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Lembra dele no Santos? Valdir Bigode, sucesso no Vasco, apagado na Vila

Quando Marcelo Teixeira ganhou as eleições para a presidência do Santos, no final de 1999, anunciou que iria montar uma equipe com grandes nomes para o ano 2000. A “SeleSantos” começou a se desenhar com Carlos Alberto Silva no comando técnico e a chegada do goleiro Carlos Germano, do zagueiro campeão do mundo em 1994 Márcio Santos, do meia colombiano Rincón e do experiente Valdo. No “pacote”, um ex-ídolo do Vasco que estava então no Atlético-MG, Valdir Bigode.

O atacante havia tido uma atuação de gala, anos antes, na Vila Belmiro. Em 1995, o Vasco da Gama bateu o Santos por 5 a 3 com quatro gols dele, sendo o quinto uma jogada em que driblou três santistas na área peixeira. No clube cruzmaltino teve seus melhores momentos, sendo tricampeão no Rio entre 1992 e 1994, conquistando a artilharia em 1993.

Foi para o São Paulo no final de 1995 e migrou para o Benfica em 1997. No mesmo ano, voltou ao Brasil, indo para o Atlético-MG. Antes de chegar ao Santos, jogou ainda pelo Botafogo em 1999.

Valdir Bigode em sua apresentação no Santos

Um Valdir sem brilho no Santos

Após uma campanha desastrosa no Rio-São Paulo, o Santos teve a estreia de Valdir em um amistoso que antecedeu o Campeonato Paulista de 2000, contra o Athlético-PR, na Vila Belmiro, zero a zero. Sendo seguidas vezes substituído por Deivid, ele só veio a marcar na quarta peleja da competição, na goleada do Santos por 7 a 2 no Araçatuba. Na ocasião, o atacante fez três gols.

Valdir marcou ainda um dos gols da vitória alvinegra sobre a Inter de Limeira, por 2 a 1, no jogo seguinte. E só voltou a marcar quase dois meses depois, quando anotou um dos três gols santistas do triunfo por 3 a 0 contra a Portuguesa, quando o técnico já era Giba.

Em função da baixa produtividade no ataque, e tendo companheiros como Dodô, Deivid e Caio para o setor, Giba preteriu o atacante na segunda partida da final do Paulista, contra o São Paulo, deixando-o inclusive fora do banco. Em seu lugar ficou Gauchinho, destaque da equipe de júniores do Juventus.

Giba justificou a mudança como “opção tática” por Gauchinho ser melhor nas bolas altas, mas o destino de Valdir já estava selado. O Santos havia pago R$ 1,5 milhão de entrada pelo passe do jogador ao Atlético-MG, mas havia a possibilidade de devolução caso não quitasse os R$ 4 milhões restantes, ficando o valor inicial como pagamento pelo empréstimo de seis meses. Assim Valdir voltou ao Galo.

No total, atuou 24 vezes pelo Santos, marcando cinco gols.

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Lembra dele no Santos? o ‘alemão’ Paulo Rink

Atacante foi o primeiro brasileiro nato a vestir a camisa da seleção alemã e ficou pouco menos de seis meses na Vila Belmiro

Em julho de 1999 o Bayer Leverkusen anunciava que o atacante de 26 anos que defendera o clube por quase três anos voltava ao seu país natal, o Brasil, para defender a camisa do Santos. Àquela altura, Paulo Rink já havia feito história ao se tornar o primeiro brasileiro a vestir a camisa da seleção da Alemanha, mas estava em má fase e buscava recuperar o bom futebol perdido.

Revelado nas divisões de base do Athletico Paranaense no início dos anos 1990, foi no time rubro-negro que Rink despontou, fazendo uma dupla de sucesso com Oseás. A dupla fez parte da equipe campeã da Série B do Brasileiro em 1995 e seguiu com grandes atuações na Série A de 1996, quando o clube terminou a competição em quarto lugar.

Oséas chegou a ser convocado para a seleção brasileira para três amistosos naquele ano, mas seu companheiro teve outro destino. No Bayer, naturalizou-se alemão e em 1998 foi foi convocado para a seleção germânica pelo técnico Berti Vogts. Esteve em 13 partidas pela seleção, sendo três na Eurocopa de 2000 e uma pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.

A estreia de Paulo Rink no Santos

Quando veio para o Santos, a equipe estava na reta final do campeonato paulista de 1999. Logo em sua estreia, marcou um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Guarani, última partida da segunda fase do torneio. O time acabou em primeiro lugar no seu grupo, mas com um ponto a menos na classificação geral que o Palmeiras, segundo colocado do grupo rival, com quem duelou por uma vaga na final.

Paulo Rink atuou nas duas partidas da semifinal, como uma espécie de ponta de lança, dando suporte ao ataque formado por Viola e Alessandro na equipe montada por Emerson Leão. Vitória alvinegra na partida de ida por 2 a 1 e derrota pela mesmo placar na volta. O Santos acabou eliminado.

Paulo Rink voltou a marcar pelo time em uma derrota em amistoso para o Parma (ITA), por 2 a 1, no Torneio Hispalis. No Brasileiro, fez 15 partidas, mas não se firmou no time titular, perdendo o lugar ao lado de Dodô ora para Rodrigão, e em outras ocasiões para Lúcio, Deivid e Adiel.

Com a derrota da chapa apoiada pelo presidente Samir Abdul-Hak, o Santos não se interessou em continuar com o jogador por empréstimo. “Fui contratado nas férias para disputar as finais do Paulista e até fiz gol em minha estréia. Gostaram e joguei também o Brasileiro. Mas problemas internos no clube – o presidente que o contratou havia perdido as eleições – mudaram a minha cabeça e resolvi voltar para a Europa”, disse, em entrevista.

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Lembra dele no Santos? Basílio, o “Basigol”, foi um dos heróis do Brasileiro de 2004

Ponta rápido e habilidoso chegou à Vila Belmiro com 32 anos e ganhou a torcida com o bom futebol

No último dia 19 de dezembro foram completados 15 anos do título santista do Campeonato Brasileiro de 2004. Um título importante não só por ter sido uma virada emocionante na reta final de uma competição por pontos corridos, com o Peixe superando o Atlético Paranense (hoje “Athlético”), mas também pelo time ter tido contra si diversos outros obstáculos.

Houve a polêmica dos gols mal anulados. Só do atacante Deivid foram oito. Além disso, jogadores foram punidos de forma desproporcional pela comissão de arbitragem, o time perdeu mandos de campo e ainda teve uma baixa importante justamente no momento crucial do Brasileiro.

Basílio jogando no Santos

Basílio fez 42 gols com a camisa santista e é o 8º maior artilheiro do clube no século 21

A mãe do atacante Robinho, maior estrela da equipe, foi sequestrada e permaneceu 41 dias em cativeiro. Ele não atuou em seis partidas voltando somente no último jogo contra o Vasco, quanto o Santos precisava de uma vitória simples para ser campeão.

Na ausência do camisa Sete, um jogador assumiu a responsabilidade e conquistou o respeito da torcida. Basílio, o “Basigol”.

Chegou ao clube em dezembro de 2003, pedido pelo então técnico Emerson Leão. O atleta, de 32 anos, vinha do Marília depois de ter passado pelo Palmeiras, em 2000-2001, e pelo Grêmio. Foi apresentado junto com Robson, outro que levava o gol no apelido (Robgol), artilheiro vindo do Paysandu e que não foi bem na Vila, e o goleiro Mauro, que seria titular da equipe campeã brasileira.

Logo de cara, Basílio não escondeu a satisfação de vestir a camisa alvinegra. “Já usei muitas vezes a camisa do Santos como torcedor e agora terei a oportunidade de vesti-la dentro de campo”, disse, em entrevista à imprensa em sua chegada.

Estreou no Santos em janeiro, pelo Campeonato Paulista, quando o Santos foi a Itápolis enfrentar o Oeste, vitória peixeira por 1 a 0. Seu primeiro gol viria na partida seguinte, empate em 1 a 1 contra o São Caetano, na Vila Belmiro.

Tornou-se o reserva imediato de Robinho, por ter como características a velocidade, o drible e também a boa finalização. Na reta final em que foi titular por seis partidas no lugar do Rei das Pedaladas, foi às redes em metade dos jogos, quatro vitórias e dois empates. No penúltimo jogo, vitória contra o São Caetano por 3 a 0 no Anacleto Campanella, o Peixe assumiu a liderança do Brasileiro. Nesta partida, Basílio fez o terceiro.

No último jogo, com Robinho voltando à equipe após sua mãe ser libertada, Basílio “escalou” o atleta. Em entrevista ao portal Uol, ele contou como foi: “Chegou a hora do treinamento final, o Robinho todo feliz. Na hora de escolher a equipe titular, o Vanderlei (Luxemburgo) foi dando os coletes e ficou com um na mão. Aí ele chamou eu e o Robinho e falou para mim: ‘Tó, Basílio, resolve’. Aí eu peguei o colete e falei para o Robinho: ‘Tó, neguinho, o colete é seu’.”

Robinho jogou como titular, teve um gol mal anulado, e Basílio entrou em seu lugar no decorrer do jogo. A vitória por 2 a 1 no estádio Teixeirão, em São José do Rio Preto, garantiu o octacampeonato santista.

Com o retorno de Vanderlei Luxemburgo em 2006, Basílio foi emprestado para o Verdy Tokyo, do Japão, ostentando 116 partidas e 42 gols pelo Alvinegro, sendo o 8º maior artilheiro do clube no século 21. Encerrou a carreira no Sertãozinho, em 2011 e, em 2019, retornou ao Santos, agora no Departamento de Avaliação, Captação e Transição de Atletas.

 

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Gabriel fecha o ano como 7º maior artilheiro do Santos no século 21

No ano em que o Santos conquistou a tríplice artilharia, menino da Vila tira Ganso da lista dos dez maiores goleadores alvinegros do século 21. Ricardo Oliveira segue com média de gols superior à de Neymar com a camisa santista

Gabriel Barbosa, Gabigol

Gabriel iguala em 2015 desempenho da temporada de 2014 (Ivan Sorti/ Santos FC)

Após marcar 21 gols em seu ano de afirmação no Santos, em 2014, Gabriel Barbosa, o Gabigol, repetiu a dose em 2015 e voltou a fazer os mesmos 21 tentos da temporada passada. Somado a outros dois feitos em seu ano de estreia na Vila Belmiro, 2013, o atacante soma agora 44 gols com a camisa alvinegra em 126 partidas.

Isso o coloca como sétimo maior artilheiro do Peixe no século 21. Ele está à frente de Basílio (42 gols), André (41) e Diego (38). A marca de Gabigol acabou tirando da lista dos dez mais o meia Paulo Henrique Ganso, que anotou 36 gols em 148 partidas pelo Santos.

Já Ricardo Oliveira, artilheiro do Brasileiro e do campeonato paulista de 2015, fechou o ano com a expressiva marca de 37 gols em 62 pelejas. No total, ele tem 58 gols em 94 jogos com o manto santista, uma média de 0,617 gols por partida, superior à dos dois maiores artilheiros alvinegros do século 21, Neymar (0,6) e Kléber Pereira (0,601).

Oliveira ocupa a sexta posição na tabela dos goleadores deste século, ficando dois tentos atrás de Deivid e a oito de Elano.

Confira abaixo a lista atualizada dos principais artilheiros do Peixe no século 21:

1 – Neymar – 138 gols em 230 jogos

2 – Robinho – 111 gols em 253 jogos

3 – Kléber Pereira – 86 gols em 143 jogos

4 – Elano – 66 gols em 285 jogos

5 – Deivid – 60 gols em 140 jogos (não computados os feitos pelo atacante em 1999 e 2000)

6 – Ricardo Oliveira – 58 gols em 94 jogos

7 – Gabriel Barbosa 44 gols em 126 jogos

8 – Basílio – 42 em 116 jogos

9 – André – 41 gols em 94 jogos

10 – Diego – 38 gols em 133 jogos

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Ricardo Oliveira já é o 6º maior artilheiro do Santos no século 21

Quando acertou seu retorno ao Santos no início de 2015, Ricardo Oliveira tinha uma posição modesta em relação aos maiores artilheiros do Peixe no século 21. Não exatamente por mau desempenho em sua primeira passagem pelo Alvinegro, em 2003, mas por ter sido um período curto. À época, o atleta disputou somente 33 jogos pelo time, tendo marcado 21 gols.

Com desempenho na atual temporada, Ricardo Oliveira entra na lista dos dez maiores artilheiros do Santos no século 21 (Foto: Ivan Storti/SantosFC)

Com desempenho na atual temporada, Ricardo Oliveira entra na lista dos dez maiores artilheiros do Santos no século 21 (Foto: Ivan Storti/SantosFC)

Apesar da boa média, a marca não o colocava entre os dez principais goleadores do clube no século, com o atacante ficando atrás de outros nomes do elenco alvinegro como Gabriel, Renato e Elano. Mas com o seu desempenho na temporada, na qual já marcou 25 gols em 44 partidas, além de quatro assistências, Oliveira pulou para o sexto posto na tábua dos matadores alvinegros no século.

No total, o “pastor” tem 46 gols em 76 jogos com a camisa peixeira. Foi artilheiro do campeonato paulista, é o artilheiro do Brasileirão 2015 com doze gols e também o goleador máximo da temporada no Brasil. A média de 0,613 é alta, superando, inclusive, a dos dois maiores goleadores desta lista: Neymar (0,6) e Kléber Pereira (0,601). Oliveira agora está a 16 tentos do quinto colocado, o atacante Deivid, hoje auxiliar de Vanderlei Luxemburgo no Cruzeiro, que tem 60 gols pelo Peixe, feitos em quase o dobro de jogos que Oliveira tem pelo clube, 140.

Confira abaixo a lista atualizada dos principais artilheiros do Peixe no século 21:

1 – Neymar – 138 gols em 230 jogos

2 – Robinho – 111 gols em 253 jogos

3 – Kléber Pereira – 86 gols em 143 jogos

4 – Elano – 66 gols em 285 jogos

5 – Deivid – 60 gols em 140 jogos (não computados os feitos pelo atacante em 1999 e 2000)

6 – Ricardo Oliveira – 46 gols em 76 jogos

7 – Basílio – 42 em 116 jogos

8 – André – 41 gols em 94 jogos

9 – Diego – 38 gols em 133 jogos

10 – Paulo Henrique Ganso – 36 gols em 148 jogos

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Ricardo Oliveira empata com Diego como 8º maior artilheiro do Santos no século 21

Com o gol feito contra o Corinthians, além de garantir a vitória em um clássico e a saída do Z-4, o atacante Ricardo Oliveira atingiu outro feito. Empatou com o meia Diego, campeão brasileiro de 2002, na oitava posição entre os principais artilheiros do Santos no século 21, com 38 gols.

Ricardo Oliveira tem média de gols superior à de Neymar (Ivan Storti/Santos FC)

Ricardo Oliveira tem média de gols superior à de Neymar (Ivan Storti/Santos FC)

No entanto, o atual nove alvinegro precisou de 61 partidas para atingir a marca, enquanto o meia precisou de 133. Mesmo levando-se em conta que ambos jogam em posições diferentes, é uma grande diferença. Já Paulo Henrique Ganso, que está atrás dos dois nesta tabela, fez 36 gols em 148 jogos pelo Santos. A média de Ricardo Oliveira, de 0,62 por partida, é superior às de Kléber Pereira (0,601) e Neymar (0,6).

Os números de Ricardo Oliveira no Santos impressionam. Em 2015, são 17 gols e 2 assistências em 29 jogos, tendo sido artilheiro do campeonato paulista e o atual goleador do Brasileirão, com cinco gols em oito duelos. Somente nos clássicos disputados até agora no ano, três partidas contra o São Paulo, três contra o Palmeiras e duas contra o Corinthians, o atacante balançou a rede contra todo o trio de ferro, sete gols em seis pelejas. Ou seja, além de goleador, é decisivo na hora que precisa ser.

Confira abaixo a lista atualizada dos dez maiores artilheiros do Santos no século 21:

1 – Neymar – 138 gols em 230 jogos

2 – Robinho – 111 gols em 253 jogos

3 – Kléber Pereira – 86 gols em 143 jogos

4 – Elano – 66 gols em 285 jogos

5 – Deivid – 60 gols em 140 jogos (não computados os feitos pelo atacante em 1999 e 2000)

6 – Basílio – 42 em 116 jogos

7 – André – 41 gols em 94 jogos

8 – Diego – 38 gols em 133 jogos

8 – Ricardo Oliveira – 38 gols em 61 jogos

10 – Paulo Henrique Ganso – 36 gols em 148 jogos

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O Santos contra times brasileiros na Libertadores

Na noite desta quarta-feira Corinthians e São Paulo se enfrentam pela fase de grupos da Libertadores. É a primeira vez que ocorre esse duelo entre ambos na competição, sendo que os corintianos já enfrentaram o Palmeiras (1999 e 2000) e o Santos (2012). O Tricolor já jogou com o Palmeiras em quatro edições, em 1974, 1994, 2005 e 2006. O Peixe nunca duelou com são-paulinos e palestrinos pela competição sul-americana.

Em suas doze participações em Libertadores, com três títulos obtidos, o Alvinegro Praiano já topou com clubes brasileiros em 1963, 1984, 2005, 2007 e 2012. E se o São Paulo tem um retrospecto recente complicado contra compatriotas, com seis eliminações seguidas na competição, o Peixe também tem um handicap geral desfavorável. Em doze partidas, são três vitórias, três empates e seis derrotas. Relembre como foram os confrontos:

Libertadores 1963 – Santos X Botafogo

Nos anos 60, o número de participantes da Libertadores era bem mais restrito do que hoje. Em 1963, foram nove participantes, só o campeão de cada país-membro da Conmebol – Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile, Peru, Equador, Colômbia e Paraguai, menos a Venezuela – e o campeão da edição anterior, no caso, o próprio Santos, disputaram o torneio.

Como o detentor do título entrava já na semifinal, o adversário do Peixe foi o Botafogo, campeão do grupo 1. O time carioca herdou a vaga brasileira na Libertadores, já que o Peixe havia sido em 1962 também campeão brasileiro. No primeiro jogo, no Pacaembu, a equipe de Nilton Santos, Garrincha, Quarentinha e Zagallo segurou o ímpeto dos donos da casa e arrancou um empate em 1 a 1. Já na volta…

O Maracanã, de fato, foi durante muito tempo a casa do Santos. E foi lá que o Peixe fez mais uma de suas partidas históricas, despachando o Fogão por 4 a 0, com três gols de Pelé e um de Lima. No mesmo ano e estádio, o clube carioca já havia tomado um baile na final da Taça Brasil, quando perdeu por 5 a 0.

O Peixe se sagraria bicampeão da Libertadores naquele ano superando o Boca Juniors em uma decisão épica

Libertadores 1984 – Santos X Flamengo

Depois de um campeonato brasileiro intenso, no qual o Santos se sagrou vice perdendo a disputa para o Flamengo – uma final que até hoje muitos santistas reclamam de um pênalti não marcado contra Pita na segunda partida da decisão (o árbitro era Arnaldo César Coelho) –, era de se esperar que o clube da Vila Belmiro fizesse bonito. No entanto, em seu retorno à Libertadores após 19 anos de ausência, o time decepcionou.

Em um grupo formado por times brasileiros e colombianos (América de Cali e Atlético Junior de Barranquilla), o Alvinegro estreou sendo derrotado pelo Flamengo por 4 a 1 no Maracanã. O zagueiro Mozer fez dois gols, com Lico e Tita completando para os rubro-negros. Lino fez o solitário tento peixeiro e, de acordo com a Placar, a goleada só não foi maior porque Rodolfo Rodríguez, em seu primeiro ano de clube, fez seis defesas espetaculares.

Dois meses depois, em abril, o Peixe sofreria uma derrota ainda maior atuando no Morumbi: 5 a 0 em uma semana na qual enfrentou o Flamengo outras duas vezes, em jogos válidos pelo Brasileiro, perdendo antes por 1 a 0 e empatando em 2 a 2. Depois da primeira derrota, Formiga, o médico Carlos Braga e o preparador físico Celso Diniz caíram e Del Vecchio, como interino, comandou o Santos na derrota. Ele afastou antes da peleja Serginho Chulapa, acusado, também segundo a Placar, de simular uma contusão para não jogar na Colômbia pelo torneio (foi visto atuando na várzea) e Paulo Isidoro, que estaria forçando uma negociação para sair da Vila.

Com somente uma vitória em seis partidas, foi a única vez que o Alvinegro foi eliminado na fase de grupos da competição.

Libertadores 2005 – Santos X Atlético-PR

Após uma primeira fase em que liderou seu grupo, sendo o terceiro melhor time da fase de grupos, o Peixe bateu o Universidade do Chile nas oitavas de final e pegou o Atlético-PR nas quartas, equipe que havia eliminado o paraguaio Cerro Porteño nos pênaltis.

Na primeira partida, prevaleceu a garra da equipe paranaense que, mesmo com um jogador a menos durante boa parte da partida (Alan Bahia foi expulso aos 27 do primeiro tempo, quando a peleja estava em 1 a 1), ainda fez dois gols e assegurou uma vitória por 3 a 2, marcando para o Peixe Ricardinho e Deivid. O resultado, levando-se em conta o critério de gol fora, não era tão tenebroso, embora as circunstâncias da partida mostrassem o desequilíbrio da equipe comandada por Alexandre Gallo. No entanto, no segundo jogo, o time teria dois sérios desfalques.

Robinho e Léo não puderam disputar a volta na Vila Belmiro por terem sido convocados pela seleção brasileira para disputar a Copa das Confederações. Wendel jogou improvisado na esquerda e Basílio substituiu o Rei das Pedaladas. Mas, com o gol feito aos 16 minutos por Aloisio, o clube paranaense se segurou na defesa e o Peixe desperdiçou chances até os 8 da etapa final, quando o mesmo Aloisio marcou de novo após cobrança de escanteio.

Os rubro-negros seriam vice-campeões da Libertadores naquele ano, sendo derrotados na final pelo São Paulo.

Libertadores 2007 – Santos X Grêmio

Com uma campanha impecável na primeira fase, 100% de aproveitamento, doze gols marcados e um sofrido, o Alvinegro tinha um time forte, com Zé Roberto comandando o meio de campo sob a batuta de Vanderlei Luxemburgo. Mas as coisas começaram a ficar mais complicadas na fase eliminatória. O Santos despachou o Caracas, da Venezuela, com um empate em 2 a 2 e uma vitória por 3 a 2, e depois eliminou o América do México com um empate em 0 a 0 e um triunfo de 2 a 1.

Foi nas semifinais que o Grêmio de Mano Menezes estragou a festa peixeira. Na primeira partida, os gaúchos superaram o Santos por 2 a 0, mas poderia ter sido muito pior. A equipe santista entrou com uma postura defensiva, dando muitos espaços para os donos da casa avançarem. Tcheco, de pênalti, e Carlos Eduardo marcaram para o Tricolor Gaúcho na etapa inicial e a sensação é que o Grêmio poderia ter decidido a classificação já no Olímpico.

Na partida de volta, as coisas ficaram difíceis para o Peixe logo de cara, quando Diego Souza fez para os visitantes aos 23 do primeiro tempo. O Santos, empurrando pela torcida que lotou a Vila Belmiro e com muita garra, ainda virou, com gols de Zé Roberto e dois do veloz atacante Renatinho, mas não foi o suficiente. Uma peleja doída para os alvinegros.

Libertadores 2012 – Santos X Internacional

Na segunda vez em que o Peixe caiu com um time brasileiro já na fase de grupos, o desempenho peixeiro foi melhor do que naquele fatídico ano de 1984.  Com quatro vitórias, um empate e uma derrota, o alvinegro enfrentou episódios pitorescos nessa fase, como atuar contra o peruano Juan Aurich em gramado sintético e no dilúvio com direito à falta de luz no Pacaembu.

Contra os gaúchos, comandados então por Dorival Júnior, o Peixe conseguiu um empate fora, 1 a 1, e uma vitória na Vila Belmiro por 3 a 1. Esta, marcada por um gol simplesmente antológico de Neymar, o segundo do time no jogo, responsável pela segunda indicação do garoto ao prêmio de gol mais bonito do ano pela Fifa. Na ocasião, o 11 santista fez um hat trick, ou triplete, anotando todos os gols alvinegros e o terceiro tento só não ficou tão marcado por conta da beleza do anterior, mas também foi uma bela arrancada.


Libertadores 2012 – Santos X Corinthians

Na única vez em que ambos duelaram pela competição sul-americana, o Alvinegro de São Paulo acabou se saindo melhor, derrotando o Peixe na Vila Belmiro por 1 a 0, gol de Emerson Sheik, no melhor estilo econômico “tranca-jogo” que Tite desenvolveu com a equipe naquele ano.

Na volta, os santistas tiveram um alento quando Neymar marcou para os visitantes no Pacaembu. Mas Danilo acabou aproveitando falha da defesa santista pelo alto (algo comum à época) e fez o tento de empate corintiano. O Santos pressionou, mas não conseguiu furar a mais que sólida defesa corintiana, e a equipe paulistana seguiu para a final contra o Boca, obtendo seu primeiro triunfo na Libertadores.

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Os maiores artilheiros do Santos no século 21

A revista Placar publicou uma matéria nesta semana com os cinco maiores artilheiros do século 21 dos doze maiores clubes brasileiros. Na lista do Santos, Neymar lidera, com 138 gols em 230 jogos, seguido por Robinho, 103 gols em 235 partidas; Kléber Pereira, 86 em 143 jogos; Elano, 66 tentos em 285 pelejas, e Deivid, 54 gols. No caso deste último, não estão computados todos seus tentos marcados pelo Santos, já que ele atuou e marcou pela equipe em 1999 e 2000. Marcou 60 vezes em 140 partidas, no total de participações pelo Alvinegro.

Dada a lista, algumas curiosidades. Os dois primeiros, Neymar e Robinho, são crias da base e só atuaram pelo Peixe no Brasil, sendo que o Rei das Pedaladas está em sua terceira passagem pelo clube, tendo atuado profissionalmente com a camisa peixeira entre 2002 e 2005 e no primeiro semestre de 2010.

Robinho, que tem contrato de empréstimo com o Santos até junho deste ano, é hoje o terceiro colocado na lista dos maiores artilheiros do clube na era pós-Pelé, com 103 gols, um atrás de João Paulo e Serginho Chulapa, empatados na segunda colocação. Na tabela dos maiores artilheiros do Alvinegro na História, o eterno menino da Vila é o 20º, empatado com Ary Patusca, que atuou pelo Santos entre 1915 e 1922.

Mas há que se destacar Kléber Pereira. Entre os cinco, é ele, por pouco, que tem a mais elevada média de gols, 0,601 por jogo, superando Neymar, que tem 0,6 redondos. Robinho, com 0,43 gol por partida, está acima de Deivid, com 0,42. Elano tem média de 0,23, mesmo assim algo invejável para um meio-campista.

Com seu estilo de centroavante puramente marcador de gols, Kléber Pereira chegou ao Santos no segundo semestre de 2007 e em muitas ocasiões irritava a torcida com alguns gols fáceis perdidos. Costumava argumentar à época que se ele marcasse a maioria que perdia, não seria Kléber Pereira, mas sim algo próximo de Pelé, visto sua ótima média de gols mesmo com o desperdício… Além de ter inegável bom posicionamento dentro e próximo à área, há outro dado que valoriza sua passagem pelo Santos, o fato de o clube ter montado times fracos em 2008, quando a equipe lutou contra o rebaixamento em boa parte do Brasileiro, e em 2009, quando foi um figurante sem brilho no Nacional, após chegar à final do Paulista.

O Acervo Histórico Santos Futebol Clube fez um levantamento no qual lista 21 dos maiores artilheiros do clube no século 21. Completando os dez maiores, aparece o surpreendente Basílio, que segurou o rojão de substituir Robinho na reta final do Brasileiro de 2004, com 42 gols; André, com 41; Diego, com 38; Paulo Henrique Ganso, com 36, e Cícero, 35. No elenco atual do Santos, estão ainda na lista dos 21, além de Robinho e Elano, Renato, com 25; Gabriel Barbosa, o Gabigol, com 23, e Ricardo Oliveira, com 21.

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Pré-jogo – Santos pode empatar histórico de confrontos contra o Fluminense

Quando entrar em campo neste domingo, no Prudentão, o Santos terá a oportunidade de empatar um histórico acirrado de confrontos contra o Fluminense. Nas 86 partidas disputadas entre os dois até agora, são 34 triunfos tricolores e 33 santistas, além de 19 empates. Na era dos pontos corridos, o Peixe tem uma vitória a mais que o rival. No total, 45 pelejas aconteceram no estado do Rio de Janeiro e 41 em São Paulo.

O primeiro duelo entre os dois aconteceu em 1918, vitória de 6 a 1 do Fluminense na Vila Belmiro, resultado que é até hoje a maior goleada dos cariocas contra o Alvinegro. Arnaldo Silveira marcou para o Santos e Welfare (3), French (2) e Zezé fizeram para os visitantes. Outro resultado importante da era pré-profissional aconteceu no primeiro encontro oficial entre os dois, no Rio-São Paulo de 1933, vitória peixeira em casa, 4 a 3, dois gols de Victor Gonçalves e dois de Raul. Álvaro, Vicentinho e Said marcaram para os cariocas.

Placa em homenagem ao gol de Pelé contra o Fluminense, em 1961

Placa em homenagem ao gol de Pelé contra o Fluminense, em 1961

Já pelo Rio-São Paulo de 1961, em 5 de março daquele ano, o Santos bateu o Fluminense no Maracanã por 3 a 1, ocasião em que Pelé fez o famoso “gol de placa”, surgindo assim a expressão usada para classificar um gol bonito. O feito do camisa Dez ocorreu aos 40 minutos do primeiro tempo, quando Dalmo passou a bola para Pelé, no campo de defesa do Santos. Ele arrancou em velocidade e, já na área do adversário, driblou Pinheiro, livrou-se de Jair Marinho e finalizou sem dar chance ao goleiro Castilho. O jornalista Joelmir Beting foi quem teve a ideia de eternizar o tento com uma placa de bronze, feita pelo jornal O Esporte.

Mais recentemente, uma das partidas mais fantásticas da história do Santos e a maior atuação individual de um jogador que eu já vi. Giovanni conduziu o Peixe a um triunfo espetacular, o 5 a 2 que classificou a equipe para a final do campeonato brasileiro de 1995. Veja o post sobre a partida aqui e o vídeo com os gols abaixo.

Em 2003, o então campeão brasileiro pegou o Fluminense em Édson Passos e sapecou um 4 a 1 no adversário, gols de Elano, Nenê, Ricardo Oliveira e Jerri (Romário descontou para o Fluminense) Antes do apito inicial, um fato, digamos, curioso. O zagueiro santista Pereira, hoje no Coritiba, passou mal e vomitou no gramado, adiando o início do jogo por seis minutos. Mesmo assim, jogou normalmente.

O Peixe comandado por Emerson Leão entrou em campo na ocasião com Júlio Sérgio no gol, Wellington (Preto), Pereira, André Luís e Léo; Daniel Paulista, Renato, Alexandre (Jerri) e Elano; Nenê (Rubens Cardoso) e Ricardo Oliveira. A equipe jogava desfalcada de Alex, Paulo Almeida, Diego e Robinho que serviam à seleção brasileira pré-olímpica na disputa da Copa Ouro, no México.

Destaque para o belo gol de Jerri, meia surgido nas categorias de base do Peixe e tido como muitos como sucessor de Diego à época, apesar de ser dois anos mais velho. Mas não vingou. “O jogador precisa ter um objetivo também no profissional. Ele precisa da vontade de querer ser alguém no profissional, e não na base. O Jerri teve muita expressão na base e se acomodou, perdendo o foco ao subir”, disse Adílson Durante Filho nessa matéria, sobre o atleta. O meia foi emprestado ao Goiás em 2004, retornou à Vila em 2005 e foi negociado com o Al Nassr, onde permaneceu até ser negociado com o Al Shaab, em 2011. Hoje atua no Chiangrai United, da Tailândia. Confira os melhores momentos daquela peleja.

A maior goleada santista contra o rival aconteceria um ano depois, no Brasileiro de 2004. O Peixe disputava cabeça a cabeça a liderança contra o Atlético-PR do artilheiro Washington, e jogou em São José do Rio Preto diante de 21.673 pessoas, já que a Vila Belmiro havia sido interditada por conta do arremesso de um copo plástico de água em Hélio dos Anjos, técnico do Vitória.

A grande estrela da partida foi de Robinho, autor de dois gols. Deivid fez os outros dois e Laerte anotou contra. Esta, aliás, foi a última partida do Rei das Pedaladas antes do sequestro de sua mãe, que o fez ficar de fora do time mais de um mês. Na partida seguinte, o abalado Santos só empatou com o Criciúma e passou a vice-liderança, superado ali pelo furacão. Robinho voltou na última partida, contra o Vasco, que selou o Peixe como campeão brasileiro de 2004.

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O histórico do Santos contra times bolivianos na Libertadores

A história santista na Libertadores é marcada por encontros com seis times da Bolívia. O Bolívar, rival das oitavas de final, já foi adversário em 2005, e foi o protagonista da primeira derrota alvinegra para uma equipe da terra de Evo Morales na Libertadores. Na fase de grupos da competição, em La Paz, o Peixe perdeu por 4 a 3, com gols de Deivid (2) e Robinho. Mas, na volta, não houve problema. Foi um 6 a 0 com gols de Ricardo Bóvio, Ávalos, Paulo César, Ricardinho, Basílio e Deivid.

Pagão, junto com Deivid, foi o segundo santista que mais marcou contra os bolivianos: 3 gols. Molina é o artilheiro dos confrontos com 4.

A primeira vez que santistas e bolivianos se confrontaram no torneio foi em 1962. O Santos estava em um grupo de três equipes, junto com o Deportivo Municipal, de La Paz, e o paraguaio Cerro Porteño. Os resultados dão a medida do efeito da altitude. Fora de casa, o Peixe venceu, mas por um gol de diferença, 4 a 3, gols de Tite, Lima, Mengálvio e Pagão. Em casa, um massacre de 6 a 1, com dois de Pagão, outros dois de Dorval, um de Pelé e outro de Coutinho.

O Alvinegro voltou a enfrentar uma equipe boliviana na primeira fase da competição sul-americana em 2004. O Peixe pegou o Jorge Wilstermann em Cochabamba e derrotou o clube boliviano por 3 a 2, dois tentos de Basílio e um do zagueiro Alex. Em casa, goleada: 5 a 0 com dois de Diego. Completaram o placar Robinho, Preto Casagrande e Elano.

Em 2007, o Peixe teve que passar pela fase pré grupos, conhecida também, de forma equivocada, como Pré Libertadores, e o rival foi o Blooming. Fora da Vila, um magro 1 a 0 a favor do Santos, tento do lateral Pedro, em jogo disputado em Santa Cruz de La Sierra, a 400 metros de altitude. Na volta, 5 a 0, com dois de Cléber Santana, outros dois de Rodrigo Tiuí, e outro de Marcos Aurélio. Já em 2008, novo encontro, desta vez em Oruro, a 3.706 metros acima do nível do mar. Derrota santista por 2 a 1 para o San José, gol de Kléber Pereira. Na volta, uma goleada histórica: 7 a 0, com quatro gols do meia colombiano Molina, um do equatoriano Quiñones, outro de Kléber Pereira e um do zagueiro Domingos.

Já em 2012, na primeira fase, o Santos perdeu novamente na Bolívia, agora para o The Strongest, por 2 a 1, com gol de Henrique. Na volta, última partida da fase, o Peixe não chegou a uma goleada como nos confrontos anteriores com os bolivianos, vencendo por 2 a 0. Ou seja, é bom o Santos ter cuidado com o Bolívar porque, além de ser um time que já fez história por ter sido o primeiro do país a se classificar para a segunda fase da Libertadores, a equipe boliviana terá a seu lado 3.600 metros de altitude. É bom Muricy e os garotos se prepararem para afastar a zebra.

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