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Santos joga mal de novo, empata com São Bento, e deixa torcida ressabiada

Depois da derrota para a Ponte Preta no meio da semana, o Santos fez outra atuação ruim e ficou somente no empate com o São Bento, na Vila Belmiro. Como de hábito, a torcida não compareceu ao estádio, foram 5.149 pagantes e, sem quatro titulares, o desempenho do time frente ao retrancado time de Sorocaba foi sofrível.

Marcelo Fernandes deslocou Victor Ferraz para sua função original, a lateral direita, no lugar do suspenso Cicinho, e promoveu a entrada de Zeca na lateral esquerda. Lucas Otávio entrou no lugar de Valencia, Gabriel seguiu substituindo Robinho e Wladimir também prosseguiu no lugar de Vanderlei.

Os dois gols sofridos pelo Alvinegro são sintomáticos do que foi a equipe. O primeiro, resultado de um escanteio, foi de autoria do volante Renan Teixeira, que cabeceou sem marcação no meio da área santista. Quando se toma um gol assim, sempre a culpa vai recair na zaga, mas o lance mostra outra realidade. Victor Ferraz é quem marca inicialmente o jogador rival, que se desvencilha sem ser acompanhado antes da cobrança e fica sozinho. Os zagueiros peixeiros estão marcando o beque João Paulo e o atacante Nilson.

Essa é a questão: em um escanteio ou em uma bola parada, não é só zagueiro que marca, mas o time inteiro. E a equipe tem que estar preparada para as jogadas que o adversário costuma usar. A comissão técnica alvinegra estudou ou desprezou esse aspecto do rival? Além disso, saiu Valencia, com seus 1,82, e entrou Lucas Otávio, com 1,64. Isso muda toda a marcação em bolas paradas, assim como o fato de Victor Ferraz marcar do lado oposto. O time se preparou para marcar com essa formação?

Já no segundo tento do time do interior, foram quatro santistas (um atrasado) contra três atletas do São Bento. Os dois atacantes estavam no mano a mano com a zaga. Sim, David Braz escorregou, mas não foi ultrapassado pelo rival, que tocou a bola para quem chegava de trás. Nesse tipo de situação, a chance do adversário levar a melhor é enorme. Defesa no mano a mano é convite para o que aconteceu.

Gabriel Santos São Bento

Gabriel correu mais, mesmo assim foi vaiado (Ricardo Saibun/SantosFC)

Ou seja, o Santos foi mal montado. Sem Robinho, do qual se mostrou muito dependente, o Peixe não conseguiu articular seu meio de campo – setor que o Sete costuma frequentar conforme o andamento do jogo –, não pressionou com qualidade a saída de bola, e não conseguiu atuar de forma compacta. Lucas Lima ficou sobrecarregado na armação e Geuvânio foi mal tática e tecnicamente. Gabriel se esforçou, criou chances e fez um gol, fazendo talvez sua melhor partida no ano, embora distante do que se espera dele e de seu potencial. Fez gestos para a torcida após o gol, o que mostra um certo desequilíbrio que precisa ser corrigido, mas pode até tomar o lugar de Geuvânio após o retorno de Robinho.

Wladimir, quando foi exigido, não correspondeu, e em nenhum momento passou segurança. Já passou da hora de o clube dar a ele novos ares, até porque, quando teve sequência de jogo, não aproveitou. Zeca também teve outra atuação ruim, ainda que tenha mostrado qualidade em outros momentos. Mas não foram os únicos culpados. O que chamou a atenção foi a falta de coordenação do Alvinegro, uma atuação coletiva muito ruim, como na peleja anterior, e sem mudar substancialmente a forma de jogar em momento algum.

A pior notícia destes dois últimos jogos é esta. Além de reforços no campo, talvez o Santos precise de um no banco. Ou o Brasileiro vai seguir a toada dos últimos anos.

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Arquivado em futebol, Santos, Século 21