O Santos foi derrotado por 2 a 1 pelo Sport ontem, na Ilha do Retiro, mostrando mais uma vez um futebol, no mínimo, pouco ambicioso e objetivo, em especial no segundo tempo. Como a esdrúxula regra da competição permite que um time, de acordo com sua posição no Brasileiro do ano anterior, possa ir para a Sul-Americana caso seja desclassificado até a 3ª fase, fica difícil avaliar uma partida em que, aparentemente, as duas equipes não estavam muito interessadas em vencer.
Na semana passada, o presidente do escrete pernambucano, João Humberto Martorelli, disse com todas as letras: “A Sul-Americana é a prioridade do Sport. Não temos título internacional, então seria muito importante do ponto de vista da experiência internacional disputá-la e tentar uma situação melhor do que conseguiu nos dois anos anteriores”.
A torcida leonina também prefere a Sul-Americana. E a virose repentina de Diego Souza, estrela do time, e Rodrigo Mancha, também são episódios que deixam suspeitas no ar.
Nenhum diretor do Santos deu declaração semelhante à de Martorelli, mas o comportamento do time dá margem a interpretações. Começou perdendo um gol aos 14 segundos de jogo, criou mais um lance de perigo no primeiro minuto e depois sofreu um gol em que Werley entrou de “pé mole” em uma dividida que só a falta de concentração justifica, já que ele, definitivamente, não é disso.
Mesmo após o empate, jogada de Robinho pela esquerda com gol de Lucas Lima, o Peixe continuou pouco objetivo. No segundo tempo, isso piorou. O Alvinegro trocou passes de lado a lado do campo entediando os torcedores, buscando muito pouco o gol adversário. Em geral, na etapa final o time costuma recuar quando o placar lhe é favorável, mas o Sport também estava recuado, o que gerou momentos de longas trocas de passes da parte alvinegra, com o time pernambucano pouco interessado em “morder” na marcação.
Mesmo tomando o gol, os visitantes continuaram atacando pouco. Se não for acomodação, isso pode ser sintoma de outras coisas também. O elenco pode estar farto com promessas eventualmente não cumpridas em relação a salários e direitos de imagem atrasados, o que ficou evidente na entrevista coletiva concedida por Robinho hoje. Certamente o Rei das Pedaladas não falou só por ele… Ou a equipe estaria com excesso de confiança, dada não só a superioridade técnica como a anêmica vontade dos pernambucanos em avançar na Copa do Brasil.
Seja o que for, o torcedor merece respeito e esse corpo mole apresentado ontem tem que se avaliado internamente pelo clube. Nem sempre um vexame acontece só quando o time toma goleada, às vezes pode ser em uma derrota simples.