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A história de Carlos Alberto Torres no Santos FC

Alvinegro Praiano foi o time onde capitão do Tri jogou por mais tempo. Conheça algumas passagens curiosas da trajetória do “Capita” na Vila Belmiro

O ex-jogador e ex-técnico Carlos Alberto Torres, falecido em função de um infarto aos 72 anos, no dia 25 de outubro, é tido como o maior lateral direito da história do Santos, e talvez do Brasil, só rivalizando com Djalma Santos. Na Vila Belmiro, foram quase onze anos, entre 1965 e 1975, com 445 partidas disputadas e 40 gols marcados com o manto sagrado. Em 1971, chegou a atuar três meses no Botafogo, mas, lesionado, voltou à Baixada.

Pelo Alvinegro Praiano, foi campeão brasileiro em 1965 e 1968, campeão paulista em 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973, da Recopa Sul-americana e Mundial em 1968, do Torneio Rio-São Paulo de 1966 e dos torneios de Nova York em 1966, Triangular de Florença em 1967, de Cuiabá em 1969, Hexagonal do Chile em 1970, Octogonal do Chile e Pentagonal de Buenos Aires em 1969.

Carlos Alberto chegou ao Santos aos 22 anos vindo do Fluminense em 1965, com a torcida tricolor ameaçando depredar a sede do clube em função da saída do atleta. No entanto, em depoimento dado ao projeto Futebol, Memória e Patrimônio: Projeto de constituição de um acervo de entrevistas em História Oral, do CPDOC/FGV (veja aqui), ele revelou que já queria ter vindo ao Peixe anos antes, ainda juvenil.

O lateral chamou a atenção, segundo ele, quando participou de alguns treinos com a seleção brasileira, que concentrava no Hotel Paineiras em Cosme Velho, próximo ao estádio do Fluminense.

Quando faltava algum atleta em um coletivo, o garoto formava com o time reserva. “Quando treinei algumas vezes na seleção para completar a posição da lateral, ou Djalma Santos, ou o Jair não podia participar, alguns jogadores do Santos já haviam indicado o meu nome para eu ir para o Santos, porque o Santos tinha vários jogadores que jogavam na seleção, não é? Se o Fluminense na época tivesse concordado em me liberar, se fosse hoje, por exemplo, que não tem mais o passe, eu seria campeão mundial de interclubes.”

No mesmo depoimento, o “Capita” conta que sua não convocação para ir à Copa do Mundo de 1966 pode ter acontecido justamente pela sua transferência para o Peixe. De acordo com Carlo Alberto, um dirigente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, predecessora da CBF), ligado ao Fluminense, tentou convencê-lo a não ir para o clube da Vila. “E você sabe o que é que aconteceu depois que fui para o Santos? Várias convocações o meu nome não estava, mesmo sendo já naquela época apontado como o melhor da posição no Brasil, mas várias convocações o meu nome não estava. Em 1966 eu fui porque foram quatro de cada posição, acho que não tinha como se justificar a minha não chamada, não é? Aí fui, mas não fui para a Copa do Mundo”, relata.

Partida inesquecível de Carlos Alberto Torres no Santos

Em depoimento dado à Bandeirantes, o Capita conta que, entre os vários jogos marcantes que fez pelo Peixe, o mais memorável para ele foi um confronto contra o Benfica, válido pelo Torneio de Nova York e disputado em 21 de agosto de 1966. Para ele, e também para outros jogadores santistas, foi uma espécie de revanche da Copa do Mundo de 1966, quando Portugal eliminou o Brasil da competição, com uma marcação violenta em Pelé.

“Santos e Benfica. Em 1966, disputamos o Torneio de Nova York. Na Copa, Portugal havia vencido a seleção brasileira, eliminando o nosso time. Eles machucaram o Pelé. Foi uma Copa violenta. Um mês depois, o Santos jogou contra o Benfica, que era base da seleção portuguesa. Foi como se fosse uma desforra. O jogo foi sensacional. Acho que ganhamos de 4 a 0. Nós lavamos a nossa alma. O Santos, naquela época, era o melhor do mundo. A gente respeitava o adversário, mas sabíamos do potencial do nosso time. Tinha o nervosismo natural. A gente sabia da importância do jogo. Foi um jogão, enfrentamos um dos melhores times do mundo.”

Obrigado, capitão, por tudo que fez pelo nosso Santos. Seu nome já está eternizado no coração dos torcedores do Peixe.

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5 curiosidades sobre Santos e Benfica

Peixe faz amistoso comemorativo dos cem anos da Vila Belmiro, que também é a despedida de Léo, com freguês de carteirinha: o Alvinegro nunca foi derrotado pela equipe portuguesa. Confira esta e outras curiosidades do duelo

1 – Benfica freguês

Foram sete partidas na história entre Santos e Benfica, e o Peixe não sabe o que é perder. São seis vitórias e um empate, 28 gols marcados e 14 sofridos. O único empate do confronto foi a última peleja entre os dois, amistoso disputado em Nova Iorque, no ano de 1968, 3 a 3.

2 – Primeiro mundial

O time português foi o adversário do Alvinegro na conquista de seu primeiro Mundial Interclubes, em 1962. Em uma melhor de três, os brasileiros venceram a primeira por 3 a 2 e a segunda, no estádio da Luz, em Lisboa, por 5 a 2.

3 – Maior partida de Pelé

Segundo José Macia, o Pepe, a atuação de gala do Peixe contra o poderoso Benfica, base da seleção portuguesa que seria terceira colocada em 1966 na Copa do Mundo, foi a maior atuação do Rei. “Foi uma atuação sensacional do Pelé. Eu, que joguei tantas vezes ao lado dele, digo que aquele jogo em Lisboa foi a maior partida da vida do Rei do Futebol”, disse o Canhão da Vila.

4 – Mudança da Voz do Brasil

Por conta da segunda partida da decisão do Mundial, o Ministério da Justiça autorizou a alteração do horário de A Voz do Brasil para que o jogo fosse transmitido. Até hoje, um fato raro.

5 – Golaço de Coutinho

No primeiro jogo da decisão de 1962, Coutinho fez um golaço, que ficou na memória do torcedor santista José Miguel Wisnik, como relata nesse texto. “A bola foi lançada pelo alto, vinda da intermediária pelo lado direito, caindo sobre o bico esquerdo da pequena área, onde estava Coutinho. Ele matou de efeito, sem deixá-la cair no chão, aproveitando tanto o impulso natural da bola quanto o seu desenho em curva para dar um chapéu de fora para dentro num primeiro zagueiro, e, em seguida, um outro chapéu simétrico num segundo zagueiro, antes de concluir, sem que a bola tocasse o chão”, lembra. “Li num jornal, dois dias depois do jogo, que, ao embarcar de volta para Portugal, um dirigente do Benfica declarou sobre o gol, numa autêntica chave de ouro camoniana, que valera a pena atravessar o oceano, só para sofrê-lo.”

 

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