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Santos enfrenta Palmeiras na final do Paulistão. Primeira partida é na Vila Belmiro

O Palmeiras bateu o Novorizontino por 1 a 0 na noite desta quinta-feira (28) e vai ser o adversário do Santos na final do Campeonato Paulista de 2024. Com a melhor campanha, o time da capital paulista faz o segundo jogo em casa e a primeira partida do duelo será na Vila Belmiro, no domingo (31).

A ideia original da diretoria alvinegra era usar seu mando de campo em algum estádio paulistano. Mas não houve acordo nem com o Corinthians e nem com o São Paulo, o que fez com que o clube anunciasse, mesmo antes da decisão da outra semifinal, que jogaria em Santos.

“Independentemente do adversário na fase final do Campeonato Paulista de 2024, o Santos mandará seu jogo na Vila Belmiro por não ter nenhuma opção de estádios na Capital”, dizia um trecho da nota oficial divulgada nesta quinta-feira.

Clássico da saudade – Santos X Palmeiras

O chamado “clássico da saudade”, uma referência ao confronto que era um dos maiores do país na Era de Ouro do futebol do Brasil, a década de 1960, decidiu dez edições do Campeonato Paulista, mas apenas uma em final. Todas as outras nove foram disputas em competições de pontos corridos.

A única final aconteceu em 2015, penúltimo título estadual santista. Na ocasião, o Peixe perdeu a partida de ida por 1 a 0, gol de Leandro Pereira. Na volta, na Vila Belmiro, vitória alvinegra por 2 a 1, com gols de David Braz e Ricardo Oliveira, e Lucas marcando para os visitantes.

O título foi decidido nos pênaltis, com o Alvinegro vencendo por 4 a 2 após Rafael Marques e Jackson perderam as penalidades. Relembra como foi a disputa entre Santos e Palmeiras naquele ano.

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Palmeiras 1 X 1 Santos – empate no Allianz Parque traz Peixe de volta ao G4

Em partida válida pela 14ª rodada do Brasileirão de 2016, o Santos foi ao Allianz Parque e quebrou o aproveitamento de 100% do Palmeiras em casa, empatando em 1 a 1. Resultado leva o Alvinegro de volta à zona da Libertadores

O Santos conseguiu na noite desta terça-feira (12) um empate contra o Palmeiras no Allianz Parque, após ir para o segundo tempo perdendo por 1 a 0. O resultado trouxe a equipe de volta para o G4, a seis pontos do adversário.

Alguns comentaristas atribuíram o gol tomado pelo Santos, logo aos 6 minutos, ao fato de Cuca armar “blitzes” contra os rivais que atuam no Allianz Parque. Isso facilita, mas o tento não foi fruto de uma avalanche de ataque, e sim de um erro comum para o time na temporada. A bola aérea é um veneno para o Alvinegro, infelizmente, também um ponto alto do Alviverde. Assim, de um escanteio do lado esquerdo da defesa surgiu o gol de Mina, que subiu sem ser incomodado.

Com a forte marcação palmeirense nos lados do campo, não bastava apenas a troca do ala com o atacante que caísse por ali, exigindo uma aproximação maior dos meias. Contudo, Renato esteve muito recuado, Thiago Maia, perdido, e Lucas Lima com muito pouca movimentação, os visitantes demoraram a se encontrar na partida. Mesmo assim, no decorrer do primeiro tempo o Peixe foi equilibrando o jogo. Mas sempre errando no último passe, muito em função da postura do Palmeiras, que se fechou com as famosas duas linhas de quatro próximos à entrada da área. Isso fez com que, mesmo tendo quase 60% de posse de bola, o Peixe finalizasse somente uma vez, ou quase duas, se contarmos um cruzamento na área no qual faltou o toque de Lucas Lima no final da primeira etapa. Os donos da casa, apesar de terem finalizado, fora o lance do gol, quatro vezes, não exigiram uma defesa do goleiro Vanderlei.

Na volta para a segunda etapa, o Alvinegro voltou com mais movimentação, utilizando aquela troca constante de posições já apresentadas em outras pelejas. Lucas Lima fez uma dupla mais efetiva com Victor Ferraz e Gabriel transitou bastante pela meia. Foi o atacante que empatou a partida ao finalizar de fora da área e contar com um providencial desvio de Vítor Hugo, que tirou a bola do alcance de Fernando Prass.

Se já havia mantido uma maior posse de bola na primeira etapa, o Alvinegro ampliou ainda mais sua eficiência nesse quesito. De acordo com o Footstats, os visitantes terminaram o jogo com 62,3%, com 9 finalizações contra 11 dos donos da casa. E foi do Santos a maior chance do jogo, um contra-ataque rápido que Thiago Maia desperdiçou ao finalizar grotescamente, de dentro da área, para fora.

Muitos torcedores santistas nas redes sociais lamentaram o empate, já que o Peixe atuou melhor na etapa final e o Palmeiras parecia perdido em campo. Mas é bom lembrar que era um quadro parecido com o do duelo contra o Grêmio, e o resultado foi uma derrota em um embate direto. Justifica-se a cautela diante de uma equipe que é líder da competição e que obteve o recorde de público em seu estádio, no qual era 100% na competição, na noite desta terça. Na Vila, o Alvinegro pode vencer se mantiver o nível das últimas pelejas contra o Palmeiras.

gabigol do santos

Gabriel marcou, mas precisa se controlar (Santos FC)

O adversário valoriza o placar final

É bom ressaltar que, além dos desfalques que o Palmeiras teve logo de cara, sem Thiago Santos, Gabriel Jesus e Róger Guedes, o time sofreu ainda com duas substituições forçadas no primeiro tempo.

Mas, como diz a mídia esportiva, este seria o melhor elenco do Brasileiro, não? Entretanto, mostrou que não tem atacantes com características similares aos suspensos, o que já é uma deficiência, no mínimo, na montagem do elenco. Já o Santos não tem Ricardo Oliveira desde a final do campeonato paulista, teve a ausência de Gabriel e Lucas Lima durante diversos jogos. E, mesmo tendo em tese um elenco menos qualificado, conseguiu manter uma boa sequência. Ponto para Dorival Júnior.

Importante ressaltar que a equipe do Palmeiras, ao menos contra o Alvinegro, privilegiou bastante a marcação e conseguiu barrar boa parte das jogadas santistas pelo lado. Não à toa, Victor Ferraz errou o seu maior número de passes em toda a competição, 15, um a mais que no jogo contra o Atlético-PR, e Zeca, mesmo tendo igualado sua partida com menor quantidade de passes, 40 no total, errou seis.

Por conta também das circunstâncias do jogo, ficaram evidentes duas formas de atuar. O Santos manteve seu jogo de trocas de bola, alternando com contra-ataques rápidos que só deram as caras no segundo tempo. Foram 394 passes contra 206 do rival, que preferiu as bolas longas: 33 lançamentos contra 18 do Peixe.

Gabigol, não “Gabimarra”

Após um primeiro tempo apagado, em que se destacou mais pelo destempero, Gabriel, assim como todo o time, retornou melhor na etapa final. Fez o gol de empate, procurou compor o meio de campo e puxar contra-ataques, mas fez uma gracinha desnecessária ao tirar a bola do lugar em uma cobrança de falta do Palmeiras. Tomou uma bronca providencial do meia Renato. Precisa voltar ao planeta Terra.

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Palmeiras X Santos – as prováveis escalações e o que esperar do jogo

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Palmeiras e Santos fazem mistério em relação às escalações para a partida desta terça-feira (12), às 20h30, no Allianz Parque. O clube paulistano não contará com os suspensos Thiago Santos, Róger Guedes e Gabriel Jesus, havendo dúvidas ainda sobre a condição física de Tchê Tchê e Moisés. O técnico Cuca fez um treino secreto para esconder a provável escalação.

Dorival Júnior também realizou um treino secreto, no qual houve um episódio, no mínimo, pitoresco. Supostos espiões que filmavam o treino tático do time com canetas filmadoras. A principal mudança em termos de nomes pode ser a entrada do colombiano Jonathan Copete no lugar de Vitor Bueno.

Jonathan Copete no Santos

Jonathan Copete pode ser a novidade do Peixe (Ivan Storti/ Santos FC)

O Santos volta a ter entre os seus relacionados o zagueiro David Braz, que volta de contusão e recondicionamento físico, assim como o atacante Paulinho, que teve duas viroses.
Confira abaixo os relacionados do Peixe para o jogo e as possíveis escalações para hoje:

Veja a lista com os 23 relacionados para o clássico

Goleiros
Vanderlei e Vladimir

Laterais
Victor Ferraz, Zeca e Caju

Zagueiros
Luiz Felipe, Gustavo Henrique e David Braz

Meio-campistas
Renato, Elano, Thiago Maia, Yuri, Jean Mota, Vecchio, Valencia, Léo Cittadini, Vitor Bueno e Lucas Lima

Atacantes
Gabriel, Rodrigão, Joel, Copete e Paulinho

Palmeiras – Fernando Prass; Jean, Mina, Vitor Hugo e Zé Roberto; Matheus Sales, Arouca e Cleiton Xavier (Moisés); Erik, Dudu e Barrios. Técnico: Cuca

Santos – Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Zeca; Renato, Thiago Maia, Vitor Bueno (Copete) e Lucas Lima; Gabigol e Rodrigão. Técnico: Dorival Júnior.

Local: Allianz Parque, São Paulo (SP)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Auxiliares: Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP)

 

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Oito comentários sobre a oitava final seguida do Santos no campeonato paulista

Vanderlei e Prass

1 – O futebol não contempla a justiça. Mas dessa vez, ela apareceu

Na cena em que o xerife pede por sua vida contra o pistoleiro William Munny em Os Imperdoáveis, ele diz não merecer morrer, no que o matador responde, de forma fria: “merecer não tem nada a ver com isso”.

Assim é a vida. Assim é o futebol.

O Santos não “merecia” ser eliminado pelo que jogou. Teve 59,6% da posse de bola. Dominou a maior parte do tempo. Apanhou muito mais do que bateu. Mas tomou o empate em dois lances de desatenção. Causados um pouco pelo salto alto, outro tanto pelo cansaço. Mas a justiça, pelo menos uma vez, se fez valer nos pênaltis.

2 – Você pode não gostar do Dorival. Só que não foi por causa dele o empate

Os dois tentos do Palmeiras em um minuto foram um misto daquilo que o futebol apresenta. O imprevisível, o Sobrenatural de Almeida, a desatenção, o salto alto, as falhas individuais, a pressão de adversário que está perdendo, a sorte rival, o azar. Futebol tem disso, você que assiste já devia saber. E procurar o culpado sempre naquele que a gente não gosta é normal, faz até com que nos sintamos bem. Só não é verdade.

3 – O Santos tem que jogar o tempo todo como jogou na maior parte do primeiro tempo

Seria lindo que o time fizesse isso. Mas fisicamente é impossível. Não dá, por conta da questão do condicionamento, pra marcar o tempo todo no campo adversário e, ao mesmo tempo manter a concentração — aquela que desaparece quando estamos cansados. Esse sistema é alternado durante a partida por qualquer um que o aplique, e é preciso que o time tenha inteligência pra saber quando modificar o ritmo.

Daí, valem também as jogadas ensaiadas e o elenco para repor as peças. Isso o Santos não tem, mas Dorival tem trabalhado para adaptar jogadores a determinadas funções. A integração com as equipes de base pode ser fundamental no futuro próximo.

4 – A base não é solução pra tudo. Mas é fundamental. E a nossa marca

Poucos repararam, mas o Santos chega à sua oitava final consecutiva no campeonato paulista com seu quarto presidente diferente.  Em 2009, era Marcelo Teixeira. De 2010 a 2013, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro; 2014, Odílio Rodrigues; 2015 e 2016, Modesto Roma Júnior.

Isso acontece porque o campeonato paulista se decide, na prática, em poucas partidas, as da reta final. É quando você precisa de uma casa que te dê a vantagem, e nisso a Vila Belmiro tem sido decisiva, e jogadores que decidam. Os jovens têm feito esse papel em diferentes contextos. Porque, independentemente da gestão, as divisões de base do clube são fortes, e tem uma marca que transcende. Qualquer pai que goste de fato do filho, quer vê-lo brilhar na Vila. Porque sabe que ali ele não vai ter apenas a melhor estrutura como também contará com o apoio da torcida, que adora as pratas da casa.

5 – Gabriel, menino de ouro

O atacante Gabriel, Gabigol, tem 19 anos. É pouco mais de sete meses mais velho que o seu homônimo do Palmeiras, o Jesus, que já foi comparado com Neymar. Leviandade à parte, não é possível comparar um com o outro.

O garoto santista brilhou hoje. E já foi decisivo em partidas como os duelos da Copa do Brasil contra o Corinthians e o São Paulo. Na primeira final contra o Palmeiras pela mesma competição, perdeu um pênalti, não desanimou e fez o tento da nossa vitória. Oscila, como qualquer jogador, jovem ou veternado, e toda vez que atua mal chovem explicações sobre o porquê.

Mas ele é Gabriel, não é Pelé. Ninguém nunca será. Mas ele é muito bom sendo quem é. E ainda vamos nos alegrar demais com o que ele nos dará.

6- Cuca e a arbitragem

Dizem que o peixe morre pela boca. Mas também falam que o porco morre berrando. Cuca, como usual, pouco analisou a derrota da sua equipe, mas preferiu falar — sem ser perguntado — a respeito da sua expulsão após comemorar o segundo gol do Palmeiras entrando no campo. O quarto árbitro avisou o principal, que determinou a exclusão do comandante do jogo.

Daí vem o “craque” Neto dizer que a exclusão do treinador influenciou para a derrota de seu time na decisão por pênaltis. Claro, se fosse ele, os jogadores estariam mais confiantes… Devo lembrar ao comentarista que, em 2002, quando o Santos enfrentava o Corinthians na final do Brasileiro de 2002, o seu técnico Emerson Leão foi expulso de campo. E a quipe, mesmo assim, virou contra os adversários e garantiu um título após 18 anos de jejum. Com um time que tinha vários moleques.

Mas, quanto à arbitragem, se alguém pode reclamar são os donos da casa. Uma bola na mão, na melhor das hipóteses, que poderia ser pênalti, e um chute no rosto de Gustavo Henrique, infração evidente dentro da área. Além de uma jogada de expulsão de Gabriel Jesus que nem falta foi assinalada. Menos, Cuca, por conta desse tipo de atitude que suas trajetórias foram encurtadas em diversos lugares, inclusive no Santos.

7 – Campeonato Paulista não vale nada. Ah, é?

Sempre vai ter um rival que vai dizer que Paulista não vale nada. Pode valer menos que Libertadores, Brasileiro ou Copa do Brasil, mas… nós ganhamos esses torneios nos últimos anos, não? E nossos rivais?

Tem um que não ganha desde 2005; outro, que venceu somente uma vez no século 21, ou uma nos últimos vinte anos. Se você quiser falar pra um dos torcedores adversários específicos, pode falar que, nessas oito finais consecutivas em que o Peixe chegou, metade delas foi contra times pequenos; outra metade foi contra equipes ditas grandes. O São Paulo não está em nenhum desses dois grupos…

8 – Sobre Vanderlei e o outro goleiro

Antes do duelo por pênaltis, já se dizia em uma emissora de rádio que o Palmeiras gostaria de levar a decisão para as penalidades porque Fernadno Prass era um “especialista”. Ele acreditou.

Mas poucos falam ou falavam de Vanderlei. O goleiro é discreto. Não faz malabarismos porque, em geral, está bem colocado. Se falha, não se enerva. É bom em todos os fundamentos, inclusive na reposição de bola, algo pouco notado. Mostrou ainda hoje que é bom também para decidir.

Se queriam uma narrativa na qual Prass fosse o herói, o modesto Vanderlei derrubou o soberbo Prass. Que julgou ser o herói quando pegou o pênalti de Lucas Lima, alvo preferencial dos palmeirense de dentro e de fora do gramado. Mas sucumbiu diante do arqueiro alvinegro, que já havia pego duas penalidades. A jornada de herói foi nossa.

 

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O que fica da derrota do Santos na decisão da Copa do Brasil?

Sou “menino da fila”. No período da minha infância e adolescência, anos 80 e 90, o Santos mal chegava em finais e nestas duas décadas houve só um título, o Paulista de 84, relevante. O resto foi sofrimento e tiração de sarro contínua de rivais, ainda mais morando na Baixada, onde para muitos o Peixe é o inimigo número 1.

Mas no século 21 as coisas mudaram e chegar em decisões voltou a ser rotina, como nunca deveria ter deixado de ser para um clube monumental como o Alvinegro Praiano. Alguns dos nosso principais adversários, aliás, passaram a ter uma rotina inversa, com finais se tornando um evento raro para eles. Vencemos várias vezes, e também perdemos algumas. A derrota na final da Copa do Brasil, por um lado, faz parte desse contexto, e não deve nos deixar tão tristes. Por outro, leva a necessárias reflexões.

Em geral, mídia e torcedores justificam as derrotas de três formas, basicamente: 1 – faltou raça, garra; 2 – colocam a culpa em um ou mais jogadores; 3 – quem perdeu o título foi o técnico. Fazendo sempre esse tipo de análise, às vezes não se chega ao fundamental, aquele tal do planejamento, que envolve muitos fatores e é algo muito mais complexo.

Sim, as situações de jogo também devem ser analisadas. Mas é preciso tomar cuidado porque, quando uma equipe joga mal, sempre vai aparecer alguém dizendo que faltou brio. Afinal, é justamente essa a impressão que dá, mesmo que não seja verdade. O Santos não jogou bem ontem, e o Palmeiras, vendo friamente, tampouco. Não dominou de fato os visitantes em quase nenhum momento, mesmo tendo aberto 2 a 0, abusaram dos chutões e da ligação direta, e na base da insistência – e nos erros de um time que sofreu a perda de três atletas no decorrer da partida – chegou à vantagem.

O que dói, obviamente, é saber que o Alvinegro tinha um time titular tecnicamente melhor, e mostrou isso na primeira partida. Venceu por um a zero, perdeu um pênalti, um gol feito (poxa, Nílson…) e inúmeras outras chances de matar o torneio já naquela ocasião. Quando não foi efetivo (e isso, infelizmente, acontece não só conosco, mas com qualquer time), jogou tudo para a peleja da Allianz Arena. E, nesse contexto, era crível acontecer o que aconteceu.

Culpa do Dorival?

Em quase nenhum momento ontem o Santos utilizou a estratégia que o levou até a final da Copa do Brasil: marcação-pressão no campo do adversário, com retomada rápida da bola no meio de campo. O meio e o ataque também tiveram menos mobilidade que nas partidas realizadas durante o período em que Dorival assumiu o Peixe, mas talvez a explicação seja simples: o time não aguentou o desgaste físico da temporada.

“Ah, mas o Palmeiras fez o mesmo número de jogos do Santos.” Não é bem verdade. Além de ter tido uma trajetória mais fácil no início da competição em que o Peixe não consegue eliminar partidas de volta, o Alviverde ficou sem chances reais de entrar no G4 muito antes do Alvinegro. Ou seja, o mau desempenho no Brasileiro acabou “poupando” naturalmente os seus jogadores. Outro ponto é que a equipe de São Paulo não enfrentou o desgaste – físico e também mental, diga-se – de ter de fugir da zona do rebaixamento, o que exigiu muito dos atletas santistas.

Também é preciso considerar que o esquema implantado por Dorival, onde a marcação começa no ataque e os volantes e laterais participam ativamente no campo ofensivo, exige demais dos atletas. Em outros times não é assim, mas foi dessa forma que o Santos aprimorou a parte tática, que não existia no primeiro semestre, e se tornou um time de fato na temporada, e não um “catado”, como aquele que vinha atuando desde o Paulista. Jogar bem exige demais do corpo e da mente, vide as equipes do Corinthians armadas por Tite.

Colocando nessa conta o fato de ter jogadores constantemente convocados para as seleções principal (Lucas Lima e Ricardo Oliveira) e olímpica (Gabriel e Zeca) traz uma carga a mais de desgaste para esses atletas. O resultado de todos esses fatores somados se viu em campo na noite de quarta: o time perdeu três jogadores por lesão e outros, como Renato, chegaram a sentir durante a partida. Era um time esgotado e os exames médicos já deviam mostrar isso. Daí a opção de Dorival pela Copa do Brasil, que dava um título e uma vaga direta à fase de grupos, diferentemente do G4 do Brasileiro. Quase não foi uma opção, mas uma necessidade, lembrando que o time chegou a desperdiçar pontos mesmo com a formação titular, caso do empate com o Flamengo na Vila.

O que se pode questionar, e muito, foi a opção da diretoria de liderar um movimento para adiar a decisão do torneio, inicialmente planejada para os dias 4 e 25 de novembro. Deu mais tempo para o desentrosado Palmeiras e desperdiçou a chance de jogar a primeira partida quando o Peixe estava no auge da forma técnica.

Gabigol do Santos

Gabriel, “recuperado” por Dorival Júnior, pode ter um grande ano de 2016 (Ricardo Saibun/ Santos FC)

E o planejamento do Santos?

Mais do que utilizar o time reserva, parte da derrocada peixeira na reta final do Brasileiro se deveu a não ter jogadores com qualidade para suprir a ausência dos titulares. Nesse aspecto, o Palmeiras, apesar de não ser um time dos sonhos, tinha um elenco mais homogêneo, a exemplo do Cruzeiro de 2013/2014, sofrendo menos com as perdas do que o Alvinegro. Basta ver que dois dos reservas que entraram em campo ontem, Werley e Paulo Ricardo, são jogadores duramente questionados pela torcida.

Assim, o que faltou mesmo foi a montagem de um elenco mais equilibrado e com opções. Dorival Júnior não participou desse processo, “herdou” atletas com os quais provavelmente não gostaria de contar e teve pouquíssimas alternativas. Mais um motivo para poupar os titulares. Foi um planejamento anterior equivocado do clube, que, embora limitado no aspecto financeiro, poderia contar com atletas de nível melhor se tivesse contado com um técnico de fato meses antes do atual assumir.

O problema do Peixe e de quase todos os times no Brasil é que o desempenho do clube depende quase exclusivamente de um técnico. Não há diretores que deem o suporte e a base necessários para quem está no banco trabalhar com foco maior no trabalho de campo, tendo ele que desempenhar diversas outras funções. Se não fosse Dorival, talvez estaríamos na zona intermediária do Brasileiro e já teríamos saído fora da Copa do Brasil no duelo contra o Sport. Sofrer por ter perdido num nível mais alto é muito mais saudável, convenhamos.

Agora é mirar 2016. Perder faz parte do esporte e, como foi para muitos “meninos da fila” como eu, molda o caráter. É preciso mirar mais as ações da diretoria, não só na contratação e manutenção de jogadores, mas também na área financeira, de marketing, captação de receitas, entre outras fundamentais para a sustentabilidade do clube. É exigir mais de quem tem mais poder e apoiar quem entrar em campo. Temos titulares, é preciso mantê-los e elevar a qualidade do banco. O ano que vem promete.

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Na estreia de Dorival, Santos muda postura e vence Figueirense

Sempre que um clube muda de técnico, muda também o ânimo dos jogadores. Com uma estreia em casa, contra um adversário da zona intermediária, Dorival Júnior tinha tudo para conseguir um bom resultado em sua estreia como comandante do Santos. E conseguiu.

Primeiro, é preciso atentar para as duas mudanças feitas pelo técnico. Em que pesem dois erros de saída de bola, Paulo Ricardo como volante, ao lado de Thiago Maia, foi uma solução que melhorou a marcação no setor do meio de campo e também uma falha quase crônica do Peixe neste ano: a cobertura do avanço dos laterais. Com uma defesa mais articulada dos lados, o Alvinegro dominou o meio de campo do visitante, anulando o potencial ofensivo do rival que só passou a levar algum perigo quando o jogo já estava 3 a 0 para o Alvinegro.

Zeca, pela esquerda, foi bem como defensor e Victor Ferraz, pela direita, esteve mais à vontade do que no lado canhoto, sendo decisivo para o terceiro tento, de Gabriel, que selou a vitória peixeira. Com um meio de campo combativo e os atacantes participando da retomada de bola, a equipe foi efetiva na pressão sobre o adversário e os números não mentem nesse aspecto: foram doze finalizações santistas, sendo cinco certas, contra cinco dos visitantes, somente duas a gol.

A vitória traz boas notícias por contra de vários outros fatores. Finalmente o Peixe vence uma partida por mais de um gol de diferença no Brasileiro, algo que ainda não havia acontecido, e sem sofrer sobressaltos. A defesa não ter sofrido gols ainda é um indício de que o problema pode ser mais o esquema e a forma de jogar do que propriamente a qualidade dos zagueiros e Gabriel ter marcado, após atuações pouco animadora, é ótima para ele e o grupo.

Se o Alvinegro tem uma parada dura no seu próximo jogo contra o Palmeiras, no Allianz Park, no domingo (19), Dorival também terá uma semana para trabalhar com o time. Está na hora do Santos mostrar a que veio neste Brasileirão.

Gabriel comemora seu gol com Ricardo Oliveira e a torcida (Ivan Storti/Santos FC)

Gabriel comemora seu gol com Ricardo Oliveira e a torcida (Ivan Storti/Santos FC)

A torcida do Santos e a Vila Belmiro

Assistir a uma partida na Vila é sempre um motivo de satisfação. Você fica próximo do campo como não acontece em quase nenhum estádio da Série A e tem a possibilidade de apoiar de perto sua equipe. No entanto, existe um tipo de torcedor – minoria, ainda bem – que comparece à casa do Santos que é bem prejudicial ao time.

Ontem, um dito santista não cansou de xingar Gabriel durante o jogo todo. O torcedor inventava apelidos pejorativos para o atleta, que provavelmente escutava os xingamentos quando estava daquele lado do campo. Quando o atacante marcou seu gol, vários alvinegros que estavam próximos foram à forra e questionaram o “xingador”.

Não se trata de ditar regras, mas quem vai à Vila poderia refletir um pouco mais. Temos uma vantagem sobre os outros adversários, que é pressionar os visitantes e dar apoio aos jogadores de uma forma muito mais efetiva. Isso faz a diferença e a História cansa de mostrar.

“Ah, mas o Gabriel ganha R$ 200 mil por mês.” Sim, e que possa ser cobrado antes e depois do jogo, mas é sempre bom lembrar que o que ele recebe tem a ver com o seu potencial. Se ganhasse R$ 1 milhão, continuaria tendo 18 anos e teria toda insegurança que a idade e a inexperiência caracterizam alguém nestas condições. Paciência também ajuda.

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Por que o santista (e o torcedor em geral) não deve ver a final do campeonato paulista pela Globo

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Torcida do Santos protesta contra a Globo. Falta a reação dos cartolas

Em meio a manifestações nas ruas e também no meio virtual contra a Rede Globo, Santos e Palmeiras fazem hoje a final do campeonato paulista de futebol. Coincidentemente, são dois dos grandes clubes de São Paulo que têm menos exibição de jogos na grade da emissora, que detém os direitos de transmissão da competição. Por conta dessa baixa exposição, que prejudica comercialmente ambas as equipes, a Vênus Platinada tem sido alvo constante de xingamentos e protestos de torcedores nos estádios.

No último domingo (19), por exemplo, a torcida santista comemorou a classificação para a final do campeonato paulista com o coro: “Chupa Rede Globo/É o Santos na final de novo”. Mas xingamentos à emissora têm sido uma constante em partidas do clube alvinegro. Nas quartas de final contra o XV de Piracicaba, um domingo antes, a emissora preferiu transmitir o jogo do Corinthians e Ponte Preta no sábado e deixar o dia livre para cobrir as manifestações contra o governo Dilma. A decisão se mostrou equivocada em termos de audiência: o jogo do sábado chegou a 15 pontos no Ibope e o filme Homem-Aranha derrubou a média da emissora no horário nobre do futebol, a tarde dominical.

A torcida do Palmeiras também tem se manifestado, em especial nas redes sociais, contra a emissora, a qual parte dos alviverdes se refere apenas pelas suas iniciais, RGT. Em especial por conta da postura global de não dizer o nome do estádio do clube, Allianz Parque, o que mais uma vez prejudica o planejamento do clube em termos de exposição da marca. Além disso, em 2014, os palmeirenses viram sua equipe na TV aberta em treze ocasiões, contra 14 do Santos, 29 do São Paulo e 33 do Corinthians.

Neste ano, tiveram uma única peleja televisionada, justamente clássico contra o Alvinegro Praiano, que, aliás, rendeu uma média superior ou igual à de três partidas da Libertadores transmitidas até então: um dos jogos entre Corinthians e San Lorenzo e outro contra o Once Caldas, e a partida entre São Paulo e Danúbio, do Uruguai. A justificativa de que jogos de Corinthians e também do São Paulo têm preferência em relação aos outros por conta exclusivamente dos pontos no Ibope motiva a publicação de matérias/profecias furadas como esta do Uol, que antes do clássico preconizava que sua transmissão era “um risco” para a Globo.

De acordo com levantamento do jornalista Cosme Rímoli, a média de audiência dos jogos do Corinthians na Rede Globo em 2010 foi de 23,8 pontos; caindo para 22,6 pontos em 2011; 21,9 em 2012; 19,9 pontos em 2013 e 17,5 em 2014. Já a média dos jogos do Santos não ficou distante, chegando a superar o desempenho corintiano em 2011. Em 2010, por exemplo, ela foi de 21,2 pontos; 24,2 em 2011, 21 em 2012; 18,7 em 2013 e 17,2 em 2014.

A média santista sobe também em função justamente de poucas partidas transmitidas, com os clássicos sendo destacados. Mas não é só isso que justifica. Em 2011 e 2012, por exemplo, a equipe contava com Neymar e tinha um ótimo desempenho em campo, o que evidencia que o torcedor em geral gosta de ver jogos que valham em termos de competição mas que também sejam promessas de bons espetáculos, com grandes jogadores atuando. No entanto, isso não é tão levado em consideração pela detentora dos direitos de transmissão.

Mas por que a Globo age assim se pode até mesmo perder ou deixar de ganhar audiência com isso? Parte da resposta é o cachimbo que entorta a boca. Como monopolista que é, a Globo é de fato avessa a riscos. Tanto que muitas vezes prefere pagar salários milionários a um funcionário seu fora do ar, posto na “geladeira”, a vê-lo em outra concorrente. No caso do futebol, colocar sempre o time de maior torcida local, como Corinthians e Flamengo, minimiza as chances de uma surpresa, ainda que às vezes ela pudesse ser positiva.

Há ainda um outro fator nebuloso, e este seria político. Em 2011, época em que a Record fez uma proposta superior à da emissora carioca ao Clube dos Treze, uma associação que reunia os maiores times brasileiros e era a responsável pela negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, executivos da emissora fluminense articularam com dirigentes de equipes para implodir a possibilidade de acordo. Antes, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia derrubado uma cláusula preferencial no contrato assinado pela entidade com emissora dos Marinho, que na prática inviabilizava a concorrência com outras emissoras. A reação global foi negociar individualmente com os clubes, com o Corinthians sendo o primeiro a se desligar do Clube dos Treze. A negociação aprofundou a diferença paga entre os 12 clubes de maior torcida, especialmente Corinthians e Flamengo, e os demais. Na dança, os clubes médios e pequenos foram ainda mais penalizados com a discrepância estabelecida.

Como a Globo ajuda a implodir o futebol brasileiro

Embora à primeira vista possa parecer que haja ganhadores nessa disputa entre clubes pelos recursos da televisão para o futebol, trata-se de um jogo que tem só um vencedor: a própria Globo, que se aproveita da cega desunião entre os times para lucrar, sem se importar com a crescente depreciação do esporte nacional.

Como dito nesta matéria, a repetição exaustiva dos mesmos clubes na grade televisiva vai cansando o telespectador: “A transmissão excessiva de jogos de clubes mais populares, em especial Flamengo e Corinthians, para a maioria das praças, contribuiu para a desvalorização do futebol como um todo e, embora possa parecer que seja mais benéfico para ambos, o que geraria vantagens desportivas mais adiante, trata-se de um jogo em que todos perdem porque o esporte em si se desgasta e cansa o telespectador. Um exemplo é que foi justamente a transmissão de uma partida do Corinthians, contra o Coritiba, no dia 3 de agosto, a pior audiência da emissora em jogos do Campeonato Brasileiro em 2014. O que parece bom a curto prazo, não se sustenta ao longo do tempo.”

Muitos campeonatos de futebol pelo mundo se protegem em relação à exposição excessiva e à distribuição desigual extrema de recursos entre os clubes. A Premier League, divisão principal do campeonato inglês, é um exemplo. A fórmula de remuneração pelos direitos televisivos estabelece que 50% do volume distribuído seja fixo, enquanto 25% são direcionados de acordo com o desempenho do clube na competição e outros 25% segundo o número de jogos transmitidos. Cada clube tem também um número mínimo de partidas televisadas, impedindo a abissal discrepância que acontece no Brasil.

Na Inglaterra, os clubes pensam, juntos, primeiro na valorização do próprio futebol, para assim conseguirem se capacitar economicamente e manter espetáculos interessantes para o público. Não interessa uma desigualdade enorme entre o maior e o menor. No Brasil, a Globo é a verdadeira “organizadora” da modalidade, submetendo a CBF, federações e clubes e impondo um modelo que é bom apenas para ela, direcionando datas e horários de partidas e decidindo a seu bel prazer quem vai e quem não vai ser televisionado. O que torna o futebol brasileiro razoavelmente equilibrado é a incompetência de dirigentes, que conseguem torrar fortunas sem um desempenho equivalente a sua capacidade financeira em campo. Mas os jogos ficam ruins de se assistir. E o público já percebeu isso.

Nos números de audiência de dois dos grandes de São Paulo citados acima, percebe-se que ambos tiveram queda de audiência entre 2010 e 2014. O Corinthians perdeu 26,4%, enquanto Santos, São Paulo e Palmeiras perderam 20%, mesmo índice de decréscimo do Campeonato Brasileiro. O Campeonato Paulista perdeu, no mesmo período, 23%, e a Copa do Brasil, 32%. A Globo já estudaria diminuir o número de partidas transmitidas em sua grade. Claro, sem consultar os clubes ou se preocupar com o futuro do futebol.

A emissora também estaria de olho no futebol europeu, já que a partida entre Barcelona e Paris Saint-Germain exibida na tarde desta terça-feira rendeu à Globo 16 pontos, um alto índice para o horário. Fecha-se assim um ciclo cruel: quem é em parte responsável pela derrocada do futebol brasileiro e pela manutenção da distância entre a qualidade da bola jogada aqui e no Velho Mundo pode ser o primeiro a dar as costas para seus parceiros.

Por todo esse contexto, um bom protesto do torcedor neste domingo seria não assistir à final do campeonato paulista pela Globo. O boicote não só é um instrumento legítimo de protesto contra a emissora em um dia em que estão programadas diversas manifestações pelo país em “descomemoração” de seu aniversário, como seria também um alerta para os dirigentes de futebol de que é preciso pensar em alternativas ao monopólio global, que vem colaborando para a decadência do futebol nacional como um todo. Na disputa entre os clubes alimentada pela emissora, no final, todos podem sair perdendo. E perceber isso mais à frente pode ser tarde demais.

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Santos e Palmeiras vão jogar final no Allianz Park e na Vila Belmiro

Acabou a incerteza. O torcedor agora já sabe onde serão jogadas as partidas da final do Paulistão 2015. A Federação Paulista de Futebol, que tem os mandos de campo da final do campeonato, definiu em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (20) que as duas partidas da decisão da competição serão disputadas nas casas dos dois clubes.

Havia a possibilidade de ao menos uma das pelejas ser no Pacaembu, mas o Santos demandou que o segundo jogo fosse na Vila Belmiro, tendo sua solicitação aceita pelos dirigentes dirigentes . A primeira partida da final será no Allianz Park, estádio do Palmeiras, no dia 26 de abril. O segundo jogo acontece na Vila Belmiro, no dia 3 de maio e não há vantagem para nenhum dos dois, segundo o regulamento. Placares iguais levam a decisão para os pênaltis.

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Santos 2 x 0 Palmeiras – reestreia com vitória na Vila Belmiro

Bruno Uvini comemora seu 1º tento (Ivan Storti/SantosFC)

Com dois gols de jogadores que nunca haviam marcado antes com a camisa do Santos, o Alvinegro Praiano superou o Palmeiras na Vila Belmiro. O zagueiro Bruno Uvini, aliás, autor do primeiro tento da peleja, nunca havia marcado como profissional. Alison, volante, foi quem anotou o segundo. O Peixe está quinto lugar no Brasileirão, empato em número de pontos com o Sport, que fecha o G-4. Depois do intervalo forçado dos clubes do Brasileiro, em função da Copa, a expectativa era grande em relação à forma como as duas equipes iam jogar. Após o apito inicial, viu-se que a proposta alviverde do treinador Ricardo Gareca, argentino, era até parecida com a adotada pela seleção do seu país no Mundial, com duas linhas de quatro na defesa mas com o adendo de marcar em boa parte do tempo com os dez atrás da linha da bola. Bom, mas a diferença é que Gareca não tem grandes opções de ataque como a equipe de seu compatriota Alejandro Sabella. Assim, o Palmeiras foi um time que marcou bastante no primeiro tempo, abrindo mão da posse de bola (que na metade da etapa inicial era de 68% para os donos da casa), e esperando um contra-ataque. Mas o “arco” da equipe, Bruno César, foi mal, e as “flechas” Leandro e Diogo também. Com a proposta de atacar, o Santos seguiu pressionando mas só achou uma finalização aos 21 minutos, com Geuvânio. Mesmo assim, notava-se uma mobilidade bastante grande dos homens de frente, que trocavam de posição de forma coordenada e contavam ainda com a chegada de Arouca e dos laterais. O gol chegaria logo depois do chute inaugural, em uma cobrança de falta pelo lado direito de Lucas Lima, que achou o zagueiro Bruno Uvini, livre. O garoto testou para o chão, como manda a cartilha, e fez. O Palmeiras ainda tentou atacar, mas o único momento de tensão surgiu em uma saída errada de Aranha pelo alto, que não foi aproveitada pelos visitantes. Já na segunda etapa, os visitantes conseguiram chegar com algum perigo, mas os espaços para os contragolpes santistas apareceram. Os palmeirenses chegaram a comemorar um gol, anotado após impedimento corretamente marcado pela arbitragem, mas foi quase tudo que a equipe fez. Aos 23, o fim das esperanças alviverdes. Arouca tocou para Gabriel que, de primeira, serviu o volante Alison, que também chutou de bate-pronto. Mesmo com mais posse de bola em função da postura do Peixe após a vantagem e com Mendieta entrando e fazendo um pouco mais que Bruno César, o poder ofensivo do Verdão era reduzido e foi o Alvinegro que ainda levou perigo em estocadas de Rildo e Gabriel. Pelo lado santista, a defesa, a melhor da competição junto às do Cruzeiro e do Corinthians, com cinco gols sofridos, segue bem, mas a coordenação das jogadas de ataque precisa melhorar, principalmente quando o time tem espaço para contragolpear e pode utilizar sua melhor arma, a velocidade. No Palestra, Gareca ajustou a defesa, mas vai ter que se virar para fazer um ataque eficiente com as peças de que dispõe.

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Cinco vitórias memoráveis do Santos sobre o Palmeiras no “clássico da saudade”

Santos e Palmeiras disputam amanhã o chamado “clássico da saudade”, referência ao confronto que era um dos maiores do país na Era de Ouro do futebol nacional, a década de 60. Trata-se de um clássico com muita história, e é nela que se pode confiar para que um bom jogo aconteça.

A primeira partida entre os dois data de 3 de outubro de 1915 e foi realizada no Velódromo de São Paulo. Goleada alvinegra sobre o então Palestra Itália por 7 a 0, com três gols de Ary Patusca, dois de Anacleto Ferramenta, um de Aranha e outro de Arnaldo Silveira, autor do primeiro gol oficial da história do Santos. O Verdão devolveria a humilhante goleada em 1932, com um 8 a 0 em uma peleja na qual o Peixe terminou com nove jogadores, com dois gols de Romeu Pelliciari, dois de Imparato III, além de anotações de Lara, Sandro, Avelino e Golliardo.

Desde aqueles idos tempos, foram diversos jogos entre os dois, alguns eliminatórios e muitos que decidiram títulos mas que não eram finais propriamente ditas, com exceção das partidas extras que definiram o chamado supercampeonato paulista de 1959, com vitória do Palmeiras.

Abaixo, algumas das vitórias memoráveis do Santos no “clássico da saudade”:

  • Santos 7 X 6 Palmeiras (Rio-São Paulo de 1958)

Na manchete da Gazeta Esportiva, o “espetáculo pirotécnico” do clássico da saudade

Talvez a partida mais emocionante entre os dois clubes e uma das maiores da história. Dizem que cinco infartos ocorreram por conta daquela peleja, com três reviravoltas no placar. No Pacaembu, 43.068 viram Urias marcar o primeiro tento do jogo aos 18 minutos. A reação peixeira não tardou e o menino Pelé, 17 anos, empatou para Pagão virar, aos 25. Nardo empatou somente um minuto depois e o que se viu a partir daí foi um atropelo santista até o final do primeiro tempo.

O time palmeirense era inferior tecnicamente a uma equipe que tinha uma linha ofensiva espetacular: Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe, responsáveis pela histórica marca de gols no campeonato paulista de 1958. Foram 143 tentos em 30 partidas, 58 só do adolescente Pelé. Após o empate, Dorval, Pepe e Pagão fizeram 5 a 2 ainda nos primeiros 45 minutos.

Nesta matéria do Esporte Espetacular, Zito conta que desceu para o vestiário dizendo que eles tinham que marcar o maior escore da história, e Pepe conta que o bicho, pago à época com o dinheiro da renda da partida, já estava sendo separado para os atletas santistas. Mazzola recorda que o goleiro Edgar chegou chorando ao vestiário, se recusando a voltar para a etapa final. Oswaldo Brandão colocou Vitor e o Palmeiras voltou outro depois do intervalo.

E em 18 minutos, um motivado Verdão virou a partida pra cima do Peixe com Paulinho, de pênalti, aos 16; Mazzola, aos 20 e aos 28, e Urias, aos 34. Um 6 a 5 que parecia sacramentar uma reação impossível, mas o impossível não queria descansar naquela peleja. Pepe voltou a empatar aos 38, de cabeça, e, aos 43, consolidou a última virada da partida.

  • Santos 6 X 1 Palmeiras (Campeonato Paulista de 1982)

Boa parte da década de 80 não foi gloriosa nem para Santos, nem para o Palmeiras. O Santos foi campeão paulista em 1984, mas o Verdão amargou o período sem um título. Os rivais São Paulo e Corinthians decidiram o campeonato daquele ano, vencido pelo Alvinegro paulistano.

O regulamento da competição previa que o vencedor de cada turno iria para a final e o Santos não chegou perto de vencer um ou outro. O Palmeiras ainda fez uma campanha melhor no segundo turno, terminando em terceiro, mas quando topou o Peixe em novembro, foi massacrado.

O 6 a 1 peixeiro teve como principais artilheiros João Paulo e Serginho Dourado, que marcaram dois gols cada um. Roberto César e Paulinho Batistote completaram para o Santos, comandado por formiga, enquanto Jaime Boni descontou para o Palmeiras de Rubens Minelli.

  • Santos 5 X 1 Palmeiras (Campeonato Brasileiro de 2006)

O Santos, na 22ª rodada do Brasileiro de 2006, disputava o título e estava a quatro pontos do São Paulo. Embora tenha perdido fôlego no final da competição, a equipe conseguiu ainda se classificar para a Libertadores do ano seguinte. Já o Palmeiras lutava para se distanciar da zona do rebaixamento, mas vinha em uma boa sequência de onze partidas sem perder, sob o comando de Tite.

Mas, na Vila Belmiro, o Peixe massacrou o rival. O zagueiro Luiz Alberto marcou duas vezes, aos 13 e aos 24. Juninho Paulista descontou na primeira etapa, mas no segundo tempo o Alvinegro atropelou. Wellington Paulista marcou aos 15 e aos 22, e Jonas completou aos 25. Um 5 a 1 que desnorteou o Verdão. Após perder para o Santa Cruz, 18 dias depois, Tite entrou em conflito com o diretor Salvador Hugo Palaia e terminou como o último time antes da zona do rebaixamento naquele 2006.

  • Palmeiras 2 X 3 Santos (Campeonato Paulista de 2000)

Sem chegar a uma final de Paulista havia 16 anos, o Santos disputava a segunda partida da semifinal no Pacaembu contra o forte Palmeiras. Na primeira peleja, no Morumbi, o Verdão chegou mais perto da vitória, mas um então jovem Fábio Costa evitou que a partida saísse do zero a zero.

A segunda partida também foi no estádio da Zona Sul e o Alviverde, que tinha a vantagem do empate, conseguiu se impor ao marcar com Argel, aos 32 do primeiro tempo, e Euller, aos 8 da etapa final. Aquela partida disputada pela manhã, contudo, se tornaria histórica para os santistas.

Com uma bela finalização, Eduardo Marques diminuiu para o Peixe aos 23 e Anderson Luiz empatou aos 32. O Palmeiras recuou buscando manter o empate que lhe bastava e o Santos partiu para cima, sem muita tática ou técnica. E, após um cruzamento de Robert, Claudiomiro dividiu com Marcos e cabeceou para o gol, com a bola ficando limpa para Dodô, caído, marcar o gol da virada. O Peixe do técnico Giba chegava à final, a qual perderia para o São Paulo.

  • Santos 2 X 1 Palmeiras (Campeonato Paulista de 2009)

O Palmeiras era favorito nas semifinais do Paulista, havia feito a melhor campanha na primeira fase, e o Santos era uma equipe em formação. Vágner Mancini já aproveitava Paulo Henrique Ganso como titular e tinha promovido naquela competição a estreia de Neymar como profissional.

A equipe de Vanderlei Luxemburgo havia perdido a primeira na Vila por 2 a 1 e saiu perdendo também no Parque Antarctica logo aos 17, com Madson, um dos destaques daquela noite, marcando para os santistas. No segundo tempo, Mauricio Ramos fez pênalti em Neymar, sendo expulso, algo não muito incomum para o atleta. Kléber Pereira converteu e a vantagem peixeira se ampliou.

O Verdão ainda respiraria com um gol de Pierre, uma falha monumental de Fábio Costa. A peleja teria ainda a inusitada confusão entre Diego Souza e Domingos, resultando na expulsão dos dois. O Santos foi à final, mas perdeu a decisão para o Corinthians.

Na última partida entre os dois, pelo Brasileiro de 2012, o Santos levou a melhor: 3 a 1, em noite de homenagem a Joelmir Beting.

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