Hoje técnico do Sport, ex-volante apareceu para o futebol em 2003, no Santos que tinha Diego e Robinho
Quem viu ontem o jogo entre Grêmio e Sport pelo Brasileirão – vitória rubro-negra por 3 a 0 – pode ter tido aquela impressão, ao olhar para o banco de reservas da equipe pernambucana: de onde conheço esse técnico?
Daniel Paulista, que atuou tanto na função de volante como de segundo volante, foi elevado ao cargo de treinador com a saída de Oswaldo de Oliveira para o Corinthians. Antes, já havia assumido interinamente o comando do clube em julho de 2014, quando também era auxiliar de Eduardo Baptista, que saiu para o Fluminense. Encerrou a carreira de atleta precocemente, aos 32 anos, depois de ser dispensado do ABC-RN.
Oriundo do Comercial, Daniel Pollo Barion, então chamado só de Daniel, foi uma indicação de Émerson Leão, que havia tirado o Santos de um jejum de 18 anos sem títulos expressivos em 2002. Chegou após o campeonato paulista de 2003, aos 20 anos de idade, para compor o elenco alvinegro, sendo um dos reservas para os volantes, à época, Paulo Almeida e Renato.
Daniel Paulista comemora gol contra o Vasco, no Brasileiro de 2003 (Reprodução)
Fez sua estreia em um triunfo do Alvinegro sobre o Flamengo, por 2 a 0, em peleja do Brasileirão, quando entrou no lugar do meia Alexandre. Jogou como titular na equipe que goleou o Bahia por 4 a 0, quando Leão poupou a equipe principal para o segundo duelo contra o Boca Juniors, válido pela final da Libertadores daquele ano.
No Peixe, fez um único – belo, aliás – gol. Foi o que decretou a virada do Santos contra o Vasco, na Vila Belmiro, por 2 a 1. No segundo turno, foi titular em várias partidas, vencendo uma disputa particular com Alexandre, em função de lesão do titular Paulo Almeida. Também entrou jogando na Sul-Americana.
Em 2004, contudo, perdeu lugar com a chegada de Vanderlei Luxemburgo no time e acabou dispensado. Em 2005, foi para o Juventude. Passou ainda por clubes como São Caetano, Corinthians, Náutico, Sport (2 vezes) e Audax em 2013.
Confira abaixo o golaço de Daniel Paulista contra o Vasco.
Em partida que marca a 8ª rodada do Brasileirão 2016, Alvinegro Praiano defende tabu contra rubro-negros. História registra bons jogos entre os dois, relembre.
Santos e Sport jogam nesta quarta-feira (15), às 21h, na Vila Belmiro, partida válida pela 8ª rodada do campeonato brasileiro de 2016. O Santos vem de duas vitórias seguidas e conta com um tabu a seu favor para conseguir a terceira: jamais perdeu para o rival na Vila Belmiro. São 15 partidas disputadas, com dez vitórias peixeiras e cinco empates. Contudo, convém ter cuidado, já que as últimas três pelejas disputadas pelo Brasileiro em casa terminaram em empate.
No total de confrontos entre Santos e Sport, a vantagem é alvinegra, de acordo com números do Acervo Histórico do Santos Futebol Clube. Em 41 jogos, são 18 vitórias alvinegras, 15 empates e 8 vezes em que o Sport se saiu melhor, somando 64 gols alvinegros contra 45 dos pernambucanos. Entre os dados, algumas curiosidades.
Embora nunca tenha vencido o Peixe na Vila, o Sport se saiu vitorioso uma vez na história do confronto como visitante. Foi em 1996, quando o Santos mandou sua partida contra o rival no estádio do Ibirapuera, em São Paulo. Na ocasião, o lateral Anderson Lima foi expulso e o Sport venceu por 2 a 1, gols de Dedé e Chiquinho, com Carlinhos anotando pelos donos da casa.
Quando o palco foi outro, no Pacaembu, o Alvinegro não perdoou. Em partida válida pela semifinal do Brasileiro de 1963, um passeio de 4 a 0 com direito a quatro gols de Coutinho. Também houve um duelo entre os dois disputado no estádio do Arruda, do Santa Cruz, em 1974, com placar final de 1 a 1.
Duas vitórias importantes para o Santos aconteceram no campeonato brasileiro de 1993. Naquele ano, o regulamento da competição dividia os clubes em quatro grupos, classificando-se os oito melhores para a fase final, onde novamente os times eram divididos em dois grupos nos quais o melhor de cada um ia para a final. O Peixe estava na primeira fase no grupo B, de onde saiu o campeão daquele ano, o Palmeiras, fortalecido com o apoio da Parmalat.
No mesmo grupo estava o Sport, que foi derrotado pelos peixeiros duas vezes. Na primeira partida, na Ilha do Retiro, triunfo de 2 a 0 sobre os donos da casa, gols do meia Zé Renato e do habilidoso ponta Almir. Curioso notar a escalação do time naquele dia, que contava com algumas figuras que ainda estão em relativa evidência hoje. O goleiro era Velloso, comentarista da Band atualmente; um dos zagueiros e capitão era Ricardo Rocha, campeão do mundo em 1994 e hoje comentarista da Sportv; Alexandre Gallo, técnico do Náutico, era o volante da equipe, e Cuca, técnico do Palmeiras, entrou no decorrer da partida.
Na segunda peleja do torneio, disputada na Vila, nova vitória alvinegra. Desta vez, 3 a 0 com um triplete ou hat trick do artilheiro da competição daquele ano, o atacante Guga, que fez 52 anos nesta terça (14). O time comandado por Antônio Lopes entrou em campo com Velloso; Índio, Júnior Paulista, Ricardo Rocha (Marcelo Fernandes) e Eduardo; Axel, Márcio Griggio, Darci e Sérgio Manoel; Almir e Guga (Neizinho). A equipe se classificou em segundo, dois pontos atrás do Palmeiras, e ficou em terceiro no quadrangular que tinha Flamengo, Corinthians, e o vice-campeão daquele ano, Vitória.
Outra partida interessante ocorreu em 21 de novembro de 1998, 2 a 1 para o Peixe na Vila em jogo das quartas de final do Brasileiro daquele ano. As eliminatórias eram disputadas por sistema de playoffs em melhor de três, sendo que a equipe de melhor campanha tinha vantagem de dois mandos de campo e conseguia a classificação em caso de igualdade de pontos. O Peixe, comandado por Emerson Leão em sua primeira passagem pela Vila, havia perdido a primeira na Ilha do Retiro por 3 a 1 e empatava em 1 a 1 quando aconteceu um lance inusitado.
O meia Eduardo Marques, que havia marcado o primeiro gol e ostentava a camisa 10 naquela tarde, chutou de longe e a bola entrou pela lateral direita da rede onde costumava ficar a Torcida Jovem. Viola comemorou o “gol” e, ato contínuo, torcedores que estavam ali atrás (eu incluído) comemoramos o tento, alguns sabendo que a bola realmente não havia entrado (eu incluído novamente). O árbitro Jorge Travassos Errado deu o gol mas, após consultar o auxiliar e, provavelmente, com uma mãozinha de repórteres de campo, voltou atrás. Róbson Luís marcaria o tento da vitória depois.
Como se vê, a história recente promete um bom jogo hoje na Vila Belmiro.
Santos e Santa Cruz fazem um dos jogos que fecha a rodada do Brasileiro neste domingo. Confira o histórico e as histórias desse confronto
O histórico de Santos e Santa Cruz mostra, de acordo com o Acervo Histórico do Santos FC, uma relação de 23 jogos, com 10 vitórias alvinegras, 8 empates e 5 triunfos do Tricolor pernambucano. São 42 tentos marcados pelo Peixe e 22 sofridos.
Curiosamente, somente quatro destas partidas foram jogadas na Vila Belmiro. No total, onze disputadas no Arruda e seis na Ilha do Retiro, estádio do rival do Santa, Sport. Outras duas pelejas tiveram o Pacaembu como sede.
Um dos grandes triunfos peixeiros aconteceu no Brasileirão de 1969. O Santa Cruz vinha com moral para a disputa da competição, após acabar com a hegemonia do Náutico no Pernambucano, depois de seis títulos do Alvirrubro. O feito, aliás, é contado em um documentário. O clube, que havia investido na categoria de base para voltar a figurar nas decisões do estadual, fez a decisão com o Sport e iniciou uma série de cinco títulos consecutivos após dez anos sem ser campeão.
Mas naquela partida os pernambucanos não tiveram chance contra o Santos. O Alvinegro, que não faria grande campanha no torneio, terminando em quinto lugar no seu grupo, superou os pernambucanos por 4 a 0 na Ilha do Retiro, gols de Edu, Manoel Maria e dois de Pelé.
O encontro mais recente entre os dois times ocorreu em 2006, peleja válida pelo Brasileiro daquele ano. Era a última rodada e Tricolor já estava rebaixado, mesmo assim saiu na frente no placar, com Osmar, aos 12 minutos do primeiro tempo. O Alvinegro virou com dois gols de Wellington Paulista e um do atacante Júnior, em jogada de Jonas, hoje na seleção brasileira.
Aquela foi a 200ª partida de Fábio Costa em duas suas passagens pelo Santos e, também como curiosidade, o meia André Oliveira, vulgo André Belezinha, foi o lateral direito do clube naquele fim de tarde. Pra quem não lembra, ele foi um dos atletas de qualidade pra lá de duvidosa trazidos pelo consórcio Vanderlei Luxemburgo/Iraty. Confira abaixo os melhores momentos daquele jogo.
Sport e Santos empataram em 1 a 1 na Ilha do Retiro neste domingo à noite, em uma partida na qual mais uma vez a arbitragem foi assunto. No entanto, a discussão sobre falhas dos árbitro tem caído em geral no senso comum, sendo feita muitas vezes de forma irrefletida e sem qualquer aprofundamento. Tomemos este jogo como exemplo.
Primeiro, é preciso dizer: houve um erro capital que prejudicou o Sport. Ricardo Oliveira fez um gol em impedimento, o primeiro da partida. Ponto. A partir daí, várias outras considerações têm que ser feitas. Se formos dividir em duas categorias os equívocos de arbitragem, é possível dividi-los entre aqueles que são crassos ou grosseiros e os que são mais difíceis de se notar. E como classificar esse impedimento do atacante santista?
Na hora do gol, notem que a transmissão do jogo não cravou que ele tinha sido irregular. Já após o final da peleja, tornou-se nas palavras dos comentaristas um “erro clamoroso”. Isso ocorreu por um motivo simples: quando a bola é cabeceada para o gol, tanto o auxiliar quanto quase todos que viam o jogo, voltam o olhar para o goleiro Danilo Fernandes, que rebate. Quando Oliveira aproveita o rebote, um jogador do Sport já está entre ele e gol, dando a impressão, para muitos, de que o tento era legal. Obviamente, a impressão se desfaz com o replay e o congelamento da imagem, que mostra o atacante a quase dois metros à frente.
Vejam a dualidade. Congelando a imagem, é um erro grosseiro; com a rapidez do lance e o evidente interesse de se saber se a bola entraria após a cabeçada ou não, fica muito mais difícil assinalar a irregularidade. “Ah, mas o bandeira deveria estar atento à posição de Oliveira”, pode-se argumentar. Sem dúvida. Mas também tem que ver o caminho da bola ao gol, já que é dele a responsabilidade de marcar um tento se, por exemplo, houve dúvida se a bola passou inteira ou não da linha da meta (já que ela não tem chip). Não é fácil.
Mas daí entram outras duas questões. A pessoa vê que um gol foi irregular e já solta a pérola: “Se não fosse esse gol, o Sport teria ganho o jogo, seria 1 a 0”. A matemática não é tão simples, já que um tento muda a forma dos dois times jogarem. Em geral, quem fez recua mais e quem tomou se lança ao ataque ou até se motiva. O jogo, até então morno como foi quase durante todos os 90 minutos, provavelmente seguiria na mesma toada. E, se o Santos tomasse o gol e ficasse em desvantagem, certamente teria outro tipo de atitude que não a passividade demonstrada após inaugurar o placar. Nunca é possível fazer essa conta que várias pessoas fazem, a não ser que o erro capital tenha ocorrido no final da partida. Fora isso, dizer que tal time ia ganhar, empatar ou perder se tal erro não acontecesse, é puro chute.
A outra questão diz respeito à forma como a arbitragem reage a um erro cometido. Muitas vezes, quando o trio comete um erro no primeiro tempo, sabe no intervalo (ou até antes disso) que ele foi feito. A chance de ocorrer a chamada “compensação” cresece. Ne etapa final, por exemplo, Marquinhos Gabriel sofreu uma falta violentíssima a um minuto, sem bola, um carrinho por trás, por parte de Matheus Ferraz. Uma infração que seria punida com expulsão na maioria dos casos. Rendeu somente um amarelo.
Esse é ou não um erro crasso? Por que tal tipo de “interpretação” merece menos atenção? Jogar quase um tempo todo com um a mais não seria uma vantagem significativa para o Alvinegro. O problema, entre outros, é que esse tipo de lance precisa de contexto na hora de ser discutido em programas esportivos, hoje dominados pelo sensacionalismo. Vale mais mostrar erros que são crassos na hora que se congela a imagem.
A intenção aqui não é dizer que o Sport não foi prejudicado com o gol de Oliveira. Foi. Mas a análise precisa ser feita de forma integral, e não com base em um lance isolado. Muitas vezes uma arbitragem prejudica mais um time com pequenos erros duraante umaa partida do que com um grande. Mas isso não dá Ibope.
O Santos conseguiu na noite desta quarta-feira (22) uma vitória que não só deu a vaga para a equipe nas oitavas de final da Copa do Brasil como também dá moral para o campeonato brasileiro. Afinal, um 3 a 1 sobre um time que está no G4 da competição é algo a ser celebrado no momento atual do Alvinegro.
Fazer um gol logo no início facilita sempre as coisas. O passe de Zeca para Gabriel, que se aproveitou da postura do Sport e de sua zaga para “encurtar” o campo, refletiu o clima da Vila, que cantava o “Time da Virada”.
Os minutos que se seguiram continuaram sendo de vantagem peixeira. O Alvinegro aproveitava os lados do campo com uma intensa movimentação dos três homens de frente. Ricardo Oliveira, Gabriel e Geuvânio facilitaram a vida de Marquinhos Gabriel, que substituiu o suspenso Lucas Lima. Como não tem o talento e nem as características do meia titular de conduzir a bola, o suplente teve uma ajuda preciosa graças ao posicionamento do trio de ataque.
Mesmo diminuindo o ritmo, o Santos chegou ao segundo gol aos 35, mais uma vez com Gabriel , que recebeu bola de Ricardo Oliveira pela direita e só cumprimentou. Agora, o garoto, em 101 partidas como profissional com a camisa alvinegra, tem 30 gols, sete neste ano. No entanto, embora a equipe apresentasse mais uma vez um bom posicionamento em campo, com os jogadores bem mais conscientes taticamente, duas falhas resultaram no gol do Sport.
Werley já havia dado praticamente uma assistência de cabeça para Diego Souza, que devolveu o presente ao finalizar em cima do zagueiro. No entanto, quase aos 40, o zagueiro cometeu falta desnecessária em cima do meia, que cobrou e contou com a colaboração de Marquinhos Gabriel. O meia alvinegro saiu da barreira ficando de costas para o lance, a bola desviou nele e foi para o gol sem chances para Vanderlei. A essa altura, o jogo iria para os pênaltis.
No início da etapa final, após dois erros, Marquinhos Gabriel, que não tinha mais a intensidade do início da partida quando foi útil na ocupação de espaços no meio, deu lugar a Elano logo aos 7 minutos.
Buscando mais a bola longa para os homens de frente, foi em um belo lançamento de Renato que o Peixe chegou ao terceiro tento. Geuvânio recebeu nas costas de Éwerton Pascoa e deslocou Danilo Fernandes para fazer.
Geuvânio celebra o terceiro gol alvinegro contra o Sport (Reprodução)
Eduardo Baptista queimou as três alterações entre os 19 e os 22, com as entradas de Samuel, Régis e Wendel. Rafael Longuine entrou no lugar de Gabriel aos 24, com Dorival Júnior tentando reforçar o meio de campo, um setor também fortalecido pelo rival com as mudanças promovidas pelo técnico rubro-negro.
Embora tenha tomado um ou outro susto, natural já que o Sport precisava somente de um gol para se classificar, o Santos conseguiu permanecer mais tempo no campo adversário, mostrando mais uma vez um jogo coletivo eficiente, como foi contra o Figueirense e o Palmeiras. Mas Dorival precisa observar a substituição de Werley, que vem falhado seguidamente e parece ter perdido a confiança. Como a equipe está mais organizada coletivamente, não se pode arriscar esse momento com a insistência em um erro.
Agora, o Alvinegro deve ter parada dura nas oitavas de final da Copa do Brasil. O oponente do Peixe vai sair de um sorteio e será do pote A, com times que vieram da Libertadores e mais dois pelo ranking da CBF: Grêmio, São Paulo, Atlético-MG, Internacional, Cruzeiro, Corinthians, Fluminense e Flamengo.
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Algo vexatório o Santos ter uma partida transmitida pela TV aberta com duas marcações de campos menores (veja abaixo a foto do Lance). O clube alugou o gramado da Vila Belmiro para um torneio de futebol infantil e o resultado foi visto nacionalmente. Mostra pouco senso de profissionalismo do comando peixeiro, mas isto, infelizmente, está se tornando algo corriqueiro.
Na manhã/início de tarde deste domingo o Santos acabou sofrendo um empate no último minuto de jogo contra o Sport, na Vila Belmiro. Tomou dois gols em falhas individuais, mas há que se reconhecer o mérito do adversário, uma equipe bem armada por Eduardo Baptista. O Alvinegro, ao contrário, tem falhas crônicas que se repetem a cada partida.
Os donos da casa começaram a partida pressionando no campo adversário, e até os 14 minutos levaram muito perigo ao rival dominando a partida. Mesmo assim, o Peixe tomou contra-ataque dos rubro-negros logo no início, em seu setor esquerdo da intermediária, uma falha que se repete constantemente e que tem origem na marcação do ataque, se consolida com a falta de cobertura no meio de campo, e estoura nos laterais/zaga.
Justiça seja feita, o ataque se movimentou bastante, e Ricardo Oliveira saiu muito da área, ao contrário do que vinha fazendo nas últimas pelejas. Porém, o time teve problemas na finalização e naquele chamado último passe. Só chegou ao gol quando Daniel Guedes, que teve boa atuação até ser substituído por Chiquinho no começo do segundo tempo, aparentemente contundido, subiu ao ataque.
O jovem acertou um cruzamento para Robinho, que cabeceou certo, para o chão, seguindo-se uma defesa espetacular de Danilo Fernandes. Ricardo Oliveira, em impedimento crasso, cabeceou no travessão e, na volta, o Rei das Pedaladas finalizou de voleio. Tento irregular, mas que coroava uma boa partida do Peixe até ali. Eram 42 do primeiro tempo e o Alvinegro podia ir para o intervalo e se armar para ampliar a vantagem na etapa final.
Robinho marcou, mas não foi suficiente para o Santos vencer o Sport (Ivan Storti/Santos FC)
Não foi o que aconteceu. Se o Santos martelou mas teve dificuldade para chegar à abertura de placar, o Sport empatou com facilidade. Diego Souza, ainda se recuperando de uma virose, entrou em campo e deu mais dinâmica ao time pernambucano, e os visitantes conseguiram empatar em falha de Lucas Lima. Ele deu um passe errado na intermediária e Rithely roubou, passando para o bom Joelinton, sozinho em uma defesa pega de surpresa.
O meia peixeiro, sempre se entregando demais na partida, se redimiu ao cobrar um escanteio preciso na cabeça de Werley, que caprichou mais que seus colegas atacantes e deu a vantagem ao Santos aos 24. Àquela altura, o Alvinegro já contava com Gabriel, pela primeira vez no Brasileiro e depois de muito tempo entrando no gramado antes dos 35 da etapa final. Ele substituiu Geuvânio, aos 20.
Depois, outro fato incomum. Ricardo Oliveira, já visivelmente cansado como costuma acontecer nos últimos 45 minutos, deu lugar a Rafael Longuine. O meia entrou bem e a equipe, mais leve com as duas alterações, passou a frequentar mais o ataque, desperdiçando chances. Uma, em especial, poderia ter definido a partida quando Robinho serviu Lucas Lima, que cruzou para Gabriel, sozinho, bater para fora aos 42. Não se pode culpar o garoto, que tem sido pouco utilizado talvez de forma injusta, mas jogador que está na reserva e tem uma chance de ouro dessas, tem que fazer.
O castigo para o Santos veio aos 47. Renato perdeu a bola também na intermediária, o Sport trançou a bola no campo santista e, de novo, o meia inexplicavelmente abriu a marcação sobre Neto, que passou para Renê servir Samuel Xavier. Vladimir tocou na bola, mas não evitou o tento.
Ao fim, o Sport, mais bem arrumado e tendo sofrido um gol irregular, mereceu o empate. O Sport marca forte no meio de campo e sabe apertar o assédio ao adversário no campo rival, o que resultou em seus dois tentos. Quando colocou Diego Souza e o meio de campo ficou mais frágil, colocou Élber no lugar de Joelinton e, mesmo com uma armação diferente, não deixou de atacar. Soube variar para conseguir um ótimo resultado. Falta essa versatilidade ao Santos.
Grande público na Vila Belmiro
Fruto da promoção feita pela diretoria alvinegra e talvez também pelo novo horário, 11h do domingo, o que lembra as partidas do antigo Desafio ao Galo, o público foi grande na Vila Belmiro. Foram 13.481 pessoas, com uma renda, contudo, baixa: R$ 321.055.
Confira os gols e melhores momentos de Santos X Sport
O Santos foi derrotado por 2 a 1 pelo Sport ontem, na Ilha do Retiro, mostrando mais uma vez um futebol, no mínimo, pouco ambicioso e objetivo, em especial no segundo tempo. Como a esdrúxula regra da competição permite que um time, de acordo com sua posição no Brasileiro do ano anterior, possa ir para a Sul-Americana caso seja desclassificado até a 3ª fase, fica difícil avaliar uma partida em que, aparentemente, as duas equipes não estavam muito interessadas em vencer.
Na semana passada, o presidente do escrete pernambucano, João Humberto Martorelli, disse com todas as letras: “A Sul-Americana é a prioridade do Sport. Não temos título internacional, então seria muito importante do ponto de vista da experiência internacional disputá-la e tentar uma situação melhor do que conseguiu nos dois anos anteriores”.
Nenhum diretor do Santos deu declaração semelhante à de Martorelli, mas o comportamento do time dá margem a interpretações. Começou perdendo um gol aos 14 segundos de jogo, criou mais um lance de perigo no primeiro minuto e depois sofreu um gol em que Werley entrou de “pé mole” em uma dividida que só a falta de concentração justifica, já que ele, definitivamente, não é disso.
Sport comemora gol contra o Santos (Foto: Site Oficial Sport)
Mesmo após o empate, jogada de Robinho pela esquerda com gol de Lucas Lima, o Peixe continuou pouco objetivo. No segundo tempo, isso piorou. O Alvinegro trocou passes de lado a lado do campo entediando os torcedores, buscando muito pouco o gol adversário. Em geral, na etapa final o time costuma recuar quando o placar lhe é favorável, mas o Sport também estava recuado, o que gerou momentos de longas trocas de passes da parte alvinegra, com o time pernambucano pouco interessado em “morder” na marcação.
Mesmo tomando o gol, os visitantes continuaram atacando pouco. Se não for acomodação, isso pode ser sintoma de outras coisas também. O elenco pode estar farto com promessas eventualmente não cumpridas em relação a salários e direitos de imagem atrasados, o que ficou evidente na entrevista coletiva concedida por Robinho hoje. Certamente o Rei das Pedaladas não falou só por ele… Ou a equipe estaria com excesso de confiança, dada não só a superioridade técnica como a anêmica vontade dos pernambucanos em avançar na Copa do Brasil.
Seja o que for, o torcedor merece respeito e esse corpo mole apresentado ontem tem que se avaliado internamente pelo clube. Nem sempre um vexame acontece só quando o time toma goleada, às vezes pode ser em uma derrota simples.
O Santos pega o Sport na noite desta quarta-feira, às 22 horas, em partida válida pela 3ªa fase da Copa do Brasil de 2015. E a lógica indica que vai ser uma parada bem mais dura que os duelos anteriores do Peixe no torneio, contra Londrina e Maringá.
Apontado como favorito absoluto no campeonato pernambucano deste ano, o Rubro-Negro decepcionou seus torcedores ao ser desclassificado nas semifinais pelo Salgueiro, equipe do interior do estado e com muito menos recursos que o rival. Mas já tem um começo de campeonato brasileiro mais animador, com uma goleada sobre os reservas do Internacional na Ilha do Retiro (4 a 1) e um empate no Maracanã contra o Flamengo (2 a 2). Para a partida de hoje, o único representante do Nordeste no Brasileirão tem desfalques.
O goleiro Magrão, com a lesão no ombro sofrida no Rio, deve ficar fora da equipe por 60 dias. Na partida contra o Peixe, ele se tornaria o atleta, isoladamente, que mais vezes vestiu a camisa do Sport. Será substituído por Danilo Fernandes, ex-Corinthians.
Diego Souza é desfalque no Sport (Foto: Site do Sport)
Outras ausências são o meia-atacante Elber e o atacante Samuel, que já estava lesionado. O zagueiro Matheus Ferraz e o lateral Samuel Xavier, que já defenderam outros clubes na competição. Assim, devem entrar em campo como substitutos Vitor, na lateral direita; o ex-santista Ewerton Páscoa como zagueiro; Joelinton, no ataque; Neto Moura, na vaga de Elber, e Régis no lugar de Diego.
No Santos, Valencia volta
A única novidade do Alvinegro no Recife deve ser o retorno do volante Valencia, que havia viajado para a Colômbia para conhecer sua filha. Confira abaixo as prováveis escalações:
Copa do Brasil 2015 – Sport X Santos
Ilha do Retiro, Recife (PE), 22h
Sport – Danilo Fernandes; Vitor, Ewerton Páscoa, Durval e Renê; Rithely, Wendel, Neto Moura e Régis; Mike e Joelinton. Técnico: Eduardo Baptista.
Santos – Vladimir; Victor Ferraz, Werley, David Braz e Chiquinho; Valencia, Renato e Lucas Lima; Geuvânio, Ricardo Oliveira e Robinho. Técnico: Marcelo Fernandes
Quem viu o jogo do Santos contra o Maringá ontem deve ficar na dúvida. Como um time que é campeão paulista, perdeu apenas um de seis clássicos disputados em 2015 e que tem jogadores à altura da seleção brasileira como Robinho e Lucas Lima pode ter tanta dificuldade para fazer um mísero gol no Maringá?
Poderia ser preguiça/ressaca pós título paulista, insatisfação com direitos de imagem atrasados, efeitos de uma Vila Belmiro mais uma vez vazia, adversário que não motiva… Talvez tenha sido um pouco ou muito de cada coisa para alguns jogadores, mas uma entrevista de Marcelo Fernandes pouco antes do início do segundo tempo dá a dica do que foi. Ele citou o cuidado que o Santos deveria ter com o rival, que “jogava por uma bola” para se classificar. Bingo. A postura do Peixe era fruto de pragmatismo.
Um pragmatismo justificado pelo resultado da primeira partida. Afinal, o Alvinegro entrava em campo classificado, já que os empates em 0 a 0 e 1 a 1 eram favoráveis ao clube. Mas o excesso de zelo poderia cair por terra justamente em alguma jogada fortuita, por mais que o Maringá, na partida, não tivesse ameaçado o gol de Vladimir. O arqueiro fez somente uma fácil defesa na etapa inicial e assistiu o resto da peleja. Mesmo assim, valia a pena ter corrido esse risco? Não era melhor sufocar o adversário, tecnicamente mais fraco?
Mais uma vez Marcelo Fernandes optou por não atacar o oponente. Opção, aliás, da grande maioria dos treinadores. Mas contra um adversário de nível mais baixo, é duro para o torcedor aguentar… O time ensaiou uma marcação-pressão só em parte do primeiro tempo e chegou com perigo uma vez na etapa inicial, com uma bola de David Braz na trave. Muito pouco.
Um jogo de paciência
“Eles não deram um chute no gol, faltou caprichar na finalização, quando um não quer, dois não brigam. Os caras não vieram para jogar, eles vieram pra fazer um monte de falta, pararam o jogo, ficou um jogo feio”, disse Robinho após o fim da partida. Bom, o Maringá e muitas outras equipes, inclusive grandes, vão enfrentar o Alvinegro da mesma forma na Vila, então é bom que a equipe esteja preparada pra esse tipo de situação. Além disso, a violência dos visitantes foi punida: Eurico foi expulso aos 16 do segundo tempo.
Mais uma vez, o Santos não aproveitou uma expulsão para agredir o adversário, a exemplo do que aconteceu na final contra o Palmeiras. O time tocou a bola no campo do Maringás, teve a posse e trocou passes, mas com muito pouca objetividade. Marcelo Fernandes demorou novamente para fazer alterações que fizessem o Peixe aproveitar a vantagem numérica. Foram 16 minutos desde a expulsão para colocar Elano, em sua 300ª peleja pelo Peixe, no lugar de Valencia, e só aos 36 Gabriel entrou em campo, substituindo Lucas Lima.
O gol peixeiro só saiu aos 46, em lançamento de Cicinho, que fez sua centésima partida pelo clube, para Ricardo Oliveira, que não desperdiçou, apesar de ter feito uma partida pra lá de mediana, se movimentando pouco e ficando muito preso à área. E isso foi tudo.
“Era um jogo difícil, o Maringá vinha por uma bola só. Ficaram atrás. Não deram problema para o Vladimir. Na bola aérea fomos exemplares, no que era o jogo deles. No demais, me coloco no lugar da torcida, procuramos abrir o time no começo e no intervalo, mas foi um jogo de paciência”, disse Marcelo Fernandes ao final da peleja.
Jogo de paciência, principalmente pro torcedor santista. Até onde ela vai, não se sabe.
Jogadores comemoram gol contra o Maringá (Ivan Storti/Santos FC)
Agora, o adversário é o Sport
O adversário do Santos na 3ª fase da Copa do Brasil será o Sport. O time pernambucano superou a Chapecoense nos pênaltis, após devolver o 2 a 0 sofrido na Arena Condá.
E é bom a equipe se preparar. No Brasileiro de 2014, o alvinegro não venceu o rival. Empatou na Vila Belmiro em 1 a 1 na estreia da competição, e perdeu por 3 a 1 na Ilha do Retiro.