entanto, seis meses de gestão depois, não se vê qualquer ação promovida para tirar o Santos desse buraco financeiro. A “promoção” feita para atrair torcedores na peleja de hoje, por exemplo, foi um fiasco: 4.942 pessoas no estádio. E nem é preciso ser da área pra saber que beira o amadorismo. O setor de comunicação também não ajuda. Sem isso, o clube não vai obter receitas.

“Nós vamos ter de jogar muito em Brasília, Cuiabá, Natal. Vamos, sim. Mas com planejamento. Não é avisando uma semana antes. Você tem que programar, marketing é isso, não é só vender patrocínio master, que nem isso venderam, mas não é só isso. Não é só licenciar produto. É criar produto, vender produto, planejar as ações do clube. Estão fazendo as coisas sem planejamento”, disse Modesto quando era candidato, nesta entrevista publicada em 9 de novembro de 2014. Parece, de verdade,q ue algo mudou?

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Contra o Atlético-MG, Santos vence a primeira sem Neymar

Um time formado do jeito que muito torcedor santista gosta. Da equipe campeã da Copa São Paulo de Juniores neste ano, entraram como titulares o zagueiro Gustavo Henrique, no lugar do contundido Edu Dracena; Leandrinho, que tomou o lugar de Renê Júnior; Pedro Castro, que substituiu Montillo, na seleção argentina, e Neílton. Mas, talvez mais importante que a entrada dos garotos, que deram ritmo e velocidade à equipe ainda que desentrosados, foi o posicionamento de alguns jogadores que se sentiam claramente desconfortáveis na equipe comandada por Muricy.
Um deles foi Arouca, que voltou a jogar como primeiro volante, posicionamento no qual se destacou na Vila. Ultimamente, fazia as vezes de um meia direita, deixando de ser um elemento surpresa, no ataque e marcando em uma área que não era a dele. Cícero também veio mais de trás e confessou se sentir mais à vontade atuando dessa forma. Pelo jeito, muitos boleiros alvinegros não sentem saudades do ex-técnico…
Se falta entrosamento, sobrou vontade e movimentação, principalmente na primeira etapa. O gol veio cedo, aos 3 minutos, um chute de Cícero com efeito que contou com certa colaboração do arqueiro Vítor. O Atlético-MG, desfalcado dos jogadores da seleção, chegou a achar alguns espaços na defesa santista, mas os donos da casa conseguiram várias vezes fazer uma transição rápida da defesa para o ataque, levando (pouco) mais de perigo ao gol adversário que os visitantes.
Não somente essa velocidade foi novidade no time, como também os passes trocados no ataque, como os que resultaram no gol peixeiro. O Santos nem parecia o time de pebolim de algumas semanas anteriores.
Na etapa final, Cuca colocou Neto Berola, que conseguiu trazer o Galo mais perto do gol nos dez primeiros minutos, quando Claudinei Oliveira acertou a marcação pelo lado esquerdo com Cícero, que fez uma grande partida do ponto de vista tático. A partir daí, o jogo ficou amarrado, com o Atlético não conseguindo criar e o Santos não conseguindo contra-atacar. Nem mesmo a expulsão de Marco Rocha, que fez falta em outro menino da Vila, Léo Citadini (sim, parente do ex-diretor corintiano Roque Citadini) que substituiu Pedro Castro, mudou o cenário.
De resto, Galhardo, outro que parece se sentir mais à vontade hoje em dia, foi aplaudido quando saiu machucado, um momento raro do atleta na Vila Belmiro. Renê Júnior entrou em seu lugar, mostrou certa afobação e errou passes demais, justificando o banco que esquentava. Neílton foi efetivo quando pegou na bola e Ronaldinho Gaúcho foi muito apagado, entregue à marcação da defesa santista. Talvez ele também tenha sentido a falta de Neymar…
Ao que parece, Marcelo Bielsa vem a Santos no final de semana para conhecer a estrutura do Peixe e decidir se vem treinar pela primeira vez um time brasileiro. Caso não tope, consta que não existe um plano B, já que a diretoria só conversa com o argentino. Mas tudo indica que a segunda opção pode ser o próprio Claudinei. Não seria má ideia.

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