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Lembra dele no Santos? o ‘alemão’ Paulo Rink

Atacante foi o primeiro brasileiro nato a vestir a camisa da seleção alemã e ficou pouco menos de seis meses na Vila Belmiro

Em julho de 1999 o Bayer Leverkusen anunciava que o atacante de 26 anos que defendera o clube por quase três anos voltava ao seu país natal, o Brasil, para defender a camisa do Santos. Àquela altura, Paulo Rink já havia feito história ao se tornar o primeiro brasileiro a vestir a camisa da seleção da Alemanha, mas estava em má fase e buscava recuperar o bom futebol perdido.

Revelado nas divisões de base do Athletico Paranaense no início dos anos 1990, foi no time rubro-negro que Rink despontou, fazendo uma dupla de sucesso com Oseás. A dupla fez parte da equipe campeã da Série B do Brasileiro em 1995 e seguiu com grandes atuações na Série A de 1996, quando o clube terminou a competição em quarto lugar.

Oséas chegou a ser convocado para a seleção brasileira para três amistosos naquele ano, mas seu companheiro teve outro destino. No Bayer, naturalizou-se alemão e em 1998 foi foi convocado para a seleção germânica pelo técnico Berti Vogts. Esteve em 13 partidas pela seleção, sendo três na Eurocopa de 2000 e uma pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.

A estreia de Paulo Rink no Santos

Quando veio para o Santos, a equipe estava na reta final do campeonato paulista de 1999. Logo em sua estreia, marcou um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Guarani, última partida da segunda fase do torneio. O time acabou em primeiro lugar no seu grupo, mas com um ponto a menos na classificação geral que o Palmeiras, segundo colocado do grupo rival, com quem duelou por uma vaga na final.

Paulo Rink atuou nas duas partidas da semifinal, como uma espécie de ponta de lança, dando suporte ao ataque formado por Viola e Alessandro na equipe montada por Emerson Leão. Vitória alvinegra na partida de ida por 2 a 1 e derrota pela mesmo placar na volta. O Santos acabou eliminado.

Paulo Rink voltou a marcar pelo time em uma derrota em amistoso para o Parma (ITA), por 2 a 1, no Torneio Hispalis. No Brasileiro, fez 15 partidas, mas não se firmou no time titular, perdendo o lugar ao lado de Dodô ora para Rodrigão, e em outras ocasiões para Lúcio, Deivid e Adiel.

Com a derrota da chapa apoiada pelo presidente Samir Abdul-Hak, o Santos não se interessou em continuar com o jogador por empréstimo. “Fui contratado nas férias para disputar as finais do Paulista e até fiz gol em minha estréia. Gostaram e joguei também o Brasileiro. Mas problemas internos no clube – o presidente que o contratou havia perdido as eleições – mudaram a minha cabeça e resolvi voltar para a Europa”, disse, em entrevista.

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Soteldo faz a diferença em vitória do Santos sobre o Botafogo

Venezuelano, junto com Carlos Sánchez, foi fundamental na vitória por 2 a 0 do Alvinegro na 5ª rodada do campeonato paulista

Na Vila Belmiro em um dia chuvoso, o Santos não fez força para vencer o Botafogo de Ribeirão Preto. O que saltou aos olhos foi a partida feita pelos estrangeiros que são titulares absolutos da equipe desde o ano passado.

Em sua primeira partida pelo time no ano, Soteldo mostrou o quão diferente fica o ataque da equipe com sua presença. Na primeira etapa, atuou tanto pela esquerda quanto pela direita, com ótima movimentação e variação de jogadas. Buscou tabelas e passes em velocidade, características quase ausentes nas partidas anteriores do Peixe, dando mais qualidade para o setor ofensivo.

Foi ele quem começou a construção da jogada que resultou no primeiro gol alvinegro. Pela esquerda, de um belo passe por elevação para Eduardo Sasha, que cruzou para Carlos Sánchez marcar aos 20 minutos. O uruguaio também se destacou, tendo seu trabalho de iniciar as jogadas de frente facilitado, já que podia dividir a função com o colega venezuelano.

Após conseguir o gol, o Santos tentou algumas jogadas de ultrapassagem pelas laterais e cruzamentos que priorizaram o segundo pau, mas faltou a famosa intensidade, cobrada nos jogos anteriores. Mesmo com um adversário frágil, que não conseguia armar qualquer contra-ataque – sua proposta de jogo inicial –, o time agrediu bem menos do que poderia. Terminou o primeiro tempo com 70% de posse de bola, mas com somente 6 finalizações.

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Soteldo e Sánchez fizeram a vitória do Santos ser tranquila na noite desta segunda-feira (Santos/divulgação)

Na etapa final o Botafogo até ensaiou sair um pouco mais para o jogo, mas a resposta alvinegra foi rápida. Aos 10 minutos, Soteldo recebeu pela esquerda, passou pelo marcador e cruzou no primeiro pau para Eduardo Sasha marcar seu primeiro gol no campeonato paulista.

Com o domínio da partida, o time conseguiu fazer trocas rápidas de passe, e Jesualdo Ferreira promoveu a entrada de Kaio Jorge no lugar de Raniel, aos 23. Aos 35, Jobson e Renyer entraram nos lugares de Diego Pituca e Eduardo Sasha.

Um jogo contra um time frágil, que não finalizou nenhuma vez ao gol de Vladimir, que ganho uma chance de Jesualdo Ferreira mas não teve como mostrar serviço. Difícil como parâmetro da evolução da equipe.

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Corinthians X Santos – Relembre duas vitórias do Peixe no clássico

Em 2014, Alvinegro Praiano goleou equipe comandada por Mano Menezes por 5 a 1. Na Arena Itaquera, palco da partida deste domingo, Santos venceu por 2 a 1 pela Copa do Brasil de 2015

Neste domingo, às 11h da manhã, o Santos vai a São Paulo enfrentar o Corinthians na Arena Itaquera. Como aquecimento para o clássico alvinegro, lembramos duas vitórias santistas contra o adversário.

A primeira delas aconteceu em 2014, em partida válida pelo campeonato paulista na Vila Belmiro. Foi o primeiro clássico paulista daquela temporada, realizado em 29 de janeiro,  e o Peixe era comandado por Oswaldo de Oliveira, enquanto os rivais tinham Mano Menezes como treinador.

Na ocasião, o Peixe foi impiedoso. Arouca teve atuação de gala, tanto na defesa quanto no apoio ao ataque, ajudando a desmontar o sistema defensivo adversário que tinha Gil, Paulo André e Ralf.

Após o volante abrir o placar aos 12, Gabriel Barbosa, o Gabigol, ampliou aos 21. Thiago Ribeiro marcou duas vezes, e o lateral Bruno Peres também deixou o seu. Os melhores momentos daquela partida estão abaixo.

O Santos terminou o campeonato paulista de 2014 como vice-campeão, perdendo nos pênaltis para o Ituano.

Outro momento recente marcante foi a vitória peixeira em 2015, na partida válida pela Copa do Brasil. Foi o primeiro triunfo santista na nova casa do rival.

O Santos havia vencido a primeira partida do duelo, válido pelas oitavas de final do torneio, por 2 a 0. Com a vantagem, Gabriel fez o primeiro aos 15 e, no segundo tempo, Ricardo Oliveira praticamente selou a classificação logo aos 20 da etapa final. Romero ainda faria o gol solitário do Corinthians.

O time de Dorival Júnior terminou a Copa do Brasil como vice-campeão.

Confira também:

Afinal, quantos gols Guga fez contra o Corinthians?

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Santos bate Inter de Limeira na melhor partida com Jesualdo à frente do time

Alvinegro vence por 2 a 0 na Vila Belmiro e equipe mostra mais criatividade e opções ofensivas do que nos dois jogos anteriores do campeonato paulista

Na noite desta quinta-feira, contra a Inter de Limeira, na Vila Belmiro, Jesualdo Ferreira optou por uma equipe modificada, poupando jogadores e testando opções no meio e no ataque. Ficaram de fora Alison, Carlos Sánchez e Eduardo Sasha, além dos contundidos Marinho e Arthur Gomes da frente e de Soteldo, ainda na seleção pré-olímpica da Venezuela.

Como a Inter de Limeira, comandada por Elano Brumer, foi um time que entrou com duas linhas bem próximas, uma de cinco e outra de quatro jogadores, atuando bem atrás, deu campo para o Santos jogar.

Mais uma vez Felipe Jonathan foi essencial na armação ofensiva, e foi pelo lado esquerdo que saiu o primeiro gol do time, de Raniel, aos 22, uma bela finalização de fora da área. O tipo de jogada fundamental contra equipes que atuam muito na intermediária.

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Raniel foi o artilheiro da noite, mostrando boa movimentação no ataque (Reprodução)

O atacante marcou de novo ainda no final do primeiro tempo, aos 44, após escanteio cobrado pela direita por Diego Pituca.

Durante a etapa inicial, o Peixe mostrou qualidades ausentes nas duas primeiras partidas. O time se movimentou melhor pelo meio, com Evandro se deslocando bem e dando passes importantes na parte ofensiva. Jobson também mostrou qualidade ao fazer o jogo por dentro, chegando a entrar dentro da área, algo que Alison não faz.

Na segunda etapa, Elano colocou Tcharlles no lugar de Airton Moisés, mais um jogador à frente para buscar reduzir a desvantagem no placar. E o Santos, com a vantagem de dois gols, voltou sem a mesma intensidade do primeiro tempo, o melhor jogado pela equipe em 2020. Com o sistema defensivo bem postado, o Alvinegro foi ameaçado em tiros de longa distância, mas contou com a sorte e com Everson em uma ocasião.

Jesualdo promoveu três trocas no decorrer do segundo tempo. Sánchez entrou no lugar de Felipe Jonathan, Alison substituiu Evandro, e o garoto Renyer, de 16 anos, fez sua estreia como profissional com a saída de Tailson.

E o Uribe?

Desde que chegou ao Santos, certamente esta foi a vez em que Uribe teve mais chances de gol. Ao menos duas oportunidades cara a cara com o goleiro rival Rafael Pin que foram desperdiçadas. Problemas com domínio de bola e decisões erradas na hora de finalizar comprometeram estes e outros lances do atacante.

Uribe apresenta uma notória ansiedade ao jogar, mas hoje mostrou não só disposição, mas também oba movimentação, abrindo espaços, fazendo o pivô e dando opções para os companheiros do meio de campo. Precisa dominar os nervos para ser útil à equipe.

 

 

 

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Santos supera o Guarani no sufoco, em outra apresentação ruim

Mesmo com um jogador a mais em quase todo o segundo tempo, Alvinegro precisou marcar nos acréscimos para assegurar a vitória

Mais uma vez o Santos jogou mal e precisou contar com um gol contra aos 48 minutos do segundo tempo para vencer o Guarani, no Brinco de Ouro, nesta segunda-feira, por 2 a 1.

Se no jogo contra o Red Bull Bragantino as triangulações entre meia/lateral/atacante chegaram a aparecer vez ou outra, em especial no primeiro tempo, contra o Guarani elas rarearam um pouco mais, praticamente desaparecendo no lado esquerdo.

O time buscou a movimentação sempre para deixar o corredor aberto para o cruzamento pelos lados do campo. Algo a que o torcedor estava pouco acostumado, ver a bola quase toda hora pelo alto à procura de algum atacante na área.

Em que pese essa falta de criatividade, foi assim que saiu o gol do Santos na primeira etapa. Aos 21, Felipe Jonathan cruzou pela esquerda e Arthur Gomes se posicionou bem, saindo da marcação do miolo da zaga e acertando uma bela cabeçada.

Jogando no 4-1-4-1, com Alison à frente da linha de laterais e zagueiros na defesa e os atacantes fechando o meio de campo para ocupar os espaços quando atacados, o Alvinegro pouco foi ameaçado na etapa inicial.

A expulsão a 1 minuto do segundo tempo de Lucas Ribeiro parecia acenar para um jogo mais tranquilo para o Santos. Mas isso não aconteceu. O Guarani tornou mais aguda sua proposta de subir a marcação e atrapalhar a saída de bola do Peixe, mesmo expediente usado pelo Red Bull na estreia santista, e levou perigo ao gol de Everson até o empate. Um escanteio após uma bola recuperada na defesa alvinegra. Na jogada ensaiada bugrina, Everson falhou e Rafael Costa anotou de cabeça.

O gol castigou o Santos que foi pouco incisivo mesmo com um atleta a mais. A equipe cadenciava a bola quase sem pretensão ofensiva e, depois de tomar o gol, passou a sentir ainda mais dificuldade para atacar já que o Guarani se postou mais atrás.

O Bugre quase chegou a virar aos 40, mas Everson salvou o time em uma defesa providencial. Já nos acréscimos, aos 48, a sorte sorriu para o Santos, embora a equipe não merecesse pelo futebol jogado. Jean Mota cobrou falta para a defesa do goleiro e Pablo acabou chutando contra o próprio gol no reflexo.

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Santos teve muitas dificuldades na partida, mas conseguiu vitória no sufoco (Ivan Storti/Santos FC)

É cedo para falar, mas…

A parte física pesou, é fato, mas a proposta de jogo de Jesualdo Ferreira ainda não se tornou visível. Há um esboço com triangulações, jogadas pelas laterais com cruzamentos na área, mas até aqui um repertório ofensivo muito fraco e previsível.

Falta velocidade na transição da defesa para o ataque, e também mais jogadores participando das ações à frente. Pituca não se adaptou ainda para participar das jogadas ofensivas do lado esquerdo e as trocas pelo meio quase inexistem.

De positivo, pode-se destacar a melhora de Raniel quando atuou pelo lado direito, sendo o atacante mais perigoso do Santos na etapa final. Uribe, por outro lado, quando entrou, mostrou mais uma vez pouca mobilidade, não conseguindo finalizações mesmo com as bolas alçadas na área.

O Santos não vai ter o futebol vistoso do ano passado. Mas precisa ser efetivo.

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Santos de Jesualdo estreia com empate na Vila Belmiro. Poderia ter sido pior…

Com desfalques, o Alvinegro chegou a tomar sufoco do Red Bull Bragantino. Na estreia, foi possível ver as mudanças táticas em relação a 2019

O Santos não passou de um empate em 0 a 0 com o Red Bull Bragantino nesta quinta à noite, na Vila Belmiro. Um confronto de dois times da Série A, mas, justiça seja feita, se alguém deveria sair com a vitória seriam os visitantes.

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Pouco inspirado, ataque do Santos quase não produziu durante a partida contra o Red Bull Bragantino (Ivan Storti/Santos FC)

Logo na primeira etapa foi possível perceber algumas mudanças no jeito do Santos jogar em relação à equipe de Sampaoli. Jesualdo gosta das triangulação pelos lados do campo, com atacantes muitas vezes fechando pelo meio abrindo espaço para a descida dos laterais ou para os meias atacarem pelos lados. No primeiro tempo, o time tentou jogadas ofensivas usando o expediente, com Pituca pela esquerda e Carlos Sánchez na direita, mas pouco produziu.

O Santos de Jesualdo também não exerceu marcação-pressão como fazia o onze de Sampaoli em especial no início das partidas. Muitas vezes defende em seu próprio campo apenas com Sasha na frente, posicionando os atacantes e meias para a saída rápida no contra-ataque, condição que o Bragantino não permitiu na etapa inicial.

Atrás, o Santos não passou sufoco. Em poucos momentos o Bragantino buscou subir a marcação, com Alison dando um ou dois sustos quando apertado, já que foi em muitas ocasiões o responsável pela saída de bola, jogando à frente da zaga. Mas Everson foi exigido somente em um chute de fora da área de Claudinho.

Sem a mesma intensidade do ano passado (é preciso levar em conta as condições físicas de início de temporada), o Santos só chegou de fato ao gol de Júlio César com duas finalizações de Sánchez. Uma delas pelo lado direito do ataque, quando ficou sem marcação e chutou de três dedos, e em uma falta cobrada pelo lado esquerdo.

No segundo tempo, Jesualdo tirou Kaio Jorge e colocou o Raniel em seu lugar. O estreante, ex-São Paulo e Cruzeiro, entrou para atuar no lado direito, trocando com Marinho. O Bragantino voltou melhor, ocupando mais o campo de ataque e se aproveitando de passes errados e alguma displicência em jogadas no meio de campo alvinegro. O Peixe pareceu voltar a campo só na finalização de fora da área de Pará, aos 16.

Mostrando a insatisfação com a movimentação no ataque, Jesualdo mexeu novamente aos 18, colocando Arthur Gomes no lugar de Eduardo Sasha. Logo na sequência, Vinicius Munhoz também mexeu, tirando Bruno Tubarão para colocar Tonny Anderson, que pôs Ytalo duas vezes na cara do gol logo depois de entrar. Na primeira oportunidade Everson salvou e na segunda o Santos contou com o travessão para não sair atrás no placar.

Com o Alvinegro inoperante no ataque, o Santos mexeu pela terceira vez. Derlis Gonzales entrou para a saída de Marinho. Aos 30, o time teve todo o trio de atacantes trocado. Mesmo com algumas chances de contra-ataques, três delas desperdiçadas nos pés de Arthur Gomes, os visitantes continuaram levando mais perigo.

É preciso paciência, mas…

O Santos jogou sem Soteldo, talvez o principal jogador da equipe, que está na seleção pré-olímpica da Venezuela, e sem Lucas Veríssimo. E é verdade que o Bragantino é o time mais forte da competição fora os quatro grandes, e está melhor fisicamente já que fez jogos-treino e adiantou sua preparação. Mas alguns sinais merecem atenção.

Alison continua preciso nos desarmes, mas muitas vezes se posiciona mal e erra passes infantis.  Sendo responsável pela saída de bola, pode virar presa fácil para os adversários. Os laterais se portaram mais como laterais defensivos do que como alas, e quando foram à frente não produziram. Se essa for a ideia de jogo, é preciso um meio de campo mais participativo ofensivamente, para compensar um tipo de jogada que foi forte para o time no ano passado.

Se o Santos sofreu para vencer a Ferroviária na estreia do Paulista do ano passado, mostrou uma disposição muito maior na partida, com um primeiro tempo à la Sampaoli, uma marcação avançada que quase não deixava o rival respirar. Hoje, foi possível ver as mudanças no jeito de jogar, mas para o torcedor a falta de intensidade foi algo evidente. É preciso ver a evolução da equipe nas próximas partidas, mas a ofensividade de 2019, se existir, será em outro patamar.

 

 

 

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Santos X Corinthians – a chance de Jair Ventura virar o jogo

Diz um dos jargões utilizados por jogadores de futebol que eles costumam ficar ansiosos pela próxima partida após uma derrota para se livrar da sensação ruim que fica após um revés. Se isso se aplicar aos atletas do Santos, não é possível reclamar da sorte. Após a pior partida da equipe comandada por Jair Ventura no ano, justamente na estreia da equipe na Libertadores contra o adversário teoricamente mais fraco do grupo, a chance da recuperação vem logo em seguida, e contra um de seus maiores rivais.

Não que seja uma tarefa fácil. Além do desfalque de Gabriel Barbosa, jogadores e comissão técnica chegaram apenas na sexta da viagem de volta de Cuzco e o Corinthians tem um dia a mais de descanso para o clássico que será disputado no Pacaembu, às 17h do domingo. Mas também por isso, e diante de uma casa cheia de santistas (até sexta, 34 mil ingressos tinham sido vendidos), que um triunfo peixeiro pode dar mais confiança aos jogadores, selar a paz já abalada com a torcida e dar mais tranquilidade ao treinador para seguir com eventuais experiências nesta fase do Paulista e centrar a recuperação na Libertadores.

É sabido que Jair Ventura gosta de atuar esperando o erro do adversário e fechando espaços para fazer a transição rápida ao ataque. No Santos, em algumas partidas buscou variar adiantando a linha de marcação, mas em nenhuma ocasião conseguiu uma formação compacta que ou sufocasse o rival ou bloqueasse os espaços na defesa para criar chances de contra-ataque.

No Peru, isso ficou mais evidente, inclusive pela própria escalação, com Renato e Vecchio no meio de campo. Ambos tinham que fazer a função de municiar o ataque e voltar para fechar os espaços na intermediária, mas o condicionamento físico não permitiu que fossem bem sucedidos nem na frente, nem atrás. E outro problema fica evidente: a falta de opções.

Um jogador que poderia atuar na meia, por exemplo, seria Jean Mota, aliás, sua posição de origem. Mas vejam o primeiro gol do Real Garcilaso contra o Santos. Quem vacila na marcação é justamente o lateral improvisado. Não é a primeira vez. No ano passado, também na Libertadores, contra o Atlético-PR, ele falhou em jogada semelhante, que resultou no gol rubro-negro.

Jair Ventura no Santos Futebol Clube

Jair tem no clássico alvinegro a oportunidade de se recuperar da má estreia na Libertadores 2018 (Ivan Storti/Santos FC)

Isso mostra duas coisas: primeiro que, de fato, Jair tem hoje poucas opções no elenco, o que pode melhorar com o aproveitamento de alguns jovens, a estreia de Dodô e o retorno de Bruno Henrique. Isso não o exime de erros na escalação e nas substituições no jogo contra o Garcilaso, como a entrada tardia de Rodrygo e a saída de Eduardo Sasha, um dos melhores em campo.

O segundo ponto é algo que vem desde os tempos de Dorival Júnior, em seus últimos meses como treinador na Vila Belmiro, manteve-se na passagem de Levir Culpi e aparece em jogadas como a do gol da equipe peruana. Jogadores do Santos simplesmente “desligam” durante períodos da partida, se perdendo no posicionamento tático e cometendo o que no tênis seria chamado de “erros não forçados”. Não é à toa que a equipe tomou gols no Campeonato Paulista durante o início de vários jogos, evidenciando esse comportamento.

É algo que precisa ser trabalhado, caso contrário, torna-se impossível emplacar qualquer tipo de novo esquema tático. Fábio Carille soube dar sequência no trabalho iniciado por Tite no Corinthians, fazendo com que jogadores, alguns bem limitados, cumprissem o plano de jogo determinado e trouxessem resultados positivos para a equipe, como o surpreendente troféu de campeão brasileiro em 2017.

Jair Ventura tem capacidade técnica para fazer algo semelhante no Santos e para isso foi contratado. Mas é preciso mostrar mais variações de jogo, principalmente quando a equipe tem o domínio da bola, e principalmente um pouco mais de ousadia, elemento que faltou no Peru. Que o treinador aproveite a chance que tem no domingo.

Santos X Corinthians no Pacaembu

Domingo (5) – 17h

Histórico do Santos como mandante no Pacaembu – em 17 partidas como mandante no clássico alvinegro, atuando no estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, foram nove empates, cinco vitórias do Santos e três vitórias corintianas. A última partida entre ambos com o Peixe como dono da casa aconteceu em 1994, com derrota santista por 2 a 1. Na ocasião, o gol peixeiro foi marcado por Neto, ídolo do rival.

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Cinco números e dados sobre o 22º título paulista do Santos

Passado o calor do triunfo do Peixe no estadual mais importante do país em 2016, vamos a algumas considerações e estatísticas sobre a conquista alvinegra

1 – Sufoco, mas nem tanto

Sim, o Santos não jogou da sua forma habitual. Que tem sido, aliás, muito similar à forma do Audax atuar. No entanto, foi uma escolha, em sua maior parte, consciente. Dorival Júnior viu o modo com que São Paulo e Corinthians foram eliminados no Paulista pela equipe de Osasco e sabia que os comandados de Fernando Diniz, o conjunto mais entrosado do torneio e talvez do Brasil hoje, gosta de ser acuado em seu próprio campo para encontrar espaços na transição para o ataque.

A opção de Dorival foi alternar a marcação, ora subindo, ora marcando atrás da linha da bola. O Santos ocupou bem os espaços defensivos, mas entregou a posse de bola para o Audax. Apostou na força de seu contra-ataque, que não funcionou durante boa parte do primeiro tempo, situação que se tornou pior com a contusão de Lucas Lima. Mas, quando foi encaixado, resultou no gol santista.

No segundo tempo, os visitantes continuaram com a posse de bola, mas o Peixe passou a levar mais perigo ao gol rival. Se eles acertaram a trave duas vezes, foi o Peixe que teve um gol injustamente anulado, além da maior chance da partida com Ronaldo Mendes. Nos 90 minutos, Vanderlei fez uma defesa mais complicada, de resto, quase não foi solicitado. Não estamos acostumados a ver o Santos atuar assim, e é lógico que isso traz nervosismo. Mas não foi o amplo domínio que a mídia quis vender.

2 – Decide quem está acostumado a decidir

O Audax tem conjunto, o Santos tem menos, hoje, mas tem jogadores decisivos. Quando se olham os número do Footstats, por exemplo, vê-se o tamanho do prejuízo para o ataque do Santos com a saída de Lucas Lima. Ele foi o que mais deu assistências para finalizações no Paulista, 46, simplesmente 13 à frente do segundo colocado, Tche Tche.

Mas os donos da casa tinham Ricardo Oliveira. Na chance que teve, o artilheiro, acostumado a marcar em clássicos e jogos importantes, guardou.

Ricardo Oliveira comemora gol na final do Paulista 2016

Ah, é Oliveira! (Foto: Ivan Storti/ Santos FC)

3 – Caiu na Vila…

O Santos mostrou mais uma vez a força da sua casa. São 28 partidas de invencibilidade na Vila Belmiro, onde não perde, no campeonato paulista, desde 2011. No total, 24 vitórias e 4 empates. A Vila será, mais uma vez, essencial para a equipe no campeonato brasileiro. É preciso aprimorar a forma de jogar fora de casa.

4 – O time que fez mais gols

Se desta vez o Alvinegro não teve o artilheiro da competição, terminou como melhor ataque da competição. Foram 34 gols, contra 32 de Corinthians e Audax.

5 – Campeão do século 21

No início do século, o Peixe tinha 15 campeonatos paulistas e era o quarto entre os grandes no ranking de conquistas do estadual. Agora, tem 22, tendo superado o São Paulo e empatado com o Palmeiras. Em 2016, alcançou a oitava final consecutiva, igualando marca da Era Pelé.

Nestes 15 anos do século 21, o Alvinegro conseguiu uma Libertadores, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, sete Paulistas e uma Recopa. Não é pouca coisa.

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Oito comentários sobre a oitava final seguida do Santos no campeonato paulista

Vanderlei e Prass

1 – O futebol não contempla a justiça. Mas dessa vez, ela apareceu

Na cena em que o xerife pede por sua vida contra o pistoleiro William Munny em Os Imperdoáveis, ele diz não merecer morrer, no que o matador responde, de forma fria: “merecer não tem nada a ver com isso”.

Assim é a vida. Assim é o futebol.

O Santos não “merecia” ser eliminado pelo que jogou. Teve 59,6% da posse de bola. Dominou a maior parte do tempo. Apanhou muito mais do que bateu. Mas tomou o empate em dois lances de desatenção. Causados um pouco pelo salto alto, outro tanto pelo cansaço. Mas a justiça, pelo menos uma vez, se fez valer nos pênaltis.

2 – Você pode não gostar do Dorival. Só que não foi por causa dele o empate

Os dois tentos do Palmeiras em um minuto foram um misto daquilo que o futebol apresenta. O imprevisível, o Sobrenatural de Almeida, a desatenção, o salto alto, as falhas individuais, a pressão de adversário que está perdendo, a sorte rival, o azar. Futebol tem disso, você que assiste já devia saber. E procurar o culpado sempre naquele que a gente não gosta é normal, faz até com que nos sintamos bem. Só não é verdade.

3 – O Santos tem que jogar o tempo todo como jogou na maior parte do primeiro tempo

Seria lindo que o time fizesse isso. Mas fisicamente é impossível. Não dá, por conta da questão do condicionamento, pra marcar o tempo todo no campo adversário e, ao mesmo tempo manter a concentração — aquela que desaparece quando estamos cansados. Esse sistema é alternado durante a partida por qualquer um que o aplique, e é preciso que o time tenha inteligência pra saber quando modificar o ritmo.

Daí, valem também as jogadas ensaiadas e o elenco para repor as peças. Isso o Santos não tem, mas Dorival tem trabalhado para adaptar jogadores a determinadas funções. A integração com as equipes de base pode ser fundamental no futuro próximo.

4 – A base não é solução pra tudo. Mas é fundamental. E a nossa marca

Poucos repararam, mas o Santos chega à sua oitava final consecutiva no campeonato paulista com seu quarto presidente diferente.  Em 2009, era Marcelo Teixeira. De 2010 a 2013, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro; 2014, Odílio Rodrigues; 2015 e 2016, Modesto Roma Júnior.

Isso acontece porque o campeonato paulista se decide, na prática, em poucas partidas, as da reta final. É quando você precisa de uma casa que te dê a vantagem, e nisso a Vila Belmiro tem sido decisiva, e jogadores que decidam. Os jovens têm feito esse papel em diferentes contextos. Porque, independentemente da gestão, as divisões de base do clube são fortes, e tem uma marca que transcende. Qualquer pai que goste de fato do filho, quer vê-lo brilhar na Vila. Porque sabe que ali ele não vai ter apenas a melhor estrutura como também contará com o apoio da torcida, que adora as pratas da casa.

5 – Gabriel, menino de ouro

O atacante Gabriel, Gabigol, tem 19 anos. É pouco mais de sete meses mais velho que o seu homônimo do Palmeiras, o Jesus, que já foi comparado com Neymar. Leviandade à parte, não é possível comparar um com o outro.

O garoto santista brilhou hoje. E já foi decisivo em partidas como os duelos da Copa do Brasil contra o Corinthians e o São Paulo. Na primeira final contra o Palmeiras pela mesma competição, perdeu um pênalti, não desanimou e fez o tento da nossa vitória. Oscila, como qualquer jogador, jovem ou veternado, e toda vez que atua mal chovem explicações sobre o porquê.

Mas ele é Gabriel, não é Pelé. Ninguém nunca será. Mas ele é muito bom sendo quem é. E ainda vamos nos alegrar demais com o que ele nos dará.

6- Cuca e a arbitragem

Dizem que o peixe morre pela boca. Mas também falam que o porco morre berrando. Cuca, como usual, pouco analisou a derrota da sua equipe, mas preferiu falar — sem ser perguntado — a respeito da sua expulsão após comemorar o segundo gol do Palmeiras entrando no campo. O quarto árbitro avisou o principal, que determinou a exclusão do comandante do jogo.

Daí vem o “craque” Neto dizer que a exclusão do treinador influenciou para a derrota de seu time na decisão por pênaltis. Claro, se fosse ele, os jogadores estariam mais confiantes… Devo lembrar ao comentarista que, em 2002, quando o Santos enfrentava o Corinthians na final do Brasileiro de 2002, o seu técnico Emerson Leão foi expulso de campo. E a quipe, mesmo assim, virou contra os adversários e garantiu um título após 18 anos de jejum. Com um time que tinha vários moleques.

Mas, quanto à arbitragem, se alguém pode reclamar são os donos da casa. Uma bola na mão, na melhor das hipóteses, que poderia ser pênalti, e um chute no rosto de Gustavo Henrique, infração evidente dentro da área. Além de uma jogada de expulsão de Gabriel Jesus que nem falta foi assinalada. Menos, Cuca, por conta desse tipo de atitude que suas trajetórias foram encurtadas em diversos lugares, inclusive no Santos.

7 – Campeonato Paulista não vale nada. Ah, é?

Sempre vai ter um rival que vai dizer que Paulista não vale nada. Pode valer menos que Libertadores, Brasileiro ou Copa do Brasil, mas… nós ganhamos esses torneios nos últimos anos, não? E nossos rivais?

Tem um que não ganha desde 2005; outro, que venceu somente uma vez no século 21, ou uma nos últimos vinte anos. Se você quiser falar pra um dos torcedores adversários específicos, pode falar que, nessas oito finais consecutivas em que o Peixe chegou, metade delas foi contra times pequenos; outra metade foi contra equipes ditas grandes. O São Paulo não está em nenhum desses dois grupos…

8 – Sobre Vanderlei e o outro goleiro

Antes do duelo por pênaltis, já se dizia em uma emissora de rádio que o Palmeiras gostaria de levar a decisão para as penalidades porque Fernadno Prass era um “especialista”. Ele acreditou.

Mas poucos falam ou falavam de Vanderlei. O goleiro é discreto. Não faz malabarismos porque, em geral, está bem colocado. Se falha, não se enerva. É bom em todos os fundamentos, inclusive na reposição de bola, algo pouco notado. Mostrou ainda hoje que é bom também para decidir.

Se queriam uma narrativa na qual Prass fosse o herói, o modesto Vanderlei derrubou o soberbo Prass. Que julgou ser o herói quando pegou o pênalti de Lucas Lima, alvo preferencial dos palmeirense de dentro e de fora do gramado. Mas sucumbiu diante do arqueiro alvinegro, que já havia pego duas penalidades. A jornada de herói foi nossa.

 

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Em tarde de gols perdidos por Gabriel, Palmeiras e Santos ficam no 0 a 0

Palmeiras e Santos ficaram no 0 a 0 no clássico disputado no Allianz Park, em jogo do campeonato paulista. Mesmo estando longe do ideal, o Alvinegro esteve mais perto de vencer, principalmente no segundo tempo, e Gabriel hoje teve um dia infeliz, desperdiçando quatro grandes chances de gol.

Os dois times entraram com esquemas diferentes dos adotados nos últimos meses. Marcelo Oliveira abriu mão do seu 4-2-3-1, assim como fez na peleja contra o River Plate-URU no final de semana. Já Dorival Júnior, que não tem um substituto confiável para fazer as vezes de Marquinhos Gabriel ou Geuvânio, colocou o meia Serginho alterando o esquema alvinegro para um 4-4-2.

Com o jogo bastante concentrado pelo meio, o Peixe criou pouco na etapa inicial, principalmente na primeira meia hora de partida. Os ataques se davam principalmente pelo lado direito, onde atuou Gabriel, e tanto Lucas Lima quanto Serginho fizeram muito pouco. O garoto ao menos conseguiu sofrer algumas faltas, ainda que não tenham sido aproveitadas pelo Santos. O ponto é que os donos da casa também pouco ameaçaram o gol de Vanderlei e só nas falhas de posicionamento de ambas as zagas que o torcedor pode ter algum traço de emoção.

Ricarod Oliveira

Ricardo Oliveira mais brigou do que jogou contra o Palmeiras (Reprodução)

No segundo tempo, o Santos voltou mais agressivo, buscando as jogadas de velocidade que são a marca registrada da equipe. O Palmeiras também passou a dar mais espaço, indo mais à frente e não recompondo da mesma forma que fazia na etapa inicial. Antes dos 15, entraram em campo Gabriel Jesus, substituindo Matheus Salles, e Patito Rodríguez, em lugar de Serginho. Assim, o Santos voltava ao seu esquema tradicional.

Aos 24, Léo Cittadini entrou no lugar de Thiago Maia, com Renato passando a fazer a cabeça de área e, na sequência, Arouca foi a campo substituindo Thiago Santos. Dorival mexeu pela última vez aos 30. Ricardo Oliveira, instável emocionalmente durante quase todo o jogo, saiu para a entrada do camaronês Joel. O centroavante mostrou que, a despeito de toda experiência, sentiu a partida contra o Palmeiras, mostrando um excesso de vontade normal para garotos, mas estranho a atletas veteranos.

Logo após a entrada de Joel, o treinador palmeirense também fez sua última substituição, com Régis substituindo Robinho. E o camaronês conseguiu um belo lance pelo lado direito, servindo Gabriel, que perdeu sua terceira oportunidade de gol no jogo. Dos três que entraram em campo, aliás, ele foi o único que mostrou alguma efetividade. Merecia mais chances do que vem tendo. Ele também participou da trama ofensiva que resultou no quarto gol perdido por Gabigol, a dois minutos do apito final.

O Santos ainda está muito longe do que fez em 2015, tanto por conta da condição física quanto pelas perdas que não foram repostas de Geuvânio e Marquinhos Gabriel, além de David Braz lesionado. Mesmo assim, esteve muito mais perto de vencer do que os donos da casa. Um empate com gosto de derrota.

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