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Chiquinho é vice-líder em assistências no Santos em 2015

Quando o lateral-meia Chiquinho chegou ao Santos no início do ano, poucos apostavam nele. Vindo do Fluminense, onde chegou a desbancar o ex-santista Carlinhos na lateral-esquerda, o atleta, cujos direitos pertencem ao Coimbra, de Minas Gerais, clube ligado ao BMG, foi o primeiro reforço da nova diretoria do Santos.

Com Caju na seleção sub-20 e Mena saindo para o Cruzeiro, o jogador de 25 anos, que tem no currículo passagem discreta pelo Corinthians e uma mais vistosa pela Ponte vice-campeã da Copa Sul-americana em 2013, teve oportunidade de estrear no primeiro jogo do Peixe no Paulista de 2015, contra o Ituano. Fez um golaço, barrou duas oportunidades do adversário na defesa e mostrou muita disposição.

Chiquinho comemora com a torcida vitória do Santos sobre são-paulinos (Foto: Ivan Storti/Santos FC )

Chiquinho comemora com a torcida vitória do Santos sobre são-paulinos (Foto: Ivan Storti/Santos FC )

No aquecimento da partida contra a Portuguesa, no fim de fevereiro, o jogador sentiu uma contusão no músculo adutor da coxa esquerda, que o deixou fora de combate por um mês. Voltou no clássico contra o Corinthians e, mesmo só tendo disputado nove partidas pelo time na temporada, é o segundo atleta peixeiro que mais deu assistências na temporada.

São três passes para gol em nove jogos, incluindo o milimétrico dado para Ricardo Oliveira fazer o segundo gol alvinegro contra o São Paulo, no último domingo. Ele está empatado com Gabriel, que tem também três assistências, só que em treze jogos. O líder do Santos em assistências na temporada é Lucas Lima, com seis em 18 partidas.

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Campeonato Paulista 2015: os ex-jogadores do Santos que estão no interior

Olhando para os times do interior que vão disputar a primeira divisão do campeonato paulista, é possível montar um time inteiro com ex-jogadores do Santos. Alguns campeões, outros com passagens rápidas, além daqueles que tiveram papéis, para ser bondoso, controversos. Antes de listá-los, é preciso lembrar do clube que conta com o maior número de ex-atletas peixeiros, e que não está no interior. O Palmeiras contratou Arouca e tem ainda no elenco Maikon Leite, Alan Patrick, Robinho (que na Vila Belmiro se chamava só Robson) e pode ter ainda Aranha. O Corinthians tem Fábio Santos (sim, jogou na Baixada) e o recém-contratado Edu Dracena, enquanto o São Paulo conta com Ganso, Alan Kardek e Carlinhos.

Mas vamos a alguns dos jogadores que o torcedor santista vai se recordar (ou não) quando vir da arquibancada ou do sofá.

Mauro, campeão pelo Santos em 2004

Mauro, campeão pelo Santos em 2004

Mauro (Mogi Mirim) – o arqueiro Mauro José Mestriner que tem hoje 37 anos, foi goleiro campeão brasileiro pelo Peixe em 2004. Nunca foi uma unanimidade, mas acabou se tornando titular por circunstâncias.

Fábio Costa havia saído em 2003 e Vanderlei Luxemburgo havia pedido a contratação do chileno Nelson Tapia, arqueiro da seleção local. Apelidado de “Horácio”, personagem de Maurício de Souza, pelos seus supostos braços curtos, perdeu a vaga para Júlio Sérgio que, depois, foi sacado para dar lugar a Mauro, que terminou como dono do gol. No ano seguinte, disputou vaga com Henao, ex-goleiro do Once Caldas, campeão da Libertadores de 2004, mas acabou como suplente de Saulo no Brasileiro. Saiu na temporada seguinte, transferido para o Noroeste.

Wagner Diniz (Marília) – o lateral-direito chegou a fazer sucesso no Vasco da Gama, clube no qual jogou entre os anos de 2005 e 2008. No início de 2009, após a queda do time carioca para a Série B, chegou ao São Paulo, onde teve um desempenho pra lá de modesto. Como o Santos vivia uma crise financeira severa, acabou acertando o empréstimo do atleta em junho, para a disputa do campeonato brasileiro.

Em agosto, o então presidente do Santos Marcelo Teixeira anunciou que devolveria o jogador ao Tricolor. Diniz era a terceira opção da posição, que contava com George Lucas (!) e Pará (!!).

André Luís mostra cartão amarelo para o árbitro

André Luís mostra cartão amarelo para o árbitro

André Luís (Mogi Mirim) – contratado junto ao Guarany de Bagé para as divisões de base do Peixe, o zagueiro, que foi para as Olimpíadas de Sidney, em 2000, se notabilizou em 2001, por ter escorregado no lance em que Gil cruzou para Ricardinho marcar um fatídico gol do Corinthians nas semifinais do Paulista. Emprestado ao Fluminense, voltou em 2002 para formar a dupla de zaga conhecida como as “Torres Gêmeas”, junto com o zagueiro Alex.

Ficou no Santos até 2005, quando foi negociado com Portugal. Passou ainda por Botafogo, onde mostrou um cartão amarelo para um árbitro em partida da Sul-Americana, São Paulo, Fluminense de novo, Portuguesa e mais alguns clubes. Aos 35, volta ao futebol paulista.

Leonardo (Ituano) – zagueiro que, com 18 anos foi titular do time campeão brasileiro de 2004. Tido como outra grande promessa das divisões de base do Peixe, foi negociado para o Shakhtar Donetsk no ano seguinte, voltando por empréstimo em 2007, sendo pouco aproveitado pelo mesmo treinador de três anos antes, Vanderlei Luxemburgo. Atuou na Ponte Preta em 2014.

Fabiano Eller (Red Bull) – o zagueiro campeão mundial pelo Internacional em 2006 não estava sendo aproveitado pelo Atlético de Madrid em 2008, quando foi contratado pelo Santos, dirigido então por Cuca. Ele vinha substituir Betão, que havia sido transferido para o Dynamo de Kiev, e viveu aquele turbulento Brasileiro em que o clube lutou contra o rebaixamento, com um time medíocre dirigido ao final por Márcio Fernandes.

Com a equipe e o clube em crise no final da gestão de Marcelo Teixeira, o defensor ganhou as manchetes ao brigar com goleiro Fábio Costa após partida contra o Marília no Paulista de 2009 e em agosto do mesmo ano saiu do Peixe para retornar ao Internacional. Saiu atirando contra a diretoria, acusando o clube de oferecê-lo a São Paulo e Grêmio e de ter sido injustiçado.

Eli Sabiá (Botafogo-SP) – vindo do Criciúma para Ribeirão Preto neste ano, Eli Sabiá foi outro que chegou ao Santos em um time pouco talentoso, em 2009. Contratado por empréstimo junto ao Paulista a Jundiaí em maio daquele ano, o jogador não permaneceu em 2010, sendo devolvido ao clube do interior e indo para o Atlético-PR, no segundo semestre.

O zagueiro marcou seu primeiro tento como profissional com a camisa do Santos, na partida contra o Corinthians válida pelo Brasileiro. Mas o Alvinegro Praiano foi derrotado por 2 a 1. Naquele dia o time entrou em campo com Felipe; George Lucas, Fabão, Eli Sabiá e Léo; Emerson (Pará), Rodrigo Mancha, Róbson (Germano) e Paulo Henrique Lima; Madson (Neymar) e Kléber Pereira.

Paulo Henrique (Portuguesa) – o lateral-esquerdo, que foi da base do Alvinegro, é daqueles jogadores que o santista tem que fazer esforço pra lembrar. Fez somente seis partidas pela equipe como profissional, tendo ido para o rio Ave, de Portugal, em 2013, com somente 20 anos. Depois, foi negociado para o Palmeiras em 2014 e hoje está na Lusa. Precisa mostrar a que veio.

Jorge Eduardo (Osasco-Audax) – vindo do Audax por empréstimo para ser campeão da Copinha pelo Santos em 2014, o meia-atacante foi utilizado algumas vezes na equipe principal no ano passado, mas a negociação para a sua permanência emperrou. O clube de Osasco exigia R$ 300 mil por 60% dos seus direitos econômicos, sem dinheiro em caixa, o Peixe devolveu a promessa, que vai disputar o Paulistão pelo seu time de origem.

Rychely, que recebeu apelido de "Kléber Pereira" por parecer com ex-jogador do Peixe

Rychely, que recebeu apelido de “Kléber Pereira” por parecer com ex-jogador do Peixe

Rychely (Red Bull) – você pode até não se lembrar, mas Rychely foi campeão da Libertadores de 2011 pelo Santos. Atacante veloz vindo do Santo André, chegou em maio e ganhou vaga no elenco da competição sul-americana por conta da lesão de Diogo. Foi emprestado para o Vitória no segundo semestre e depois passou por Paulista, Goiás, Ceará e Chapecoense.

Dimba (Penapolense) – primo do artilheiro do Goiás de mesmo nome, foi destaque nas divisões de base e jogou as Copinhas de 2010 e 2011. Foi inscrito na Libertadores de 2012, jogou algumas partidas do Paulista daquele ano, mas não teve muitas chances com Muricy Ramalho, tendo sido rejeitado por jogadores do quilate de Rentería. Passou por Náutico, Botafogo-SP, Boa Esporte, Penapolense e Vila Nova-GO.

Renan Mota (São Bento) – vice-campeão da Copa São Paulo de Juniores em 2010, foi ele quem marcou o gol do empate em 1 a 1 na final contra o São Paulo, que venceu o Alvinegro nos pênaltis. Foi promovido para a equipe profissional no mesmo ano, sendo campeão da Copa do Brasil. Sem se firmar, foi emprestado, reemprestado e agora tem nova chance de mostrar seu futebol na equipe de Sorocaba.

Rildo (Ponte Preta) – esse dispensa apresentação. Em que pese ter feito uma ou outra boa partida pelo Santos em 2014, caiu em desgraça pelos gols perdidos e por correr demais e pensar de menos nos lances, em especial os decisivos. Voltou de empréstimo ao time que o revelou.

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Pelé fazia o milésimo gol há 44 anos

Há 44 anos, Dona Celeste, mineira de Três Corações, fazia 46 anos. Naquele 19 de novembro, porém, não comemorou a data pessoalmente com o filho, que estava longe, no Rio de Janeiro. Dico já não era mais garoto, tinha completado 29. Aliás, nem Dico era mais. O filho de Dondinho pela primeira vez na carreira se sentia realmente nervoso. Estava prestes a fazer história de novo. Ele, autor de façanhas inúmeras, partia em direção à bola para ser novamente único. O primeiro a marcar mil gols.

Mas, antes de chegar até ali, a expectativa foi grande. Em outubro, Pelé tinha 989 gols. Até a partida contra a Portuguesa, válida pelo Campeonato Brasileiro, então Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Na peleja disputada no Pacaembu, o Peixe venceu por 6 a 2, com quatro gols dele. A partir daquele dia 15, a contagem regressiva começou.

Selo comemorativo do milésimo gol de Pelé

Selo comemorativo do milésimo gol de Pelé

No jogo seguinte, contra o Coritiba, na capital do Paraná, o Santos superou o time da casa por 3 a 1, dois do Rei. Faltavam cinco. Nenhum tento viria no empate em zero a zero contra o Fluminense, no Maracanã, que contou com a presença pouco afável do ditador Médici. Ele não marcaria também contra o América-RJ, no Parque Antárctica, igualdade em 1 a 1, gol de Edu.

Pelé voltaria a fazer o seu em um 4 a 1 contra o Flamengo, no Maracanã, mas passaria em branco na derrota pelo mesmo placar contra o Corinthians, no Pacaembu. No empate em 1 a 1 contra o São Paulo, no Morumbi, foi Rildo quem fez o tento peixeiro. E viria uma sequência de três partidas no Nordeste, contra Santa Cruz, Botafogo-PB e Bahia. As chances de o milésimo vir ali eram grandes e cada cidade e clube pensou, e ao fim preparou, sua festa à sua maneira.

O Santinha não foi páreo para o Peixe na Ilha do Retiro e perdeu por 4 a 0, dois gols de Pelé. Em João Pessoa, o Santos foi recebido com festa no aeroporto e o Rei recebeu o título de cidadão da capital paraibana. Quem conta o que aconteceu é o próprio Atleta do Século, no obrigatório Pelé: minha vida em imagens (Cosac Naify):

“Mal o jogo começou, o Santos fez dois a zero, com bastante facilidade. A partida estava realmente fácil, e quando eu já me perguntava se aquilo não era de propósito, o juiz marcou um pênalti a nosso favor. A multidão explodiu em euforia e começou a gritar ‘Pelé! Pelé!’. Mas eu não era o batedor de pênaltis do time. (…) A pressão era enorme para que eu batesse. Meus companheiros de equipe disseram que, se eu não o fizesse, o público não nos deixaria sair daquele estádio!” Ele bateu e fez o 999º gol.

Tudo indicava que seria ali o local do milésimo. Mas o improvável aconteceu. O goleiro Jair Estevão caiu no gramado, contorcendo-se de dor, e foi retirado de campo. Como não havia jogador no banco para substituição, o “arqueiro reserva” do time – e também da seleção – era Pelé, que foi para debaixo das traves. Como muitos disseram à época, aquela contusão parecia bastante apropriada para que o histórico tento não saísse na pequena Paraíba. “Só que assim que o Pelé fez o gol de número 999, eu fui obrigado a me ‘contundir’ e o Pelé foi para o gol no meu lugar porque, premeditamente, eu entrei em campo sem goleiro reserva. O esquema foi bolado pelo Júlio Mazzei, porque ninguém do Santos queria que o milésimo gol de Pelé saísse na Paraíba e sim no Maracanã”, conta Jair, no Blog do Milton Neves.

Mas ainda haveria mais um jogo antes do Santos ir ao Rio de Janeiro, contra o Bahia, em Salvador. E ninguém havia “combinado” nada com Pelé, que queria se livrar da pressão o quanto antes. O Rei teve duas chances. Em uma oportunidade, a bola bateu na trave. “Na segunda, recebi a bola perto da marca do pênalti, dei uma volta, passei por um jogador e avancei para o lado direito do gol. Chutei e o goleiro não conseguiu pegar, mas, vindo não sei de onde, apareceu um zagueiro e tirou a bola na linha do gol. Em vez dos torcedores de seu time comemorarem, o estádio inteiro vaiou. Era algo surreal”, conta o Dez em Pelé: minha vida em imagens. O jogador Nildo “Birro Doido”, falecido em 2008, ficou conhecido como o homem que evitou o milésimo gol do Rei.

Pelé comemora o milésimo gol no Maracanã

Pelé: 1281 gols na carreira (Ed. Sextante)

Após o empate em 1 a 1 com os soteropolitanos (gol alvinegro de Jair Bala), chegava a noite da quarta-feira, no Maracanã, contra o Vasco. O zagueiro vascaíno Renê cometeu um pênalti em Pelé e, aos 33 do segundo tempo, ele cobrou. Com paradinha, como aprendera vendo Didi cobrar em treinos da seleção brasileira. Mesmo saltando no canto certo, o argentino Andrada não segurou e veio o milésimo.

O jogo parou por 20 minutos, e alguns torcedores entregaram a Pelé uma camisa do Vasco com o número 1000. O tento foi dedicado às “criancinhas”, por conta de um fato ocorrido dias antes. “Eu tinha saído do treino um pouco mais cedo e vi alguns garotos tentando roubar um carro que estava perto do meu. Eram muito pequenos, do tipo para quem se costuma dar um dinheirinho para tomar conta do carro. Chamei a atenção deles para o que faziam, e eles replicaram que eu não precisava me preocupar pois só roubariam carros com placa de São Paulo. Mandei-os sair dali, dizendo que eles não roubariam carro de nenhum lugar. Lembro-me de ter comentado sobre isso, mais tarde, com um companheiro de time, sobre a dificuldade de se crescer e educar no Brasil. Já então me preocupava com a questão da educação das crianças e essa foi a primeira coisa que surgiu em minha cabeça quando marquei o gol”, diz, em Minha vida em imagens.

Pelé continuaria marcando gols, chegando a 1.281 em sua carreira. No entanto, matéria do jornal Folha de S.Paulo publicada em 1995 aponta que o milésimo teria sido marcado, de fato, na partida contra o Botafogo-PB. Isso porque a lista de seus tentos omitiria um feito pela seleção do exército, em 1959, contra o Paraguai, partida válida pelo Sul-americano.

Sobre a contagem de seus gols feitos pelo time das Forças Armadas, vale destacar que, diferentemente de atletas que contam tentos marcados quando amadores, os anotados na lista de Pelé foram feitos quando ele já era profissional, e era praxe que as seleções das Forças Armadas à época contassem com jogadores profissionais com idade para servir. O time pelo qual jogou o Rei, por exemplo, contava com outros que já atuavam no futebol profissional como Nélson Coruja, Lorico e Parada. E são contabilizados 15 gols dele na seleção do exército, o que o deixa com uma margem mais que folgada para a contagem de mais de mil gols, ao contrário das contas de outros que não chegariam a essa marca sem artifícios como incluir jogos-treino como amistosos ou contabilizar gol de partida anulada…

A despeito da questão numérica, fica a lembrança dos versos de Drummond em “Pelé: 1.000”: “O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É difícil fazer um gol como Pelé.”

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Sobre Vladimir, Claudinei e Dalai-Lama

Existem múltiplas e diferentes formas de emoções e de dores negativas, como a vaidade, a arrogância, a inveja, a ambição, a cobiça, a pusilanimidade etc.

Mas, entre todas, o ódio e a cólera são considerados os mais funestos, porque representam os maiores obstáculos ao desenvolvimento da compaixão e do altruísmo e porque destroem a virtude e a tranquilidade do espírito.

Claudinei não gostou. Nem eu (Ivan Storti/Santos FC)

Era esse ensinamento que o Dalai-Lama vertia em seu livro Todos os dias – 365 meditações diárias era o recomendado para o leitor no dia 6 de setembro. E foi com sua lembrança em mente que olhei para o rosto do arqueiro reserva Vladimir, desolado após mais uma finalização lusa quando o jogo estava três a zero contra o Santos. Tinha atribuído ao atleta alcunhas pouco generosas, adjetivos algo chulos, palavras que não se pronunciam nas homilias. Afinal, ele falhou nos três gols tomados e passava uma sensação de morte iminente no torcedor toda vez que a bola chegava perto da área.

Tudo bem, não jogava desde 2011, pensei, o desculpando com toda postura zen que consegui manter. Mas tem goleiro que passa tempos sem atuar e faz papel melhor. Mas ele não teve uma proteção decente, foi prejudicado por uma péssima atuação defensiva do lateral Cicinho e do capitão Edu Dracena que, não satisfeito com sua bela performance, entregou os pontos ao dizer que o Santos tinha que pensar em 2014. Sinceridade demais no momento errado.

E era preciso ser meditabundo, quase sorumbático, para compreender Claudinei Oliveira. O treinador é jovem, tem um belo futuro pela frente, mas oscila demais junto com seu time. Não possui em mãos um elenco brilhante ou mesmo numeroso, mas inventa em excesso quando não é necessário e altera a equipe com substituições que vão da superlotação de volantes à abundância de atacantes em menos de 90 minutos. Em geral, sempre sem ligação no meio de campo, fazendo a equipe piorar quando já não está bem. Difícil obter padrão assim.

É necessário ter paciência com o time em transição. Mas nem sempre vai ser fácil segurar a língua. O fato é que os dois últimos resultados mostraram o cenário atual do Brasileirão: o Santos é mais arrumado que o São Paulo, e menos que a Portuguesa, bem armado por Guto Ferreira, treinador que fez trabalhos interessantes também na Ponte em 2013 e no Mogi em 2012. Durante a peleja, deu um “prestenção” (verbal) em Claudinei, que reclamava da arbitragem. O santista, ao que parece, resmungou se calou. Eu também. E desisti ali.

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Gylmar dos Santos Neves, maior goleiro da história do Peixe, morre aos 83

Morreu neste domingo talvez o maior goleiro da história do Brasil, certamente um dos maiores do mundo, único arqueiro bicampeão mundial por uma seleção. Gylmar do Santos Neves, 83 anos completados no último dia 22 de agosto, não resistiu a um infarto e uma infecção urinária que debilitou o seu estado de saúde já frágil. Com parte do corpo paralisado e dificuldades de fala desde um derrame cerebral ocorrido em junho de 2000, Gilmar estava internado no Hospital Sírio Libanês desde 8 de agosto. Deixa uma vida e uma trajetória repletas de feitos e títulos.

O blogue Tardes de Pacaembu lembra o início da trajetória do ídolo, nascido em 22 de agosto de 1930 em Santos. Em sua terra natal, jogou no time de várzea Vila Hayden FC quando jovem e, sem poder treinar no time do Peixe por conta de outros goleiros que estavam lá à época, foi atuar no Portuários, time amador da Companhia Docas de Santos. Arnaldo de Oliveira, o Papa, trabalhava no Jabaquara e chamou o arqueiro para fazer testes na equipe. Aprovado nos testes, começou entre os aspirantes em 1947 e, em 1950, estreou no time titular em função de uma contusão do titular Mauro. Mesmo com a goleada sofrida contra o São Paulo, 5 a 1, o goleiro agradou.

Boa parte da história de Gilmar pode ser conferida no belo livro Goleiros (Alameda Editorial), de Paulo Guilherme. Uma de suas maiores inspirações foi o palmeirense Oberdan Cattani. Quando ainda atuava no Jabaquara, em 1951, em uma vitória palmeirense por 2 a 0 sobre o time da Caneleira (então era do Macuco, bairro onde nasceu Gilmar), o ídolo palestrino atravessou o campo para cumprimentá-lo e profetizar: “Muito bem, garoto. Continue assim que você vai vencer”.

Sendo o goleiro menos vazado daquele ano, foi contratado como contrapeso pelo Corinthians na negociação que levou o meia Ciciá ao Parque São Jorge. Tendo acima dele Bino e Cabeção, revezava na posição de titular com o segundo quando veio um jogo em que o Timão foi derrotado por 7 a 3 pela Portuguesa, em novembro de 1951. Acusaram-no de ter amolecido e acabou afastado por seis meses. Só voltou em 1952, quanto atuou em uma excursão do time na Turquia, se destacando com grandes apresentações. Contra a seleção da Dinamarca, defendeu três pênaltis, um feito, como lembra Odir Cunha no livro Times dos Sonhos (Códex).

A trajetória brilhante, mas conturbada, de Gilmar no Corinthians ainda envolveria uma contusão em outubro de 1953 que o afastou dos gramados por 8 meses, tirando suas chances de ir à Copa de 1954. Àquela altura, já havia sido convocado para a seleção pela primeira vez, jogando contra a Bolívia pela Copa América e chegando a defender um pênalti.

Ao se recuperar, havia outro treinador no Parque São Jorge. Oswaldo Brandão tinha sido justamente o técnico luso naquele 7 a 3 e o jogo seguinte era contra a Portuguesa. Cabeção foi sacado da equipe e pediu para ir embora, com Gilmar se firmando após aquela “revanche” contra a Lusa, sendo um dos melhores jogadores da conquista corintiana do campeonato paulista de 1954, do IV Centenário. Assumiu como arqueiro titular da seleção em 1956, colocando na reserva Castilho, que havia sucedido Barbosa. E reconhecia, em entrevista ao Jornal da Tarde no ano de 1987, passagem retratada em Goleiros, a ajuda do colega que ficou como suplente. “Eu nunca conheci um jogador de tão bom caráter. Castilho não demonstrou o menor recalque da reserva. Ao contrário, sempre me orientou, tratando-me com toda a dignidade.” Ao contrário de muitos ídolos do mundo da bola, Gilmar sempre foi humilde, sabendo reconhecer os méritos de colegas e rivais.

Gilmar afaga o garoto Pelé, após o título de 1958

Gilmar afaga o garoto Pelé, após o título de 1958

Herói brasileiro como o primeiro goleiro campeão mundial em 1958, Gilmar inspirou toda uma geração de “Gilmares”, já que diversos pais resolveram batizar seus filhos com seu nome, ainda que o seu seja grafado com “y” em sua certidão de nascimento. Outro goleiro de seleção, o hoje empresário Gilmar Rinaldi, ex-Flamengo, São Paulo e outros, foi batizado assim em janeiro de 1959 justamente por conta do então arqueiro corintiano.

Gilmar no time dos sonhos

Com o início do jejum de títulos corintiano, vários jogadores foram pressionados no clube. Gilmar foi um deles. Após ficar fora de algumas partidas por conta de uma lesão no braço, com o médico do clube dizendo que se tratava de “corpo mole”, o goleiro caiu de mau jeito em um treino e, sem camisa, foi mostrar o braço inchado ao presidente do clube, Wadih Helou. “Olha aqui o corpo mole. Mas não se preocupe que eu vou operar por conta própria”, disse, segundo o livro Goleiros.

Assim o fez, e o clube negociou Gilmar em 1962. De acordo com o Almanaque do Corinthians, de Celso Unzelte, foram 395 jogos dele entre 1951 e 1961, 243 vitórias, 75 empates e 77 derrotas. O clube brasileiro interessado no arqueiro era o Santos, que não tinha recursos para contratá-lo, mas conseguiu um empréstimo da Federação Paulista de Futebol e uma doação do empresário José Ermírio de Moraes, como destaca o livro Time dos Sonhos. Gilmar não levou nada na negociação e recusou outro convite de time campeão para ir à Vila.

“O Peñarol ofereceu uns 12 milhões para o Corinthians, mais uma fortuna na minha mão, mas resolvi não ir. Não queria dar mais nenhum tostão para o Corinthians. Eles me judiaram demais”, disse. “No Santos, recuperei a alegria de jogar. Me senti rejuvenescido”, disse em depoimento ao Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Substituiu Agenor Gomes, Manga, campeão paulista de 1955, 1956 e 1958, e estreou em 7 de janeiro, na goleada contra o Barcelona de Guayaquil, amistoso disputado no Equador, um 6 a 2 com Coutinho marcando quatro gols e Zito e Pepe um cada. Na partida, revezou posição com Laércio. Naquele ano, foi campeão mundial duas vezes como jogador santista. Pela seleção, na Copa do Mundo do Chile, e pelo Peixe, no estádio da Luz, contra o Benfica.

Foi na Copa de 1962, aliás, que Gilmar fez a defesa que considerava a mais importante da sua vida. Na última partida da primeira fase, contra a Espanha, os rivais venciam por 1 a 0 na metade do segundo tempo quando Gento, do mítico Real Madri, avançou pela esquerda e cruzou para Puskas, que disputou a bola com Mauro. O goleiro se antecipou aos dois e tirou a pelota, caindo após o choque triplo. No rebote, Peiró chutou de primeira, com força, para um gol aparentemente vazio. Mas Gilmar se desvencilhou do zagueiro e do atacante rival e defendeu o petardo. “Para se ter uma ideia, foi uma jogada tão importante que os próprios espanhóis justificaram sua eliminação naquela defesa”, disse. O Brasil venceu de virada por 2 a 1.

Gilmar, com a camisa que ele foi mais vitorioso

Gilmar, com a camisa que ele foi mais vitorioso

No Alvinegro Praiano, formou com outros craques o time considerado por muitos o maior de todos os tempos e colecionou uma série de títulos. Em uma de suas partidas mais famosas, brilhou na final da Libertadores de 1963 contra o Boca Juniors, assegurando a épica vitória santista na Bombonera por 2 a 1. “Era a pedra de segurança de uma equipe que encantava o mundo, me fascinava”, como conta Antero Greco nesse post.

O tal tempo, implacável até com os maiores, também chegou para Gilmar. Em 1966, não foi bem nas finais da Taça Brasil contra o Cruzeiro, sofrendo seis gols na primeira partida. Na Copa do Mundo, com dores no joelho, jogou a primeira partida contra a Bulgária e a segunda contra a Hungria, sendo sacado para a entrada de Aílton Corrêa Arruda, Manga, na peleja contra Portugal.
No Santos, foi campeão mundial (1962/1963), da Libertadores (1962/1963), brasileiro (1962/1963/1964/1965/1968), do Torneio Rio-São Paulo (1963/1964/1966), paulista (1962/1964/1965/1967/1968), da Recopa Sul-Americana (1968) e da Recopa Mundial (1968). Sua última participação no time foi no dia 5 de outubro de1969, em uma derrota contra o Cruzeiro por 3 a 2, partida válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, no Morumbi. Pelo Peixe, foram 330 partidas, o que faz de Gilmar o quarto arqueiro que mais vestiu a camisa alvinegra, mas, para muitos, foi o maior dentre todos.

Despediu-se da seleção em em 12 de junho de 1969, aos 39 anos, dois meses e 20 dias, um amistoso com a Inglaterra no qual se tornou o goleiro mais velho a vestir a camisa canarinha. Fez 103 jogos pelo Brasil, sendo o terceiro goleiro com mais partidas pela equipe (fica atrás de Taffarel, 108, e Leão, 107) com 104 gols sofridos. Foi eleito pela revista francesa Paris Match como o melhor goleiro da história e um contemporâneo seu, o lendário Lev Yashin, o Aranha Negra, também o tinha como o melhor de todos os tempos.

Talvez por aguardar a Gazeta Esportiva na segunda-feira só pra ver as fotos de Oberdan, Gilmar fez da elegância uma marca. Suas famosas pontes, plásticas, são lembradas com saudades por aqueles que o viram jogar e viraram uma grife sua, influenciando gerações que vieram depois. De novo, é Antero Greco quem o define à frente daquele Santos dos anos 1960. “Lembro de Gilmar todo de preto, cotovelos e laterais do calção acolchoados. Uma segurança extraordinária no gol de um time temível, que rodava o mundo deixando rivais felizes e honrados com as surras que levavam. Lá atrás, estava o grande Gilmar, que crescia, ficava enorme na frente dos atacantes, e parecia não fazer força nenhuma na hora de defesas memoráveis.”

Vai mais um herói do tempo em que nós, brasileiros, no futebol, éramos reis.

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101 anos do Santos – veja quais jogadores fizeram 4 ou mais gols em uma só partida

Na peleja que antecedeu o aniversário de 101 anos do Santos, comemorado hoje, Neymar resolveu dar um presente à torcida fazendo quatro gols contra o União Barbarense. Foi a terceira vez que ele marcou quatro gols em uma mesma peleja, já havia feito isso no Brasileiro de 2012, contra o Atlético-PR, e pela seleção sub-20, no Sul-americano da categoria em janeiro do ano passado, contra o Paraguai. Mas, pela Copa do Brasil de 2010, Neymar fez mais: cinco tentos contra o Guarani, na goleada de 9 a 1 do Alvinegro.

Mas o Santos, time profissional que tem mais gols no planeta, tem outros exemplos de artilheiros que fizeram a festa da torcida em uma partida. E, de acordo com o Almanaque do Santos FC, de Guilherme Nascimento, o primeiro santista a marcar quatro gols em uma mesma partida foi o meia Paul, em 9 de setembro de 1913. A partida foi contra o Atlético Santista, vitória por 6 a 3. Em 1915, Ary Patusca foi além, marcando seis contra o São Paulo Railway, vitória de 8 a 0 do Santos. O detalhe: quatro gols foram de cabeça.

Em 1917, o mesmo Ary faria seis gols de novo, contra o São Cristovão, do Rio de Janeiro. No triunfo peixeiro de 8 a 4, todos os gols foram de cabeça. No ano seguinte, 10 a 0 no Americana, e ele marcou seis, com Fontes fazendo os outros quatro. Ary Patusca disputou 85 jogos pelo Santos e marcou 103 vezes, média de 1,21 por peleja.

Haroldo Domingues também fez quatro na vitória peixeira sobre o Ypiranga em 1919, 6 a 3. Ele, aliás, é um personagem central na história da seleção brasileira. Foi técnico e jogador do time que conquistou a primeira Copa América da história do país, no mesmo ano de 1919, contra o Uruguai.

Araken, Feitiço e a linha dos cem gols

Araken, irmão de Ary: família de artilheiros

Araken, irmão de Ary: família de artilheiros

Sabem aquela história do “ele é bom, mas bom mesmo é o irmão dele”? Pois Ary Patusca tinha um irmão, Araken, que começou a jogar no Peixe em 1923 e formaria, junto com Omar, Camarão, Feitiço e Evangelista a primeira linha que faria cem gols em um campeonato no Brasil, em 1927. Mas, antes da consolidação desse ataque assombroso, Camarão fez quatro em 1927, na vitória contra o Ypiranga. No mesmo ano, Araken debutaria na lista dos “goleadores quádruplos” no triunfo de 7 a 1 contra o AA Pinhalense. Já Camarão marcou quatro no 8 a 3 contra o SC Internacional em 1926. Daí chegou 1927 e…

Na primeira partida do ano, a maior goleada do Peixe até então: 11 a 1 contra o CA Ipiranga, só Araken fez cinco. No campeonato paulista, foram 16 partidas e 100 gols marcados, média incrível de 6,25 por jogo. Patusca foi o artilheiro da competição e prepare-se para a lista das pelejas nas quais ele marcou pelo menos quatro vezes. No 9 a 3 contra o São Paulo Alpargatas e no 10 a 1 contra o Guarani, fez quatro; no 10 a 2 diante do AA República, marcou cinco; contra o SC Americano, fez seis em um 11 a 3; e na super goleada de 12 a 1 contra o CA Ipiranga foi às redes sete vezes.

No mesmo campeonato paulista, Feitiço ficou atrás, mas não muito. Marcou quatro no 7 a 1 no AA Barra Funda e fez bis no 11 a 2 contra a mesma equipe. Marcou todos os tentos da vitória de 4 a 3 contra o Comercial de Ribeirão Preto, foi o autor de todos os cinco gols do 5 a 3 contra a Portuguesa Santista e marcou cinco no 9 a 0 contra o Corinthians de Santo André. O Alvinegro acabou com o vice-campeonato ao ser derrotado em partida com arbitragem polêmica, um 3 a 2 para o Palestra Itália.

Feitiço, média de 1,4 gol por jogo

Feitiço, média de 1,4 gol por jogo

Feitiço é o quinto maior artilheiro da história do Alvinegro, com 213 gols em 151 partidas, média de 1,4 por jogo. Já Araken é o oitavo na lista, média de 0,91 por peleja. Em 1928, Wolf fez cinco nos 10 a 0 contra a Portuguesa E, mas Feitiço continuou fazendo história. E que história. Marcou quatro nos 6 a 3 contra o CA Ipiranga e cinco no 7 a 2 contra a Portuguesa E, ambos em 1929. No ano seguinte, uma partida histórica. O Alvinegro derrotou a seleção francesa por 6 a 1, e ele balançou as redes quatro vezes.

Antes do Peixe obter seu primeiro título paulista, em 1935, Raul Cabral Guedes fez seis gols no 9 a 1 contra a seleção fluminense, em 1933. Mais à frente, Carabina marcaria seis na vitória por 10 a 3 contra o Coritiba (jogo de estreia dele e de Antoninho), em 1941, sendo cinco tentos de cabeça, repetindo a dose em outra goleada por 8 a 2 contra o Comercial, no mesmo ano. Sete anos mais tarde, em 1948, o contestado atacante Odair Titica fez todos os cinco da vitória contra com Comercial, em grande partida de Antoninho, o arquiteto.

Pelé e a Era de Ouro

Pelé chegou no Peixe, que era bicampeão paulista de 1955/1956, em 1957, e iniciaria então a maior trajetória de gols de um atleta profissional. Foram muitas vezes em que ele marcou quatro tentos, mas, oficialmente, a primeira aconteceu na sua 29ª partida pelo Alvinegro, um 7 a 2 contra o Lavras, de Minas Gerais no seu ano de estreia. No mesmo ano, faria de novo a mesma marca outras três vezes nas goleadas contra o Guarani, 8 a 1, Nacional, 7 a 1, e Portuguesa Santista, 6 a 2.

Sim, o Rei Pelé fez isso em seu primeiro ano como atleta profissional, e, contra o time em que fez mais gols, o Corinthians, marcou quatro gols de uma só vez em três ocasiões: 6 a 1 em 1958, 7 a 4 em 1964 e 4 a 4 em 1965. Fez também o mesmo número de tentos contra outros times grandes, como em 1961, contra o São Paulo, em um 6 a 3. E nem times de fora escaparam, que o diga a Inter de Milão, que tomou um 7 a 1 em 1959 com quatro gols de Pelé, o que garantiu o título do Torneio de Valência ao Alvinegro. O Rei também vitimou o Eintracht, da Alemanha, resultado de 5 a 2. Marcou cinco tentos contra Prudentina, Noroeste, Remo… E, claro, não se pode esquecer o histórico 11 a 0 no Botafogo de Ribeirão Preto, em 1964, no qual fez oito.

Nesse período da chamada Era Pelé, não era só ele que brilhava, obviamente. Coutinho fez cinco gols em três ocasiões diferentes: na vitória por 12 a 1 contra a Ponte Preta em 1959; na “sacolada” contra o Basel, da Suíça (lá) por 8 a 2 em 1961 e no triunfo sobre o XV de Piracicaba, por 5 a 1, em 1962. Toninho Guerreiro marcou quatro na goleada contra o Grêmio Maringá, 11 a 1 no ano de 1965. Douglas, em um amistoso contra o Benfica de Hudson (EUA) anotou quatro em um 10 a 1, disputado em 1970.

Molina, quatro vezes contra o San Jose

Molina, quatro vezes contra o San Jose

Dino Furacão, Giovanni e Molina

Depois da Era Pelé, o clube oscilou bastante, vivendo alguns períodos nos quais teve várias formações mais fracas. Mesmo quando não disputou títulos, o Peixe conseguiu em diversas ocasiões ou ter o melhor ataque ou o artilheiro da competição. Mas, às vezes, aparecia uma artilheiro de um jogo só que depois não vingava.

Foi o caso, por exemplo, de Dino Furacão, já citado neste post. No Brasileiro de 1986, o Peixe bateu o Náutico por 5 a 0 na Vila Belmiro, e ele fez quatro. Dez anos mais tarde, um atleta com muito mais técnica, o Messias Giovanni, fez quatro na goleada alvinegra de 8 a 2 contra o União São João de Araras.

Na Libertadores de 2008, foi a vez do meia colombiano Molina brilhar. Ele marcou quatro na goleada peixeira de 7 a 0 contra o San Jose, de Oruro. Agora, é torcer para que Neymar ainda possa fazer outros tantos pelo Santos. E esperar os outros que ainda virão.

PS: Um parênteses aqui: muitos torcedores, de todos times, reclamam da parcialidade da mídia, muitas vezes por paranoia ou pela não aceitação de argumentos contrários, mas em outras há doses gigantes de razão. Em 2011, quando ao atacante do Fluminense Fred fez quatro na vitória contra o Grêmio por 5 a 4, o Estado de S.Paulo publicou esta matéria com o seguinte título: “Veja quem, como Fred, já marcou quatro gols numa mesma partida”.

Bom, dá pra esperar alguma diversidade dos exemplos, não? Não. O único representante do time que mais marcou gols no mundo é Pelé, e cita-se apenas uma partida, o 6 a 1 contra o Corinthians em 1958. Dos outros sete exemplos, seis são de jogadores do São Paulo. Pessoal podia disfarçar um pouquinho, né?

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