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Paulinho McLaren, ídolo nos tempos de vacas magras

O Brasileirão de 1991 foi disputado no primeiro semestre, terminando em 9 de junho com o São Paulo como campeão e o Bragantino como vice. Foram 20 clubes jogando em apenas um turno, classificando-se os 4 melhores. O Santos terminou em sétimo lugar, a cinco do quarto colocado, o Atlético-MG (à época, a vitória valia dois pontos).

O Alvinegro não foi campeão, mas obteve uma marca que não conseguia desde 1983: teve o artilheiro do campeonato. O centroavante Paulinho McLaren marcou 15 vezes naquela competição, com algumas grandes atuações. Contra o Botafogo, por exemplo, em pleno Maracanã fez um hat-trick na vitória santista por 3 a 0. Sobre essa partida, o artilheiro conta aqui: “Houve um momento daquele Campeonato Brasileiro em que o Túlio Maravilha estava com seis gols e eu com apenas três. Então jogamos na reabertura do estádio do Maracanã, que tinha ficado fechado para reformas. No jogo contra o Botafogo, equipe do Túlio, fiz três gols e o Santos ganhou por 3 a 0. Foi aí que assumi a ponta da artilharia para não largar mais”. Ele também fez os dois gols do triunfo do time do treinador Cabralzinho diante do São Paulo, no Morumbi.

Paulo César Vieira Rosa, nascido em Igaraçu do Tietê, em 1963, tinha 1,76 de altura, mas mesmo assim era exímio cabeceador. Não fazia as vezes de centroavante fixo, saía da área e também tinha grande velocidade. No mesmo ano em que se tornou artilheiro do Brasileiro, na Fórmula-1, Ayrton Senna foi campeão mundial pela primeira vez. Ao homenagear o piloto após marcar um gol, consolidou o apelido de Paulinho McLaren, alusão à equipe de Senna.

Em um período de vacas magras para o santista, ter um goleador na equipe era fundamental para a torcida. Entre 1989 e 1992, tempo em que jogou na Vila, Paulinho fez 55 gols e é hoje o 44º artilheiro da história do clube e o 14º pós-era Pelé. O atacante foi convocado para a seleção brasileira principal pelo interino Ernesto Paulo, para a partida de 11 de setembro de 1991, contra o País de Gales. O Brasil perdeu por 1 a 0, mas Paulinho não chegou a entrar em campo.

A partida inesquecível, pelo menos pra mim, do artilheiro, foi o empate em 3 a 3 com o Vasco, no Maracanã, em jogo válido pelo Brasileiro de 1992. O Peixe disputava um quadrangular que definiria um dos finalistas da competição daquele ano e, naquele jogo, Bebeto e Paulinho fizeram três gols cada. O terceiro do santista foi antológico, com um passe de peito do atacante Guga e um incrível sem pulo. O Santos jogou com Sérgio, Dinho, Luís Carlos (depois Guga), Pedro Paulo e Flavinho; Bernardo, Axel, Ranielli (depois Serginho Fraldinha); Almir, Paulinho McLaren e Cilinho. O treinador era Geninho. Confira os gols abaixo e mate a saudade de dois grandes goleadores.

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