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Jonathan Copete, Mauricio Molina, Rincón… Os colombianos que jogam e jogaram no Santos

No total, oito atletas do país vizinho já atuaram pelo Peixe. Relembre os que mais se destacaram

copete no santos

Jonathan Copete, na matada de peito do lance do primeiro gol do Santos (Ivan Storti/Santos FC)

Com dois gols e três assistências em duas partidas, o colombiano Jonathan Copete, que abriu mão de disputar as semifinais da Libertadores pelo Atletico Nacional de Meddelin para vir ao Santos Futebol Clube, já começa a chamar a atenção. Atuando pelos lados do ataque e também fechando pelo meio, o colombiano camisa 36 pode ser o titular da equipe em breve, já que Gabriel servirá a seleção brasileira que vai disputar as Olimpíadas a partir do dia 18 de julho. Ele é um dos oito jogadores nascidos na Colômbia que já defenderam o manto alvinegro.

Usuriaga

Usuriaga, figurinha não carimbada (Foto: Outros Meninos da Vila)

Talvez o mais polêmico tenha sido o primeiro a jogar na Vila Belmiro, em 1996. Albeiro Palomo Usuriaga protagonizou um episódio que quase custou perda de cinco pontos para o Peixe no Brasileiro daquele ano. O atacante chegou a marcar contra o Alvinegro na vitória por 4 a 0, em 1994, do Independiente de Avellaneda, na Argentina, peleja válida pela Supercopa da Libertadores da América. Em 1996, estava atuando pelo Barcelona de Guayaquil, do Equador, e aí começa o imbróglio.

Os direitos do atleta ainda pertenciam ao clube argentino, que o emprestou ao Peixe, segundo consta, sem cobrar pela transação. Mas, ao que tudo indica, os portenhos mudaram de ideia e seguraram a documentação que sacramentava a transferência do jogador. Mesmo assim, a CBF liberou a carteira do jogador, que foi escalado para disputar uma partida contra o Fluminense, pelo Brasileiro, no Ibirapuera. Vitória alvinegra por 1 a 0, gol de Anderson Lima.

Ao saber da falta de documentação, o Fluminense foi ao Tapetão pedir os pontos da partida, mas acabou perdendo. Temeroso, o Peixe, que havia escalado o atleta antes em um amistoso contra a Inter de Limeira, na qual o colombiano fez um gol, não mais colocou o jogador em campo. Ele acabou devolvido ao Independiente e, em 2004, foi assassinado a tiros aos 37 anos, em Cali.

dodo e aristizabal no santos

Dodô e Aritizábal no Santos

Dois anos depois, Victor Hugo Aristizábal Posada, ou simplesmente Aristizábal, vestiria a camisa santista. Emprestado pelo São Paulo, estreou no Brasileiro de 1998, em um duelo contra o Palmeiras, em agosto, entrando no lugar de Alessandro Cambalhota. Quando começava a se firmar no esquema do técnico Emerson Leão, que tinha Lúcio na ponta esquerda e Viola pelo meio, se contundiu gravemente no joelho em partida contra o Guarani no Brinco de Ouro e ficou seis meses fora.

Ao retornar, não conseguiu muitas chances com Leão e nem com seu sucessor, Paulo Autuori, sendo devolvido ao Morumbi no final de 1999. Fez 23 partidas pelo Peixe, anotando seis gols em sua passagem. Mais à frente, em 2003, faria parte do Cruzeiro campeão do Brasileiro daquele ano, o primeiro da era dos pontos corridos.

rincon jogando no santos

Rincón em campo contra seu ex-time. Quase um ano Vila Belmiro

Talvez o colombiano que tenha chegado com mais pompa tenha sido Freddy Rincón. Assim como Aristizábal, ele fazia parte constante das convocações da seleção de seu país e havia tido grandes atuações pelo Corinthians entre 1997 e aquele ano. Chegou para tirar o clube da Vila Belmiro da fila de títulos, mas não conseguiu.

Sua transferência quase foi “melada” pela Justiça, e só saiu depois de um acordo entre os clubes da Vila Belmiro e do Parque São Jorge. Jogou e marcou na segunda partida da final do Paulistão contra o São Paulo naquele ano, mas saiu ao fim de 2000 depois após reclamar de salários atrasados, indo para o Cruzeiro. Rincón fez 38 partidas pelo Santos e marcou 4 gols.

henao no santos

Henao em sua pouca saudosa passagem pelo Santos (Jose Patrici/Reuters)

Já em 2005 uma das contratações mais frustrantes do Peixe. Juan Carlos Henao, goleiro do Once Caldas, campeão da Libertadores de 2004 eliminando o próprio Santos, o São Paulo, e superando o Boca Juniors na finalíssima. Na decisão, brilhou a estrela do arqueiro, que defendeu as cobranças de Cascini e Cangele na disputa por pênaltis.

Henao chegou no início do ano e a justificativa era que o clube precisava de um arqueiro experiente para a Libertadores. Mas o colombiano ficou diversas vezes na reserva de Mauro, campeão brasileiro de 2004 pelo Alvinegro, e não se firmou, saindo da Vila ainda em 2005, após 13 partidas disputadas.

Em 2008, a parceria da gestão Marcelo Teixeira com a DIS anunciava grandes reforços, que, na prática, nunca vieram. Surgiram nomes como Michael Jackson Quinõnez, Sebastían Pinto, Mariano Trípodi e o único que, de fato, ganhou o coração do torcedor com sangue, suor e muita técnica: Mauricio Molina.

Molina veio como principal reforço da equipe para a disputa da Libertadores daquele ano, mas nem seu talento salvaram o fraco elenco santista que faria o time brigar para fugir do rebaixamento no Brasileiro. Mas o meia marcou história ao entrar para a galeria dos atletas que fizeram quatro gols com a camisa alvinegra, feito realizado contra o San Jose, da Bolívia. Ganhou o apelido de “Deus que sangra” após permanecer em campo mesmo com o nariz quebrado em partida contra o América do México e também ficou marcado por dar lugar a Neymar, em sua estreia como profissional, na partida contra o Oeste, no Pacaembu, disputada pelo Paulista de 2009. Saiu no mesmo ano para a equipe sul-coreana do Seongnam Ilhwa após 79 partidas e 17 gols.

 

renteria no santos

Rentería no Santos: jogou pouco, nos dois sentidos

Wason Rentería chegou em 2011 após atuar pelo Once Caldas, em um time que tinha opções marcantes no ataque como Neymar, Borges e Alan Kardec. Ficou na reserva a maior parte do tempo e saiu no meio de 2012 para o Millionarios, depois de 22 jogos disputados e dois gols marcados. Não deixou saudades.

volante valencia santos fc

Valencia tem contrato com o Santos até o fim de 2016 (Ivan Storti/Santos FC)

Além de Jonathan Copete, o Santos conta com outro colombiano em seu elenco atualmente. Edwin Valencia, volante, chegou ao clube em 2015, contratado em janeiro depois de cinco temporadas atuando pelo Fluminense. Jogou 16 partidas pela equipe, sendo titular na campanha do título paulista de 2015, mas se lesionou no joelho direito atuando pela Colômbia na Copa América.

Valencia voltou a ser relacionado por Dorival Júnior em maio, na partida contra o Galvez-AC, pela Copa do Brasil, e tem feito parte do banco alvinegro, embora sem muito espaço para atuar. Tem contrato até dezembro de 2016.

Resta saber qual a história que Copete escreverá pelo Santos. Pelo início, podemos esperar uma bela trajetória.

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Santos pega Sport, que não terá o “goleiro-meia” Diego Souza

O Santos pega o Sport na noite desta quarta-feira, às 22 horas, em partida válida pela 3ªa fase da Copa do Brasil de 2015. E a lógica indica que vai ser uma parada bem mais dura que os duelos anteriores do Peixe no torneio, contra Londrina e Maringá.

Apontado como favorito absoluto no campeonato pernambucano deste ano, o Rubro-Negro decepcionou seus torcedores ao ser desclassificado nas semifinais pelo Salgueiro, equipe do interior do estado e com muito menos recursos que o rival. Mas já tem um começo de campeonato brasileiro mais animador, com uma goleada sobre os reservas do Internacional na Ilha do Retiro (4 a 1) e um empate no Maracanã contra o Flamengo (2 a 2). Para a partida de hoje, o único representante do Nordeste no Brasileirão tem desfalques.

O goleiro Magrão, com a lesão no ombro sofrida no Rio, deve ficar fora da equipe por 60 dias. Na partida contra o Peixe, ele se tornaria o atleta, isoladamente, que mais vezes vestiu a camisa do Sport. Será substituído por Danilo Fernandes, ex-Corinthians.

Começando por Diego Souza, destaque do time. Após ir para o gol na peleja contra o Flamengo, discutir com Vanderlei Luxemburgo no campo e reclamar de falta de “fair play” dos jogadores flamenguistas, foi diagnosticado com uma virose e não joga hoje, assim como Rodrigo Mancha, volante de lembranças não tão boas com a camisa do Santos.

Diego Souza é desfalque no Sport (Foto: Site do Sport)

Diego Souza é desfalque no Sport (Foto: Site do Sport)

Outras ausências são o meia-atacante Elber e o atacante Samuel, que já estava lesionado. O zagueiro Matheus Ferraz e o lateral Samuel Xavier, que já defenderam outros clubes na competição. Assim, devem entrar em campo como substitutos Vitor, na lateral direita; o ex-santista Ewerton Páscoa como zagueiro; Joelinton, no ataque; Neto Moura, na vaga de Elber, e Régis no lugar de Diego.

No Santos, Valencia volta

A única novidade do Alvinegro no Recife deve ser o retorno do volante Valencia, que havia viajado para a Colômbia para conhecer sua filha. Confira abaixo as prováveis escalações:

Copa do Brasil 2015 – Sport X Santos

Ilha do Retiro, Recife (PE), 22h

Sport – Danilo Fernandes; Vitor, Ewerton Páscoa, Durval e Renê; Rithely, Wendel, Neto Moura e Régis; Mike e Joelinton. Técnico: Eduardo Baptista.

Santos – Vladimir; Victor Ferraz, Werley, David Braz e Chiquinho; Valencia, Renato e Lucas Lima; Geuvânio, Ricardo Oliveira e Robinho. Técnico: Marcelo Fernandes

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Santos X Cruzeiro – hora de arrancar no Brasileiro

Após a final do campeonato paulista, quando bateu o Palmeiras por 2 a 1, o Santos disputou três partidas, duas contra o Maringá e uma contra o Avaí. Em nenhuma delas a equipe empolgou mas agora, passadas duas semanas da conquista do estadual, é hora de acordar para o Brasileiro.

Para a partida deste domingo, às 16h, na Vila Belmiro, o Peixe não contará com Valencia, que viajou à Colômbia para conhecer sua filha. Lucas Otávio deve ser seu substituto e Renato e Chiquinho retornam à equipe.

A surpresa entre os relacionados de Marcelo Fernandes para a peleja foi a ausência de Gustavo Henrique, que perdeu a vaga no banco para Paulo Ricardo. O meia Rafael Longuine aparece mais uma vez entre os reservas e existe a expectativa de que possa estrear hoje.

Marcelo Fernandes tem um teste difícil contra o Cruzeiro (Ricardo Saibun/Santos FC)

Marcelo Fernandes tem um teste difícil contra o Cruzeiro (Ricardo Saibun/Santos FC)

O Cruzeiro, obviamente, está focado na Libertadores e agora sabe que seu adversário de quarta-feira será o River Plate, após a eliminação do Boca pela Conmebol. Mesmo assim, não fará o que fez na estreia na Arena Pantanal, quando escalou os reservas e foi derrotado pelo Corinthians. O time deve entrar quase com a força máxima para encarar o Alvinegro.

Leandro Damião, em função de um acordo de cavalheiros, não enfrentará o Santos. O lateral direito Mayke, com dores musculares, deve ser poupado, e Marcelo Oliveira pode tanto deslocar o volante Henrique, ex-Santos, para a posição, ou escalar Eurico ou Ceará, também ex-Peixe. Outro atleta que atuou na Vila Belmiro, Eugenio Mena, pode ser poupado.

Confira abaixo as prováveis escalações de Santos e Cruzeiro:

Santos X Cruzeiro – 16h do domingo (17) na Vila Belmiro

Santos – Vladimir, Victor Ferraz, Werley, David Braz e Chiquinho; Lucas Otávio, Renato e Lucas Lima; Geuvânio, Robinho e Ricardo Oliveira. Técnico: Marcelo Fernandes.

Cruzeiro – Fábio, Henrique, Manoel, Bruno Rodrigo e Fabrício; Willians Farias, Willians e Arrascaeta; Marquinhos, Willian e Henrique. Técnico: Marcelo Oliveira.

Leia também:

O histórico de Santos e Cruzeiro – relembre cinco goleadas do Peixe sobre o rival

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Santos sofre pra bater Maringá. Pragmatismo ou preguiça?

Quem viu o jogo do Santos contra o Maringá ontem deve ficar na dúvida. Como um time que é campeão paulista, perdeu apenas um de seis clássicos disputados em 2015 e que tem jogadores à altura da seleção brasileira como Robinho e Lucas Lima pode ter tanta dificuldade para fazer um mísero gol no Maringá?

Poderia ser preguiça/ressaca pós título paulista, insatisfação com direitos de imagem atrasados, efeitos de uma Vila Belmiro mais uma vez vazia, adversário que não motiva… Talvez tenha sido um pouco ou muito de cada coisa para alguns jogadores, mas uma entrevista de Marcelo Fernandes pouco antes do início do segundo tempo dá a dica do que foi. Ele citou o cuidado que o Santos deveria ter com o rival, que “jogava por uma bola” para se classificar. Bingo. A postura do Peixe era fruto de pragmatismo.

Um pragmatismo justificado pelo resultado da primeira partida. Afinal, o Alvinegro entrava em campo classificado, já que os empates em 0 a 0 e 1 a 1 eram favoráveis ao clube. Mas o excesso de zelo poderia cair por terra justamente em alguma jogada fortuita, por mais que o Maringá, na partida, não tivesse ameaçado o gol de Vladimir. O arqueiro fez somente uma fácil defesa na etapa inicial e assistiu o resto da peleja. Mesmo assim, valia a pena ter corrido esse risco? Não era melhor sufocar o adversário, tecnicamente mais fraco?

Mais uma vez Marcelo Fernandes optou por não atacar o oponente. Opção, aliás, da grande maioria dos treinadores. Mas contra um adversário de nível mais baixo, é duro para o torcedor aguentar… O time ensaiou uma marcação-pressão só em parte do primeiro tempo e chegou com perigo uma vez na etapa inicial, com uma bola de David Braz na trave. Muito pouco.

Um jogo de paciência

“Eles não deram um chute no gol, faltou caprichar na finalização, quando um não quer, dois não brigam. Os caras não vieram para jogar, eles vieram pra fazer um monte de falta, pararam o jogo, ficou um jogo feio”, disse Robinho após o fim da partida. Bom, o Maringá e muitas outras equipes, inclusive grandes, vão enfrentar o Alvinegro da mesma forma na Vila, então é bom que a equipe esteja preparada pra esse tipo de situação. Além disso, a violência dos visitantes foi punida: Eurico foi expulso aos 16 do segundo tempo.

Mais uma vez, o Santos não aproveitou uma expulsão para agredir o adversário, a exemplo do que aconteceu na final contra o Palmeiras. O time tocou a bola no campo do Maringás, teve a posse e trocou passes, mas com muito pouca objetividade. Marcelo Fernandes demorou novamente para fazer alterações que fizessem o Peixe aproveitar a vantagem numérica. Foram 16 minutos desde a expulsão para colocar Elano, em sua 300ª peleja pelo Peixe, no lugar de Valencia, e só aos 36 Gabriel entrou em campo, substituindo Lucas Lima.

O gol peixeiro só saiu aos 46, em lançamento de Cicinho, que fez sua centésima partida pelo clube, para Ricardo Oliveira, que não desperdiçou, apesar de ter feito uma partida pra lá de mediana, se movimentando pouco e ficando muito preso à área. E isso foi tudo.

“Era um jogo difícil, o Maringá vinha por uma bola só. Ficaram atrás. Não deram problema para o Vladimir. Na bola aérea fomos exemplares, no que era o jogo deles. No demais, me coloco no lugar da torcida, procuramos abrir o time no começo e no intervalo, mas foi um jogo de paciência”, disse Marcelo Fernandes ao final da peleja.

Jogo de paciência, principalmente pro torcedor santista. Até onde ela vai, não se sabe.

Jogadores comemoram gol contra o Maringá (Ivan Storti/Santos FC)

Jogadores comemoram gol contra o Maringá (Ivan Storti/Santos FC)

Agora, o adversário é o Sport

O adversário do Santos na 3ª fase da Copa do Brasil será o Sport. O time pernambucano superou a Chapecoense nos pênaltis, após devolver o 2 a 0 sofrido na Arena Condá.

E é bom a equipe se preparar. No Brasileiro de 2014, o alvinegro não venceu o rival. Empatou na Vila Belmiro em 1 a 1 na estreia da competição, e perdeu por 3 a 1 na Ilha do Retiro.

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Avaí 1 X 1 Santos – Marcelo Fernandes, não seja um Claudinei

O empate de ontem entre Avaí e Santos mostrou, como no segundo jogo da final do Paulista contra o Palmeiras, o Santos caindo de produção e de intensidade no segundo tempo. Com a vantagem, conseguida na etapa inicial pelo gol de Robinho, o Alvinegro mais uma vez mostrou uma certa acomodação e aceitou a mudança de postura do adversário sem reagir, mesmo tomando o empate.

Na partida decisiva do estadual, Oswaldo de Oliveira colocou Cleiton Xavier em campo após perder Dudu expulso, passando a explorar as laterais do campo. O Peixe, que teve Geuvânio punido com o cartão vermelho, não conseguiu acertar sua marcação pelos lados, lembrando que o onze santista era responsável por barrar o avanço do lateral adversário pelo lado direito. Resultado da inação santista: Ricardo Oliveira estava na marcação do lateral Lucas no tento do adversário, mostrando que a equipe demorou a responder à mudança do rival.

Ontem, mais uma vez a lateral foi o calcanhar de Aquiles peixeiro na etapa final. Desta vez, no segundo tempo Gilson Kleina colocou Roberto, que atuou no lado esquerdo da defesa santista, forçando a jogada individual e fazendo com que os donos da casa por vezes tivessem superioridade numérica no setor. A pressão era evidente e, mais uma vez, o Santos pouco fez para responder à alteração tática do Avaí.

Pra voar alto no Brasileirão, Santos vai ter que ousar...

Pra voar alto no Brasileirão, Santos vai ter que ousar…

É pelos lados o mapa da mina. Do Santos e do adversário

Marcelo Fernandes precisa treinar para que o Peixe possa sair dessa situação de jogo. Treinadores adversários já perceberam que o potencial ofensivo santista depende da subida de seus laterais/alas, que apoiam o ataque dando opções para os meias e os homens de frente. Quando o técnico adversário ocupa esse setor, prega na defesa Victor Ferraz e Chiquinho. Com uma deficiência quase crônica dos dois volantes de fazerem a cobertura pelos lados – defeito em especial de Valencia – a pressão se intensifica e o gol passa a ser questão de tempo.

Uma alternativa para ser utilizada nesse tipo de cenário é justamente explorar as costas da defesa rival pelos lados. E aí entra a coragem e a vontade de vencer do treinador. Ontem, por exemplo, o Alvinegro usou pouco os lados na etapa final, mesmo quando um jogador chegava ao ataque, Robinho, por exemplo, fechava no meio em vez de abrir pela ponta esquerda. Atuava assim também porque não adiantaria ele fazer a jogada pela ponta com apenas Ricardo Oliveira na área contra dois ou mais defensores. Sem a chegada dos homens do meio ou do lateral, a jogada pelo lado, em um campo de grandes dimensões, tem grandes chances de não dar em nada, daí a tentativa do Rei das Pedaladas de jogar perto do centroavante.

Sobre Ricardo Oliveira, aliás, outro pecado do técnico. Ele jogou mal o tempo todo, mesmo assim atuou até o final da partida. Perdeu lances preciosos, chegou a travar contra-ataques matando errado a bola. Estava em um dia ruim, até aí, todos nós temos os nossos. Mas não foi sacado. Fernandes preferiu abrir mão de Geuvânio, que também não tinha boa atuação, e colocar Gabriel fora de seu habitat natural, a área. A alteração foi inócua, ainda mais por ter sido feita aos 34, como tem sido o costume do técnico. Sempre um pouco tarde demais.

Quanto Claudinei Oliveira assumiu o Santos depois da saída de Muricy Ramalho em 2013, dirigia um time que sentia a falta de Neymar. Conseguiu arrumar o sistema defensivo alvinegro, a equipe jogou bem algumas partidas e chegou quase perto de brigar pelo G4. Mas, quando teve oportunidades de ganhar partidas que poderiam mudar a situação do clube na tabela, preferiu não ousar e se satisfazer muitas vezes com um empate, não tentando vencer. Achou que assim, com um desempenho mediano, conseguiria manter o cargo. Não percebeu que um técnico novato precisa na verdade mostrar mais do que os “medalhões”, sendo diferente. E, por que não, ousado.

Marcelo Fernandes não pode repetir o erro de Claudinei. Como já dito aqui, tem um elenco acima dos que o Peixe possuía nos últimos dois anos e, com o relativo enfraquecimento de alguns adversários no Brasileiro, sonhar com o G4 não é nenhum absurdo ainda mais se vierem alguns reforços. Mas precisa saber que deve ter coragem em determinados momentos e situações de jogo. Arroz com feijão não seguram um treinador em início de carreira no banco.

No final das contas, foi o Avaí, que perdeu dois gols inacreditáveis na etapa final, quem deixou de vencer. Não pode ser assim contra um candidato ao rebaixamento.

Gustavo Henrique e Vladimir

Desnecessário dizer que Gustavo Henrique, que entrou no lugar de Werley, dono da imagem do jogo, teve uma atuação ruim. Fez a falta desnecessária que gerou o gol de Marquinhos, ex-Santos, e, ao cometer outra falta similar, tomou o segundo amarelo e foi expulso. Mas é preciso destacar também que, nas duas ocasiões, estava bem longe da área, e só teve essa atitude por conta da inação santista com a blitz que o Avaí promoveu no lado canhoto da intermediária do time. Entrou em uma fria e não foi bem. Mas a culpa não é só dele.

Já Vladimir tomou um gol em uma cobrança de falta bem feita por Marquinhos. Não, não era uma bola indefensável. Além disso, repôs mal a bola em mais de uma ocasião, colocando em risco a defesa ao despachar a redonda no próprio campo. Na partida contra o Palmeiras, ensaiou o erro que cometeu contra o Maringá, ao tentar encaixar a bola e soltá-la em duas ocasiões. É um goleiro que tem um reflexo apurado, fazendo defesas à queima-roupa, mas não adianta ter essa virtude se falha em outros fundamentos.

Ficha técnica – Avaí 1 X 1 Santos

Local: Estádio da Ressacada, em Florianópolis (SC)
Data:10 de maio de 2015, domingo
Horário:18h30 (horário de Brasília)
Público: 7.677 pagantes
Renda: R$ 138.100
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (Fifa-PA)
Assistentes: Marcio Gleidson Correia Dias e Lucio Ipojucan Ribeiro da Silva de Mattos (ambos do PA)

Avaí: Vagner; Pablo, Antonio Carlos, Jéci e Eltinho; Uelliton, Renan, Renan Oliveira (Roberto) e Marquinhos; André Lima e Anderson Lopes (Everton Silva). Técnico: Gilson Kleina.

Santos: Vladimir; Victor Ferraz, Werley (Gustavo Henrique), David Braz e Chiquinho (Cicinho). Valencia, Renato e Lucas Lima; Geuvânio (Gabriel), Robinho e Ricardo Oliveira. Técnico: Marcelo Fernandes.

Cartões amarelos: Anderson Lopes e Eltinho (Avaí); Cicinho (Santos)
Cartão vermelho: Gustavo Hernique (Santos)

Gols – Robinho, aos 26 minutos do primeiro tempo; Marquinhos, aos 18 minutos do segundo tempo

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Santos joga mal de novo, empata com São Bento, e deixa torcida ressabiada

Depois da derrota para a Ponte Preta no meio da semana, o Santos fez outra atuação ruim e ficou somente no empate com o São Bento, na Vila Belmiro. Como de hábito, a torcida não compareceu ao estádio, foram 5.149 pagantes e, sem quatro titulares, o desempenho do time frente ao retrancado time de Sorocaba foi sofrível.

Marcelo Fernandes deslocou Victor Ferraz para sua função original, a lateral direita, no lugar do suspenso Cicinho, e promoveu a entrada de Zeca na lateral esquerda. Lucas Otávio entrou no lugar de Valencia, Gabriel seguiu substituindo Robinho e Wladimir também prosseguiu no lugar de Vanderlei.

Os dois gols sofridos pelo Alvinegro são sintomáticos do que foi a equipe. O primeiro, resultado de um escanteio, foi de autoria do volante Renan Teixeira, que cabeceou sem marcação no meio da área santista. Quando se toma um gol assim, sempre a culpa vai recair na zaga, mas o lance mostra outra realidade. Victor Ferraz é quem marca inicialmente o jogador rival, que se desvencilha sem ser acompanhado antes da cobrança e fica sozinho. Os zagueiros peixeiros estão marcando o beque João Paulo e o atacante Nilson.

Essa é a questão: em um escanteio ou em uma bola parada, não é só zagueiro que marca, mas o time inteiro. E a equipe tem que estar preparada para as jogadas que o adversário costuma usar. A comissão técnica alvinegra estudou ou desprezou esse aspecto do rival? Além disso, saiu Valencia, com seus 1,82, e entrou Lucas Otávio, com 1,64. Isso muda toda a marcação em bolas paradas, assim como o fato de Victor Ferraz marcar do lado oposto. O time se preparou para marcar com essa formação?

Já no segundo tento do time do interior, foram quatro santistas (um atrasado) contra três atletas do São Bento. Os dois atacantes estavam no mano a mano com a zaga. Sim, David Braz escorregou, mas não foi ultrapassado pelo rival, que tocou a bola para quem chegava de trás. Nesse tipo de situação, a chance do adversário levar a melhor é enorme. Defesa no mano a mano é convite para o que aconteceu.

Gabriel Santos São Bento

Gabriel correu mais, mesmo assim foi vaiado (Ricardo Saibun/SantosFC)

Ou seja, o Santos foi mal montado. Sem Robinho, do qual se mostrou muito dependente, o Peixe não conseguiu articular seu meio de campo – setor que o Sete costuma frequentar conforme o andamento do jogo –, não pressionou com qualidade a saída de bola, e não conseguiu atuar de forma compacta. Lucas Lima ficou sobrecarregado na armação e Geuvânio foi mal tática e tecnicamente. Gabriel se esforçou, criou chances e fez um gol, fazendo talvez sua melhor partida no ano, embora distante do que se espera dele e de seu potencial. Fez gestos para a torcida após o gol, o que mostra um certo desequilíbrio que precisa ser corrigido, mas pode até tomar o lugar de Geuvânio após o retorno de Robinho.

Wladimir, quando foi exigido, não correspondeu, e em nenhum momento passou segurança. Já passou da hora de o clube dar a ele novos ares, até porque, quando teve sequência de jogo, não aproveitou. Zeca também teve outra atuação ruim, ainda que tenha mostrado qualidade em outros momentos. Mas não foram os únicos culpados. O que chamou a atenção foi a falta de coordenação do Alvinegro, uma atuação coletiva muito ruim, como na peleja anterior, e sem mudar substancialmente a forma de jogar em momento algum.

A pior notícia destes dois últimos jogos é esta. Além de reforços no campo, talvez o Santos precise de um no banco. Ou o Brasileiro vai seguir a toada dos últimos anos.

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Robinho brilha de novo, mas Santos expõe defeitos contra o Linense

Com outra apresentação brilhante de Robinho, o Santos superou o Linense por 4 a 2 no Pacaembu, na noite deste domingo. E, mais uma vez, a atuação do atacante, que marcou dois gols e realizou uma assistência, acabaram ofuscando algumas falhas reincidentes do time de Enderson Moreira. O problema crônico da falta de compactação da equipe segue, mas algumas situações de jogo podem, na prática, ajudar a identificar onde estão as lacunas de um elenco que ainda precisa se reforçar para a sequência do ano.

Antes de qualquer coisa, não concordo com boa parte dos torcedores que crucifica o atual técnico do Santos, que não é perfeito, mas também não é pior do que a média de “professores” dos clubes grandes do Brasil. Ele conseguiu montar uma equipe com três atacantes, havendo uma mobilidade interessantes entre eles, embora um, Geuvânio, tenha a função de marcar até certo ponto um lado do campo, enquanto Lucas Lima faz a mesma coisa do lado contrário.

O esquema conta ainda com laterais que, em boa parte do tempo, são menos alas e mais zagueiros, o que garante solidez à defesa santista e libera quem sabe atacar para fazer o que sabe. Um volante mais de um lado e um segundo do outro, ainda que Renato tenha prioridade para avançar um pouco mais que seu companheiro, seja ele Alison, Valencia ou Lucas Otávio.

É nas variações do esquema, em função do elenco desigual que tem, que Enderson se perde. Algo recorrente, por exemplo, é a troca do primeiro volante por Elano a certa altura do segundo tempo. Em tese, a troca melhoraria o passe no meio de campo em momentos no qual o time pode contra-atacar, mas o fato é que o sistema não tem funcionado. Contra o Linense, por exemplo, mesmo que o colombiano Valencia não seja uma Brastemp, sendo lento e muitas vezes pouco produtivo no desarme, Elano marca ainda menos, e se o Linense já tinha certa vantagem no enfrentamento com o meio de campo peixeiro antes de sua entrada, a situação piorou. E o time do interior conseguiu diminuir a vantagem de 3 a 0 dos donos da casa para 3 a 2.

O panorama piorou tanto que o treinador santista teve que corrigir sua equivocada modificação, colocando um volante de ofício, Lucas Otávio, no lugar de Geuvânio. Recompôs a marcação, controlando melhor a partida, e afastou qualquer possibilidade de empate do Linense quando colocou Gabriel em campo, que deu a assistência para Robinho fechar o placar. O meio é o carma de Enderson e é nesse setor que novas alternativas deveriam ser pensadas.

Fora isso, é preciso falar sobre Robinho. Podem dizer que o atacante tem jogado bem porque tem atuado contra times menos qualificados. É um fato, mas poucos questionam isso quando o autor da proeza é, por exemplo, Alexandre Pato ou outro similar. O que poucos podem negar é que o Sete do Peixe é um dos poucos atacantes atuando no país que pode matar uma bola longa com qualidade, articular o jogo quando recua para a meia, partir em velocidade sem deixar de pensar como alguns velocistas de outrora ou de hoje, e ainda dar toques de primeira para companheiros. Faz a diferença. E, em um time mais entrosado e com um meio de campo de mais qualidade, pode liderar o Santos rumo a títulos.

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