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Santos e Palmeiras: os preparativos para o “clássico da saudade” que decide o Paulistão

Às vésperas da segunda partida da final que decide o Campeonato Paulista de 2024, Santos e Palmeiras ainda não têm as escalações confirmadas e há dúvidas sobre as equipes que irão a campo no Allianz Park neste domingo (7), às 18h.

Do lado alvinegro, o técnico Fábio Carille não sabe se começa a partida com o atacante argentino Julio Furch. Após participar do primeiro jogo, ele foi diagnosticado com uma inflamação no tendão e no músculo adutor esquerdo. Com tratamento intensivo durante a semana, ele pode estar disponível, mas é provável que inicie a final no banco. O titular deve ser o colombiano Alfredo Morelos.

JP Chermont foi bem como titular na primeira partida da decisão, mas deve ceder o lugar para Aderlan, recuperado de lesão. Felipe Jonatan e Hayner, que retorna de suspensão, disputam a lateral esquerda.

Assim, o Santos deve começar com João Paulo; Aderlan, Joaquim, Gil e Felipe Jonatan (Hayner); João Schmidt, Diego Pituca e Giuliano; Otero, Morelos (Furch) e Guilherme.

Já o técnico Abel Ferreira pode tirar Marcos Rocha da linha de três zagueiros e promover a volta de Gustavo Gómez. Rocha também pode ceder o lugar ao colombiano Richard Ríos, em uma mudança de esquema tático. Uma terceira opção é a entrada de um atacante no lugar de Marcos Rocha, utilizando três atacantes.

A equipe titular do Palmeiras deve ser Weverton; Marcos Rocha, Luan e Murilo; Mayke, Aníbal Moreno, Zé Rafael, Raphael Veiga e Piquerez; Endrick e López.

Santos entra com patrocínios pontuais na final

O Santos fechou acordo com três empresas para a segunda partida da final do Campeonato Paulista. O uniforme vai trazer as marcas Plano Santa Saúde, na barra frontal da camisa; WestLake Pneus, na parte traseira do calção, e Terracom, na área frontal do calção.

Além destas marcas, o Santos conta até o atual momento com seis patrocinadores fixos: Blaze, Kikaldo, Canção Alimentos, Tek Bond, Binance e Placo.

De acordo com o Trivela, o valor que o clube vai receber até o final do ano com os patrocinadores fixos pode variar de acordo com o câmbio, mas estima-se, em valores atuais, que possam chegar a aproximadamente R$ 75,6 milhões até o fim de 2024.

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Santos enfrenta Palmeiras na final do Paulistão. Primeira partida é na Vila Belmiro

O Palmeiras bateu o Novorizontino por 1 a 0 na noite desta quinta-feira (28) e vai ser o adversário do Santos na final do Campeonato Paulista de 2024. Com a melhor campanha, o time da capital paulista faz o segundo jogo em casa e a primeira partida do duelo será na Vila Belmiro, no domingo (31).

A ideia original da diretoria alvinegra era usar seu mando de campo em algum estádio paulistano. Mas não houve acordo nem com o Corinthians e nem com o São Paulo, o que fez com que o clube anunciasse, mesmo antes da decisão da outra semifinal, que jogaria em Santos.

“Independentemente do adversário na fase final do Campeonato Paulista de 2024, o Santos mandará seu jogo na Vila Belmiro por não ter nenhuma opção de estádios na Capital”, dizia um trecho da nota oficial divulgada nesta quinta-feira.

Clássico da saudade – Santos X Palmeiras

O chamado “clássico da saudade”, uma referência ao confronto que era um dos maiores do país na Era de Ouro do futebol do Brasil, a década de 1960, decidiu dez edições do Campeonato Paulista, mas apenas uma em final. Todas as outras nove foram disputas em competições de pontos corridos.

A única final aconteceu em 2015, penúltimo título estadual santista. Na ocasião, o Peixe perdeu a partida de ida por 1 a 0, gol de Leandro Pereira. Na volta, na Vila Belmiro, vitória alvinegra por 2 a 1, com gols de David Braz e Ricardo Oliveira, e Lucas marcando para os visitantes.

O título foi decidido nos pênaltis, com o Alvinegro vencendo por 4 a 2 após Rafael Marques e Jackson perderam as penalidades. Relembra como foi a disputa entre Santos e Palmeiras naquele ano.

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Santos nunca perdeu para o Água Santa, que já eliminou o São Paulo, goleou o Palmeiras e derrotou o Corinthians

Na curta trajetória do Água Santa na Primeira Divisão do Campeonato Paulista (foram quatro temporadas completas até agora: 2016, 2020, 2022 e 2023), a equipe de Diadema, adversária do Santos nesta noite de quarta-feira (31), conseguiu alguns feitos. Além do vice-campeonato no ano passado, derrotou ou eliminou todos os integrantes do chamado Trio de Ferro, mas não conseguiu vencer o Santos. Foram três partidas, duas com vitória do Alvinegro e um empate.

O primeiro triunfo foi uma surpresa, no Campeonato Paulista de 2016. No Prudentão e na zona do rebaixamento, o Netuno contava com a estreia do técnico Marcio Bittencourt para tentar reverter sua má situação contra o Palmeiras. No fim, uma vitória por 4 a 1 do Água Santa, que acabou rebaixado naquele ano.

Já na primeira partida da final do Paulistão de 2023, nova vitória, desta vez por 2 a 1. Nas outras quatro oportunidades em que os clubes se enfrentaram, quatro triunfos palmeirenses, incluindo o segundo jogo da final que consagrou o Alviverde como campeão.

Contra o São Paulo, foram quatro partidas disputadas, com três vitórias do Tricolor e um empate. Contudo, o histórico conta com a eliminação sofrida pelo clube do Morumbi nas quartas de final do Campeonato Paulista de 2023. Atuando como visitante no Allianz Park, o Água Santa venceu nas penalidades por 6 a 5, após igualdade em 0 a 0 nos 90 minutos.

O clube de Diadema disputou duas partidas contra o Corinthians, com uma vitória para cada lado. Foi em 2020 que o Água Santa derrotou a equipe da capital, 2 a 1 em casa.

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Palmeiras 1 X 1 Santos – empate no Allianz Parque traz Peixe de volta ao G4

Em partida válida pela 14ª rodada do Brasileirão de 2016, o Santos foi ao Allianz Parque e quebrou o aproveitamento de 100% do Palmeiras em casa, empatando em 1 a 1. Resultado leva o Alvinegro de volta à zona da Libertadores

O Santos conseguiu na noite desta terça-feira (12) um empate contra o Palmeiras no Allianz Parque, após ir para o segundo tempo perdendo por 1 a 0. O resultado trouxe a equipe de volta para o G4, a seis pontos do adversário.

Alguns comentaristas atribuíram o gol tomado pelo Santos, logo aos 6 minutos, ao fato de Cuca armar “blitzes” contra os rivais que atuam no Allianz Parque. Isso facilita, mas o tento não foi fruto de uma avalanche de ataque, e sim de um erro comum para o time na temporada. A bola aérea é um veneno para o Alvinegro, infelizmente, também um ponto alto do Alviverde. Assim, de um escanteio do lado esquerdo da defesa surgiu o gol de Mina, que subiu sem ser incomodado.

Com a forte marcação palmeirense nos lados do campo, não bastava apenas a troca do ala com o atacante que caísse por ali, exigindo uma aproximação maior dos meias. Contudo, Renato esteve muito recuado, Thiago Maia, perdido, e Lucas Lima com muito pouca movimentação, os visitantes demoraram a se encontrar na partida. Mesmo assim, no decorrer do primeiro tempo o Peixe foi equilibrando o jogo. Mas sempre errando no último passe, muito em função da postura do Palmeiras, que se fechou com as famosas duas linhas de quatro próximos à entrada da área. Isso fez com que, mesmo tendo quase 60% de posse de bola, o Peixe finalizasse somente uma vez, ou quase duas, se contarmos um cruzamento na área no qual faltou o toque de Lucas Lima no final da primeira etapa. Os donos da casa, apesar de terem finalizado, fora o lance do gol, quatro vezes, não exigiram uma defesa do goleiro Vanderlei.

Na volta para a segunda etapa, o Alvinegro voltou com mais movimentação, utilizando aquela troca constante de posições já apresentadas em outras pelejas. Lucas Lima fez uma dupla mais efetiva com Victor Ferraz e Gabriel transitou bastante pela meia. Foi o atacante que empatou a partida ao finalizar de fora da área e contar com um providencial desvio de Vítor Hugo, que tirou a bola do alcance de Fernando Prass.

Se já havia mantido uma maior posse de bola na primeira etapa, o Alvinegro ampliou ainda mais sua eficiência nesse quesito. De acordo com o Footstats, os visitantes terminaram o jogo com 62,3%, com 9 finalizações contra 11 dos donos da casa. E foi do Santos a maior chance do jogo, um contra-ataque rápido que Thiago Maia desperdiçou ao finalizar grotescamente, de dentro da área, para fora.

Muitos torcedores santistas nas redes sociais lamentaram o empate, já que o Peixe atuou melhor na etapa final e o Palmeiras parecia perdido em campo. Mas é bom lembrar que era um quadro parecido com o do duelo contra o Grêmio, e o resultado foi uma derrota em um embate direto. Justifica-se a cautela diante de uma equipe que é líder da competição e que obteve o recorde de público em seu estádio, no qual era 100% na competição, na noite desta terça. Na Vila, o Alvinegro pode vencer se mantiver o nível das últimas pelejas contra o Palmeiras.

gabigol do santos

Gabriel marcou, mas precisa se controlar (Santos FC)

O adversário valoriza o placar final

É bom ressaltar que, além dos desfalques que o Palmeiras teve logo de cara, sem Thiago Santos, Gabriel Jesus e Róger Guedes, o time sofreu ainda com duas substituições forçadas no primeiro tempo.

Mas, como diz a mídia esportiva, este seria o melhor elenco do Brasileiro, não? Entretanto, mostrou que não tem atacantes com características similares aos suspensos, o que já é uma deficiência, no mínimo, na montagem do elenco. Já o Santos não tem Ricardo Oliveira desde a final do campeonato paulista, teve a ausência de Gabriel e Lucas Lima durante diversos jogos. E, mesmo tendo em tese um elenco menos qualificado, conseguiu manter uma boa sequência. Ponto para Dorival Júnior.

Importante ressaltar que a equipe do Palmeiras, ao menos contra o Alvinegro, privilegiou bastante a marcação e conseguiu barrar boa parte das jogadas santistas pelo lado. Não à toa, Victor Ferraz errou o seu maior número de passes em toda a competição, 15, um a mais que no jogo contra o Atlético-PR, e Zeca, mesmo tendo igualado sua partida com menor quantidade de passes, 40 no total, errou seis.

Por conta também das circunstâncias do jogo, ficaram evidentes duas formas de atuar. O Santos manteve seu jogo de trocas de bola, alternando com contra-ataques rápidos que só deram as caras no segundo tempo. Foram 394 passes contra 206 do rival, que preferiu as bolas longas: 33 lançamentos contra 18 do Peixe.

Gabigol, não “Gabimarra”

Após um primeiro tempo apagado, em que se destacou mais pelo destempero, Gabriel, assim como todo o time, retornou melhor na etapa final. Fez o gol de empate, procurou compor o meio de campo e puxar contra-ataques, mas fez uma gracinha desnecessária ao tirar a bola do lugar em uma cobrança de falta do Palmeiras. Tomou uma bronca providencial do meia Renato. Precisa voltar ao planeta Terra.

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Palmeiras X Santos – as prováveis escalações e o que esperar do jogo

Alvinegro quer impor primeiro revés do Alviverde em sua casa no Brasileirão. Copete pode ser novidade entre os titulares

 

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Palmeiras X Santos – relembre cinco vitórias do Peixe fora de casa no “clássico da saudade”

Cinco vitórias memoráveis do Santos sobre o Palmeiras no “clássico da saudade”

 

Palmeiras e Santos fazem mistério em relação às escalações para a partida desta terça-feira (12), às 20h30, no Allianz Parque. O clube paulistano não contará com os suspensos Thiago Santos, Róger Guedes e Gabriel Jesus, havendo dúvidas ainda sobre a condição física de Tchê Tchê e Moisés. O técnico Cuca fez um treino secreto para esconder a provável escalação.

Dorival Júnior também realizou um treino secreto, no qual houve um episódio, no mínimo, pitoresco. Supostos espiões que filmavam o treino tático do time com canetas filmadoras. A principal mudança em termos de nomes pode ser a entrada do colombiano Jonathan Copete no lugar de Vitor Bueno.

Jonathan Copete no Santos

Jonathan Copete pode ser a novidade do Peixe (Ivan Storti/ Santos FC)

O Santos volta a ter entre os seus relacionados o zagueiro David Braz, que volta de contusão e recondicionamento físico, assim como o atacante Paulinho, que teve duas viroses.
Confira abaixo os relacionados do Peixe para o jogo e as possíveis escalações para hoje:

Veja a lista com os 23 relacionados para o clássico

Goleiros
Vanderlei e Vladimir

Laterais
Victor Ferraz, Zeca e Caju

Zagueiros
Luiz Felipe, Gustavo Henrique e David Braz

Meio-campistas
Renato, Elano, Thiago Maia, Yuri, Jean Mota, Vecchio, Valencia, Léo Cittadini, Vitor Bueno e Lucas Lima

Atacantes
Gabriel, Rodrigão, Joel, Copete e Paulinho

Palmeiras – Fernando Prass; Jean, Mina, Vitor Hugo e Zé Roberto; Matheus Sales, Arouca e Cleiton Xavier (Moisés); Erik, Dudu e Barrios. Técnico: Cuca

Santos – Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Zeca; Renato, Thiago Maia, Vitor Bueno (Copete) e Lucas Lima; Gabigol e Rodrigão. Técnico: Dorival Júnior.

Local: Allianz Parque, São Paulo (SP)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Auxiliares: Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP)

 

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Palmeiras X Santos – relembre cinco vitórias do Peixe fora de casa no “clássico da saudade”

Alvinegro já superou o adversário desta terça-feira fazendo grandes jogos na casa do rival. Relembre

Santos e Palmeiras vão disputar nesta terça-feira (12) o chamado “clássico da saudade”, apelido dado à peleja por conta dos grandes duelos entre ambos vividos anos anos 1960.

No histórico de confrontos entre Santos e Palmeiras, o clube paulistano leva vantagem: são 314 jogos, com 101 triunfos santistas, 82 empates e 132 vitórias palmeirenses. Mas, como sempre acontece quando se faz esse cálculo do Peixe com seus rivais do Trio de Ferro, é preciso ressaltar que a grande maioria das partidas foi disputada em São Paulo, fora do Urbano Caldeira. Nesse caso, por exemplo, somente 105 encontros, pouco mais de um terço, foram jogados na Vila.

Em seu estádio, o Santos tem vantagem (44 vitórias contra 42), assim como no Pacaembu (29 contra 25). Contudo, perde no Morumbi (12 a 18) e no Parque Antártica (12 a 35). Para inspirar a peleja que vai ser disputada no campo rival, vamos relembrar algumas grandes vitórias do Alvinegro em São Paulo.

1 – Palmeiras 0 X 7 Santos (1915)

Em 3 de outubro de 1915, o então Palestra Itália, criado um ano antes, queria disputar o campeonato paulista, mas a Associação Paulista de Esportes Atléticos impôs como condição o clube enfrentar uma equipe considerada de ponta para provar que possuía condições técnicas. O escolhido foi o Santos, que não disputava o estadual mas era reconhecido como um time forte.

A partida, disputada no Velódromo de São Paulo, foi um massacre. Um 7 a 0 com três gols de Ary Patusca, dois de Anacleto Ferramenta, um de Aranha e outro de Arnaldo Silveira. De acordo com o Almanaque Santos FC, 250 torcedores subiram a serra nos vagões da SPR Railway para vibrar pelo Alvinegro.

Depois da derrota, o Palmeiras quase fechou as portas, mas foi beneficiado pela expulsão do Scottish Wandereres do campeonato e conseguiu sua vaga mesmo assim.

2 – Palmeiras 2 X 3 Santos (Taça Cruz Azul/1927)

Além da vitória e do título do torneio, a partida de 3 de abril de 1927 é histórica para o Peixe por marcar a estreia de um de seus maiores ídolos.

Artilheiro do Paulista anterior e contratado junto ao São Bento, Feitiço jogava sua primeira partida pelo clube e marcou um dos gols do Alvinegro na peleja. Os outros foram anotados por Araken e Camarão que, com Omar e Evangelista, formariam a primeira linha dos cem gols do futebol nacional.

3 – Palmeiras 1 X 4 Santos (Campeonato Paulista/1967)

O Alvinegro seria o campeão paulista daquele ano, e quando foi visitar o Alviverde em 29 de outubro de 1967 não foi um visitante agradável.

O time comandado por Antoninho bateu a bela esquadra palmeirense em seus domínios, a equipe de Mário Travaglini que contava com Valdir de Moraes no gol, Djalma Santos, Dudu, Ademir da Guia, César Maluco. Mas o dia foi de Toninho Guerreiro, que marcou duas vezes, Silva e Pelé, que completaram o placar.

4 – Palmeiras 1 X 3 Santos (Torneio Rio-São Paulo/1997)

Naquele início de ano o Alvinegro havia contratado Vanderlei Luxemburgo, vindo justamente do Palmeiras, para tentar retomar sua trajetória de títulos. E a primeira competição do técnico e do clube em 1997 foi o Rio-São Paulo.

Após superar o Vasco, o Peixe pegava na semifinal o Palmeiras, que ainda contava com o suporte da Parmalat e tinha em sua equipe vários jogadores de alto nível como Veloso, Cafu, Júnior, Djalminha e Luizão. Mas o Peixe superou o adversário com gols de Baiano, Marcos Assunção e Robert. Jogaram ainda pelo Santos naquele dia Zetti, Sandro, Rogério Seves (que entrou no lugar de Baiano), Ronaldão, Dutra, Vágner, Piá (Eduardo Marques), Robert, Macedo (João Fumaça) e Alessandro Cambalhota. O time atuou com calções estrelados.

5 – Palmeiras 1 X 2 Santos (Campeonato Paulista/2009)

Depois de um ano ruim em 2008, reflexo da crise financeira que se abatia sobre o clube no final da última gestão de Marcelo Teixeira, o Peixe ressucitou no início de 2009 ao fazer um bom campeonato paulista sob o comando de Vágner Mancini. Ele lançou Neymar na competição e o time chegou à final, sendo derrotado pelo Corinthians que tinha um elenco bem mais robusto.

Mas nas semifinais o Alvinegro cruzou com o Palmeiras. Os peixeiros já haviam vencido a primeira partida na Vila, por 2 a 1, e repetiram a dose no Parque Antártica, em um jogo pra lá de tumultuado. O Santos dominou as ações e o rival, e só tomou um gol em um frango incrível de Fábio Costa. Madson (1 gol), Neymar, Kleber Pereira (1 gol) e PH Ganso envolveram a defesa alviverde e Mauricio Ramos, Diego Souza e Domingos foram expulsos.

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Santos supera São Paulo, entra no G4 e está a uma vitória do líder

Alvinegro conquistou um triunfo categórico sobre o rival em sua 500ª partida no Pacaembu

Uma vitória histórica. O clássico entre Santos e São Paulo disputado na tarde deste domingo (26), no Pacaembu, foi a 500ª peleja disputada pelo Peixe no estádio. O retrospecto é amplamente favorável: 219 vitórias, 130 empates e 151 derrotas.

Recentemente, o estádio também tem sido uma bela casa para o time. O triunfo de 3 a 0 sobre o São Paulo foi o 13º consecutivo no Pacaembu, mostrando que a equipe pode e precisa atuar mais junto ao torcedor paulistano, até por uma questão de ampliar seu público e trabalhar o marketing do clube.

Afora os dados históricos, o Alvinegro é quem foi o soberano da tarde. A tarefa de assegurar mais três pontos foi facilitada pela falha de Denis, que não segurou a finalização de Thiago Maia e soltou a bola para Vitor Bueno somente mandar para o gol. Isso a menos de um minuto da redonda rolando.

À frente no placar, a tarefa santista foi facilitada, desmontando também a pretensão do São Paulo de Bauza, que em geral busca a recuperação de bola no meio de campo para armar o contra-ataque. O Peixe quase não deu chances a esse tipo de lance e restou aos são-paulinos tentarem explorar um dos pontos falhos do time de Dorival Júnior: a bola aérea, especialmente em cobranças de escanteio.

Foi basicamente pelo alto, que o Tricolor levou perigo. Mas, quando conseguiu chegar, Vanderlei estava lá. Por baixo, mais uma vez o Peixe mostrou segurança e marcação no meio de campo dificultou a criação do rival. Não à toa o Santos terminou a 11ª rodada como a melhor defesa do Brasileirão 2016.

Mais uma vez impressionou a qualidade da troca de passes do Peixe. E a quantidade também. De acordo com o Footstats, foram 477 certos trocados, com 51 errados, contra 251 dos oponentes, e 29 imprecisos. No total, 59,5% de posse de bola alvinegra contra 40,6% tricolor.

O fato é que a equipe de Dorival hoje sabe controlar o tempo de bola. às vezes pode até irritar o torcedor porque, em algumas ocasiões, tem a possibilidade de ser aguda e opta pela troca de bola. Mas é algo que também irrita e desestabiliza o adversário, ainda mais quando o Santos está em vantagem no placar. A procura constante pela melhor forma de finalizar é uma forma de valorizar o jogo.

Rodrigão faz segundo gol do santos contra o São Paulo

Lugano falha; Rodrigão, não. Segundo gol do Santos contra o São Paulo no Pacaembu

Lucas Lima foi muito participativo, mas poderia justamente ter dado mais velocidade em alguns lances. Sua atuação foi coroada com um lindo gol de falta, mas quem viu o jogo no estádio sentiu que a condição física do meia não é a ideal. Já Rodrigão fez o seu segundo pela equipe em sua segunda peleja, ganhando disputa com Lugano, expulso no fim do jogo por reclamação, na área e mostrando oportunismo. Tem toda pinta de que vai ser muito útil no Brasileiro.

Com cinco vitórias nos últimos seis jogos, o Alvinegro está agora no G4, a uma vitória do Palmeiras, que lidera o campeonato. Ainda é prematuro dizer que o time vai brigar pelo título, já que se trata de uma competição longa e a janela de transferências sempre preocupa, mas o elenco está fortalecido e os titulares mostram um grande entrosamento. Todos parecem ter entendido o estilo que Dorival quer imprimir ao time e tem dado certo. Bons presságios.

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Oito comentários sobre a oitava final seguida do Santos no campeonato paulista

Vanderlei e Prass

1 – O futebol não contempla a justiça. Mas dessa vez, ela apareceu

Na cena em que o xerife pede por sua vida contra o pistoleiro William Munny em Os Imperdoáveis, ele diz não merecer morrer, no que o matador responde, de forma fria: “merecer não tem nada a ver com isso”.

Assim é a vida. Assim é o futebol.

O Santos não “merecia” ser eliminado pelo que jogou. Teve 59,6% da posse de bola. Dominou a maior parte do tempo. Apanhou muito mais do que bateu. Mas tomou o empate em dois lances de desatenção. Causados um pouco pelo salto alto, outro tanto pelo cansaço. Mas a justiça, pelo menos uma vez, se fez valer nos pênaltis.

2 – Você pode não gostar do Dorival. Só que não foi por causa dele o empate

Os dois tentos do Palmeiras em um minuto foram um misto daquilo que o futebol apresenta. O imprevisível, o Sobrenatural de Almeida, a desatenção, o salto alto, as falhas individuais, a pressão de adversário que está perdendo, a sorte rival, o azar. Futebol tem disso, você que assiste já devia saber. E procurar o culpado sempre naquele que a gente não gosta é normal, faz até com que nos sintamos bem. Só não é verdade.

3 – O Santos tem que jogar o tempo todo como jogou na maior parte do primeiro tempo

Seria lindo que o time fizesse isso. Mas fisicamente é impossível. Não dá, por conta da questão do condicionamento, pra marcar o tempo todo no campo adversário e, ao mesmo tempo manter a concentração — aquela que desaparece quando estamos cansados. Esse sistema é alternado durante a partida por qualquer um que o aplique, e é preciso que o time tenha inteligência pra saber quando modificar o ritmo.

Daí, valem também as jogadas ensaiadas e o elenco para repor as peças. Isso o Santos não tem, mas Dorival tem trabalhado para adaptar jogadores a determinadas funções. A integração com as equipes de base pode ser fundamental no futuro próximo.

4 – A base não é solução pra tudo. Mas é fundamental. E a nossa marca

Poucos repararam, mas o Santos chega à sua oitava final consecutiva no campeonato paulista com seu quarto presidente diferente.  Em 2009, era Marcelo Teixeira. De 2010 a 2013, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro; 2014, Odílio Rodrigues; 2015 e 2016, Modesto Roma Júnior.

Isso acontece porque o campeonato paulista se decide, na prática, em poucas partidas, as da reta final. É quando você precisa de uma casa que te dê a vantagem, e nisso a Vila Belmiro tem sido decisiva, e jogadores que decidam. Os jovens têm feito esse papel em diferentes contextos. Porque, independentemente da gestão, as divisões de base do clube são fortes, e tem uma marca que transcende. Qualquer pai que goste de fato do filho, quer vê-lo brilhar na Vila. Porque sabe que ali ele não vai ter apenas a melhor estrutura como também contará com o apoio da torcida, que adora as pratas da casa.

5 – Gabriel, menino de ouro

O atacante Gabriel, Gabigol, tem 19 anos. É pouco mais de sete meses mais velho que o seu homônimo do Palmeiras, o Jesus, que já foi comparado com Neymar. Leviandade à parte, não é possível comparar um com o outro.

O garoto santista brilhou hoje. E já foi decisivo em partidas como os duelos da Copa do Brasil contra o Corinthians e o São Paulo. Na primeira final contra o Palmeiras pela mesma competição, perdeu um pênalti, não desanimou e fez o tento da nossa vitória. Oscila, como qualquer jogador, jovem ou veternado, e toda vez que atua mal chovem explicações sobre o porquê.

Mas ele é Gabriel, não é Pelé. Ninguém nunca será. Mas ele é muito bom sendo quem é. E ainda vamos nos alegrar demais com o que ele nos dará.

6- Cuca e a arbitragem

Dizem que o peixe morre pela boca. Mas também falam que o porco morre berrando. Cuca, como usual, pouco analisou a derrota da sua equipe, mas preferiu falar — sem ser perguntado — a respeito da sua expulsão após comemorar o segundo gol do Palmeiras entrando no campo. O quarto árbitro avisou o principal, que determinou a exclusão do comandante do jogo.

Daí vem o “craque” Neto dizer que a exclusão do treinador influenciou para a derrota de seu time na decisão por pênaltis. Claro, se fosse ele, os jogadores estariam mais confiantes… Devo lembrar ao comentarista que, em 2002, quando o Santos enfrentava o Corinthians na final do Brasileiro de 2002, o seu técnico Emerson Leão foi expulso de campo. E a quipe, mesmo assim, virou contra os adversários e garantiu um título após 18 anos de jejum. Com um time que tinha vários moleques.

Mas, quanto à arbitragem, se alguém pode reclamar são os donos da casa. Uma bola na mão, na melhor das hipóteses, que poderia ser pênalti, e um chute no rosto de Gustavo Henrique, infração evidente dentro da área. Além de uma jogada de expulsão de Gabriel Jesus que nem falta foi assinalada. Menos, Cuca, por conta desse tipo de atitude que suas trajetórias foram encurtadas em diversos lugares, inclusive no Santos.

7 – Campeonato Paulista não vale nada. Ah, é?

Sempre vai ter um rival que vai dizer que Paulista não vale nada. Pode valer menos que Libertadores, Brasileiro ou Copa do Brasil, mas… nós ganhamos esses torneios nos últimos anos, não? E nossos rivais?

Tem um que não ganha desde 2005; outro, que venceu somente uma vez no século 21, ou uma nos últimos vinte anos. Se você quiser falar pra um dos torcedores adversários específicos, pode falar que, nessas oito finais consecutivas em que o Peixe chegou, metade delas foi contra times pequenos; outra metade foi contra equipes ditas grandes. O São Paulo não está em nenhum desses dois grupos…

8 – Sobre Vanderlei e o outro goleiro

Antes do duelo por pênaltis, já se dizia em uma emissora de rádio que o Palmeiras gostaria de levar a decisão para as penalidades porque Fernadno Prass era um “especialista”. Ele acreditou.

Mas poucos falam ou falavam de Vanderlei. O goleiro é discreto. Não faz malabarismos porque, em geral, está bem colocado. Se falha, não se enerva. É bom em todos os fundamentos, inclusive na reposição de bola, algo pouco notado. Mostrou ainda hoje que é bom também para decidir.

Se queriam uma narrativa na qual Prass fosse o herói, o modesto Vanderlei derrubou o soberbo Prass. Que julgou ser o herói quando pegou o pênalti de Lucas Lima, alvo preferencial dos palmeirense de dentro e de fora do gramado. Mas sucumbiu diante do arqueiro alvinegro, que já havia pego duas penalidades. A jornada de herói foi nossa.

 

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Em tarde de gols perdidos por Gabriel, Palmeiras e Santos ficam no 0 a 0

Palmeiras e Santos ficaram no 0 a 0 no clássico disputado no Allianz Park, em jogo do campeonato paulista. Mesmo estando longe do ideal, o Alvinegro esteve mais perto de vencer, principalmente no segundo tempo, e Gabriel hoje teve um dia infeliz, desperdiçando quatro grandes chances de gol.

Os dois times entraram com esquemas diferentes dos adotados nos últimos meses. Marcelo Oliveira abriu mão do seu 4-2-3-1, assim como fez na peleja contra o River Plate-URU no final de semana. Já Dorival Júnior, que não tem um substituto confiável para fazer as vezes de Marquinhos Gabriel ou Geuvânio, colocou o meia Serginho alterando o esquema alvinegro para um 4-4-2.

Com o jogo bastante concentrado pelo meio, o Peixe criou pouco na etapa inicial, principalmente na primeira meia hora de partida. Os ataques se davam principalmente pelo lado direito, onde atuou Gabriel, e tanto Lucas Lima quanto Serginho fizeram muito pouco. O garoto ao menos conseguiu sofrer algumas faltas, ainda que não tenham sido aproveitadas pelo Santos. O ponto é que os donos da casa também pouco ameaçaram o gol de Vanderlei e só nas falhas de posicionamento de ambas as zagas que o torcedor pode ter algum traço de emoção.

Ricarod Oliveira

Ricardo Oliveira mais brigou do que jogou contra o Palmeiras (Reprodução)

No segundo tempo, o Santos voltou mais agressivo, buscando as jogadas de velocidade que são a marca registrada da equipe. O Palmeiras também passou a dar mais espaço, indo mais à frente e não recompondo da mesma forma que fazia na etapa inicial. Antes dos 15, entraram em campo Gabriel Jesus, substituindo Matheus Salles, e Patito Rodríguez, em lugar de Serginho. Assim, o Santos voltava ao seu esquema tradicional.

Aos 24, Léo Cittadini entrou no lugar de Thiago Maia, com Renato passando a fazer a cabeça de área e, na sequência, Arouca foi a campo substituindo Thiago Santos. Dorival mexeu pela última vez aos 30. Ricardo Oliveira, instável emocionalmente durante quase todo o jogo, saiu para a entrada do camaronês Joel. O centroavante mostrou que, a despeito de toda experiência, sentiu a partida contra o Palmeiras, mostrando um excesso de vontade normal para garotos, mas estranho a atletas veteranos.

Logo após a entrada de Joel, o treinador palmeirense também fez sua última substituição, com Régis substituindo Robinho. E o camaronês conseguiu um belo lance pelo lado direito, servindo Gabriel, que perdeu sua terceira oportunidade de gol no jogo. Dos três que entraram em campo, aliás, ele foi o único que mostrou alguma efetividade. Merecia mais chances do que vem tendo. Ele também participou da trama ofensiva que resultou no quarto gol perdido por Gabigol, a dois minutos do apito final.

O Santos ainda está muito longe do que fez em 2015, tanto por conta da condição física quanto pelas perdas que não foram repostas de Geuvânio e Marquinhos Gabriel, além de David Braz lesionado. Mesmo assim, esteve muito mais perto de vencer do que os donos da casa. Um empate com gosto de derrota.

Confira os melhores momentos de Palmeiras e Santos:

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O que fica da derrota do Santos na decisão da Copa do Brasil?

Sou “menino da fila”. No período da minha infância e adolescência, anos 80 e 90, o Santos mal chegava em finais e nestas duas décadas houve só um título, o Paulista de 84, relevante. O resto foi sofrimento e tiração de sarro contínua de rivais, ainda mais morando na Baixada, onde para muitos o Peixe é o inimigo número 1.

Mas no século 21 as coisas mudaram e chegar em decisões voltou a ser rotina, como nunca deveria ter deixado de ser para um clube monumental como o Alvinegro Praiano. Alguns dos nosso principais adversários, aliás, passaram a ter uma rotina inversa, com finais se tornando um evento raro para eles. Vencemos várias vezes, e também perdemos algumas. A derrota na final da Copa do Brasil, por um lado, faz parte desse contexto, e não deve nos deixar tão tristes. Por outro, leva a necessárias reflexões.

Em geral, mídia e torcedores justificam as derrotas de três formas, basicamente: 1 – faltou raça, garra; 2 – colocam a culpa em um ou mais jogadores; 3 – quem perdeu o título foi o técnico. Fazendo sempre esse tipo de análise, às vezes não se chega ao fundamental, aquele tal do planejamento, que envolve muitos fatores e é algo muito mais complexo.

Sim, as situações de jogo também devem ser analisadas. Mas é preciso tomar cuidado porque, quando uma equipe joga mal, sempre vai aparecer alguém dizendo que faltou brio. Afinal, é justamente essa a impressão que dá, mesmo que não seja verdade. O Santos não jogou bem ontem, e o Palmeiras, vendo friamente, tampouco. Não dominou de fato os visitantes em quase nenhum momento, mesmo tendo aberto 2 a 0, abusaram dos chutões e da ligação direta, e na base da insistência – e nos erros de um time que sofreu a perda de três atletas no decorrer da partida – chegou à vantagem.

O que dói, obviamente, é saber que o Alvinegro tinha um time titular tecnicamente melhor, e mostrou isso na primeira partida. Venceu por um a zero, perdeu um pênalti, um gol feito (poxa, Nílson…) e inúmeras outras chances de matar o torneio já naquela ocasião. Quando não foi efetivo (e isso, infelizmente, acontece não só conosco, mas com qualquer time), jogou tudo para a peleja da Allianz Arena. E, nesse contexto, era crível acontecer o que aconteceu.

Culpa do Dorival?

Em quase nenhum momento ontem o Santos utilizou a estratégia que o levou até a final da Copa do Brasil: marcação-pressão no campo do adversário, com retomada rápida da bola no meio de campo. O meio e o ataque também tiveram menos mobilidade que nas partidas realizadas durante o período em que Dorival assumiu o Peixe, mas talvez a explicação seja simples: o time não aguentou o desgaste físico da temporada.

“Ah, mas o Palmeiras fez o mesmo número de jogos do Santos.” Não é bem verdade. Além de ter tido uma trajetória mais fácil no início da competição em que o Peixe não consegue eliminar partidas de volta, o Alviverde ficou sem chances reais de entrar no G4 muito antes do Alvinegro. Ou seja, o mau desempenho no Brasileiro acabou “poupando” naturalmente os seus jogadores. Outro ponto é que a equipe de São Paulo não enfrentou o desgaste – físico e também mental, diga-se – de ter de fugir da zona do rebaixamento, o que exigiu muito dos atletas santistas.

Também é preciso considerar que o esquema implantado por Dorival, onde a marcação começa no ataque e os volantes e laterais participam ativamente no campo ofensivo, exige demais dos atletas. Em outros times não é assim, mas foi dessa forma que o Santos aprimorou a parte tática, que não existia no primeiro semestre, e se tornou um time de fato na temporada, e não um “catado”, como aquele que vinha atuando desde o Paulista. Jogar bem exige demais do corpo e da mente, vide as equipes do Corinthians armadas por Tite.

Colocando nessa conta o fato de ter jogadores constantemente convocados para as seleções principal (Lucas Lima e Ricardo Oliveira) e olímpica (Gabriel e Zeca) traz uma carga a mais de desgaste para esses atletas. O resultado de todos esses fatores somados se viu em campo na noite de quarta: o time perdeu três jogadores por lesão e outros, como Renato, chegaram a sentir durante a partida. Era um time esgotado e os exames médicos já deviam mostrar isso. Daí a opção de Dorival pela Copa do Brasil, que dava um título e uma vaga direta à fase de grupos, diferentemente do G4 do Brasileiro. Quase não foi uma opção, mas uma necessidade, lembrando que o time chegou a desperdiçar pontos mesmo com a formação titular, caso do empate com o Flamengo na Vila.

O que se pode questionar, e muito, foi a opção da diretoria de liderar um movimento para adiar a decisão do torneio, inicialmente planejada para os dias 4 e 25 de novembro. Deu mais tempo para o desentrosado Palmeiras e desperdiçou a chance de jogar a primeira partida quando o Peixe estava no auge da forma técnica.

Gabigol do Santos

Gabriel, “recuperado” por Dorival Júnior, pode ter um grande ano de 2016 (Ricardo Saibun/ Santos FC)

E o planejamento do Santos?

Mais do que utilizar o time reserva, parte da derrocada peixeira na reta final do Brasileiro se deveu a não ter jogadores com qualidade para suprir a ausência dos titulares. Nesse aspecto, o Palmeiras, apesar de não ser um time dos sonhos, tinha um elenco mais homogêneo, a exemplo do Cruzeiro de 2013/2014, sofrendo menos com as perdas do que o Alvinegro. Basta ver que dois dos reservas que entraram em campo ontem, Werley e Paulo Ricardo, são jogadores duramente questionados pela torcida.

Assim, o que faltou mesmo foi a montagem de um elenco mais equilibrado e com opções. Dorival Júnior não participou desse processo, “herdou” atletas com os quais provavelmente não gostaria de contar e teve pouquíssimas alternativas. Mais um motivo para poupar os titulares. Foi um planejamento anterior equivocado do clube, que, embora limitado no aspecto financeiro, poderia contar com atletas de nível melhor se tivesse contado com um técnico de fato meses antes do atual assumir.

O problema do Peixe e de quase todos os times no Brasil é que o desempenho do clube depende quase exclusivamente de um técnico. Não há diretores que deem o suporte e a base necessários para quem está no banco trabalhar com foco maior no trabalho de campo, tendo ele que desempenhar diversas outras funções. Se não fosse Dorival, talvez estaríamos na zona intermediária do Brasileiro e já teríamos saído fora da Copa do Brasil no duelo contra o Sport. Sofrer por ter perdido num nível mais alto é muito mais saudável, convenhamos.

Agora é mirar 2016. Perder faz parte do esporte e, como foi para muitos “meninos da fila” como eu, molda o caráter. É preciso mirar mais as ações da diretoria, não só na contratação e manutenção de jogadores, mas também na área financeira, de marketing, captação de receitas, entre outras fundamentais para a sustentabilidade do clube. É exigir mais de quem tem mais poder e apoiar quem entrar em campo. Temos titulares, é preciso mantê-los e elevar a qualidade do banco. O ano que vem promete.

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