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Lembra dele no Santos? Valdir Bigode, sucesso no Vasco, apagado na Vila

Quando Marcelo Teixeira ganhou as eleições para a presidência do Santos, no final de 1999, anunciou que iria montar uma equipe com grandes nomes para o ano 2000. A “SeleSantos” começou a se desenhar com Carlos Alberto Silva no comando técnico e a chegada do goleiro Carlos Germano, do zagueiro campeão do mundo em 1994 Márcio Santos, do meia colombiano Rincón e do experiente Valdo. No “pacote”, um ex-ídolo do Vasco que estava então no Atlético-MG, Valdir Bigode.

O atacante havia tido uma atuação de gala, anos antes, na Vila Belmiro. Em 1995, o Vasco da Gama bateu o Santos por 5 a 3 com quatro gols dele, sendo o quinto uma jogada em que driblou três santistas na área peixeira. No clube cruzmaltino teve seus melhores momentos, sendo tricampeão no Rio entre 1992 e 1994, conquistando a artilharia em 1993.

Foi para o São Paulo no final de 1995 e migrou para o Benfica em 1997. No mesmo ano, voltou ao Brasil, indo para o Atlético-MG. Antes de chegar ao Santos, jogou ainda pelo Botafogo em 1999.

Valdir Bigode em sua apresentação no Santos

Um Valdir sem brilho no Santos

Após uma campanha desastrosa no Rio-São Paulo, o Santos teve a estreia de Valdir em um amistoso que antecedeu o Campeonato Paulista de 2000, contra o Athlético-PR, na Vila Belmiro, zero a zero. Sendo seguidas vezes substituído por Deivid, ele só veio a marcar na quarta peleja da competição, na goleada do Santos por 7 a 2 no Araçatuba. Na ocasião, o atacante fez três gols.

Valdir marcou ainda um dos gols da vitória alvinegra sobre a Inter de Limeira, por 2 a 1, no jogo seguinte. E só voltou a marcar quase dois meses depois, quando anotou um dos três gols santistas do triunfo por 3 a 0 contra a Portuguesa, quando o técnico já era Giba.

Em função da baixa produtividade no ataque, e tendo companheiros como Dodô, Deivid e Caio para o setor, Giba preteriu o atacante na segunda partida da final do Paulista, contra o São Paulo, deixando-o inclusive fora do banco. Em seu lugar ficou Gauchinho, destaque da equipe de júniores do Juventus.

Giba justificou a mudança como “opção tática” por Gauchinho ser melhor nas bolas altas, mas o destino de Valdir já estava selado. O Santos havia pago R$ 1,5 milhão de entrada pelo passe do jogador ao Atlético-MG, mas havia a possibilidade de devolução caso não quitasse os R$ 4 milhões restantes, ficando o valor inicial como pagamento pelo empréstimo de seis meses. Assim Valdir voltou ao Galo.

No total, atuou 24 vezes pelo Santos, marcando cinco gols.

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Santos X Vasco: um dos duelos mais equilibrados do futebol brasileiro

No histórico de confrontos, Santos e Vasco estão empatados com 44 vitórias cada. Em 2019, Peixe levou a melhor em três dos quatro encontros

Santos e Vasco se enfrentam na Vila Belmiro, às 21h30 desta quarta-feira (2), em situações opostas. Mesmo com a derrota para o Fluminense, a equipe cruzmaltina segue em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, com um jogo a menos. O “ramonismo” (referência ao técnico e ídolo do clube Ramon Menezes, tem feito o torcedor sorrir e a equipe vai contar na Vila com o retorno do volante Andrey, após suspensão.

Já o Santos de Cuca tem o retorno de Alison e busca se recuperar da polêmica derrota contra o Flamengo em casa. O time segue em décimo lugar na competição e sem poder contratar por determinação da Fifa, devido à pendência com o Hamburgo, que gira em torno de R$ 25 milhões. O nome do volante Elias é ventilado na Vila Belmiro e o atacante Uribe, fora dos planos do atual técnico, deve ter seu contrato rescindido.

Marinho, destaque do Santos e esperança contra o Vasco, e Sánchez, ainda devendo futebol no segundo semestre (Ivan Storti/Santos FC)

Santos X Vasco: confronto que tem história

Segundo o site Acervo Santista, Santos e Vasco se enfrentaram 125 vezes, com 44 vitórias para cada lado e 37 empates. o Peixe fez 200 gols e sofreu 188, um saldo positivo de 12. Em partidas válidas pelo Brasileiro, são 26 vitórias do Santos, 20 derrotas e 23 empates.

Em 2019, as duas equipes jogaram entre si quatro vezes, duas pela Copa do Brasil, com um triunfo para cada lado e classificação santista, e duas pelo Campeonato Brasileiro, com duplo triunfo peixeiro.

O primeiro confronto foi em 1927, na inauguração do estádio de São Januário, então o maior do país. Aquele time do Santos seria naquela ano a primeira equipe brasileira a anotar cem gols em uma competição. A chamada linha dos cem gols santista tinha Omar, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista, sendo que este último marcou três vezes, com Omar e Araken completando o placar de 5 a 3 para o Peixe. Negrito, Galeto e Pascoal anotaram pelo Vasco.

Uma das partidas inesquecíveis entre Santos e Vasco ocorreu na fase final do Brasileiro de 1992. Houve empate em 3 a 3 no Maracanã, com três gols de Bebeto e três de Paulinho McLaren. O terceiro gol santista foi uma pintura, com Almir cruzando para Guga dar um passe de peito para Paulinho fazer seu hat-rick com um sem pulo.

Relembre cinco grandes jogos do Santos contra o Vasco

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Santos enfrenta o Vasco nas oitavas de final da Copa do Brasil

Pelo sorteio de mandos de jogo, o Peixe vai jogar a primeira em casa e a segunda no Rio

A CBF realizou na manhã desta terça-feira o sorteio dos confrontos das oitavas de final da Copa do Brasil 2016. O Santos vai enfrentar o Vasco da Gama, jogando a primeira partida em casa, no dia 24 de agosto, e a segunda na casa do clube carioca, em 21 de setembro.

Para esta fase do torneio, os cartões amarelos estão zerados. Nas quartas de final, haverá mais um sorteio, desta vez sem divisão das equipes em grupos, com todos os oito classificados podendo se enfrentar.

trofeu copa do brasil

Santos tem o Vasco no caminho do título da Copa do Brasil (Rafael Ribeiro/CBF)

Os confrontos das oitavas de final da Copa do Brasil

Atlético-MG x Ponte Preta
Corinthians X Fluminense
Cruzeiro X Botafogo
Grêmio X Atlético-PR
Internacional X Fortaleza
Palmeiras X Botafogo-PB
Santos X Vasco
São Paulo X Juventude

O histórico de confrontos de Santos X Vasco

Segundo o Acervo Histórico do Santos FC, foram 115 partidas disputadas entre Santos e Vasco na história, com 39 vitórias do Peixe, 34 empates e 42 triunfos vascaínos. O Alvinegro Praiano fez 183 gols, enquanto os cariocas fizeram 179.

Em disputas de mata-mata, os santistas levam a melhor. No Brasileiro de 1965, o Peixe eliminou os cruzmaltinos os derrotando duas vezes, 5 a 1 no Pacaembu e 1 a 0 no Maracanã. O feito se repetiu no Torneio Rio-São Paulo de 1997, quando os santistas empataram com os cariocas em 3 a 3 no São Januário, desclassificando-os nos pênaltis. O troco veio dois anos depois, no Rio-São Paulo de 1999, quando o Vasco foi campeão fazendo a final com o Santos, vencendo por 3 a 1 no Maracanã e 2 a 1 no Morumbi.

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Na inauguração de São Januário, quem deu bola foi o Santos

Estádio do Vasco, que será palco do clássico do time cruzmaltino contra o Flamengo neste domingo (14),  foi inaugurado em 1927 com um show do Peixe

Inaugurado em 21 de abril de 1927, o estádio do Vasco da Gama, São Januário, será palco neste domingo do clássico entre o time da casa e o Flamengo, já que os outros estádios maiores da cidade do Rio, Maracanã e Engenhão, estão sendo preparados para a disputa dos Jogos Olímpicos de 2016.

O que poucos sabem é que foi o Santos quem inaugurou o estádio em partida contra a equipe cruzmaltina. E foi o responsável, também, pelo primeiro revés dos donos da casa no recém-inaugurado São Januário.

Vasco X Santos em 1927

Cena da inauguração de São Januário (Reprodução Site do Vasco)

Aquele Alvinegro seria o time que assombraria os amantes do ludopédio ao ser a primeira equipe brasileira a anotar cem gols em uma competição. E todos os integrantes da chamada linha dos cem gols santista atuaram naquele dia. Omar, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista estiveram em campo e o destaque da peleja foi Evangelista, que marcou três vezes, com Omar e Araken completando o placar. Negrito, Galeto e Pascoal fizeram pelo Vasco, na derrota dos anfitriões por 5 a 3.

O triunfo garantiu ao Peixe o troféu A Vitória, alusivo à inauguração da casa vascaína, àquela época, o maior estádio de futebol da América do Sul, comportando 40 mil pessoas em sua première.

 

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Sorteio das quartas de final da Copa do Brasil: Santos enfrenta o Figueirense

Após eliminar Corinthians, torcida segue confiante no time na Copa do Brasil (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Após eliminar Corinthians, torcida segue confiante no time na Copa do Brasil (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

A Confederação Brasileira de futebol (CBF) realizou no início da tarde de hoje o sorteio que definiu os confrontos das quartas de final da Copa do Brasil 2015. O Santos vai enfrentar o Figueirense e, caso avance, vai enfrentar o vencedor do duelo entre São Paulo e Vasco.

Até agora, o Alvinegro já eliminou na competição, pela ordem, o Londrina, o Maringá, o Sport e o Corinthians. O artilheiro do time é Gabriel, com quatro gols, seguido por Ricardo Oliveira, Elano e Marquinhos Gabriel, com dois cada um. Anotaram ainda uma vez pelo Peixe Robinho, Geuvânio e Lucas Lima.

O cruzamento das semifinais da Copa do Brasil 2015 vai se dar entre os classificados da chave 1 contra o da chave 2 e o da chave 3 contra o da chave 4.

 

Confira abaixo como ficou a tabela da Copa do Brasil:

Chave 1 – São Paulo X Vasco

Chave 2 – Figueirense X Santos

Chave 3 – Palmeiras X Internacional

Chave 4 – Grêmio X Fluminense

 

Semifinais da Copa do Brasil 2015

Classificado da chave 1 X Classificado da chave 2

Classificado da chave 3 X Classificado da chave 4

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Relembre cinco grandes jogos do Santos contra o Vasco

O Santos enfrenta hoje à noite, às 21h, o Vasco da Gama na Vila Belmiro querendo consolidar sua jornada de recuperação no campeonato brasileiro de 2015. Por outro lado, o adversário vem desesperado por uma sequência negativa que o faz permanecer no Z4 justamente no ano em que o clube volta à primeira divisão nacional.

Mas não se engane, o Gigante da Colina tem tradição e já protagonizou grandes duelos com o Peixe. No histórico de confrontos entre Santos e Vasco, a vantagem é carioca, de acordo com o Acervo Histórico do Santos FC. Em 113 partidas, são 38 vitórias peixeiras contra 41 vascaínas, com 34 empates. No entanto, foi o alvinegro Praiano quem marcou mais vezes, 182 gols contra 178. Pelo Brasileiro, é o clube da Vila que leva vantagem, com 22 vitórias contra 21 do adversário e 18 empates.

Na história dos duelos entre os dois, são vários placares dilatados – afinal, a média de gols é superior a três por jogo – e o Peixe fez grandes partidas contra o rival, a começar pela primeira peleja disputada entre ambos. Confira este e outros quatro grandes encontros entre Santos e Vasco.

1927 – Vasco 3 X 5 Santos

Esta não só foi a primeira partida entre ambos como também foi a inauguração do estádio de São Januário, em um 21 de abril de 1927. A casa do Vasco foi erguida após uma campanha de arrecadação de fundos entre seus torcedores, possibilitando a construção daquele que era, àquela altura, o maior estádio do Brasil, permanecendo com o “título” até 1940,

E, diante de um público estimado em 40 mil pessoas, o visitante Santos não se fez de rogado e aplicou um 5 a 3 nos vascaínos, colocando um pouco de água no chope carioca. Foram três gols de Evangelista, um de Omar e outro de Feitiço pelo Peixe, trio que fez parte da história primeira linha dos cem gols do futebol brasileiro, que contava ainda com as presenças de Siriri e Camarão.

1965 – Santos 5 X 1 Vasco

O Peixe conquistou seu quinto título brasileiro seguido ao superar o Vasco em duas partidas da final da competição em 1965. A primeira, disputada no Pacaembu, praticamente assegurou o triunfo por antecipação para a equipe da Vila Belmiro.

Coutinho abriu o placar logo aos 7 minutos, mas foi no segundo tempo que o Alvinegro deslanchou, marcando três gols em oito minutos: Dorval anotou duas vezes, aos 18 e aos 20, e Toninho Guerreiro fez o seu aos 26, repetindo a dose aos 38. Na partida da volta, no Maracanã, Pelé fez o tento solitário de uma nova vitória do esquadrão do técnico Lula, aos 11 do segundo tempo.

Na gravação abaixo, precária, é possível ver os gols da peleja. Destaque para a habilidade de Toninho Guerreiro, que substituiu Coutinho no decorrer do jogo. Ele faz grande jogada no segundo tento peixeiro e dá um drible desconcertante no quarto gol do clube.

1992 – Vasco 3 X 3 Santos

Àquela altura o Peixe estava há oito anos sem conquistar um título importante, jejum que chegava a 24 anos em títulos brasileiros. A fase final daquela campeonato brasileiro de 1992 reunia dois grupos com quatro equipes cada um, sendo o do Alvinegro o mais inglório, já que contava com três das equipes consideradas favoritas ao título: o então campeão São Paulo, de Raí e Muller; o Flamengo do “vovô” Júnior, Zinho e Gaúcho, e o Vasco de Bebeto, Bismarck e Edmundo.

A primeira partida do Alvinegro naquela fase foi justamente contra o Vasco da Gama, no Maracanã. E foi um jogaço! O time do técnico Geninho abriu o placar com Paulinho McLaren aos 10, mas sofreu a virada ainda no primeiro tempo, com dois de Bebeto, aos 27 e aos 38. O empate viria aos 20 da etapa final, mais uma vez com o Nove santista, e de novo o atacante vascaíno e da seleção brasileira colocou os donos da casa em vantagem, aos 25.

O guerreiro time da Vila Belmiro chegou ao empate em uma belíssima jogada que uniu um de seus melhores atacantes naquele início de década, Almir, com o centroavante Guga, que havia entrado no lugar do zagueiro Luiz Carlos em uma tentativa de Geninho de buscar o empate. Ele deu um passe de peito para Paulinho McLaren fazer seu hat-rick com um sem pulo indefensável para o goleiro vascaíno Régis. Bebeto terminaria o Brasileiro como artilheiro, com 18 gols, e Paulinho seria o vice ao lado de Chicão, do Botafogo, com 12.

Outra curiosidade sobre a partida. O árbitro foi Márcio Rezende de Freitas, aquele…

2008 – Santos 5 X 2 Vasco

O ano de 2008 não foi muito auspicioso para o Peixe. Com um time de qualidade mais que duvidosa, seu desempenho no campeonato brasileiro quase o levou para a Série B, com o time não alcançando nem mesmo uma vaga na Copa Sul-Americana. Em boa parte da competição, o Peixe foi comandado pelo técnico Cuca, que, após sua estreia, uma derrota para o Vitória na 5ª rodada, viu o time entrar na zona de rebaixamento e permanecer nela durante toda sua passagem pela Vila.

A campanha do treinador à frente do Santos foi quase trágica: 14 jogos, três vitórias, quatro empates e sete derrotas. E um dos três triunfos alcançados pelo técnico foi contra o Vasco, em duelo disputado na casa santista. A escalação para aquele duelo dava a dimensão da precariedade do elenco: Douglas, Apodi, Domingos, Fabiano Eller e Michael (Thiago Carleto); Dionísio, Adriano (Hudson), Kleber (Wesley) e Molina; Maikon Leite e Kléber Pereira.

O rápido Maikon Leite teve grande atuação, mas foram o meia colombiano Molina, duas vezes, e o atacante Kléber Pereira, três, que balançaram as redes vascaínas. Pereira terminou como artilheiro da competição daquele ano, 21 gols, ao lado de Washington e Keirrison.

2010 – Santos 4 X 0 Vasco

O técnico do Peixe era o mesmo de hoje, Dorival Júnior, e a equipe, campeã paulista daquele ano, disputava a Copa do Brasil junto com o Campeonato Brasileiro. O duelo contra o Vasco foi o último antes da parada da competição para a disputa da Copa do Mundo da África do Sul e o Peixe não tomou conhecimento do rival na Vila.

A goleada de 4 a 0 foi construída de forma tranquila, com o atacante André marcando duas vezes, o ex-vascaíno Madson vazando as redes do ex-time e o lateral-direito Maranhão fazendo um belo gol. O primeiro gol saiu de uma falha de Fernando Prass, que acabou tendo que fazer pênalti em Léo. O Santos não teve Neymar, mas tinha Ganso, depois substituído por Breitner, e contou também com jogadores pouco lembrados pelo torcedor, como o volante Rodriguinho e a então promessa Zezinho, que entrou no lugar de Léo durante a partida.

Já o Vasco tinha nomes que mais adiante ficariam famosos como o zagueiro Dedé, o volante Rafael Carioca, hoje no Atlético-MG, e Philippe Coutinho. Com a vitória, o Peixe terminou a etapa pré-parada para a Copa na quarta colocação, com 12 pontos, cinco atrás do líder Corinthians.

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Santos não “amolece” e vence o Fluminense no Prudentão

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Thiago Ribeiro marcou e Santos foi a 51 pontos no Brasileirão (Ivan Storti/Santos FC)

Se a polêmica do fim de semana foi proporcionada pela leitura labial de Júlio Baptista, levantando a hipótese de o Cruzeiro ter “amolecido” para o Vasco, ainda ameaçado pelo rebaixamento, o Santos não deu mole para o Fluminense, também a perigo, no Prudentão, e bateu o Tricolor por 1 a 0.

“Ficou de bom tamanho”, admitia o goleiro Diego Cavalieri, melhor jogador dos visitantes no jogo. E ele tem razão. A equipe de Dorival Junior foi com o objetivo único de não perder, e sofreu pressão do Peixe durante boa parte do primeiro tempo. Mas o ataque santista esbarrou na própria afobação e no arqueiro adversário. O time carioca foi para o intervalo sem ter realizado uma única finalização que fosse à meta de Aranha.

Na etapa final, os cariocas voltaram com outra disposição, mas ainda assim o Santos continuou mandando na partida. Claudinei desta vez optou por soltar mais os laterais para o apoio ao ataque, em especial Cicinho pela direita, mas foi com o avanço de um de seus volantes que surgiu a jogada do gol. Arouca carregou a bola e tocou para Geuvânio, que devolveu de primeira. O Cinco peixeiro fez o lance de linha de fundo e tocou para Thiago Ribeiro marcar.

No mesmo estádio em que se sagrou campeão brasileiro em 2012, rebaixando o Palmeiras, o Fluminense sentia a derrota que pode levá-lo mais à frente para a Série B. Até tentou atacar, mas, embora houvesse vontade, o time mostrou por que está nessa situação. Enquanto isso, o Santos ora perdia chances de ampliar, ora tocava a bola colocando o rival na roda. Mesmo sem pretensões na competição, fez valer a dignidade. Ao todo, foram 21 finalizações santistas contra somente 3 dos cariocas, segundo o Footstats, e 42 desarmes contra 25.

Um a zero foi o final da primeira peleja da “turnê de despedida” de Claudinei do comando do Santos. Que ao menos a equipe mantenha a postura altiva nas duas últimas rodadas, mas vendo esse e lembrando de outras pelejas, fica a sensação de que, com um pouco mais de ousadia (e alegria?) o Alvinegro Praiano poderia ter ido mais longe. Mas, agora, só em 2014…

Com a vitória, o Peixe empatou o histórico de confrontos com o Fluminense: 34 vitórias para cada um.

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Pré-jogo – Santos pode empatar histórico de confrontos contra o Fluminense

Quando entrar em campo neste domingo, no Prudentão, o Santos terá a oportunidade de empatar um histórico acirrado de confrontos contra o Fluminense. Nas 86 partidas disputadas entre os dois até agora, são 34 triunfos tricolores e 33 santistas, além de 19 empates. Na era dos pontos corridos, o Peixe tem uma vitória a mais que o rival. No total, 45 pelejas aconteceram no estado do Rio de Janeiro e 41 em São Paulo.

O primeiro duelo entre os dois aconteceu em 1918, vitória de 6 a 1 do Fluminense na Vila Belmiro, resultado que é até hoje a maior goleada dos cariocas contra o Alvinegro. Arnaldo Silveira marcou para o Santos e Welfare (3), French (2) e Zezé fizeram para os visitantes. Outro resultado importante da era pré-profissional aconteceu no primeiro encontro oficial entre os dois, no Rio-São Paulo de 1933, vitória peixeira em casa, 4 a 3, dois gols de Victor Gonçalves e dois de Raul. Álvaro, Vicentinho e Said marcaram para os cariocas.

Placa em homenagem ao gol de Pelé contra o Fluminense, em 1961

Placa em homenagem ao gol de Pelé contra o Fluminense, em 1961

Já pelo Rio-São Paulo de 1961, em 5 de março daquele ano, o Santos bateu o Fluminense no Maracanã por 3 a 1, ocasião em que Pelé fez o famoso “gol de placa”, surgindo assim a expressão usada para classificar um gol bonito. O feito do camisa Dez ocorreu aos 40 minutos do primeiro tempo, quando Dalmo passou a bola para Pelé, no campo de defesa do Santos. Ele arrancou em velocidade e, já na área do adversário, driblou Pinheiro, livrou-se de Jair Marinho e finalizou sem dar chance ao goleiro Castilho. O jornalista Joelmir Beting foi quem teve a ideia de eternizar o tento com uma placa de bronze, feita pelo jornal O Esporte.

Mais recentemente, uma das partidas mais fantásticas da história do Santos e a maior atuação individual de um jogador que eu já vi. Giovanni conduziu o Peixe a um triunfo espetacular, o 5 a 2 que classificou a equipe para a final do campeonato brasileiro de 1995. Veja o post sobre a partida aqui e o vídeo com os gols abaixo.

Em 2003, o então campeão brasileiro pegou o Fluminense em Édson Passos e sapecou um 4 a 1 no adversário, gols de Elano, Nenê, Ricardo Oliveira e Jerri (Romário descontou para o Fluminense) Antes do apito inicial, um fato, digamos, curioso. O zagueiro santista Pereira, hoje no Coritiba, passou mal e vomitou no gramado, adiando o início do jogo por seis minutos. Mesmo assim, jogou normalmente.

O Peixe comandado por Emerson Leão entrou em campo na ocasião com Júlio Sérgio no gol, Wellington (Preto), Pereira, André Luís e Léo; Daniel Paulista, Renato, Alexandre (Jerri) e Elano; Nenê (Rubens Cardoso) e Ricardo Oliveira. A equipe jogava desfalcada de Alex, Paulo Almeida, Diego e Robinho que serviam à seleção brasileira pré-olímpica na disputa da Copa Ouro, no México.

Destaque para o belo gol de Jerri, meia surgido nas categorias de base do Peixe e tido como muitos como sucessor de Diego à época, apesar de ser dois anos mais velho. Mas não vingou. “O jogador precisa ter um objetivo também no profissional. Ele precisa da vontade de querer ser alguém no profissional, e não na base. O Jerri teve muita expressão na base e se acomodou, perdendo o foco ao subir”, disse Adílson Durante Filho nessa matéria, sobre o atleta. O meia foi emprestado ao Goiás em 2004, retornou à Vila em 2005 e foi negociado com o Al Nassr, onde permaneceu até ser negociado com o Al Shaab, em 2011. Hoje atua no Chiangrai United, da Tailândia. Confira os melhores momentos daquela peleja.

A maior goleada santista contra o rival aconteceria um ano depois, no Brasileiro de 2004. O Peixe disputava cabeça a cabeça a liderança contra o Atlético-PR do artilheiro Washington, e jogou em São José do Rio Preto diante de 21.673 pessoas, já que a Vila Belmiro havia sido interditada por conta do arremesso de um copo plástico de água em Hélio dos Anjos, técnico do Vitória.

A grande estrela da partida foi de Robinho, autor de dois gols. Deivid fez os outros dois e Laerte anotou contra. Esta, aliás, foi a última partida do Rei das Pedaladas antes do sequestro de sua mãe, que o fez ficar de fora do time mais de um mês. Na partida seguinte, o abalado Santos só empatou com o Criciúma e passou a vice-liderança, superado ali pelo furacão. Robinho voltou na última partida, contra o Vasco, que selou o Peixe como campeão brasileiro de 2004.

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Pelé fazia o milésimo gol há 44 anos

Há 44 anos, Dona Celeste, mineira de Três Corações, fazia 46 anos. Naquele 19 de novembro, porém, não comemorou a data pessoalmente com o filho, que estava longe, no Rio de Janeiro. Dico já não era mais garoto, tinha completado 29. Aliás, nem Dico era mais. O filho de Dondinho pela primeira vez na carreira se sentia realmente nervoso. Estava prestes a fazer história de novo. Ele, autor de façanhas inúmeras, partia em direção à bola para ser novamente único. O primeiro a marcar mil gols.

Mas, antes de chegar até ali, a expectativa foi grande. Em outubro, Pelé tinha 989 gols. Até a partida contra a Portuguesa, válida pelo Campeonato Brasileiro, então Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Na peleja disputada no Pacaembu, o Peixe venceu por 6 a 2, com quatro gols dele. A partir daquele dia 15, a contagem regressiva começou.

Selo comemorativo do milésimo gol de Pelé

Selo comemorativo do milésimo gol de Pelé

No jogo seguinte, contra o Coritiba, na capital do Paraná, o Santos superou o time da casa por 3 a 1, dois do Rei. Faltavam cinco. Nenhum tento viria no empate em zero a zero contra o Fluminense, no Maracanã, que contou com a presença pouco afável do ditador Médici. Ele não marcaria também contra o América-RJ, no Parque Antárctica, igualdade em 1 a 1, gol de Edu.

Pelé voltaria a fazer o seu em um 4 a 1 contra o Flamengo, no Maracanã, mas passaria em branco na derrota pelo mesmo placar contra o Corinthians, no Pacaembu. No empate em 1 a 1 contra o São Paulo, no Morumbi, foi Rildo quem fez o tento peixeiro. E viria uma sequência de três partidas no Nordeste, contra Santa Cruz, Botafogo-PB e Bahia. As chances de o milésimo vir ali eram grandes e cada cidade e clube pensou, e ao fim preparou, sua festa à sua maneira.

O Santinha não foi páreo para o Peixe na Ilha do Retiro e perdeu por 4 a 0, dois gols de Pelé. Em João Pessoa, o Santos foi recebido com festa no aeroporto e o Rei recebeu o título de cidadão da capital paraibana. Quem conta o que aconteceu é o próprio Atleta do Século, no obrigatório Pelé: minha vida em imagens (Cosac Naify):

“Mal o jogo começou, o Santos fez dois a zero, com bastante facilidade. A partida estava realmente fácil, e quando eu já me perguntava se aquilo não era de propósito, o juiz marcou um pênalti a nosso favor. A multidão explodiu em euforia e começou a gritar ‘Pelé! Pelé!’. Mas eu não era o batedor de pênaltis do time. (…) A pressão era enorme para que eu batesse. Meus companheiros de equipe disseram que, se eu não o fizesse, o público não nos deixaria sair daquele estádio!” Ele bateu e fez o 999º gol.

Tudo indicava que seria ali o local do milésimo. Mas o improvável aconteceu. O goleiro Jair Estevão caiu no gramado, contorcendo-se de dor, e foi retirado de campo. Como não havia jogador no banco para substituição, o “arqueiro reserva” do time – e também da seleção – era Pelé, que foi para debaixo das traves. Como muitos disseram à época, aquela contusão parecia bastante apropriada para que o histórico tento não saísse na pequena Paraíba. “Só que assim que o Pelé fez o gol de número 999, eu fui obrigado a me ‘contundir’ e o Pelé foi para o gol no meu lugar porque, premeditamente, eu entrei em campo sem goleiro reserva. O esquema foi bolado pelo Júlio Mazzei, porque ninguém do Santos queria que o milésimo gol de Pelé saísse na Paraíba e sim no Maracanã”, conta Jair, no Blog do Milton Neves.

Mas ainda haveria mais um jogo antes do Santos ir ao Rio de Janeiro, contra o Bahia, em Salvador. E ninguém havia “combinado” nada com Pelé, que queria se livrar da pressão o quanto antes. O Rei teve duas chances. Em uma oportunidade, a bola bateu na trave. “Na segunda, recebi a bola perto da marca do pênalti, dei uma volta, passei por um jogador e avancei para o lado direito do gol. Chutei e o goleiro não conseguiu pegar, mas, vindo não sei de onde, apareceu um zagueiro e tirou a bola na linha do gol. Em vez dos torcedores de seu time comemorarem, o estádio inteiro vaiou. Era algo surreal”, conta o Dez em Pelé: minha vida em imagens. O jogador Nildo “Birro Doido”, falecido em 2008, ficou conhecido como o homem que evitou o milésimo gol do Rei.

Pelé comemora o milésimo gol no Maracanã

Pelé: 1281 gols na carreira (Ed. Sextante)

Após o empate em 1 a 1 com os soteropolitanos (gol alvinegro de Jair Bala), chegava a noite da quarta-feira, no Maracanã, contra o Vasco. O zagueiro vascaíno Renê cometeu um pênalti em Pelé e, aos 33 do segundo tempo, ele cobrou. Com paradinha, como aprendera vendo Didi cobrar em treinos da seleção brasileira. Mesmo saltando no canto certo, o argentino Andrada não segurou e veio o milésimo.

O jogo parou por 20 minutos, e alguns torcedores entregaram a Pelé uma camisa do Vasco com o número 1000. O tento foi dedicado às “criancinhas”, por conta de um fato ocorrido dias antes. “Eu tinha saído do treino um pouco mais cedo e vi alguns garotos tentando roubar um carro que estava perto do meu. Eram muito pequenos, do tipo para quem se costuma dar um dinheirinho para tomar conta do carro. Chamei a atenção deles para o que faziam, e eles replicaram que eu não precisava me preocupar pois só roubariam carros com placa de São Paulo. Mandei-os sair dali, dizendo que eles não roubariam carro de nenhum lugar. Lembro-me de ter comentado sobre isso, mais tarde, com um companheiro de time, sobre a dificuldade de se crescer e educar no Brasil. Já então me preocupava com a questão da educação das crianças e essa foi a primeira coisa que surgiu em minha cabeça quando marquei o gol”, diz, em Minha vida em imagens.

Pelé continuaria marcando gols, chegando a 1.281 em sua carreira. No entanto, matéria do jornal Folha de S.Paulo publicada em 1995 aponta que o milésimo teria sido marcado, de fato, na partida contra o Botafogo-PB. Isso porque a lista de seus tentos omitiria um feito pela seleção do exército, em 1959, contra o Paraguai, partida válida pelo Sul-americano.

Sobre a contagem de seus gols feitos pelo time das Forças Armadas, vale destacar que, diferentemente de atletas que contam tentos marcados quando amadores, os anotados na lista de Pelé foram feitos quando ele já era profissional, e era praxe que as seleções das Forças Armadas à época contassem com jogadores profissionais com idade para servir. O time pelo qual jogou o Rei, por exemplo, contava com outros que já atuavam no futebol profissional como Nélson Coruja, Lorico e Parada. E são contabilizados 15 gols dele na seleção do exército, o que o deixa com uma margem mais que folgada para a contagem de mais de mil gols, ao contrário das contas de outros que não chegariam a essa marca sem artifícios como incluir jogos-treino como amistosos ou contabilizar gol de partida anulada…

A despeito da questão numérica, fica a lembrança dos versos de Drummond em “Pelé: 1.000”: “O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É difícil fazer um gol como Pelé.”

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Santos deixa vitória escapar. Mas Vasco mereceu

“Sem a torcida poderia ter sido até goleada para o adversário, sem fazer média.” Era assim que Juninho Pernambucano, após a partida, resumia o jogo entre Vasco e Santos, no Maracanã. Nessa entrevista à Sportv ele também deu uma notícia temerária aos vascaínos: não deve jogar até o final do ano, após sair no primeiro tempo contundido do gramado.

Diante do maior público do ano em um jogo entre times do Brasil, 50.421 pagantes e 57.576 presentes, o Vasco foi em alguns momentos o desespero em forma de time. Mas também foi coração na ponta da chuteira, pra usar o clichê que os cruzmaltinos encarnaram na noite do domingo. Porque só isso, e a força de uma torcida que apoiou de forma incrível seus atletas, justifica a reação de sair de um 2 a 0 para um 2 a 2 que por pouco não se tornou vitória ao fim da peleja. eram 12 contra 11.

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Bruno Peres marcou o primeiro

Bom, na verdade, não foi só isso. O Santos, na segunda etapa, quando o placar marcava 2 a 1, ajudou o Vasco. Desperdiçou contra-ataques porque, incrivelmente, não tinha jogadas organizadas para essa situação de jogo e alguns atletas, que tiveram chances de ouro, não foram solidários na hora H. Gustavo Henrique, zagueiro que fez o segundo gol, foi infeliz no primeiro gol, mais pelo azar do que pela técnica, mas foi imprevidente ao avançar na marcação de um adversário já marcado no segundo tento vascaíno, deixando André (meu Deus, André!) livre para marcar o gol de empate.

E foi uma igualdade merecida. Porque os donos da casa, mesmo evidentemente inferiores tecnicamente, “igualaram na pegada”, como diria Dunga, e tiveram mais ímpeto para atacar, até por sua condição de desespero. Claudinei, mais uma vez, não soube aproveitar todo o campo aberto que os vascaínos deixaram quando estavam em desvantagem, tirando William José e colocando um volante, Alan Santos. O time perdeu em velocidade e não ganhou grandes coisas em marcação. Victor Andrade e Gabriel estavam no banco. O treinador terminou a partida tendo feito só uma alteração, com um atacante de ofício apenas em campo. E ele tinha que marcar o lateral na sala, na copa, na cozinha e no toalete. Significa.

Após o fim da contenda, a torcida vascaína ainda foi presenteada com o gol de pênalti de Pato em Araraquara, que jogou o Fluminense na zona do rebaixamento. Os tricolores estão em 18º lugar, com a mesma pontuação do Criciúma, mas com uma vitória a menos. E estão apenas dois pontos acima da Ponte Preta, penúltima. Ave, Luxemburgo!

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