Lembra dele no Santos? Revelado pelo Guarani, Careca jogou (pouco) no Peixe

Um dos mais talentosos atacantes que o Brasil teve, Antonio de Oliveira Filho, o Careca, tinha o sonho de vestir a camisa do Santos. Seu pai, o ex-jogador de futebol Oliveira, havia jogado com Dondinho, pai de Pelé, no Bauru Esporte Clube (BAC) e a relação fez com que os dois se tornassem torcedores do Alvinegro.

Mas demorou para Careca realizar seu sonho. Revelado pelo Guarani em 1978, logo o atacante se destacou, sendo o autor do gol do título do Campeonato Brasileiro daquele ano pelo time de Campinas. Ficou no clube até 1982, com 109 gols em 252 jogos.

Naquele ano, disputaria a Copa do Mundo com o lendário time dirigido por Telê Santana, mas sofreu uma contusão a poucos dias do início do Mundial. “Num domingo de manhã, fazendo um jogo amistoso para a estreia na quinta-feira, levantei a perna direita, a esquerda ficou e rompi o adutor. Como tinha tempo para fazer uma nova inscrição, na segunda de manhã fui cortado e tive que voltar mais cedo para casa. A decepção foi muito grande. Era o primeiro sonho que estava realizando, em um grande momento com 21 anos, todas essas feras de 82…”, relembra o ex-atacante, nesta entrevista.

Na sequência, foi um dos principais nomes dos Menudos do Morumbi, ao lado de jovens como Muller, Silas e Sidney. Ali, foi campeão brasileiro em 1986, mais uma vez sendo decisivo, enfrentando na final seu ex-clube, o Guarani. No mesmo ano, foi vice-artilheiro da Copa do Mundo, com cinco gols, na seleção que foi eliminada pela França nas quartas de final.

Em 1987 foi transferido para o Napoli, onde atuou até 1993 em uma parceria com o craque argentino Diego Maradona. No clube, foi campeão da Liga Europa, marcando gol na final, e do Campeonato Italiano. Em 1990, disputou mais uma Copa, com uma nova eliminação da seleção, desta vez nas oitavas de final, para a Argentina.

Após a Itália, foi transferido para o Kashiwa Reysol, do Japão, onde atuou até 1996. Chegou a participar da seleção comandada por Carlos Alberto Parreira que seria campeão na Copa do Mundo de 1994, mas pediu dispensa após a terceira partida das eliminatórias, contra a Venezuela.

“Time estava difícil de pegar, não estava encaixando. Eu não estava sentindo ambiente saudável. Reuni os jogadores e pedi dispensa. Chamei a comissão, o presidente, agradeci todo o período que passei. Fui sincero, voltei para Campinas. Tive uma transferência para o futebol japonês, e no ano seguinte essa geração conseguiu o título. Podia ter engolido um monte de sapo e ganhado o título. Mas acho que não é por aí. Romário teve oportunidade, tinha uma rejeição muito grande da comissão. Era diferenciado, foi convocado e teve aquela classificação maravilhosa”, explicou.

No ano seguinte, jogaria pelo seu time do coração.

O craque Careca no Santos

Aos 36 anos, Careca chegou à Vila Belmiro no time dirigido por Vanderlei Luxemburgo. Apresentado em coletiva, assumiu um discurso de colaboração com a equipe. “Ficar na reserva não é problema. A comissão técnica está à vontade para decidir como me utilizar, mas eu vou estar sempre lutando por uma posição”, disse na ocasião.

Ele se recuperava de uma cirurgia nos pés e afirmava ter assinado um contrato “praticamente em branco” por três meses. “Primeiro quero entrar em forma. Depois a gente conversa sobre valores, que estão em segundo plano”, falou então.

Com a camisa santista, jogou pouco. Foram nove jogos, com dois gols marcados. O primeiro deles contra a Portuguesa Santista, uma goleada por 5 a 0 em que fez o quarto gol. Ali ele havia entrado no lugar de Macedo.

Já o segundo gol foi em sua última partida, outra goleada, desta vez um 4 a 0 contra o Palmeiras. A partida era válida pelo quadrangular decisivo do Campeonato Paulista e nenhuma das duas equipes tinham chance de título.

Apesar da despedida, Careca voltou aos gramados em 1998 pelo Campinas, clube do qual ele era um dos proprietários e, em 1999, defendeu o São José-RS, no Campeonato Gaúcho.

Confira os gols de Careca pelo Santos

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