O Santos sofreu sua primeira derrota em casa no Campeonato Paulista de 2024 neste domingo (18), perdendo diante do Novorizontino por 2 a 1. A partida deixou algumas impressões e também lições para a sequência do time na competição e na temporada.
O que chamou a atenção nos 45 minutos da etapa inicial foi a fragilidade defensiva, com Joaquim e Gil ficando no mano a mano com os atacantes do Novorizontino, principalmente por conta do posicionamento de meias do Novorizontino atuando bem nas costas de João Schmidt e Diego Pituca ou fazendo a ligação da defesa para o ataque com jogadores sempre bem posicionados para avançar.
Esta foi a tônica do primeiro tempo e, além dos dois gols, o time de Novo Horizonte acertou a trave e perdeu outra grande chance no final. O Alvinegro demorou para corrigir seu posicionamento para buscar evitar os contra-ataques da equipe visitante, o que só aconteceu, de fato, no segundo tempo.
Já na parte ofensiva, os números mostram o quanto os atacantes foram pouco acionados. Willian Bigode deu apenas quatro passes, segundo o Footstats. Morelos, que tentava sair mais da área, fez 21 passes, mas sete deles errados, um índice muito alto. Apenas Guilherme levou um pouco de perigo pelo lado esquerdo, mas a formação da equipe do interior, com três zagueiros, tirou a possibilidade de sobra do ataque alvinegro.
No segundo tempo, Fábio Carille tentou tornar o time mais efetivo ofensivamente com Pedrinho e Julio Furch no lugar de Otero e Morelos, revezando ainda a lateral direta, com Hayner entrando no lugar de Aderlan. Assim, ele conseguia colocar um jogar a mais sobre a defesa interiorana, segurando mais a bola na frente.
Outras mudanças foram táticas. O time passou a jogar muito mais pelas laterais, com Felipe Jonatan e Hayner apoiando mais o ataque, e Diego Pituca atuando mais adiantado com João Schmidt mais à frente da zaga.
Deu certo em parte. Pituca fez o gol santista, o Novorizontino ficou mais acuado, no entanto, não foi o suficiente para a equipe virar o jogo. Isso não só pelo fato de o time do interior ser uma equipe muito bem armada pelo técnico Eduardo Baptista, mas também por outro problema: a falta de opções no ataque para poder variar o jogo.
Ataque santista
Carille entrou com Morelo hoje como titular. Não foi bem e foi socado ainda no intervalo para dar lugar a Furch. Se Morelos saiu muito da área para buscar receber a bola, o argentino jogou mais centralizado e, com mais três atacantes atuando na ofensiva santista, conseguiu realizar jogadas perigosas para a equipe.
Mas se tratava de um contexto bem específico, no qual o Alvinegro estava em desvantagem e o Novorizontino postado atrás apostando nos contra-ataques. Em outras oportunidades Furch não foi bem. Quem também mais uma vez decepcionou foi Willian Bigode. E se Pedrinho entrou melhor do que em outras partidas, também teve chance de marcar e desperdiçou.
O setor ofensivo é hoje o mais problemático em opções para o técnico do Santos. Para jogar com um centroavante quase fixo, que joga entre os zagueiros, é necessário que o jogador seja decisivo, às vezes aproveitando uma oportunidade solitária de marcar, além de pensar em abrir espaço para jogadores que vem de trás, seja fazendo a parede ou se deslocando para atrair a marcação dos adversários.
Por enquanto, nenhum dos jogadores que fizeram a função mostraram ter esse perfil. Mas boa parte dos times da elite nacional tem também u ou mais jogadores na reserva que podem alterar uma partida por meio do talento individual ou da velocidade, aproveitando o cansaço dos rivais e confundindo a marcação. Aqui talvez seja o pior problema alvinegro. Nenhum atleta do elenco mostrou ser capaz de fazer a diferença saindo do banco no decorrer da partida.
Assim que for solucionada a questão do transfer ban, o Santos deve pensar em buscar esses dois perfis de jogadores para a Série B do Brasileiro. Sendo uma competição fundamental para o futuro do clube, não se pode vacilar diante de uma dificuldade já evidente no Campeonato Paulista.