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Grêmio 3 X 2 Santos – após buscar empate, Peixe é derrotado no final

Alvinegro empatou a peleja depois de estar perdendo por 2 a 0, mas gremistas fizeram o terceiro aos 43 do segundo tempo. Mesmo assim, atuação fora de casa deixa o torcedor santista com boas perspectivas

O Santos experimentou o mesmo veneno provado pelo São Paulo no domingo. Tomou um gol logo no início do jogo, aos 2 minutos, em função da marcação gremista na intermediária alvinegra. Como a execução dos donos da casa foi bem feita e os atacantes santistas estavam à frente do meio de campo, dificultando a transição, esse expediente fez o Peixe penar, também no início da etapa final. Um erro já demonstrado em outras ocasiões e que Dorival Júnior precisa corrigir.

A equipe até conseguiu se restabelecer após o gol, mas não produziu ofensivamente, tirando uma chance de Rodrigão dentro da área. Novamente Vitor Bueno, sacado no intervalo para a entrada e estreia de Jonathan Copete, atuou mal, não emplacando nem lances individuais nem imprimindo a troca de passes. E foi na individualidade, que faltou ao Alvinegro, que o time gaúcho chegou ao segundo gol, com Everton chutando e mais uma vez Vanderlei espalmando para dentro da área. Como no primeiro gol, de Giuliano, Douglas pegou a sobra sem marcação e não perdoou. O goleiro santista tem crédito e não é o culpado exclusivo pelos lances, mas que falhou, falhou.

No segundo tempo, como era de se esperar, os gaúchos recuaram para tentar os contra-ataques e o Santos passou a ser mais agressivo. No entanto, seguiu falhando em especial no chamado último passe, perto da conclusão do lance, ou mesmo na finalização. Foram diversas bolas que carimbaram a bem postada defesa tricolor.

O tento peixeiro chegou aos 19, após cobrança de escanteio com passe pelo alto de Gustavo Henrique e conclusão de Copete. Um tipo de jogada pouco explorada pelo Alvinegro e que poderia até ser mais usada no decorrer do jogo. Yuri ainda entrou no lugar de Gustavo para melhorar a transição e utilizar melhor o elemento surpresa. Já aos 34, saiu Renato para Jean Mota entrar.

Mas o tento de empate do Peixe veio em uma grande finalização do lateral-esquerdo Zeca, após bom lance de Jonathan Copete que, como Rodrigão, fez uma estreia que deixou o torcedor animado.  O chute de fora da área não deu chance a Marcelo Grohe, e aos 38 o Alvinegro foi pro gol.

Os gaúchos voltaram a ficar na frente do placar aos 43. Marcelo Hermes roubou bola de Lucas Lima e foi à frente para finalizar sem chances para Vanderlei. Isso em um período da partida em que os torcedores já jogavam contra o próprio time.

Já se sabia que seria um jogo difícil, não só pela qualidade do Grêmio, um dos melhores times da competição, como também pela necessidade dos donos da casa vencerem. Mesmo assim, o Peixe jogou bem, mostrou poder de recuperação, mas sofreu outro gol em final de partida, outro erro recorrente que precisa ser trabalhado. O tipo de derrota que não deve desesperar a torcida alvinegra, já que o Peixe mostrou qualidades. O campeonato promete.

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Com desempenho e público de Série B, Santos é derrotado na Vila Belmiro pelo Grêmio

Antes de tudo, é preciso deixar claro. O árbitro da partida entre Santos e Grêmio, o paranaense Felipe Gomes da Silva, faz um sinal permitindo a entrada de Geuvânio, que estava fora de campo, no gramado. Depois, por dizer que não havia autorizado, deu o segundo amarelo para o jogador e o expulsou aos 27 do primeiro tempo.

O prejuízo foi grande, mas é preciso dizer. Até aquele momento, o Alvinegro não conseguia chegar ao gol do Grêmio, que marcou com Pedro Rocha logo aos 4 minutos. Mais uma vez pelo lado esquerdo da defesa, e cabe repetir o que já disse. Pode ser o Caju ou o Victor Ferraz ou o lateral que for naquele setor. O problema está na cobertura do meio de campo que não existe e também no atacante que fica por ali, já que em um 4-3-3 ou 4-2-3-1 o homem mais à frente tem que atrapalhar o início da armação do rival.

Ou seja, é mais um problema técnico – ou “de técnico” – que individual. Quando uma equipe tem esquema de jogo definido, é bem treinada e cada um conhece as funções que tem que desempenhar no decorrer de uma partida, jogadores medianos se tornam bons, e bons se tornam ótimos. Mas quando o time é mal treinado, atletas ficam no mano a mano, os erros se multiplicam e mesmo os bons se tornam medianos, e os craques se tornam na maior parte do tempo somente comuns.

Um time bem treinado faz o que os tricolores fizeram no segundo gol do Grêmio, marcado pelo ex-santista Galhardo. “Ah, mas eles estavam com um jogador a mais”. Verdade. O Peixe, quando esteve em situação similar na segunda partida da final do campeonato paulista, não aproveitou. E quando ficou com dez contra dez, na peleja contra o Corinthians, quase viu sua vantagem no placar desaparecer.

santos gremio

Galhardo, ex-Santos, comemora o segundo gol do Grêmio (Reprodução)

Ricardo Oliveira até deu alguma esperança para o Santos, que melhorou com a entrada de Longuine no lugar de Lucas Otávio. Mas quando colocou Neto Berola no lugar de Thiago Maia, contundido, o “tudo ou nada” de Marcelo Fernandes virou “nada” muito rapidamente, com gol de Yuri Mamute que recebeu sem nenhuma marcação, livre para fazer o terceiro e não deixar dúvidas sobre o triunfo gremista na Vila, o segundo na era dos pontos corridos (os gaúchos já havia vencido em 2011, um a zero com gol de Escudeiro). Fim de uma invencibilidade de 14 jogos na Vila Belmiro e mais um jogo de triste memória para o santista.

A saída de Marcelo Fernandes é questão de tempo. Pode acontecer ainda hoje ou daqui a alguns dias, mas vai acontecer. De forma tardia. Porque se nem sempre os resultados conseguem mostrar justiça, uma série de partidas e as falhas apresentadas mostram o estágio de uma equipe. E o Santos tem falhado repetidas vezes do mesmo jeito, com falhas recorrentes no setor esquerdo da sua intermediária, independentemente de quem esteja atuando. A equipe tem dificuldades na saída de bola, não consegue acertar contra-ataques e até mesmo a noção de “jogar bem” se desvirtuou. Como dizer que um time que cria duas ou três situações de gol em uma partida “jogou bem”, como já se disse em partidas disputadas nesse Brasileiro? Rebaixamos nosso nível de avaliação?

E a diretoria do Santos?

Que a diretoria atual do clube pegou uma situação complicada financeiramente, é fato. A gestão Odílio foi catastrófica nesse aspecto. No entanto, seis meses de gestão depois, não se vê qualquer ação promovida para tirar o Santos desse buraco financeiro. A “promoção” feita para atrair torcedores na peleja de hoje, por exemplo, foi um fiasco: 4.942 pessoas no estádio. E nem é preciso ser da área pra saber que beira o amadorismo. O setor de comunicação também não ajuda. Sem isso, o clube não vai obter receitas.

“Nós vamos ter de jogar muito em Brasília, Cuiabá, Natal. Vamos, sim. Mas com planejamento. Não é avisando uma semana antes. Você tem que programar, marketing é isso, não é só vender patrocínio master, que nem isso venderam, mas não é só isso. Não é só licenciar produto. É criar produto, vender produto, planejar as ações do clube. Estão fazendo as coisas sem planejamento”, disse Modesto quando era candidato, nesta entrevista publicada em 9 de novembro de 2014. Parece, de verdade,q ue algo mudou?

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O Santos contra times brasileiros na Libertadores

Na noite desta quarta-feira Corinthians e São Paulo se enfrentam pela fase de grupos da Libertadores. É a primeira vez que ocorre esse duelo entre ambos na competição, sendo que os corintianos já enfrentaram o Palmeiras (1999 e 2000) e o Santos (2012). O Tricolor já jogou com o Palmeiras em quatro edições, em 1974, 1994, 2005 e 2006. O Peixe nunca duelou com são-paulinos e palestrinos pela competição sul-americana.

Em suas doze participações em Libertadores, com três títulos obtidos, o Alvinegro Praiano já topou com clubes brasileiros em 1963, 1984, 2005, 2007 e 2012. E se o São Paulo tem um retrospecto recente complicado contra compatriotas, com seis eliminações seguidas na competição, o Peixe também tem um handicap geral desfavorável. Em doze partidas, são três vitórias, três empates e seis derrotas. Relembre como foram os confrontos:

Libertadores 1963 – Santos X Botafogo

Nos anos 60, o número de participantes da Libertadores era bem mais restrito do que hoje. Em 1963, foram nove participantes, só o campeão de cada país-membro da Conmebol – Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile, Peru, Equador, Colômbia e Paraguai, menos a Venezuela – e o campeão da edição anterior, no caso, o próprio Santos, disputaram o torneio.

Como o detentor do título entrava já na semifinal, o adversário do Peixe foi o Botafogo, campeão do grupo 1. O time carioca herdou a vaga brasileira na Libertadores, já que o Peixe havia sido em 1962 também campeão brasileiro. No primeiro jogo, no Pacaembu, a equipe de Nilton Santos, Garrincha, Quarentinha e Zagallo segurou o ímpeto dos donos da casa e arrancou um empate em 1 a 1. Já na volta…

O Maracanã, de fato, foi durante muito tempo a casa do Santos. E foi lá que o Peixe fez mais uma de suas partidas históricas, despachando o Fogão por 4 a 0, com três gols de Pelé e um de Lima. No mesmo ano e estádio, o clube carioca já havia tomado um baile na final da Taça Brasil, quando perdeu por 5 a 0.

O Peixe se sagraria bicampeão da Libertadores naquele ano superando o Boca Juniors em uma decisão épica

Libertadores 1984 – Santos X Flamengo

Depois de um campeonato brasileiro intenso, no qual o Santos se sagrou vice perdendo a disputa para o Flamengo – uma final que até hoje muitos santistas reclamam de um pênalti não marcado contra Pita na segunda partida da decisão (o árbitro era Arnaldo César Coelho) –, era de se esperar que o clube da Vila Belmiro fizesse bonito. No entanto, em seu retorno à Libertadores após 19 anos de ausência, o time decepcionou.

Em um grupo formado por times brasileiros e colombianos (América de Cali e Atlético Junior de Barranquilla), o Alvinegro estreou sendo derrotado pelo Flamengo por 4 a 1 no Maracanã. O zagueiro Mozer fez dois gols, com Lico e Tita completando para os rubro-negros. Lino fez o solitário tento peixeiro e, de acordo com a Placar, a goleada só não foi maior porque Rodolfo Rodríguez, em seu primeiro ano de clube, fez seis defesas espetaculares.

Dois meses depois, em abril, o Peixe sofreria uma derrota ainda maior atuando no Morumbi: 5 a 0 em uma semana na qual enfrentou o Flamengo outras duas vezes, em jogos válidos pelo Brasileiro, perdendo antes por 1 a 0 e empatando em 2 a 2. Depois da primeira derrota, Formiga, o médico Carlos Braga e o preparador físico Celso Diniz caíram e Del Vecchio, como interino, comandou o Santos na derrota. Ele afastou antes da peleja Serginho Chulapa, acusado, também segundo a Placar, de simular uma contusão para não jogar na Colômbia pelo torneio (foi visto atuando na várzea) e Paulo Isidoro, que estaria forçando uma negociação para sair da Vila.

Com somente uma vitória em seis partidas, foi a única vez que o Alvinegro foi eliminado na fase de grupos da competição.

Libertadores 2005 – Santos X Atlético-PR

Após uma primeira fase em que liderou seu grupo, sendo o terceiro melhor time da fase de grupos, o Peixe bateu o Universidade do Chile nas oitavas de final e pegou o Atlético-PR nas quartas, equipe que havia eliminado o paraguaio Cerro Porteño nos pênaltis.

Na primeira partida, prevaleceu a garra da equipe paranaense que, mesmo com um jogador a menos durante boa parte da partida (Alan Bahia foi expulso aos 27 do primeiro tempo, quando a peleja estava em 1 a 1), ainda fez dois gols e assegurou uma vitória por 3 a 2, marcando para o Peixe Ricardinho e Deivid. O resultado, levando-se em conta o critério de gol fora, não era tão tenebroso, embora as circunstâncias da partida mostrassem o desequilíbrio da equipe comandada por Alexandre Gallo. No entanto, no segundo jogo, o time teria dois sérios desfalques.

Robinho e Léo não puderam disputar a volta na Vila Belmiro por terem sido convocados pela seleção brasileira para disputar a Copa das Confederações. Wendel jogou improvisado na esquerda e Basílio substituiu o Rei das Pedaladas. Mas, com o gol feito aos 16 minutos por Aloisio, o clube paranaense se segurou na defesa e o Peixe desperdiçou chances até os 8 da etapa final, quando o mesmo Aloisio marcou de novo após cobrança de escanteio.

Os rubro-negros seriam vice-campeões da Libertadores naquele ano, sendo derrotados na final pelo São Paulo.

Libertadores 2007 – Santos X Grêmio

Com uma campanha impecável na primeira fase, 100% de aproveitamento, doze gols marcados e um sofrido, o Alvinegro tinha um time forte, com Zé Roberto comandando o meio de campo sob a batuta de Vanderlei Luxemburgo. Mas as coisas começaram a ficar mais complicadas na fase eliminatória. O Santos despachou o Caracas, da Venezuela, com um empate em 2 a 2 e uma vitória por 3 a 2, e depois eliminou o América do México com um empate em 0 a 0 e um triunfo de 2 a 1.

Foi nas semifinais que o Grêmio de Mano Menezes estragou a festa peixeira. Na primeira partida, os gaúchos superaram o Santos por 2 a 0, mas poderia ter sido muito pior. A equipe santista entrou com uma postura defensiva, dando muitos espaços para os donos da casa avançarem. Tcheco, de pênalti, e Carlos Eduardo marcaram para o Tricolor Gaúcho na etapa inicial e a sensação é que o Grêmio poderia ter decidido a classificação já no Olímpico.

Na partida de volta, as coisas ficaram difíceis para o Peixe logo de cara, quando Diego Souza fez para os visitantes aos 23 do primeiro tempo. O Santos, empurrando pela torcida que lotou a Vila Belmiro e com muita garra, ainda virou, com gols de Zé Roberto e dois do veloz atacante Renatinho, mas não foi o suficiente. Uma peleja doída para os alvinegros.

Libertadores 2012 – Santos X Internacional

Na segunda vez em que o Peixe caiu com um time brasileiro já na fase de grupos, o desempenho peixeiro foi melhor do que naquele fatídico ano de 1984.  Com quatro vitórias, um empate e uma derrota, o alvinegro enfrentou episódios pitorescos nessa fase, como atuar contra o peruano Juan Aurich em gramado sintético e no dilúvio com direito à falta de luz no Pacaembu.

Contra os gaúchos, comandados então por Dorival Júnior, o Peixe conseguiu um empate fora, 1 a 1, e uma vitória na Vila Belmiro por 3 a 1. Esta, marcada por um gol simplesmente antológico de Neymar, o segundo do time no jogo, responsável pela segunda indicação do garoto ao prêmio de gol mais bonito do ano pela Fifa. Na ocasião, o 11 santista fez um hat trick, ou triplete, anotando todos os gols alvinegros e o terceiro tento só não ficou tão marcado por conta da beleza do anterior, mas também foi uma bela arrancada.


Libertadores 2012 – Santos X Corinthians

Na única vez em que ambos duelaram pela competição sul-americana, o Alvinegro de São Paulo acabou se saindo melhor, derrotando o Peixe na Vila Belmiro por 1 a 0, gol de Emerson Sheik, no melhor estilo econômico “tranca-jogo” que Tite desenvolveu com a equipe naquele ano.

Na volta, os santistas tiveram um alento quando Neymar marcou para os visitantes no Pacaembu. Mas Danilo acabou aproveitando falha da defesa santista pelo alto (algo comum à época) e fez o tento de empate corintiano. O Santos pressionou, mas não conseguiu furar a mais que sólida defesa corintiana, e a equipe paulistana seguiu para a final contra o Boca, obtendo seu primeiro triunfo na Libertadores.

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