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Ponte Preta 1 X 2 Santos – E Dorival mudou o jogo…

Alvinegro mostra raça e técnica e consegue virada em Campinas, assumindo a vice-liderança do Brasileiro. Copete e Cittadini fazem a diferença
Já diria um ditado que todo brasileiro é (ou acha ser) técnico de futebol. Quando se envolve a paixão por um clube, tal sintoma da alma nacional fica ainda mais visível. Em geral, faltam elogios e sobram críticas. Dorival Júnior sabe bem disso.
Ultimamente muitos torcedores têm pego no pé do técnico do Santos. A maioria de boa fé, discordando de escalações, alterações ou pelo jeito que a equipe joga, responsabilizando o treinador por praticamente tudo de ruim que acontece com o time. Outros estão engajados em uma campanha pela volta de Vanderlei Luxemburgo à Vila, algo que beira o incompreensível, ainda mais tendo em vista as últimas entrevistas do comandante.
O ideal para analisar o trabalho de alguém é colocar isso em perspectiva, ou seja, fazer uma avaliação de um prazo mais longo que um ou dois jogos. Ver que tipo de dificuldades foram enfrentadas no decorrer desse período e ponderar também sobre o óbvio: às vezes um jogador erra, um árbitro idem, e aí é difícil culpar o homem que está no banco.
Dorival enfrentou desfalques por escalações da seleção brasileira e da seleção olímpica. Jogadores perderam o ritmo em função disso. Perdeu atletas por contusão, como Ricardo Oliveira, atacante com que pode contar em 34 pelejas no ano; Vitor Bueno, em um momento decisivo do campeonato brasileiro; além da zaga titular. Com um elenco limitado, penou para escalar o time.
Mesmo assim levou o Santos, hoje, à vice-liderança. No duelo contra a Ponte Preta, a equipe entrou pressionando a saída de bola, se movimentando bem ofensivamente e não deixando a Ponte atacar. Mas, em um lance rápido e uma falha individual de David Braz, o time tomou o gol quando jogava melhor, tento de pênalti aos 21. Custou a se encontrar novamente, voltando a atuar bem somente no segundo tempo, quando Dorival voltou do intervalo com Yuri no lugar de David Braz.
santos ponte preta

Léo Cittadini é celebrado por seus companheiros de equipe (Santos FC)

A alteração foi cornetada nas redes sociais, já que o 14 do Alvinegro, além de ter feito a penalidade, perdeu um gol na grande área. Mas fazia sentido. Com a Ponte jogando somente no contra-ataque, seria um risco deixar Noguera, que é lento, no mano a mano. Yuri melhorou a saída de bola e por vezes foi ao ataque, como no segundo gol do Peixe, revezando na zaga com Renato. Braz subiu de produção com o volante/meia do seu lado.
Mas a grande sacada de Dorival foi o “resgate” de Leo Cittadini. Ele entrou no lugar de Vitor Bueno e participou dos dois lances da virada santistas, finalizando para Ricardo Oliveira marcar no rebote e “servindo” Copete no segundo tento (a bola entraria mesmo que o colombiano não tocasse na redonda). O meia teve boas atuações no decorrer do ano, tanto como volante como substituto de Lucas Lima, mas teve problemas físicos e não conseguiu uma boa sequência. Foi decisivo e merece novas chances.
Outro destaque da equipe foi Copete. O colombiano, que errou bastante na primeira etapa, voltou bem no tempo final e foi o responsável por boa parte dos lances ofensivos da equipe. Também merece atenção a entrada do garoto Arthur Gomes, em sua primeira partida como profissional, substituindo Jean Mota. Mostrou personalidade.
O Santos mostrou que está vivo e muito desse sucesso, de 29 pontos obtidos dos últimos 33, se deve a Dorival Júnior. O time tem mais quatro “finais” até a última rodada. Dá pra ficar feliz.

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Santos bate Ponte fora de casa e vence a 1ª no campeonato paulista de 2016

Santos vence Ponte Preta

Ricardo Oliveira comemora o primeiro gol do jogo (Reprodução)

O Santos conseguiu na noite desta quarta-feira algo que pouco aconteceu em 2015: uma vitória fora de casa em peleja válida pela segunda rodada do Paulista de 2016. Há sete anos o Peixe não vencia a Ponte no Moisés Lucarelli e, além do tabu, a vitória convincente por 2 a 0 mostrou que o fantasma de jogar fora de casa pode ser uma página virada na campanha santista em 2016.

Na primeira etapa, o Santos mostrou uma postura bem diferente daquela apresentada em boa parte do Campeonato Brasileiro de 2015 quando atuou fora de casa. Foi uma equipe que marcou o adversário em seu próprio campo, dificultando a saída de bola e saindo com velocidade no contra-ataque. Até aí, algo que o time fazia bastante na Vila Belmiro, mas raramente emplacava longe da praia. Além disso, houve também diferenças pontuais em relação ao que Dorival Júnior treinava no Brasileirão.

Uma diferença notável é que o Peixe jogou ainda mais pelos lados do campo do que fazia meses atrás. Isso porque na saída de trás algumas vezes os zagueiros abriam para os lados para acelerar a transição e também foram mais constantes as trocas de posição entre laterais, volantes e os atacantes pelos lados. Isso ocorreu em períodos curtos da partida, mas a impressão é que o time tem treinado essas variações, que podem ser importantes para o decorrer da temporada.

Mais uma vez, principalmente no tempo inicial, mas também no segundo, o destaque foi Lucas Lima. Ele achou Gabriel no lado esquerdo no lance que originou o primeiro gol do jogo, de Ricardo Oliveira, e sofreu o pênalti que originou o gol de Gabriel, o segundo do Alvinegro na partida e dele no campeonato.  Na etapa final, só foi parado na base da falta, o que acabou carregando a Ponte Preta de cartões amarelos e facilitando a partida para os visitantes, que tinham a vantagem numérica.

Em relação aos desempenhos individuais, Paulinho ainda busca se enquadrar taticamente no esquema de Dorival. É cedo para julgar, mas esforço não falta ao ex-flamenguista. Patito Rodriguez entrou em seu lugar na etapa final e mostrou que pode ser útil como alternativa. Vitor Bueno e Alison também entraram em campo, e mostraram a personalidade usual, ainda que nada de especial, até pelo pouco tempo de jogo.

É importante notar que, mesmo atuando contra um time bastante modificado em relação a 2015 eainda sendo moldadonas mãos de Vinicius Eutropio, o Santos bateu uma equipe da Série A do Campeonato Brasileiro. Com sobras. Mesmo sofrendo algum assédio no segundo tempo, o que é natural pela vantagem e também por ser início de temporada, em nenhum momento deixou de levar perigo ao gol rival. Com a sequência de jogos e o entrosamento nas jogadas pelos lados do campo, repetindo-se as triangulações que já se ensaiaram no embate, o Alvinegro pode fazer uma campanha mais que interessante no Paulista.

 

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