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Santos 2 X 1 Coritiba – Renato, de terno e na raça, salva o Peixe

Meia, mesmo com câimbras e praticamente sem condições de jogo, virou a partida para o Alvinegro Praiano. Mesmo com a má atuação, os três pontos são fundamentais para o time da Vila

Mais uma vez o Santos atuou no domingo pela manhã. E, como aconteceu em 2015, teve um desempenho pra lá de discreto, desta vez contra o Coritiba, na Vila Belmiro. Mesmo assim, saiu com a vitória arrancada quase a fórceps.

A primeira etapa santista foi daquelas de dar vergonha. O time parecia administrar os efeitos do calor do horário e mantinha por maior tempo a posse de bola, porém, sem efetividade. Abria o jogo pelas laterais, bem marcadas pelo Coxa, e não conseguia jogar em profundidade. Mesmo quando os volantes avançavam, opção quase obrigatório quando o adversário se posta atrás com duas linhas bem montadas de quatro jogadores na defesa, o jogo não fluía.

Isso sem contar na insistência em escalar Lucas Lima, justificável em parte pelo valor do craque, mas que, dadas as condições físicas do atleta, não poderia ter acontecido. O time jogou praticamente com um a menos na etapa inicial, algo corrigido com a entrada de Paulinho após o intervalo.

Sem criatividade ofensiva e com uma marcação deficiente pelos lados do campo, o Peixe foi presa fácil para os contra-ataques do Coritiba. em especial no lado esquerdo da defesa, já que Zeca fez uma partida muito abaixo da média, talvez a sua pior pelo Alvinegro, e o meio de campo não realizou a cobertura por ali. Foi daquele setor que saiu a jogada de gol dos visitantes, e os donos da casa poderiam ter sofrido mais um ou dois caso o adversário tivesse mais qualidade.

renato santos

Renato: a técnica de sempre, com uma raça fora do comum

 

Na segunda etapa, o Santos veio com um ímpeto maior, procurando as jogadas de aproximação e também buscando mais profundidade. Ao mesmo tempo, o Coxa recuou mais, dando espaço e não conseguindo emplacar contra-ataques, se acomodando no anti-jogo. Assim, tomou um gol de falta de Vitor Bueno, em falha do arqueiro Wilson aos 17 minutos. A partir daí, pressão peixeira, mas sem organização tática.

Ficaram evidentes as poucas opções de Dorival no banco. Não há reservas, hoje, que ameacem os titulares. Joel só jogou porque Ricardo Oliveira não tem condições, mas a diferença entre ambos é enorme. Ele acabou saindo para a entrada de Ronaldo Mendes, que buscou quase o tempo todo o mesmo tipo de lance: costurar na frente da área para tentar o chute. Precisava fazer mais que isso. Matheus Nolasco entrou no lugar de Vitor Bueno e, apesar de poder mostrar pouco, pode vir a ser uma opção de velocidade melhor que Neto Berola era como “jogador de segundo tempo”.

Mas o destaque da partida usava terno. E não hesitou em sujar o traje de gala. Renato, o capitão que foi homenageado antes da partida recebendo uma placa pelos 300 jogos com o manto alvinegro (apesar de ser sua 307ª peleja), passou a sentir câimbras quando o Santos já não podia mais fazer substituições. Participou do jeito que seu físico permitia na marcação até que foi deslocado para a função de centroavante, já que não podia mais se movimentar. E deu certo

Foi em um lance lindo do até então participativo, mas pouco efetivo Victor Ferraz, que Renato marcou de cabeça, a 30 segundos do apito final. Se a torcida esperava muito mais do Santos, não se pode dizer que o resultado foi injusto. O time teve mais posse de bola, teve dez finalizações, metade delas certas, contra quatro do rival, e foi quem procurou o resultado. E ganhar, mesmo quando se joga mal ou abaixo das expectativas, é algo crucial para se almejar algo no Brasileiro, é só olhar os últimos campeonatos.

E já são 30 jogos de invencibilidade na Vila Belmiro.

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Quase! Santos desperdiça muitas chances e só empata com Coritiba de Alex

A camisa dez, na Vila Belmiro, é sagrada. Quem a vestia pelo Peixe na partida contra o Coritiba era Montillo, o argentino que é o típico enganche, e não o meia clássico que arma o jogo, como Pita ou Ganso foi um dia, ou o ponta de lança capaz de carregar a bola, mas que faz quase tudo, como Pelé e, mais recentemente, Giovanni. No entanto, era o dez do Coritiba o personagem que mais chamava a atenção antes da partida.

Enquanto Claudinei Oliveira buscava o entrosamento mantendo o time que bateu a Portuguesa no último fim de semana. Sem Arouca, Alan Santos compôs o meio de campo com Cícero, Leandrinho e Montillo. Já o também novo técnico Marquinhos Santos ousou. Colocou somente um volante de ofício, Júnior Urso, junto com Robinho (ex-Peixe que, na Vila, era Róbson para não disputar o imaginário com a sombra do Rei das Pedaladas), Alex, Botinelli, Deivid e Geraldo, o artilheiro angolano.

O comandante do Coxa cantou a bola antes do início do jogo, ao dizer que os jogadores estavam ali não tanto para marcar em cima, mas para “ocupar espaços”. Embora o Alvinegro tenha assustado antes com cobrança de falta de Cícero, aos dois minutos da etapa inicial, o sistema paranaense começava a mostrar suas garras. O craque Alex deu o ar da graça aos 11, quando tocou para Deivid que passou para Robinho. O meia fez o corta-luz para o dez do Coritiba que finalizou na trave. A resposta veio aos 15, e a vez do dez santista mostrar que estava em campo. Sumido até então, Montillo arriscou um chute de longe que passou raspando o travessão de Vanderlei.

Mas quem fez jogada de um legítimo camisa dez foi o lateral-direito Galhardo, tirando com um lindo passe dois defensores do Coritiba e passando para Leandrinho, que teve habilidade para servir Neílton. O moleque finalizou de primeira, praticamente sem chance para Vanderlei.

O jogo mudou um pouco a partir daí. O Santos passou a controlar um pouco mais, mas o Coritiba continuou levando perigo, principalmente com bolas roubadas no meio de campo. Aí estava a “ocupação de espaço” do Coxa, com constante troca de posicionamento dos jogadores à frente, apostando em um jogador decisivo como Alex. Mesmo com erros não forçados, o Peixe ainda chegou com muito perigo com um passe de Léo para Montillo, que assistiu Willian José. Bola desperdiçada.

E, num dos inúmeros erros de passe alvinegros – foram 81,8% dos passes feitos de forma correta contra 92% dos rivais nos primeiros 45 minutos – Leandrinho deixou a bola passar e o Coritiba começou a armar o lance que resultou no gol de Alex, feito de forma fácil, por cobertura. Ao contrário de outros treinadores que queimavam os moleques, Claudinei animou Leandinho: “Levanta a cabeça”, pediu.

Reprodução

No segundo tempo, a equipe da casa voltou melhor, com menos passes longos, que tanta dor de cabeça deram na etapa inicial, e com mais desarmes que o Coxa. Aos dez, Monttllo teve uma grande chance na entrada da área, mas não acertou o alvo. Aos 15, Marquinhos Santos coloca Everton Costa e tira Geraldo, querendo dar mais mobilidade ao ataque alviverde. E, quase no mesmo minuto, a alteração deu resultado, quando ele sofreu uma falta e, na cobrança, Chico quase faz de cabeça, com Aranha tirando para escanteio. E, na cobrança, novamente o defensor acerta a trave.

Claudinei também substitui Willian José por Giva. Não é um alteração de seis por meia dúzia, já que o menino se movimenta e sai muito mais da área do que o ex-gremista, que é um atacante mais fixo. E a mudança surge resultado rápido. Em cobrança de falta, Galhardo cobra com perfeição para Cícero, sem marcação, cabecear e fazer.

O jogo é eletrizante, a ofensividade de ambos faz o Coxa partir pra cima, mas o Santos, com transição bem mais rápida da defesa para o ataque, é quem quase faz. São três chances em menos de 40 segundos, com Montillo acertando a trave e com o defensor Chico tirando e outra grande defesa de Vanderlei. Eram 24 e, aos 25, nova oportunidade com Giva desperdiçando na área.

O lateral-direito de ofício, mas que em muitas ocasiões fez as vezes de meia, Cicinho, estreou aos 30. Um minuto depois, Galhardo saiu para a entrada de Pedro Castro. Mais uma vez, o lateral saiu aplaudido na Vila, algo impensável há alguns meses. Léo fez grande lance aos 35, Giva chutou para a defesa de Vanderlei e Neílton, no rebote, perdeu uma chance inacreditável.

Fazendo inveja a Giva, Pedro Castro também desperdiçou, aos 39, em jogada frente a frente com o arqueiro do Coxa. O castigo veio aos 42, de novo, em lance de Alex. O meia tabelou com Robinho e finalizou sem chances para Aranha. O craque paranaense prevaleceu.

Os visitantes, mesmo jogando menos e já sem fôlego, acharam o empate no talento do dez. A experiência prevaleceu sobre um certo afobamento dos moleques para decidir. Mas o desempenho peixeiro dá esperanças para o torcedor santista em um jogo que foi um presente para quem gosta do futebol bem jogado. Um salve a Alex e outro aos meninos da Vila.

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